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Desenvolvimento Psicossocial
1. As oito fases do Homem
Teoria desenvolvida por Erik Homburger Erikson. Erikson teve uma juventude
relativamente conturbada e, em sua juventude, viajou pela Europa em uma
espécie de crise existencial.
Não foi à Universidade pois não acreditava nos métodos de educação
tradicionais.

I. Estado Sensorial (Até os 18 meses)


Relações Significativas: Figura Materna

Modalidade de Relacionamento: Obter, devolver

Crise psicossocial: Confiança X Desconfiança

Resultado Favorável: Impulso e Esperança

Precursores da Formação de Identidade: Reconhecimento mútuo X


Isolamento autístico

Fortalecedores da Formação da Identidade: perspectivação X Confusão


do tempo

Psicopatologia Relacionada: psicose, depressão, comportamento aditivo

Resumo
Nessa fase a criança cria a sua visão de mundo através dos estímulos que
manda em direção ao mundo e as respostas que obtém através de seus
sentidos.

As percepções da criança se dão principalmente em relação à figura materna,


se esta responde de maneira adequada aos sinais da criança, a mesma irá
desenvolver em si uma ideia de segurança com o mundo externo. Entretanto,

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se o contrário acontecer, o bebê passa a ver o mundo de maneira caótica o
que sedimenta o sentimento de desconfiança para com o mundo externo.
Tais reações podem ser levadas para momentos posteriores da vida da
criança e, no exemplo da "desleixo" da mãe, a criança desenvolver alguns
problemas de ansiedade e "fobia social".

Vale lembrar que é fato que nada do que acontece nessa fase se sedimenta de
forma definitiva, todavia, quanto antes se adquirem determinadas
perturbações, principalmente na fase na qual as conexões sinapticas ainda
não estão 100% desenvolvidas, mais difícil será de resolvê-las, pois, mais
tempo tem para se sedimentarem.

II. Desenvolvimento Muscular (18 meses aos 3


anos)*
Relações Significativas: Figura dos Pais

Modalidade de Relacionamento: Manter, abandonar

Crise psicossocial: Autonomia X Vergonha e Dúvida

Resultado Favorável: Autocontrole e Força de Vontade

Precursores da Formação de Identidade: Auto-firmação X Incerteza

Fortalecedores da Formação da Identidade: Autoconfiança X


Egocentrismo

Psicopatologia Relacionada: Paranóia, obsessões, compulsões,


impulsividade

*primeira infância

Resumo
Nessa fase a criança começa a explorar ativamente o mundo a sua volta e,
novamente, depende inteiramente da forma com a qual os pais reagem às
suas ações.

Nessa fase, sendo os pais super-protetores, impedindo assim que a criança


descubra por si só, sob o argumento de evitar injúrias, a criança desenvolverá
uma certa dependência da ação de terceiros devido à sua insegurança.

Contudo, se os pais o encorajam nas novas habilidades, a criança desenvolve


assim o sentido de independência e autonomia.

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Cabe então aos pais encontrarem um meio termo, não deixando assim as
crianças 100% livres para fazerem tudo o que quiserem, mas não impedindo-
as de experimentar.

III. Controle Locomotor (3 aos 5 anos)**


Relações Significativas: Núcleo Familiar

Modalidade de Relacionamento: fazer, fazer de conta

Crise psicossocial: Iniciativa e Culpa

Resultado Favorável: Orientação e Objetivo

Precursores da Formação de Identidade: Antecipação de papéis X


Inibição de papéis

Fortalecedores da Formação da Identidade: Experimentação de papéis X


Fixação

Psicopatologia Relacionada: Conversão, fobia, manifestações


psicossomáticas, inibição

**segunda infância

Resumo
Agora, na segunda infância, a criança deixa de ser um mero recipiente do
mundo externo e passa a buscar experiências por si só.

Através das brincadeiras, aprende a tomar as próprias iniciativas que vem


através de ambições imaginárias.

Com o desenvolvimento locomotor, com razão, aumentam as preocupações


dos pais. Cabe a eles protegerem a criança de brincadeiras e fantasias
perigosas, mas não inibirem todo o tipo.
Inibindo a criança perderá o senso de tomar iniciativas e associará a ambição
com algo ruim e que deve se impedido de prosperar, impedindo, assim, que
tome decisões por si mesma e até sinta vergonha de suas ambições.

IV. Período de Latência (5 aos 13 anos)*


Relações Significativas: Núcleo Familiar e escolar

Modalidade de Relacionamento: Fazer coisas (competir), fazer coisas


em conjunto

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Crise psicossocial: Engenho, trabalho X Inferioridade

Resultado Favorável: Método e competência

Precursores da Formação de Identidade: Reconhecimento de tarefas X


Sensação de Futilidade

Fortalecedores da Formação da Identidade: Aprendizagem X Paralisia


Laboral

Psicopatologia Relacionada: Inibição da criatividade, inércia

*infância escolar

Resumo
Se forem resolvidas satisfatoriamente as fases anteriores, as potencialidades
da mesmas se desenvolvem ainda mais nessa fase.

O auto-controle adquirido pela criança faz com que ela impeça alguns
impulsos, abdicando de recompensas imediatas, conseguindo entender que,
tal abdicação, trará benefícios posteriores. Tais ações permitem o
desenvolvimento do senso de responsabilidade.
O estímulo e o elogio familiar nessa fase é de grande importância para que a
criança entenda e sinta orgulho de suas próprias ações, caso contrário, ela
estará sujeita a desenvolver um certo complexo de inferioridade em relação
aos demais.

V. Moratória Psicossocial (13 aos 21 anos)


Relações Significativas: Grupos de colegas e grupos estranhos; modelos
de liderança

Modalidade de Relacionamento: ser, ou não, uma pessoa; participar

Crise psicossocial: Identidade e recusa X Confusão de papéis,


identidade difusa

Resultado Favorável: Devoção e Fidelidade

Fortalecedores da Formação da Identidade: Identidade X Confusão de


Papéis

Psicopatologia Relacionada: Delinquência, Perturbação da identidade de


gênero, surtos psicóticos

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Resumo
Por, dentre outros fatores, ser uma fase de transição da infância para a vida
adulta, a fase da adolescência é regada por crises de identidade.
O jovem passa a buscar dentro de si e das suas relações, qual, dentre as
diversas probabilidades é a identidade que ele pretende tomar para si. É uma
fase em que o jovem flutua entre diversas personas para tentar "se encontrar".
É essencial que ele tenha essa liberdade para explorar o meio através da
identificação, pois lhe permite desenvolver um sentido de identidade firme e
adequado que sabe dos seus talentos e capacidades, mas também possui
ciência de suas limitações. Tem também a consciência que tais limitações são
provenientes do papel que adotou para si por julgar ser o que mais se
adaptava à sua maneira de ser.
Dentro desse turbilhão de papeis, pode o jovem vir a se sentir isolado,
desolado, angustiado, e acabar por negar essa identificação social no mundo
adulto, tomando para si atitudes imaturas. Tal resultado pode ser intensificado
pelos pais ao tentarem, por super proteção, ocultar partes da realidade que
julgam serem impróprias. O resultado é que o jovem acaba por não saber lidar
com o desconhecido já que a sua visão de mundo foi montada artificialmente
sob a visão do que convinha para seus pais, impedindo assim, que saiba reagir
de acordo com o mundo real.

VI. Maioridade Jovem (dos 21 aos 40)


Relações Significativas: Companheiros de amizade, sexo, competição e
cooperação

Modalidade de Relacionamento: perder-se e encontrar-se no outro

Crise psicossocial: Engenho, trabalho X Inferioridade

Resultado Favorável: Método e competência

Precursores da Formação de Identidade: Reconhecimento de tarefas X


Sensação de Futilidade

Fortalecedores da Formação da Identidade: Aprendizagem X Paralisia


Laboral

Psicopatologia Relacionada: Inibição da criatividade, inércia

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Resumo
Um jovem que desenvolveu a sua identidade pessoal de forma satisfatória e
que já se sente confortável com ela, pode agora buscar relações de maior
intimidade, já que, uma vez "sedimentada" sua personalidade, não tem medo
de diluí-la em relações profundas.
Contudo, uma vez entrando em uma relação deste gênero e, não agindo como
se espera, tal relações não for gratificante, o jovem adulto pode acabar por
"ficar com um pé atrás" para repetir a dose de relações dessa forma.

Isso acontece, por exemplo, em casos de relacionamentos abusivos, que,


passado o trauma, deixam sequelas nas relações subsequentes em caso de
situações mau resolvidas.

VII. Meia-Idade (40 aos 60 anos)


Relações Significativas: Repartição do trabalho e partilha do lar

Modalidade de Relacionamento: Criar, cuidar

Crise psicossocial: Generatividade, produtividade X estagnação, imersão


em si

Resultado Favorável: Produção e cuidado, carinho

Fortalecedores da formação da Identidade: Liderança e proselitismo X


Desresponsabilização

Psicopatologia Relacionada: Crise da Meia-Idade, inavlidez prematura

Resumo
Generatividade é o termo utilizado por Erikson para o desenvolvimento desse
senso de altruísmo da meia-idade.
É a fase onde se passa a ter uma visão mais "alargada" do mundo, na qual,
supostamente, se passa a se importar com as pessoas não só do seu curto
ciclo familiar e social, mas com o bem-estar geral, contudo, existe o outro
lado da moeda, onde essa pessoas emerge-se no seu egocentrismo, sentindo
gratificação apenas em seu sucesso e suas conquistas pessoas.

Maturidade (para além dos 60 anos)

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Relações Significativas: Humanidade, a classe daqueles a quem
pertenço

Modalidade de Relacionamento: Ser na medida em que se foi; enfrentar


o não ser

Crise psicossocial: Integridade X Desesperança

Resultado Favorável: Renúncia e sabedoria

Fortalecedores da Formação da Identidade: Epenhamento ideológico X


Confusão de Valores

Psicopatologia Relacionada: Alienação extrema, desespero

Resumo
A forma como o indivíduo vai passar por essa fase depende, inteiramente, se
as crises anteriores foram se resolvendo uma a uma, a medida que foram
ocorrendo, pois, tal fase, consiste basicamente em uma contemplação de seu
passado em face da morte.

O ver que o fim de sua vida está, ao que se pode pensar, mais próxima do que
nunca, vê-se na posição de olhar para trás e ver tudo que fez, ou não.

Tendo resolvidas todas suas crises, sente-se então integro, completo e, em


face da morte, não teme e não entra em desespero.
Contudo, tendo negligenciado, ou feito negligenciar, durante sua vida, as
crises que se acometeram, este então se vê desesperado em face do pouco
tempo que lhe foi dado. Não possui, no seu ver, tempo hábil para buscar sua
integridade.

Então, frente a obrigatoriedade do enfretamento com a morte, junto com a


não aceitação, sua personalidade pode oscilar entre quadro depressivo e
agressividade desmedida.

Conclusões
Todas as oito fases do homem, segundo a análise de Erikson, possuem uma
certa crise identitária. As primeiras três, Estágio Sensorial, Primeira e Segunda
infância Desenvolvimento Muscular e Controle Locomotor, respectivamente),
dependem, quase integralmente, do estímulo, ou falta dele, das figuras
paternais e, ou, maternais.

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É visível que a não resolução de determinadas questões, como as crises de
identidade da primeira infância, podem ir se acumulando ao longo dos anos
impedindo, dessa forma, o desenvolvimento do indivíduo no convívio social.

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