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Desenvolvimento

Psicossocial na Segunda
Infância
O desenvolvimento do self
 Autoconceito: quadro mental descritivo e avaliativo das próprias capacidades e
traços. Determina como nos sentimos sobre nos mesmos e orienta nossas ações.

 Senso de identidade: aspecto social, pois a criança incorpora em sua autoimagem


a crescente compreensão de como os outros a veem.

 Autodefinição: Conjunto de características usadas para descrever a si próprio.


normalmente muda entre os 5 e os 7 anos de idade. Do específico para o geral.
Autocrítica e emoções conflitantes.

 identidade real: O que a pessoa realmente é. Não se reconhece aos 04 anos.

 identidade ideal: O que a pessoa gostaria de ser.


 Na segunda infância os conceitos são unidimensionais;

 Na terceira infância, as crianças começam a integrar aspectos específicos de


sua identidade em um conceito geral e multidimensional.

 Influência da cultura: A cultura ajuda a moldar o entendimento do self. Por


exemplo, uma dimensão cultural importante – individualismo versus
coletivismo – impacta o entendimento do self em relação aos outros.
Autoestima

 É a parte autoavaliativa do autoconceito, o julgamento que a criança faz


sobre seu valor geral. A autoestima baseia-se, em parte, na crescente
capacidade cognitiva da criança de descrever e definir a si própria.

 o modo como se sentem sobre si mesmas demonstra consistência;


autopercepções positivas ou negativas aos 5 anos predizem a autopercepção e
o funcionamento socioemocional aos 8 anos

 A sua autoestima não tem base na realidade. Um motivo para isso é que a
autoestima resulta, em parte, do feedback que recebem das outras pessoas, e
os adultos tendem a oferecer feedback positivo e não crítico
 Não surpreende, então, que as crianças cuja autoestima é contingente ao
sucesso tendem a se sentir desmoralizadas quando fracassam.
Frequentemente essas crianças atribuem o fracasso às suas deficiências, que
acreditam serem incapazes de mudar.

 Crianças com autoestima não contingente ao sucesso, em contrapartida,


tendem a atribuir o fracasso ou a decepção a fatores externos ou à
necessidade de se esforçarem mais.
Regulando as emoções

 A capacidade de regular, ou controlar, os próprios sentimentos é um dos


avanços importantes da segunda infância.

 A autorregulação emocional ajuda as crianças a guiarem seu comportamento


e ajustarem suas respostas para atender as expectativas da sociedade.

 O controle está associado a adaptação.


COMPREENDENDO EMOÇÕES

 A compreensão emocional parece proceder de forma ordenada e hierárquica.


Primeiro, em torno dos 5 anos, as crianças entendem os aspectos públicos das
emoções. Entende as coisas que provocam as emoções.

 Com cerca de 4 a 5 anos, a maioria das crianças consegue reconhecer expressões


faciais de alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa e nojo.

 Em torno dos 7 anos, as crianças começam a entender que os estados mentais


podem provocar emoções.

 Por exemplo, elas entendem que é possível sentir uma coisa e parecer outra. Elas
também entendem que o que uma pessoa acredita, mesmo que não seja verdade,
pode afetar o seu estado emocional, e que o que alguém quer, mesmo que elas
próprias não o queiram, também pode afetar o estado emocional
Compreensão das emoções direcionadas
a si mesmo
 Emoções sociais envolvem comparar a si e as próprias ações aos padrões
sociais.

 As emoções direcionadas a si próprio incluem a culpa, a vergonha e o orgulho,


e normalmente se desenvolvem ao final do terceiro ano, depois que as
crianças adquirem consciência de si mesmas e aceitam os padrões de
comportamento estabelecidos pelos pais.
ERIKSON: INICIATIVA VERSUS CULPA

 A necessidade de lidar com sentimentos conflitantes sobre si próprio está na


essência do terceiro estágio do desenvolvimento psicossocial identificado por
Erikson (1950): iniciativa versus culpa.

 Crianças em idade pré-escolar podem fazer – e querem fazer – cada vez mais.
Ao mesmo tempo, elas estão aprendendo que algumas das coisas que querem
fazer são aprovadas socialmente, enquanto outras não.

 Crianças que aprendem a regular esses impulsos conflitantes desenvolvem a


“virtude” do propósito, a coragem de imaginar e buscar metas sem serem
indevidamente inibidas pela culpa ou pelo medo da punição (Erikson, 1982).
Identidade de gênero

 A consciência de ser do sexo feminino ou masculino, e tudo o que isso implica


na sociedade de origem, é um aspecto importante do desenvolvimento do
autoconceito.

 Diferenças de gênero são diferenças psicológicas ou comportamentais entre


homens e mulheres. É uma área controversa da psicologia. As diferenças
mensuráveis entre bebês meninos e meninas são poucas.

 As diferenças de gênero na cognição são poucas e pequenas, e afetadas pelas


características da tarefa
PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO DE
GÊNERO

 Papéis de gênero: são os comportamentos, interesses, atitudes, habilidades e


traços de personalidade que uma cultura considera apropriada para homens e
mulheres.

 Tipificação de gênero: Processo de socialização pelo qual a criança, ainda


pequena, aprende a se apropriar dos papéis de gênero.

 Estereótipos de gênero: Generalizações preconcebidas sobre o


comportamento masculino ou feminino.
Brincadeira

 As brincadeiras são de suma importância para o desenvolvimento e têm


funções significativas no momento e a longo prazo;

 Ele permite que as crianças envolvam-se com o mundo à volta delas, usem
sua imaginação, descubram formas flexíveis de usar objetos e solucionar
problemas e preparem-se para papéis adultos.

 Complexidade cognitiva e dimensão social.


NÍVEIS COGNITIVOS DO BRINCAR

 jogo funcional: brincadeira envolvendo a prática repetida de movimentos dos grandes


músculos.

 jogo construtivo: brincadeira envolvendo o uso de objetos ou materiais para fazer algo.

 jogo dramático (também chamado de jogo de faz de conta, jogo de fantasia ou jogo
imaginativo), envolve objetos, ações ou papéis imaginários. Competência social e linguística

 O desenvolvimento cognitivo mais avançado permite brincadeiras mais sofisticadas, mas


também ajuda a fortalecer o desenvolvimento de conexões densas no cérebro e fortalecer a
posterior capacidade para o pensamento abstrato.

 jogos formais com regras – jogos organizados com procedimentos conhecidos e penalidades,
como esconde-esconde e pega-pega.
A DIMENSÃO SOCIAL DO BRINCAR

 Quando a criança fica mais velha, seus jogos tendem a se tornar mais sociais –
isto é, mais interativos e mais cooperativos

 Ela sugeriu que crianças pequenas que continuam a brincar sozinhas podem
desenvolver problemas sociais, psicológicos ou educacionais. É verdade que o
jogo solitário muitas vezes é um sinal de timidez, ansiedade, medo ou
rejeição social

 Gênero e brincadeira: segregação de gênero: tendência a escolher


companheiros de brincadeira do próprio sexo. Quanto mais as crianças
acreditam nos estereótipos de gênero, menos brincam com crianças do sexo
oposto.
CULTURA E BRINCADEIRA

 As crianças que se comportam de modos contrários a valores culturais podem


ser rejeitadas pelos colegas, enquanto aquelas que representam esses valores
tendem a ser mais aceitas

 Por exemplo, culturas de estilo ocidental têm maior probabilidade de


valorizar a independência e a iniciativa, enquanto culturas coletivistas dão
mais valor a traços como autocontrole e harmonia do grupo
Parentalidade

 Disciplina: Métodos para moldar o caráter das crianças e para ensiná-las a


exercer o autocontrole e ter um comportamento aceitável.

 Reforço e punição

 Os pais às vezes punem os filhos para acabar com um comportamento


indesejável, mas geralmente eles aprendem mais com um reforço para o bom
comportamento.

 Os reforços externos podem ser tangíveis (divertimentos, mais horas de


brincadeira) ou intangíveis (um sorriso, uma palavra de elogio ou um
privilégio especial).
 A punição muito severa pode ser prejudicial.

 Uma das formas mais severas de parentalidade envolve o uso do castigo


corporal. O castigo corporal tem sido definido como “o uso da força física com
a intenção de causar dor na criança, e não ferimentos, de modo a corrigir ou
controlar o comportamento infantil”

 Além do risco de ferimento, as crianças que sofrem castigo corporal podem


falhar em internalizar mensagens morais, desenvolver relacionamentos de pai
e filho insatisfatórios e apresentar agressividade física ou comportamento
antissocial aumentados.
 Técnicas indutivas: técnicas disciplinares destinadas a induzir o
comportamento desejável por apelo à racionalidade e ao senso de justiça da
criança.

 Afirmação de poder: estratégia disciplinar destinada a desencorajar o


comportamento indesejável por meio da aplicação física ou verbal do controle
parental.

 retirada do amor: estratégia disciplinar que envolve ignorar, isolar ou mostrar


desagrado por uma criança.
ESTILOS DE PARENTALIDADE
 Assim como as crianças diferem em temperamento, os pais diferem nas suas abordagens à
parentalidade.

 parentalidade autoritária: Na terminologia de Baumrind, estilo de parentalidade que enfatiza


o controle e a obediência.

 parentalidade permissiva: Na terminologia de Baumrind, estilo de parentalidade que enfatiza


a autoexpressão e a autorregulação.

 parentalidade autoritativa (democrática): Na terminologia de Baumrind, estilo de


parentalidade que combina respeito pela individualidade da criança com uma tentativa de
incutir valores sociais.

 Negligente ou omissa – para descrever pais que, às vezes, por conta do estresse ou da
depressão, concentram-se mais em suas necessidades do que nas dos filhos.
QUESTÕES COMPORTAMENTAIS ESPECIAIS
 Altruísmo: Comportamento que visa ajudar os outros, motivado por uma
preocupação interior e sem expectativa de recompensa externa; pode envolver
autonegação e autossacrifício.

 comportamento pró-social: Qualquer comportamento voluntário que visa ajudar os


outros.

 agressão instrumental ou agressão utilizada como instrumento para atingir um


objetivo – o tipo mais comum de agressão na segunda infância.

 Agressão explícita (direta): Agressão abertamente direcionada ao seu alvo.

 Agressão relacional: Agressão com o intuito de prejudicar ou interferir no


relacionamento, reputação ou bem-estar psicológico de outra pessoa.
Por que algumas crianças são mais
agressivas do que outras?
 O temperamento pode ter o seu papel. Crianças muito emotivas e com baixo
autocontrole tendem a expressar a raiva de modo agressivo.

 A agressividade tanto física quanto social tem fontes genéticas e ambientais,


mas a influência relativa das duas difere.

 O comportamento dos pais influencia fortemente a agressividade. Em diversos


estudos longitudinais, o apego inseguro e a falta de carinho e afeição materna
na primeira infância puderam prever a agressividade na segunda infância
Medo

 Medos passageiros são comuns na segunda infância.

 Aos 6 anos, é mais provável que a criança tenha medo do escuro. Outros medos bastante
comuns são o medo de tempestades, médicos e criaturas imaginárias

 Os medos das crianças pequenas têm origem, em grande parte, nas suas intensas fantasias e
na tendência a confundir fantasia com realidade.

 Quando aquele senso de autonomia se junta com a crescente capacidade delas de entender e
prever eventos em seu ambiente, as crianças sentem-se mais no controle, e portanto menos
amedrontadas

 Ridicularização (“Você não é mais criancinha!”), coerção (“Passe a mão no cachorrinho – ele
não vai machucá-lo”) e persuasão lógica (“O urso mais próximo está a 30 quilômetros de
distância, trancado em um zoológico”) não ajudam muito
Relacionamentos com outras crianças

 RELACIONAMENTO ENTRE IRMÃOS


 As primeiras brigas entre irmãos, mais frequentes e mais intensas, são por direitos
de propriedade ou acesso à mãe. Embora adultos irritados possam nem sempre ver
dessa maneira, brigas e reconciliações entre irmãos são oportunidades de
socialização, quando as crianças aprendem a defender princípios e a negociar
desacordos, em parte porque a natureza involuntária do relacionamento garante a
continuidade das interações

 o comportamento pró-social e o comportamento orientado para o brincar é mais


comum do que a rivalidade, a hostilidade e a competição.

 A qualidade do relacionamento de irmãos tende a se transferir para o


relacionamento com outras crianças.
 O FILHO ÚNICO

 COLEGAS E AMIGOS: Aprende a resolver problemas nos relacionamentos e a se


colocar no lugar da outra pessoa, além de ver modelos de vários tipos de
comportamento. Aprende valores morais e normas de papel de gênero e
pratica papéis sociais adultos.

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