em 1902, mudou-se para os Estados Unidos em 1933 por causa da ameaça do Nazismo e faleceu em 1994. Para Erikson o processo do desenvolvimento humano da personalidade ocorre por meio do: Processo biológico: organização dos sistemas orgânicos que constituem o corpo; Processo psíquico: organiza os traços da experiência individual de síntese do ego. Processo social: organização cultural e interdependência das pessoas. O desenvolvimento psicossocial para o autor é sinônimo de desenvolvimento da personalidade e decorre ao longo de oito estágios que, no seu conjunto, constituem o ciclo da vida. Cada estágio corresponde à formação de um aspecto particular da personalidade. Um dos conceitos fundamentais na teoria de Erikson é o de crise ou conflito que o indivíduo vive ao longo dos períodos por que vai passando, desde o nascimento até ao final da vida. Cada conflito tem de ser resolvido positiva ou negativamente pelo indivíduo. Superar uma crise ajuda a determinar e a promover forças para ser bem-sucedido no estágio seguinte. A resolução positiva traduz-se numa virtude, que é um ganho psicológico, emocional e social: uma qualidade, um valor, um sentimento, em suma, uma característica de personalidade que lhe confere equilíbrio mental e capacidade de um bom relacionamento social. Se a resolução da crise for negativa, o indivíduo sentir- se-á socialmente desajustado e tenderá a desenvolver sentimentos de ansiedade e de fracasso. Contudo, numa fase posterior, a pessoa pode passar por vivências que lhe refaçam o equilíbrio e o compensem, reconstruindo-lhe o seu autoconceito. 1º estágio – Confiança básica x desconfiança básica
Ocorre aproximadamente durante o primeiro ano de
vida (0 - 18 meses); Vertente Positiva: Se esta identificação for positiva, ou seja, se a mãe corresponder, ele vai criar o seu primeiro e bom conceito de si e do mundo (representado pela mãe), o que Erikson chama de ritualização da divindade; Vertente Negativa: Se a identificação for negativa, temos o ritualismo do idolismo, ou seja, o culto a um herói, onde o bebê acha que nunca vai chegar ao nível de sua mãe, que ela é demasiadamente capaz e boa, e que ele não se identifica assim. 2º estágio – Autonomia x Vergonha e dúvida
Ocorre aproximadamente durante 18º mês de vida até os 3 anos
de idade; Fase corresponde ao estágio anal freudiano, a criança já tem algum controle de seus movimentos musculares, então direciona sua energia às experiências ligadas à atividade exploratória e à conquista da autonomia. É geralmente onde se inicia a educação para a higiene (treino ao vaso sanitário). O bebê ganha experiência no contato com os adultos, aprendendo a confiar e a depender deles, assim como a confiar em si mesmo. A desconfiança é a parte negativa deste estágio, que é equilibrada com a segurança proporcionada pela confiança. 3º estágio – Iniciativa x culpa
aproximadamente entre os 3 aos 6 anos;
Vertente Positiva: formação do senso de responsabilidade. Vertente Negativa: a personificação. Em outras palavras, quando a criança, tentando escapar da frustração de ser incapaz para algumas coisas, exagera na fantasia de ter outras personalidades, de ser totalmente diferente do que é várias vezes, ela pode se tornar compulsiva por esconder seu verdadeiro “eu”; nesse caso, pode passar a sua vida desempenhando “papéis” e afastar-se cada vez mais do contato consigo mesmo. 4º estágio – Diligência (empenho) x Inferioridade
aproximadamente entre os 7 aos 11 anos;
Neste período a criança está sendo alfabetizada e frequentando escola(s), o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior sociabilização.. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade. É nesta fase que ela começa a dizer, com segurança aparente, o que “quer ser quando crescer”, como uma iniciação no campo das responsabilidades e dos planejamentos. 5º estágio – Identidade x confusão de identidade marca o período da adolescência; Ocorre aproximadamente entre os 12 aos 18/20 anos; O jovem experimenta uma série de desafios que envolve suas atitudes para consigo, com seus amigos, com pessoas do sexo oposto, amores e a busca de uma carreira e de profissionalização. Na medida que as pessoas à sua volta ajudam na resolução dessas questões desenvolverá o sentimento de identidade pessoal, caso não encontre respostas para suas questões pode se desorganizar, perdendo seu senso de referência. Características Toda a preocupação do adolescente em encontrar um papel social provoca uma confusão de identidade, afinal, a preocupação com a opinião alheia faz com que o adolescente modifique o tempo todo suas atitudes, remodelando sua personalidade muitas vezes em um período muito curto, seguindo o mesmo ritmo das transformações físicas que acontecem com ele. Erikson lembra que o ser humano mantém suas defesas para sobreviver. Ao sinal de qualquer problema, uma delas pode ser ativada. Nesta confusão de identidade, o adolescente pode se sentir vazio, isolado, ansioso, sentindo-se também, muitas vezes, incapaz de se encaixar no mundo adulto, o que em alguns casos levar a uma regressão. Também pode acontecer de o jovem projetar suas tendências em outras pessoas, por ele mesmo não suportar sua identidade. Aliás, este é um dos mecanismos apontados por Erikson como base para a formação de preconceitos e discriminações. Erik Erikson afirmava que um indivíduo tinha que construir a sua personalidade durante a adolescência, porém essa construção não era feita de um mesmo modo para todos os adolescentes, ou seja, não era feita de um modo padronizado e linear. Durante esta fase da vida há sempre procura de algo mais, há crises, indecisões, situações conflituosas que têm de ser resolvidas de um modo ou de outro. 6º estágio – Intimidade x isolamento
ocorre entre os 20 e os 35 anos,
aproximadamente;
Nesse momento o interesse, além de profissional,
gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro. 7º estágio – Produtividade x estagnação Ocorre aproximadamente entre os 35 e 60 anos; Neste período, as pessoas procuram definir objetivos e motivações (projetos de vida). Pode aparecer uma dedicação a sociedade à sua volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material. 8º estágio – Integridade x desesperança a partir dos 60 anos;
É nesta fase que as pessoas
fazem um balanço do seu percurso de vida. Então, no estágio final da vida, a questão chave: ”Teve a minha vida sentido ou falhei?” assinala que chegou a hora do balanço, da avaliação do que se fez na vida e sobretudo do que se fez da vida. Na dualidade emocional ”integridade versus desespero”, a integridade significa que o indivíduo avalia positivamente o seu percurso vital mesmo que nem todos os seus desejos e sonhos se tenham realizado e esta satisfação prepara-o para aceitar a deterioração física e a inevitável morte como termo de algo que valeu a pena. As pessoas que consideram a sua vida mal sucedida, centrada em si mesma, pouco produtiva, que lamentam as oportunidades perdidas e sentem ser já demasiado tarde para se reconciliarem consigo próprias, corrigindo erros cometidos, podem ceder á angústia e ao desespero. Importância das contribuições teóricas de Erikson
Desviou-se o foco fundamental da
sexualidade para as relações sociais; A proposta dos estágios psicossociais envolvem outras artes do ciclo vital além da infância, ampliando a proposta de Freud. Não existe uma negação da importância dos estágios infantil; Referência
Erikson, Erik Homburger, As Oito Idades do Homem. In:
ERIKSON, E. H. Infância e Sociedade. Rio de Janeiro, Zahar, 1971, p.227-253.