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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
DISCIPLINA DESENVOLVIMENTO HUMANO: INFÂNCIA

Unidade 1 – O estudo do Desenvolvimento Humano

1.4 Perspectivas teóricas em Psicologia do Desenvolvimento:


abordagem psicanalítica, perspectiva cognitiva, epistemologia
genética, psicologia histórico-cultural e teoria ecológica.

Prof. Me. Willian Araujo Moura


Abordagem psicanalítica

A perspectiva psicanalítica preocupa-se


com as forças inconscientes que
motivam o comportamento humano.

Início século XX, Sigmund Freud


desenvolveu a psicanálise.
Freud e o desenvolvimento
psicossexual
Desenvolvimento psicossexual, na
teoria freudiana, é uma sequência
invariável de estágios de
desenvolvimento da personalidade
durante os primeiros anos de vida,
infância e adolescência, em que a
gratificação muda de zona erógena.
Freud acreditava que a personalidade
formava-se nos primeiros anos de vida,
momento em que as crianças passam
por conflitos inconscientes entre seus
impulsos biológicos inatos e as
exigências da sociedade.

Das cinco fases de desenvolvimento da


personalidade que Freud descreveu, ele
considerava as três primeiras cruciais.
Se as crianças recebem muito pouca
ou excessiva gratificação em
qualquer uma das etapas, estão em
risco de desenvolverem uma fixação.
Ex.: fixação fase oral – roer unhas, comer
ou fumar compulsivamente,
personalidade sarcasticamente crítica;
Fixação fase anal – pessoa
obsessivamente limpa e caprichosa,
rigidamente ligada a horários e rotinas ou
provocadoramente desleixada.
Um acontecimento fundamental
ocorro durante a fase fálica – a
zona de prazer transfere-se para
os genitais.
Complexo de Édipo e complexo de
Electra.
Medo da castração e inveja do
pênis.
As crianças resolvem esta ansiedade
pela identificação com o genitor de
mesmo sexo e entram na relativamente
calma fase de latência.
Socialização, desenvolvimento de
habilidades e aprendizado sobre si
mesmas e sobre a sociedade.
A fase genital se estende por
toda a vida adulta.
Mudanças físicas da
puberdade voltam a despertar
a libido, energia que alimenta o
impulso sexual.

Freud propôs três partes


hipotéticas da personalidade:
id, ego e superego.
Freud descreveu diversos mecanismos de
defesa, modos mediante os quais as
pessoas inconscientemente lidam com a
ansiedade distorcendo a realidade.
Ex.: uma criança pode reprimir (bloquear da
consciência e da memória) sentimentos ou
experiências que causam ansiedade.
Um criança que está enfrentando um fato
inquietante como o nascimento de um irmão ou
o ingresso na escola, pode regredir – retornar a
um comportamento anterior, como sugar o
polegar ou urinar na cama.
Freud conscientizou-nos da
importância dos pensamentos,
dos sentimentos e das motivações
inconscientes; do papel das
experiências de infância na
formação da personalidade; dos
modos mediante os quais as
imagens mentais dos primeiros
relacionamentos influenciam os
relacionamentos posteriores.
Erik Erikson: Desenvolvimento Psicossocial

O desenvolvimento psicossocial, na teoria de


Erikson, é o processo social e culturalmente
influenciado de desenvolvimento do ego ou do
eu; ele consiste de oito estágios ao longo do
ciclo de vida, cada um girando em torno de
uma crise que pode ser resolvida alcançando-
se um equilíbrio saudável entre traços positivos
e negativos alternativos.
Erikson modifica e estende a teoria
freudiana, enfatizando a influência
da sociedade sobre o
desenvolvimento da personalidade.

Enquanto Freud sustentava que as


experiências da infância moldavam
permanentemente a personalidade,
Erikson afirmava que o
desenvolvimento do ego é vitalício.
Cada estágio, para Erikson,
envolve uma crise na
personalidade – uma questão de
desenvolvimento que é
particularmente importante
naquele momento e que
continuará tendo alguma
importância durante toda a vida.
As crises devem ser satisfatoriamente
resolvidas para um saudável
desenvolvimento do ego. O êxito na
resolução de cada crise é o
desenvolvimento de uma
determinada virtude ou força.

A teoria de Erikson sustentou-se melhor


do que a de Freud principalmente por
sua ênfase às influências sociais e
culturais e ao desenvolvimento depois
da adolescência.
ESTÁGIOS PSICOSSOCIAIS DE ERIK ERIKSON

PERÍODO CRISE EQUILÍBRIO VIRTUDE

Nascimento aos Confiança versus Bebê desenvolve a Esperança.


12-18 meses desconfiança ideia de se o mundo é
um lugar bom e seguro.
12-18 meses aos 3 Autonomia versus Criança desenvolve um Vontade.
anos vergonha e equilíbrio entre
dúvida independência e
autossuficiência, e
vergonha e dúvida.
3 aos 6 anos Iniciativa versus Criança desenvolve Propósito.
culpa iniciativa quando
experimenta novas
atividade e não é
dominada pela culpa.
6 anos à Produtividade Criança deve aprender Habilidade.
puberdade versus habilidades da cultura
inferioridade ao enfrentar
sentimentos de
incompetência.
ESTÁGIOS PSICOSSOCIAIS DE ERIK ERIKSON
PERÍODO CRISE EQUILÍBRIO VIRTUDE
Puberdade ao início Identidade versus Adolescente deve Fidelidade.
da idade adulta confusão de determinar seus sentido
identidade pessoal de identidade
(“Quem sou eu?”) ou sentir
confusão sobre papeis.
Idade adulta jovem Intimidade versus Pessoa procura formar Amor.
isolamento compromissos com os
outros; em caso de
fracasso pode sofrer de
isolamento e
autoabsorção.
Idade adulta Geratividade versus Adulto maduro preocupa- Consideração
estagnação se em estabelecer e .
orientar a nova geração,
ou então sente
empobrecimento pessoal.
Idade adulta tardia Integridade versus O idoso alcança a Sabedoria.
desespero aceitação da própria vida,
o que lhe permite aceitar a
morte, ou então se
desespera pela
incapacidade de reviver a
vida.
Perspectiva da Aprendizagem

Preocupa-se em descobrir as leis objetivas


que governam o comportamento
observável.

Os teóricos da aprendizagem sustentam que


o desenvolvimento resulta da
aprendizagem, uma mudança de longa
duração no comportamento baseado na
experiência ou adaptação ao ambiente.
Os teóricos da aprendizagem
veem o desenvolvimento como
algo contínuo (e não em etapas)
e enfatizam a mudança
quantitativa.

Por salientarem as influências


ambientais, ajuda a explicar as
diferenças culturais no
comportamento.
Behaviorismo

Teoria mecanicista que descreve o


comportamento observado como resposta
previsível a experiência – ênfase no ambiente.

Os seres humanos aprendem reagindo a


condições ou a aspectos de seu ambiente que
acham agradáveis, dolorosos ou ameaçadores.
A pesquisa comportamental
concentra-se na aprendizagem
associativa, na qual se forma uma
ligação mental entre dois fatos.

Dois tipos de aprendizagem


associativa:
Condicionamento clássico e
condicionamento operante.
Condicionamento clássico:
Tipo de aprendizagem em que um estímulo
anteriormente neutro (que originalmente não
provocava uma determinada resposta) adquire
a capacidade de provocar uma resposta
depois que o estímulo é repetidamente
associado a outro estímulo que normalmente
provoca a resposta.

John B. Watson: poderia moldar qualquer


bebê do modo que desejasse –
“Albertinho”
Condicionamento operante:
Tipo de aprendizagem em que uma pessoa
tende a repetir um comportamento que foi
reforçado ou cessar um comportamento que foi
punido – o indivíduo aprende com as
consequências de “operar” sobre o ambiente.

B. F. Skinner: reforço positivo, reforço


negativo, punição, generalização e
extinção.

O que é reforço para uma pessoa pode ser


punição para outra.
Teoria da Aprendizagem Social
(Sociocognitiva)

Sustenta que as crianças, em especial,


aprendem comportamentos sociais pela
observação e imitação de modelos.

Albert Bandura: o aprendiz é ativo; a


pessoa também atua sobre o ambiente.
As pessoas aprendem em um contexto
social e a aprendizagem humana é mais
complexa do que simples
condicionamento.

Reconhecem a importância da cognição.

As pessoas adquirem novas capacidades


por meio da aprendizagem por observação
ou vicária, ou seja, observando os outros.
A aprendizagem por observação
pode ocorrer mesmo que a
criança não imite o
comportamento observado.

O comportamento específico
que as crianças imitam depende
do que elas percebem que é
valorizado em sua cultura.
Fatores cognitivos, como as
capacidades de prestar atenção e
de organizar mentalmente as
informações dos sentidos, afetam o
modo como as pessoas incorporam
o comportamento observado ao seu
comportamento pessoal.
Perspectiva Humanista

Visão do desenvolvimento da
personalidade que vê as pessoas como
possuidoras da capacidade de
promover seu próprio desenvolvimento
positivo e saudável por meio das
capacidades unicamente humanas de
escolha, de criatividade e de
autorrealização.
Abraham Maslow e Carl Rogers
rejeitam a ideia de que as pessoas são
basicamente prisioneiras de suas
primeiras experiências inconscientes,
de impulsos instintuais ou de forças do
ambiente.

Os pensadores humanistas enfatizam


a capacidade que as pessoas tem de
tomar conta de suas vidas,
independentemente de sua idade ou
das circunstâncias.
Os psicólogos humanistas dão
especial atenção a fatores internos na
personalidade: sentimentos, valores e
esperanças.

Procuram ajudar as pessoas a


promover seu próprio
desenvolvimento por meio das
capacidades caracteristicamente
humanas de escolha, criatividade e
autorrealização.
Salientam o potencial para um
desenvolvimento positivo e saudável;
qualquer característica negativa são
consequências de danos infligidos à
pessoa em desenvolvimento.

Maslow identificou uma hierarquia


de necessidades: uma ordem de
classificação das necessidades que
motivam o comportamento humano.
Necessidades de
autorrealização:
encontrar
autossatisfação e
realizar o potencial.

Necessidades de estima:
realizar, ser competente
e obter aprovação e
reconhecimento.

Necessidades de afiliação e amor:


afiliar-se aos outros, ser aceito e
pertencer.

Necessidades de segurança: sentir-se


seguro e protegido, fora de perigo.

Necessidades fisiológicas: fome, sede, etc.


De acordo com Maslow, as pessoas só
podem empenhar-se para atender
necessidades superiores depois que
satisfizerem necessidades básicas.

As teorias humanistas fizeram uma


contribuição valiosa pela promoção de
abordagens, tanto na educação dos filhos
como no autoaperfeiçoamento adulto, que
respeitam as singularidades do indivíduo.
Perspectiva Cognitiva

Visão do desenvolvimento que se


preocupa com os processos de
pensamento e com o comportamento
que reflete tais processos.

Estágios cognitivos de Piaget,


abordagem de processamento de
informações e teorias neopiagetianas.
Abordagem do Processamento de
Informações
É a abordagem de estudo do desenvolvimento
cognitivo pela observação e análise dos
processos mentais envolvidos na percepção e
no manuseio da informação.

Os cientistas estudam como as pessoas


adquirem, lembram e utilizam a informação
através da manipulação de símbolos ou
imagens mentais.
Modelos computacionais ou fluxogramas
que analisam as etapas específicas pelas
quais o cérebro parece passar na reunião,
armazenamento, na recuperação e na
utilização da informação.

Não propõe estágios de desenvolvimento,


mas assinalam aumentos relacionados com
a idade na velocidade, complexidade e
eficiência do processamento mental, no
volume e na variedade de material que
pode ser armazenado na memória.
REDES ASSOCIATIVASS E
RECORDAÇÃO

Teoria da rede associativa: as


memórias individuais estão ligadas
em redes e a ativação de uma
memória levará à ativação de
outras memórias na mesma rede.
Clusters (grupos): cada memória
consiste em um cluster de
componentes e a ativação de
qualquer um dos componentes
levará à ativação dos outros
componentes e resultará na
memória → componentes de uma
memória pode incluir imagens,
sentimentos, respostas fisiológicas.
Ativação: a ativação de
qualquer memória em uma rede
levará à ativação de outras
memórias nesta rede → a
estimulação sequencial das
memórias em uma rede é o
processo de pensamento ou o
“fluxo de consciência”.
Priming: memórias e conexões que
foram usadas mais recente, ou
frequentemente, são ativadas com
mais facilidade, tornando-se mais
fortes → ativar uma rede do tipo
priming o leva a recordar coisas
naquela rede → o processo de
priming explica por que uma vez que
comecemos a pensar sobre um
tópico, como razões para estar
deprimidos, tendemos a perseverar
neste tópico.
Ativação automática: a ativação de
redes é um processo automático → os
processos de pensamento não param e
se uma rede não é estimulada, a rede
mais recentemente primed ou mais forte
tende a ser ativada → isso explica o
motivo pelo qual você tende a voltar a
um tópico particular, a menos que esteja
focalizando sua atenção em outro lugar
→ uma pessoa que tende a deprimir-se,
sempre que não está pensando sobre
algo mais, começa a pensar
pensamentos depressivos.
ESTÁGIOS DO PROCESSAMENTO DE MEMÓRIA
Como as informações entram no sistema de
memória?

Teoria dos três estágios do processamento de


memória: a) entrada de informações na
memória sensorial; b) passagem de algumas
das informações para a memória de curta
duração e c) processamento de algumas
destas informações para armazenagem na
memória de longa duração.
Memória sensorial: tudo o que você
percebe entra primeiro na memória
sensorial → esta pode manter as
informações apenas um segundo ou dois →
você seleciona as partes mais importantes e
envia-as à sua memória de curta duração
para processamento → o que é importante
e percebido é definido por aquela rede e
ativado naquele momento → se sua rede
de eventos negativos está ativada porque
você está deprimido, tenderá a perceber
desconsiderações e ignorar elogios por
parte dos outros.
Memória de curta duração: onde
você forma o seu pensamento e
processa informações para a
armazenagem na memória de
longa duração → o
processamento eficaz envolve
pensar ativamente sobre como o
segmento de informação está
relacionado a outros segmentos
de informação nas suas redes, ou
seja, colocá-la em uma rede de
memória.
Memória de longa duração: onde
todas as informações processadas
são armazenadas → as informações
desta memória não estão na
consciência, mas quando necessário
podem ser ativadas e trazidas para a
memória de curto prazo.
ATENÇÃO SELETIVA E MEMÓRIA SELETIVA
Apenas uma fração das informações
que entram na memória sensorial são
passadas à memória de curta
duração.

Apenas uma quantidade limitada de


informações que entram na memória
de curta duração são processadas
para armazenagem na memória de
longa duração.
Apenas as informações na memória
de longa duração que foram
processadas eficazmente serão
recordadas.

Informações em uma rede primed ou


forte tendem muito a ser recordadas.

Essa seletividade não é um processo


aleatório, ela é guiada pelo que
pensamos ser relevantes e irrelevantes.
A atenção e a memória seletiva
pode levar a comportamentos
inadequados → se acredita que é
socialmente inadequado,
prestará atenção e recordará
cada desconsideração e gafe.

Em alguns casos, a atenção


seletiva pode resultar em
profecias autorrealizadoras.
De modo geral: a) nossas primeiras
experiências conduzem ao
desenvolvimento inicial das redes ou
conjuntos cognitivos, b) as redes ou
conjuntos então conduzem à atenção
e memória seletiva, c) a atenção e a
memória seletivas influenciam o que
pensamos e d) nossos pensamentos
determinam os nossos
comportamentos, adequados e
inadequados.
Nossos comportamentos são
orientados em grande parte pelo
que lembramos, mas nossa
memória está sujeita a omissões,
exageros, distorções e falsidade.
Abordagem da neurociência
cognitiva

É a abordagem para o estudo do


desenvolvimento cognitivo que liga
os processos cerebrais aos processos
cognitivos.
Perspectiva Etológica

Visão do desenvolvimento humano que


se concentra nas bases biológicas e
evolucionistas do comportamento.

Para cada espécie, uma variedade de


comportamentos inatos, específicos a
cada espécie, foram desenvolvidos para
aumentar suas chances de sobrevivência.
Comportamentos que são
adaptativos em diferentes períodos do
tempo de vida.

John Bowlby – importância do vínculo


entre mãe e bebê e desaconselhava
a separação dos dois sem oferecer
um substituto de boa qualidade.

Apego, dominância e agressividade


entre amigos e habilidades de
resolução de problemas do dia-a-dia.
Epistemologia Genética de Jean
Piaget
Visa responder à questão não só de
como os indivíduos, sozinhos ou em
conjunto, constroem conhecimentos, mas
também por quais processos e por que
etapas eles conseguem fazer isso.
A Epistemologia é definida como uma
reflexão sobre os princípios fundamentais
das Ciências:
Episteme (Ciência, no sentido mais amplo,
para os gregos, e, sobretudo, mas não
apenas, fundamentos do conhecimento
científico, para nós modernos)
logos (tratado, estudo)
Preocupação metodológica a respeito
da forma como o conhecimento surge no
ser humano, inclusive das raízes mesmas
do conhecimento mais elementar, as
quais não se absolutizam em um
conhecimento primeiro

Piaget: a grande lição contida no estudo


da gênese ou das gêneses é, pelo
contrário, mostrar que não existem jamais
conhecimentos absolutos
Epistemologia Genética objetiva explicar
a continuidade entre processos biológicos
e cognitivos, sem tentar reduzir os últimos
aos primeiros, o que justifica, e ao mesmo
tempo delimita, a especificidade de sua
pesquisa epistemológica: o termo
genético
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel em 1896 e
faleceu em Genebra em 1980.

Formou-se em ciências naturais pela


Universidade de Neuchâtel e desde criança
mostrou interesse pela História Natural.

Publicou o seu primeiro artigo aos 11 anos sobre


um pardal albino, considerado o início de sua
carreira como cientista.
Doutorou-se em biologia aos 22 anos mudando-
se para Zurique, em busca de uma iniciação na
psicologia experimental, onde frequentou aulas
ministras por Paul Eugen Bleuler (psiquiatra suíço
notável pelas suas contribuições para o
entendimento da esquizofrenia).

Em1919, muda-se para Paris, onde fez um curso


de Filosofa das ciências com León Brunschvigc.
 Não contente em ter que repetir sem experimentar,
Piaget aceita o convite para trabalhar no
laboratório de Alfred Binet, auxiliando na
investigação do desenvolvimento intelectual da
criança a partir de testes de inteligência
padronizados elaborados pelo investigador francês.

 “Embora sua tarefa consistisse em classificar


simplesmente as respostas em certas ou erradas,
Piaget descobre de imediato que era muito mais
interessante tentar descobrir as razões dos
fracassos“.
Disposto a confirmar a sua hipótese, inicia um
diálogo clínico com as crianças, afastando-se
radicalmente das normas do teste, a sua
intenção era “[...] descobrir quais eram os
processos de raciocínio que conduziam às
respostas erradas e os que conduziam às
respostas corretas" [6, p. 108].

Deste modo, descobre que raciocínios


aparentemente simples apresentavam
dificuldades, ainda desconhecidas, até a faixa
etária de 10-11 anos.
Em 1923, aos 27 anos, escreveu o seu primeiro
livro, A Linguagem e o Pensamento na Criança,
“[...] quando a questão primeira era: para que
serve a linguagem? A partir daí, mostra que o
progresso da inteligência da criança se dá
através da mudança de suas características e
não, simplesmente, pela eliminação de erros"
[7, p. 180].

Ao longo de seus 84 anos de vida, Piaget


escreveu mais de 60 livros e uns 1500 artigos.
 Piaget começa diferenciando o desenvolvimento
em geral e o desenvolvimento da aprendizagem.
O desenvolvimento do conhecimento é um processo
espontâneo ligado ao desenvolvimento do corpo
como um todo, incluindo o sistema nervoso e as
funções mentais.
Em contrapartida, a aprendizagem é provocada por
um agente externo interessado em promover a
aquisição de algum ponto didático, o que torna o
processo limitado a um problema simples ou a uma
estrutura simples.
Deste modo, o desenvolvimento não é uma soma de
aprendizagens.
Ao discorrer sobre o desenvolvimento do
conhecimento, Piaget esclarece que o mesmo
está intimamente ligado à ideia de operação.
Ou seja, conhecer um objeto não é
simplesmente olhar e fazer uma cópia mental,
ou imagem, deste, há a necessidade do sujeito
agir sobre ele.

A operação, desta maneira, é a essência do


conhecimento, ou uma ação interiorizada que
modifica o objeto do conhecimento.
 Estas estruturas operacionais, para Piaget,
constituem a base do conhecimento, “[...] e o
problema central do desenvolvimento é
compreender a formação, elaboração,
organização e funcionamento dessas estruturas".

 Neste momento, o autor relembra os quatro


grandes estágios de desenvolvimento dessas
estruturas, fornecendo uma síntese de cada um:
Sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto
e operatório formal.
Piaget sugere que há evolução natural-
cognitiva da aquisição de
conhecimentos.

Assim, há quatro estágios nos quais os


sujeitos são quiescentes para evoluírem,
de um estado de total desconhecimento
do mundo que o cerca até o
desenvolvimento da capacidade de
conhecer o que ultrapassa os limites do
que está a sua volta
Estágio 1: do nascimento até
aproximadamente dois anos de idade, a
criança se encontra no estágio sensório-
motor, atingindo um nível de equilíbrio
biológico e cognitivo que permite
constituir uma estrutura linguística, isto é
propriamente conceitual; e isso por volta
dos 12 - 18 meses.
 Estágio sensório-motor (pré-verbal): dura, aproximadamente,
os 18 primeiros meses de vida. É neste estágio que o
conhecimento prático é desenvolvido, constituindo-se a
subestrutura do conhecimento representativo ulterior. Por
exemplo, para um bebê, um objeto não tem permanência,
ao desaparecer de seu campo visual, não mais existe. A
construção do objeto permanente virá quando o bebê
tentar achá-lo e encontrá-lo por sua localização espacial.
Logo, a construção do objeto permanente vem
acompanhada da construção do espaço prático ou
sensório-motor, além da construção da sucessão temporal e
da causalidade sensório-motora elementar. Ou seja, será
construída uma série de estruturas que serão indispensáveis
para o pensamento representativo do próximo estágio.
Estágio 2: terminado este período, a
criança adentra no estágio pré-
operatório, calcado na constituição
ainda incipiente de uma estrutura
operatória, e permanece nele até
completar mais ou menos 7 - 8 anos,
sendo que o equilíbrio próprio é atingido
aqui quando a criança está com a idade
de 4 - 5 anos.
Estágio da representação pré-
operacional (início da linguagem e da
função simbólica): desenvolve-se a
capacidade de substituir o objeto pela
sua representação simbólica. Mas, as
ações sensório-motoras não são
imediatamente transformadas em
operações.
Estágio 3: operatório concreto. Com início
no final do segundo estágio e calcado na
capacidade de coordenar ações bem
ordenadas em “sistemas de conjunto ou
‘estruturas’, suscetíveis de se fecharem”
enquanto tais, ele tem duração, em
média, até os 11 - 12 anos. E quanto,
especificamente, ao nível de equilíbrio
próprio, este acontece aqui por volta dos
9 - 10 anos.
Estágio das operações concretas:
ocorrem operações sobre os objetos
concretos e não sobre hipóteses
expressadas verbalmente. “Por exemplo,
há as operações de classificação,
ordenamento, a construção da ideia de
número, operações espaciais e temporais
e todas as operações fundamentais da
lógica elementar de classes e relações,
da matemática elementar, da geometria
elementar e até da física elementar".
Estágio 4: operatório formal, que se inicia
ao final do terceiro e no qual o ser
humano permanece por toda a vida
adulta, atingindo um estado de equilíbrio
próprio por volta dos 14 – 15 anos de
idade.
Estágio das operações formais ou
hipotético-dedutivas: cria-se a
possibilidade de raciocinar com hipóteses
e não são com objetos. A criança tem a
capacidade de construir operações de
lógica proposicional, e não simplesmente
as operações de classes, relações e
números.
Independentemente do estágio em que
os seres humanos se encontram, a
aquisição de conhecimentos segundo
Piaget acontece por meio da relação
sujeito/objeto.

Esta relação é dialética e se dá por


processos de assimilação, acomodação
e equilibração, num desenvolvimento
sintético mútuo e progressivo.
O dinamismo da equilibração acontece
por meio de sucessivas situações de
equilíbrio – desequilíbrio - reequilíbrio que
visam, por assim dizer, “dominar” o objeto
do conhecimento que vai se constituindo
nesse processo.
A Epistemologia Genética defende que o
indivíduo passa por várias etapas de
desenvolvimento ao longo da sua vida.

O desenvolvimento é observado pela


sobreposição do equilíbrio entre a
assimilação e a acomodação, resultando
em adaptação.
O ser humano assimila os dados que obtém do
exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura
mental que não está “vazia”, precisa adaptar
esses dados à estrutura mental já existente. O
processo de modificação de si próprio é
chamado de acomodação.

Este esquema revela que nenhum


conhecimento chega do exterior sem que sofra
alguma alteração pelo indivíduo, sendo que
tudo o que se aprende é influenciado por
aquilo que já havia sido aprendido.
A assimilação ocorre quando a
informação é incorporada às estruturas já
pré-existentes nessa dinâmica estrutura
cognitiva, enquanto que a adaptação
ocorre quando o organismo se modifica
de alguma maneira de modo a
incorporar dinamicamente a nova
informação.
Por fim, de um pensamento moderno
que, buscando a síntese inusitada entre o
biológico e o lógico-matemático, parece
encontrar seus limites na desconstrução
ainda mais inusitada a que tende
sistematicamente todo o pensamento na
atualidade: a de si mesmo se construindo
de modo essencialmente esclarecido.
Piaget explica como os estágios do
desenvolvimento são formados e quais são
os fatores que explicam o desenvolvimento
de um conjunto de estruturas para outra.

Ele inicia citando quatro fatores principais:


a maturação biológica, o papel da
experiência, a transmissão social e a
equilibração ou autorregulação.
 O primeiro alerta é achar que os estágios são simplesmente
reflexos de uma maturação interna do sistema nervoso. Um
argumento utilizado pelo autor para fazer entender que a
maturação, por si só, não explica o desenvolvimento
cognitivo, é o fato de crianças de mesma idade, em
sociedades diferentes, apresentarem o mesmo nível de
maturação, mas estarem em estágio diferentes. Ou,
apresentarem níveis de maturação diferentes, mas estarem
no mesmo estágio.

 O que se observa é que, embora a ordem dos quatro


grandes estágios seja constante, em todas as sociedades
estudadas, a idade cronológica desses estágios varia
bastante.
Outro erro é pensar ser a experiência a
única responsável pelo desenvolvimento das
estruturas cognitivas.

Piaget apresenta duas razões contrárias a


esta afirmativa. “A primeira razão é a de que
alguns conceitos que aparecem no início do
estágio das operações concretas são tais
que não posso ver como poderiam ser
formados a partir da experiência". Para
exemplificar, o autor cita a conservação de
substância em contraste com a não
conservação do peso e do volume.
 O terceiro fator que influencia na passagem de um
estado cognitivo para outro é a transmissão social.
Piaget afirma, categoricamente, ser este fator de
fundamental importância, mas inócuo se for
analisado isoladamente. Pois, se a criança não tiver
uma estrutura cognitiva que a capacite entender o
que está sendo informado, ela não assimilará a
informação.

 De acordo com Piaget, o quarto e último fator -


fator de equilibração - é de extrema importância.
Uma razão é devida à necessidade dos três fatores
anteriores estarem equilibrados entre si.
O processo de equilibração pode ser
entendido como uma sucessão de
níveis de equilíbrio, em que não é
possível alcançar um determinado
nível a não ser que o equilíbrio tenha
sido atingido no nível anterior.
Lev Semenovich Vigotski

Importância ao papel da interação social no


desenvolvimento do ser humano.

Temas que publicou: neuropsicologia, crítica


literária, deficiência, linguagem, psicologia e
educação.
Planos genéticos de desenvolvimento:
Filogênese: história da espécie humana;
Ontogênese: história do indivíduo da espécie;
Sociogênese: meio cultural no qual o sujeito está
inserido;
Microgênese: aspecto mais microscópico do
desenvolvimento;
Mediação:
A relação do homem com o mundo é uma
relação mediada;
Mediação através de instrumentos e de
signos;
Mediação simbólica;
Pensamento e Linguagem:
A língua é o principal instrumento de
representação simbólica de que os seres
humanos dispõem;
Funções básicas da língua: comunicação e
pensamento generalizante;
Apropriação da língua ao longo do
desenvolvimento: fala socializada / fala
egocêntrica / discurso interior;
Processo de desenvolvimento ocorre de
forma mediada.

O desenvolvimento infantil acontece a


partir das condições históricas e sociais
que se colocam para cada criança.
Os aspectos do desenvolvimento humano
são uma síntese de elementos orgânicos
e das condições sociais e culturais que se
colocam para cada sujeito.

Os bebês precisam da mediação de


adultos e da cultura para se tornarem
humanos.
O processo de desenvolvimento alterna
períodos estáveis e períodos de crise ou
ruptura.

Nas épocas estáveis, os elementos se


acumulam e culminam em uma salto
qualitativo dos momentos críticos.
 Períodos críticos:
 Crise pós-natal – período do primeiro ano de vida,
atividade de comunicação emocional direta;
 Crise do primeiro ano de vida – período da primeira
infância (em torno de um a três anos de idade), atividade
objetal manipulatória;
 Crise dos três anos – idade pré-escolar (em torno dos 3 aos
7 anos de idade), atividade de jogo de papeis;
 Crise dos sete anos – idade escolar (em torno dos 7 aos 13
anos), atividade de estudo;
 Crise dos 13 anos – crise da passagem para os 13 anos,
com a chegada da puberdade (14 a 18 anos);
 Crise dos 17 anos – chegada da vida adulta, ou melhor,
com a assunção de papéis típicos dos adultos.
Desenvolvimento e aprendizagem:
A aprendizagem promove o desenvolvimento;
Nível de desenvolvimento real: as conquistas
que já estão consolidadas na criança, as
funções ou capacidades que ela já aprendeu e
domina;
Nível de desenvolvimento potencial: aquilo que
a criança é capaz de fazer mediante a ajuda
de outra pessoa, realizando tarefas e
solucionando problemas por intermédio do
diálogo, da colaboração, da imitação e da
experiência;
Zona de desenvolvimento iminente;
Formação de conceitos – espontâneos e
científicos;

Funções Psicológicas Superiores

Angel Pino: “momento zero cultural”


Ao contrário de Piaget, é um pensador que
se preocupa particularmente com a escola,
com o professor e com a intervenção
pedagógica;
Intervenção pedagógica;
O professor tem o papel explícito de interferir
na zona de desenvolvimento proximal dos
alunos, provocando avanços que não
ocorreriam espontaneamente.
Henri Wallon (1879-1962)

 Viveu em um período marcado por instabilidade


social e turbulência política.

 Graduou-se em Filosofia e Medicina.

 Projeto Langevim-Wallon – projeto de reforma do


ensino francês após a 2ª Guerra Mundial:
construção de uma educação justa para uma
sociedade mais justa.
O desenvolvimento intelectual envolve
muito mais do que um simples cérebro.

Wallon foi o primeiro a levar não só o


corpo da criança mas também suas
emoções para dentro da sala de aula.
Tentativa de ver a criança de um modo
mais integrado, levando em
consideração os domínios cognitivo,
afetivo e motor.

Não dissociar campos que são


indissociáveis, como afetividade e
inteligência.

Afetividade e emoção
Fundamentou suas ideias em quatro
elementos básicos que se comunicam o
tempo todo:
O movimento
As emoções
A inteligência
Pessoa
A questão da motricidade: Entende que
a motricidade é a primeira forma de
manifestação do ser humano, que suas
primeiras manifestações são afetivas.

A questão da emoção: A emoção é


orgânica e social. É orgânica porque tem
controle sub-cortical e tem repercussões
tônicas. A emoção faz parte da vida
orgânica e cognitiva. É através dela que
o indivíduo se socializa.
 A questão da inteligência: A inteligência se
desenvolve através de "saltos". Para que estes
"saltos" ocorram é necessário o
amadurecimento neurológico e também a
influência da cultura. Descreve dois momentos
principais: -a inteligência sensório-motora e -a
inteligência representativa. Para que ocorra,
então, o "salto" da inteligência sensório-motora
para a representativa são necessários os
elementos neurológicos e também a influência
da cultura. A inteligência representativa
iniciaria, desta forma, em uma fase pré-
categorial, onde o pensamento é sincrético,
permitindo a "circulação" entre eles.
 A formação do "eu": A construção do eu
depende essencialmente do outro. Seja para
ser referência, seja para ser negado.
Principalmente a partir do instante em que a
criança começa a viver a chamada crise de
oposição, em que a negação do outro
funciona como uma espécie de instrumento de
descoberta de si própria. Isso se dá aos 3 anos
de idade, a hora de saber que “eu” sou.
“Manipulação (agredir ou se jogar no chão
para alcançar o objetivo), sedução (fazer
chantagem emocional com pais e professores)
e imitação do outro são características comuns
nessa fase”, diz a professora Angela Bretas, da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Desenvolvimento da criança aparece
descontínuo, marcado por contradições
e conflitos, retrocessos e reviravoltas.

A passagem dos estágios de


desenvolvimento não se dá linearmente.
Estágio impulsivo-emocional:
Primeiro ano de vida.
Expressões generalizadas e indiferenciadas.
Predominância da afetividade em orientar as
primeiras reações do bebê às pessoas.
Estágio sensório-motor e projetivo
Um ano até os três anos de idade.
Investigação e exploração da realidade
exterior.
Andar (motor) e linguagem possibilitam a
criança entrar do mundo simbólico.
Linguagem estrutura o pensamento.
Olhar para o movimento.
Personalismo:
Três aos seis anos.
Enriquecimento do eu e construção da
personalidade.
Oposição ao outro (afirmação de si).
Imitação.
Inteligência se apoia na atividade motora.
Sincretismo – não separa a qualidade da
coisa em si.
Pensamento categorial
Entre os seis e onze anos.
Diferenciação entre o eu e o mundo exterior.
Pensar a realidade por meio de categorias.
É fundamental a interação do individuo com
a cultura.
Puberdade e adolescência:
Crise pubertária rompe a “tranquilidade”
afetiva do estágio categorial e é necessária
uma nova definição dos contornos da
personalidade.
Oposição sistemática ao adulto – busca
diferenciar-se do adulto.
Pessoa contextualizada.

História da criança é peculiar e única.

Considerar história da criança, demandas


atuais e suas perspectivas.

Emoções e função social – primeiro recurso de


interação da criança com o meio social –
posteriormente, desenvolve a linguagem.
Afetividade e inteligência são
interdependentes.

A criança não é resultado linear do meio


em que vive.
A Ecologia do Desenvolvimento Humano
de Urie Bronfenbrenner (1917 – 2005)

“O processo e o produto de tornar humanos


os seres humanos varia claramente de acordo
com o lugar e a época”
Explicações sobre aquilo que fazemos
serão encontradas nas interações entre
as características das pessoas e seus
ambientes, passados e presentes

Para mudar o comportamento é


necessário mudar os ambientes
 Níveis do ambiente ecológico:

Ambiente imediato:
casa, sala de aula...

Relações entre os
ambientes

Ambientes nos quais a


pessoa nem sequer está
presente
Desenvolvimento humano pode ser
considerado como a mudança
duradoura na maneira pela qual uma
pessoa percebe e lida com o seu
ambiente → desenvolvimento humano
é um produto da interação entre o
organismo humano em crescimento e
seu meio ambiente
A ecologia do desenvolvimento
humano envolve o estudo científico da
acomodação progressiva, mútua, entre
um ser humano ativo, em
desenvolvimento, e as propriedades
mutantes dos ambientes imediatos em
que a pessoa em desenvolvimento vive,
conforme esse processo é afetado
pelas relações entre esses ambientes e
pelos contextos mais amplos em que os
ambientes estão inseridos
 O meio ambiente
ecológico é concebido
topologicamente como
uma organização de
encaixe de estruturas
concêntricas, cada uma
contida na seguinte
MICROSSISTEMA – Complexo de inter-
relações dentro do ambiente imediato;
é um padrão de atividades, papéis e
relações interpessoais experenciados
pela pessoa em desenvolvimento num
dado ambiente com características
físicas e materiais específicas
MESOSSISTEMA – Princípio da interconexão
aplicando-se sobre os vínculos entre os
ambientes nos quais a pessoa em
desenvolvimento participa diretamente;
inclui as inter-relações entre dois ou mais
ambientes nos quais a pessoa em
desenvolvimento participa ativamente (tais
como, as relações na família, no trabalho e
na vida social). É um sistema de
microssistemas.
EXOSSISTEMA – Interconexão entre
ambientes nos quais ocorrem eventos
que afetam o que acontece no
ambiente imediato, mesmo que a
pessoa nunca entre diretamente nele.
Exemplos, no caso de uma criança
pequena, local de trabalho dos pais,
sala de aula de um irmão mais velho,
rede de amigos dos pais, etc.
MACROSISTEMA – Complexo de sistemas
encaixados, interconectados; padrões
globais e generalizados de ideologia e
organização das instituições sociais comuns
a uma determinada cultura. Refere-se a
consistências, na forma e conteúdo de
sistemas de ordem inferior (micro-, meso- e
exo-) que existem, ou poderiam existir, no
nível da subcultura ou da cultura como um
todo, juntamente com qualquer sistema de
crença ou ideologia subjacente a essas
consistências.
Dentro de uma sociedade ou grupo
social, a estrutura e substância dos micro-,
meso- e exossistemas tendem a ser
semelhantes

Os planejamentos dos sistemas diferem


para os vários grupos socioeconômicos,
étnicos, religiosos e outros grupos
subculturais, refletindo sistemas de crenças
e estilos de vida contrastantes, que por
sua vez ajudam a perpetuar os meio
ambientes ecológicos específicos de
cada grupo
Transição ecológica é um fenômeno geral
de movimento através do espaço
ecológico; um fenômeno que é ao
mesmo tempo um produto e um produtor
da mudança desenvolvimental

Ocorre uma transição ecológica sempre


que a posição da pessoa no meio
ambiente ecológico é alterada em
resultado de uma mudança de papel,
ambiente ou ambos
Teoria das interconexões ambientais e
seu impacto sobre as forças que
afetam o crescimento psicológico

A ecologia do desenvolvimento
humano está localizada num ponto de
convergência entre as disciplinas das
ciências biológicas, psicológicas e
sociais

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