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Desenvolvimento

psicossocial na
segunda infância
Psicologia do Desenvolvimento Infantil
Desenvolvimento do self
O autoconceito é o nosso quadro total de nossas capacidades e traços. É “uma construção
cognitiva [...] um sistema de representações descritivas e avaliativas sobre a nossa pessoa”, que
determina como nos sentimos sobre nós mesmos e orienta nossas ações.
O senso de identidade também tem um aspecto social: a criança incorpora em sua autoimagem a
crescente compreensão de como os outros a veem.
4 anos - as declarações de Jason sobre si mesmo são unidimensionais, tudo ou nada (“Eu gosto de
pizza... Eu sou muito forte”).
5, 6 anos - “Eu posso correr rápido e posso subir bem alto. Eu também sou forte. Posso jogar a bola
bem longe, um dia vou entrar em um time!”
Por volta dos 7 anos, Jason descreverá a si próprio em traços gerais, tais como popular, inteligente
ou idiota; reconhecerá que pode ter emoções conflitantes; e terá autocrítica ao mesmo tempo em
que sustenta um autoconceito geral positivo.
“Eu sou bom no hóquei, mas sou ruim em matemática.”

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A autoestima é a parte autoavaliativa do
Autoestima autoconceito, o julgamento que a criança faz sobre
seu valor geral.
A autoestima baseia-se, em parte, na crescente
capacidade cognitiva da criança de descrever e
definir a si própria.
Resulta do fedback de pessoas e costuma ser
unidimensional.
**Componente social.
*Desamparo aprendido.
A autoestima na segunda infância tende a ser global
e irrealista, refletindo a aprovação dos adultos

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Regulação de emoções
A capacidade de regular, ou controlar, os próprios sentimentos é um dos avanços
importantes da segunda infância.
A autorregulação emocional ajuda as crianças a guiarem seu comportamento e
ajustarem suas respostas para atender as expectativas da sociedade.
Diferenças culturais.
A compreensão das emoções direcionadas à própria criança e das emoções
simultâneas se desenvolve gradualmente.
Segundo Erikson, o conflito de desenvolvimento na segunda infância é o de iniciativa
versus culpa. A resolução bem-sucedida desse conflito resulta na virtude do propósito.
Com cerca de 4 a 5 anos, a maioria das crianças consegue reconhecer expressões
faciais de alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa e nojo.
9 anos – entendimento das emoções conflitantes.
Erikson - iniciativa versus culpa (necessidade de lidar com sentimentos conflitantes
sobre si próprio)
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Gênero
A identidade de gênero, a consciência de ser do sexo feminino
ou masculino, e tudo o que isso implica na sociedade de
origem, é um aspecto importante do desenvolvimento do
autoconceito.
Meninos e meninas – mais semelhanças que diferenças.
A principal diferença de gênero na segunda infância é a maior
agressividade dos meninos. As meninas tendem a ser mais
empáticas e pró-sociais e menos propensas a ter problemas
comportamentais.
As crianças aprendem os papéis de gênero bem cedo por meio
da tipificação de gênero. Os estereótipos de gênero atingem
um ponto máximo durante os anos de pré-escola.
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Gênero
Abordagem biológica considera que muitas das diferenças de comportamento entre os sexos podem ser
atribuídas a diferenças biológicas.
A teoria evolucionista considera os papéis de gênero das crianças uma preparação para o
comportamento de acasalamento adulto.
Na teoria freudiana, a criança se identifica com o genitor do mesmo sexo depois de ter desistido do
desejo de possuir o genitor do sexo oposto.
A teoria cognitivo-desenvolvimental sustenta que a identidade de gênero se desenvolve sobre a
consciência que se tem do próprio gênero. Segundo Kohlberg, a constância de gênero leva à aquisição
de seus papéis.
A teoria do esquema de gênero sustenta que a criança categoriza as informações relacionadas ao
gênero, observando o que homens e mulheres fazem em sua cultura.
Segundo a teoria social cognitiva, a criança aprende os papéis de gênero por meio da socialização. Os
pais, os colegas e a cultura influenciam a tipificação de gênero.

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Brincadeira
O brincar traz benefícios físicos, cognitivos e psicossociais. As mudanças nos tipos de
brincadeira em que a criança se envolve refletem os desenvolvimentos cognitivo e social.
A criança progride cognitivamente do jogo funcional para o jogo construtivo, o jogo
dramático e então para jogos formais com regras. O jogo dramático torna-se cada vez mais
comum durante a segunda infância e ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais e
cognitivas.
O brincar torna-se mais social durante a segunda infância. No entanto, pesquisas posteriores
constataram que jogos não sociais não são necessariamente um sinal de imaturidade.
As crianças preferem brincar (e brincar mais socialmente) com outras do mesmo sexo.
Aspectos cognitivos e sociais do brincar são influenciados pelos ambientes culturalmente
aprovados que os adultos criam para as crianças.

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Parentalidade

■ A parentalidade pode ser um desafio


complexo. Os pais deverão lidar com o pequenos
indivíduos que possuem mente e vontade
independentes, mas que ainda têm muito a
aprender sobre quais tipos de comportamentos
funcionam bem em sociedade.

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Formas de Disciplina

■ No campo do desenvolvimento humano, a disciplina refere-se


aos métodos de moldar o caráter e ensinar autocontrole e
comportamento aceitável.

Os leigos tendem a falar sobre disciplina como algo que envolve


apenas punição, mas a definição psicológica da palavra também
inclui técnicas como recompensar comportamentos desejados e
chamar a atenção para como as ações afetam as outras pessoas.

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Formas de Disciplina
• Reforço e Punição

• Raciocínio Indutivo, Afirmação de


Poder e Retirada do Amor
Estilos de Parentalidade

■ Assim como as crianças diferem em temperamento, os


pais diferem nas suas abordagens à parentalidade.

Modelo de Baumrind de estilos de parentalidade


-Parentalidade Autoritária
-Parentalidade Permissiva
-Parentalidade Autoritativa (democrática)

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Questões Comportamentais Especiais

■ Três questões específicas de especial interesse para pais,


cuidadores e professores de crianças de pré-escola são como
promover o altruísmo, controlar a agressividade e lidar com os
medos que geralmente surgem nessa idade.

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Comportamento Pró-social
■ Exemplo: Alex, aos 3 anos e meio, respondeu às
queixas de dois colegas de pré-escola que não
tinham massa de modelas suficiente, seu brinquedo
favorito, dando-lhes metade da sua.
■ Alex estava demonstrando altruísmo: motivação
para ajudar outra pessoa sem expectativa de
recompensa.
■ O altruísmo é a essência do comportamento
pró-social, ações positivas e voluntárias para ajudar
os outros. 13
Agressividade

■ Exemplo: Noah vai até Jake, que está brincando


discretamente com um carrinho de brinquedo. Noah bate
em Jake e rouba o carrinho.

■ Trata-se de uma agressão instrumental ou agressão


utilizada como instrumento para atingir um objetivo – o tipo
mais comum de agressão na segunda infância.

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Agressividade

■ A agressão surge principalmente durante


jogos sociais; as crianças que mais brigam
também tendem a ser as mais sociáveis e
competentes.
À medida que a criança desenvolve mais o
autocontrole e torna-se mais capacitada para se
expressar verbalmente, ela passa da agressão
com socos para a agressão com palavras.

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Diferenças de Gênero na
Agressividade

■ Quando a agressividade é analisada mais de


perto, meninos e meninas parecem usar tipos
diferentes.
Os meninos envolvem-se mais em agressão
explícita (direta), e tendem a optar por atos
abertamente agressivos e diretos contra um alvo.
As meninas, por outro lado, tendem a recorrer a
uma forma de agressão social indireta, chamada
de agressão relacional.
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Medo

■ Medos passageiros são comuns na segunda infância (medo de animais,


de escuro, de médicos, criaturas imagináveis, dentre outros.)

■ Os medos das crianças pequenas têm origem, em grande parte, nas


suas intensas fantasias e na tendência a confundir fantasia com realidade.
Podem originar-se também ao se tomar conhecimento das experiências
de outras pessoas ou do “contágio” das suas respostas de medo.

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Medo

■ Os pais podem ajudar a evitar os medos dos


filhos incutindo um senso de confiança e cautela
normal, sem ser muito protetores, pela superação
de seus próprios medos irreais e, em particular,
modelando comportamentos positivos na
presença dos objetos temidos. Eles podem
ajudar uma criança temerosa tranquilizando-a e
encorajando a livre expressão dos sentimentos:
“Eu sei que é assustador, mas o trovão não pode
feri-lo”.
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Medo

■ Importante lembrar que ridicularização (“Você não é mais uma


criancinha!”), coerção (“Passa a mão no cachorrinho – ele não vai
machucá-lo”) e persuasão lógica (“O urso mais próximo está a 30
quilômetros de distância, trancado em um zoológico”) não ajudam
muito.

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Relacionamentos com Outras Crianças

■ Embora as pessoas mais importantes no mundo da


criança pequena sejam os adultos que tomam conta
dela, o relacionamento com irmãos e colegas torna-se
mais importante na segunda infância.

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Relacionamento Entre Irmãos
■ As primeiras brigas entre irmãos, mais
frequentes e mais intensas, são por diretos de
propriedade ou acesso à mãe. Embora adultos
irritados possam nem sempre ver dessa maneira,
brigas e reconciliações entre irmãos são
oportunidades de socialização e negociação.
■ Afeição, interesse, companheirismo e
influência também são prevalentes nos
relacionamentos entre irmãos.

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Relacionamento Entre Irmãos

■ A qualidade do relacionamento de irmãos tende a se transferir


para o relacionamento com outras crianças. Uma criança que é
agressiva com os irmãos provavelmente é agressiva também com
os amigos.

■ Irmãos que costumam brincar amigavelmente juntos tendem a


desenvolver comportamentos pró-sociais.

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O Filho Único
■ Nos estudos feitos nos Estados Unidos, com
relação ao desempenho acadêmico e sucesso
no trabalho, os filhos únicos têm desempenho
ligeiramente melhor do que crianças com
irmãos.
Eles tendem a ser mais motivados para
realizações e a ter uma autoestima levemente
mais alta; e não diferem, em ajustamento
emocional, sociabilidade ou popularidade.
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O Filho Único

■ Porque os filhos únicos se saem melhor em alguns


indicadores do que as crianças com irmãos?

-Os filhos únicos se saem melhor porque os pais


focalizam mais atenção neles, falam mais com eles e
esperam mais deles do que pais com mais de um
filho.

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O Filho Único

■ Os filhos únicos parecem também estar


me vantagem na China. Quando adultos,
os filhos únicos em geral tendem a
apresentar menos sinais de ansiedade e
depressão do que quem nasceu em
família com irmãos.

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Colegas e Amigos

■ As amizades se desenvolvem à medida que as pessoas


também se desenvolvem.

Por meio das amizades e interações com colegas casuais, a


criança aprende a se relacionar com os outros. Aprende que
sendo amiga é que se tem amigos. Aprende a resolver
problemas nos relacionamento e a se colocar no lugar da outra
pessoa, além de ver modelos de vários tipos de comportamento.
Aprende valores morais e normas de papel de gênero e pratica
papéis sociais adultos.
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PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin.
Referências Desenvolvimento humano. 14. ed. Porto Alegre:
ArtMed, 2020.

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