Você está na página 1de 20

A teoria psicossocial do

desenvolvimento humano segundo Erik


Erikson

Profa. Francielle Sabatine


Biografia

Erik Erikson nasceu na Alemanha


em 1902, mudou-se para os
Estados Unidos em 1933 por
causa da ameaça do Nazismo e
faleceu em 1994.
Para Erikson o processo do
desenvolvimento humano da
personalidade ocorre por meio do:
 Processo biológico: organização dos sistemas orgânicos que
constituem o corpo;
 Processo psíquico: organiza os traços da experiência
individual de síntese do ego.
 Processo social: organização cultural e interdependência das
pessoas.
O desenvolvimento
psicossocial para o autor é
sinônimo de desenvolvimento
da personalidade e decorre ao
longo de oito estágios que, no
seu conjunto, constituem o
ciclo da vida. Cada estágio
corresponde à formação de um
aspecto particular da
personalidade.
Um dos conceitos
fundamentais na teoria de
Erikson é o de crise ou
conflito que o indivíduo
vive ao longo dos
períodos por que vai
passando, desde o
nascimento até ao final
da vida. Cada conflito
tem de ser resolvido
positiva ou
negativamente pelo
indivíduo.
 Superar uma crise ajuda a determinar e a promover
forças para ser bem-sucedido no estágio seguinte.
 A resolução positiva traduz-se numa virtude, que é um
ganho psicológico, emocional e social: uma qualidade,
um valor, um sentimento, em suma, uma característica
de personalidade que lhe confere equilíbrio mental e
capacidade de um bom relacionamento social.
 Se a resolução da crise for negativa, o indivíduo sentir-
se-á socialmente desajustado e tenderá a desenvolver
sentimentos de ansiedade e de fracasso. Contudo,
numa fase posterior, a pessoa pode passar por vivências
que lhe refaçam o equilíbrio e o compensem,
reconstruindo-lhe o seu autoconceito.
1º estágio – Confiança básica x desconfiança
básica

 Ocorre aproximadamente durante o primeiro ano de


vida (0 - 18 meses);
 Vertente Positiva: Se esta identificação for positiva, ou seja,
se a mãe corresponder, ele vai criar o seu primeiro e bom
conceito de si e do mundo (representado pela mãe), o que
Erikson chama de ritualização da divindade;
 Vertente Negativa: Se a identificação for negativa, temos o
ritualismo do idolismo, ou seja, o culto a um herói, onde o
bebê acha que nunca vai chegar ao nível de sua mãe, que ela
é demasiadamente capaz e boa, e que ele não se identifica
assim.
2º estágio – Autonomia x Vergonha e dúvida

Ocorre aproximadamente durante 18º mês de vida até os 3 anos


de idade;
Fase corresponde ao estágio anal freudiano, a criança já tem
algum controle de seus movimentos musculares, então
direciona sua energia às experiências ligadas à atividade
exploratória e à conquista da autonomia. É geralmente onde
se inicia a educação para a higiene (treino ao vaso sanitário).
O bebê ganha experiência no contato com os adultos,
aprendendo a confiar e a depender deles, assim como a
confiar em si mesmo.
A desconfiança é a parte negativa deste estágio, que é
equilibrada com a segurança proporcionada pela confiança.
3º estágio – Iniciativa x culpa

 aproximadamente entre os 3 aos 6 anos;


 Vertente Positiva: formação do senso de
responsabilidade.
 Vertente Negativa: a personificação. Em outras
palavras, quando a criança, tentando escapar da
frustração de ser incapaz para algumas coisas, exagera
na fantasia de ter outras personalidades, de ser
totalmente diferente do que é várias vezes, ela pode se
tornar compulsiva por esconder seu verdadeiro “eu”;
nesse caso, pode passar a sua vida desempenhando
“papéis” e afastar-se cada vez mais do contato consigo
mesmo.
4º estágio – Diligência (empenho)
x Inferioridade

 aproximadamente entre os 7 aos 11 anos;


 Neste período a criança está sendo alfabetizada e
frequentando escola(s), o que propicia o convívio com
pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior
sociabilização..
 Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la,
passando a viver a inferioridade em vez da construtividade.
É nesta fase que ela começa a dizer, com segurança
aparente, o que “quer ser quando crescer”, como uma
iniciação no campo das responsabilidades e dos
planejamentos.
5º estágio – Identidade x confusão de
identidade
 marca o período da adolescência;
 Ocorre aproximadamente entre os 12 aos 18/20 anos;
 O jovem experimenta uma série de desafios que envolve suas
atitudes para consigo, com seus amigos, com pessoas do sexo
oposto, amores e a busca de uma carreira e de
profissionalização.
 Na medida que as pessoas à sua volta ajudam na
resolução dessas questões desenvolverá o sentimento de
identidade pessoal, caso não encontre respostas para suas
questões pode se desorganizar, perdendo seu senso de
referência.
Características
Toda a preocupação do
adolescente em encontrar um
papel social provoca uma
confusão de identidade, afinal, a
preocupação com a opinião alheia
faz com que o adolescente
modifique o tempo todo suas
atitudes, remodelando sua
personalidade muitas vezes em
um período muito curto, seguindo
o mesmo ritmo das
transformações físicas que
acontecem com ele.
Erikson lembra que o ser humano mantém suas defesas
para sobreviver. Ao sinal de qualquer problema, uma delas
pode ser ativada. Nesta confusão de identidade, o
adolescente pode se sentir vazio, isolado, ansioso,
sentindo-se também, muitas vezes, incapaz de se encaixar
no mundo adulto, o que em alguns casos levar a uma
regressão.
Também pode acontecer de o jovem projetar suas
tendências em outras pessoas, por ele mesmo não suportar
sua identidade. Aliás, este é um dos mecanismos apontados
por Erikson como base para a formação de preconceitos e
discriminações.
Erik Erikson afirmava que um indivíduo tinha que
construir a sua personalidade durante a adolescência,
porém essa construção não era feita de um mesmo
modo para todos os adolescentes, ou seja, não era feita
de um modo padronizado e linear. Durante esta fase da
vida há sempre procura de algo mais, há crises,
indecisões, situações conflituosas que têm de ser
resolvidas de um modo ou de outro.
6º estágio – Intimidade x
isolamento

 ocorre entre os 20 e os 35 anos,


aproximadamente;

 Nesse momento o interesse, além de profissional,


gravita em torno da construção de relações
profundas e duradouras, podendo vivenciar
momentos de grande intimidade e entrega afetiva.
Caso ocorra uma decepção a tendência será o
isolamento temporário ou duradouro.
7º estágio – Produtividade x
estagnação
 Ocorre aproximadamente entre os 35 e 60 anos;
 Neste período, as pessoas procuram definir objetivos e
motivações (projetos de vida).
 Pode aparecer uma dedicação a sociedade à sua volta e
realização de valiosas contribuições, ou grande
preocupação com o conforto físico e material.
8º estágio – Integridade x
desesperança
 a partir dos 60 anos;

 É nesta fase que as pessoas


fazem um balanço do seu
percurso de vida. Então, no
estágio final da vida, a
questão chave: ”Teve a minha
vida sentido ou falhei?”
assinala que chegou a hora do
balanço, da avaliação do que
se fez na vida e sobretudo do
que se fez da vida.
 Na dualidade emocional ”integridade versus
desespero”, a integridade significa que o indivíduo
avalia positivamente o seu percurso vital mesmo que
nem todos os seus desejos e sonhos se tenham
realizado e esta satisfação prepara-o para aceitar a
deterioração física e a inevitável morte como termo de
algo que valeu a pena.
 As pessoas que consideram a sua vida mal sucedida,
centrada em si mesma, pouco produtiva, que lamentam
as oportunidades perdidas e sentem ser já demasiado
tarde para se reconciliarem consigo próprias,
corrigindo erros cometidos, podem ceder á angústia e
ao desespero.
Importância das contribuições teóricas de
Erikson

 Desviou-se o foco fundamental da


sexualidade para as relações sociais;
 A proposta dos estágios psicossociais
envolvem outras artes do ciclo vital além
da infância, ampliando a proposta de
Freud. Não existe uma negação da
importância dos estágios infantil;
Referência

Erikson, Erik Homburger, As Oito Idades do Homem. In:


ERIKSON, E. H. Infância e Sociedade. Rio de Janeiro, Zahar,
1971, p.227-253.

Você também pode gostar