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INTRODUÇÃO

Os estudos realizados pelo pesquisador Jean Piaget é de suma


importância para o entendimento e analises das fases de desenvolvimento
humano no que tange o aspecto biológico. Visto que o desenvolvimento da
aprendizagem está intimamente ligado a maturação dos aspectos biologicos,
onde pode ocorrer nesse processo a autorregulaçao, ou seja, a adaptação e
interação do ser com um novo ambiente, sendo que parte da observação animal
e posteriormente para a humana (PULASKI, 1980). Portanto, o desenvolvimento
da aprendizagem está diretamente ligado aos estimulos que o ambiente oferece
e como o organismo se adapta aos mesmos, gerando assim mudanças que
acarretam em desenvolvimento e consequentemente em aprendizagens,
passando por fases de maturação no decorrer da vida.

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FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO SEGUNDO JEAN
PIAGET

Piaget desenvolveu um longo trabalho de análise do desenvolvimento


infantil. De acordo com Pulaski (1980), ele adentrou no ramo acadêmico com
pesquisas voltadas ao contexto biológico, mais tarde, iniciou estudos no ramo da
psicologia, tendo interesse em analisar os estágios do desenvolvimento infantil.
Esse psicólogo, certa vez, identificou alterações em um caracol Limmaea
Stagnalis o qual teve modificações em sua estrutura conforme o local que estava
inserido. Logo ao estudar a psicologia do desenvolvimento, pode perceber que
os seres humanos também são mutáveis de acordo com o meio em que estão
inseridos. “A habilidade de adaptar-se a novas situações através da auto-
regulação é o elo comum entre todos os seres vivos e a base da teoria biológica
do conhecimento de Piaget”. Portanto, o desenvolvimento da aprendizagem está
relacionado com o meio em que se está inserido. Ao entrar em contato com
novos estímulos, ocorre a necessidade de adaptação gerando um equilíbrio
sobre o que supostamente se tem contacto, unindo com o novo conhecimento e
gerando readaptação do aprendizado.

De acordo com Piaget (2013), o aprendizado possui ligação entre


adaptação, acomodação e assimilação, através de informações adquiridas no
meio em que se está inserido. Esses são processos de internalização de
conteúdos externos, passando por etapas para que seja possível ocorrer uma
compreensão, O equilíbrio entre assimilação e acomodação é o que rege a
passagem de um estágio para o outro, pois ocorre uma progressão no
conhecimento gerando adaptação de determinados conceitos (Piaget, 1964).
Piaget (1999) elenca quatro estágios que precedem o desenvolvimento infantil:
sensório motor, pré-operacional, operacional concreto e operações formais.
Sendo o primeiro o Sensório motor.

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Após o nascimento, o bebê entra em contato com o meio externo, começa a ter
compreensão não somente de si, mas de outros objetos, isso acontecendo de
forma gradual e dependendo dos estímulos que recebe. Este começa a ter noção
de seu corpo, analisando seus membros e tendo conhecimento aos poucos de
sua movimentação.

O período pré-operacional, acontece entre dois a sete anos. É chamado


assim porque a criança carrega significações do período anterior, tendo
conceitos iniciais confusos, mas em constante construção de ideias lógicas
(RAPPAPORT, 1981). A criança nesta fase, ainda é egocêntrica, tendo a noção
de que o mundo é feito para ela, e voltado para seus desejos, limitando-a a
realizar trocas intelectuais, visto que ainda não possui referências para o diálogo,
irritando-se facilmente quando contrariada (LA TAILLE, 1992)

O último estágio do desenvolvimento infantil é denominado de operações


formais, que acontece a partir dos 12 anos. Ocorrendo o raciocínio hipotético-
dedutivo, o qual é responsável pela capacidade de gerar grandes feitos, como a
invenção do automóvel, e de solucionar problemas cotidianos, É nesse momento
que o adolescente possui o desenvolvimento cognitivo melhor pré definido,
desenvolvendo a capacidade do pensamento abstrato, “esse desenvolvimento,
geralmente em torno dos 11 anos, lhe proporciona um modo novo e mais flexível
de manipular as informações” (PAPALIA, 2006, p.455). Nesse estágio, os
adolescentes conseguem levar em conta as combinações de fatores, não
somente deduções a partir de hipóteses. Começam, dessa forma, a ter
consciência da razão podendo entender doutrinas e teorias, conceituar termos e
buscar compreender o que realmente significam, “com isso adquire capacidade
para criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta; discute os
valores morais de seus pais e constrói os seus próprios (adquirindo, portanto,
autonomia)” (RAPPAPORT, 1981, p.74), refletindo sobre seu pensamento,
fazendo julgamentos tentando dar razão para o que acredita e pensa.

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Teoria de desenvolvimento de Erik Erikson

A teoria de desenvolvimento de Erik Erikson considera o ser humano


como um ser social, um ser que vive em grupo e sofre a pressão e a influência
deste. Por isso, a sua teoria é designada psicossocial. O autor considera o ciclo
vital como um contínuo, onde cada fase influencia a seguinte.

Características do desenvolvimento na teoria de Erikson

O foco fundamental de desenvolvimento são as relações sociais;

As propostas dos estágios psicossociais envolvem outras partes do ciclo


vital, além da infância, ampliando a proposta de Freud. Não existe uma negação
da importância dos estágios infantis (afinal, neles se dá todo um
desenvolvimento psicológico e motor), mas Erikson observa que o que
construímos na infância em termos de personalidade não é totalmente fixo e
pode ser parcialmente modificado por experiências posteriores;

A cada etapa, o indivíduo cresce a partir das exigências internas do seu


ego, mas também das exigências do meio em que vive, sendo, portanto,
essencial a análise da cultura e da sociedade em que vive o sujeito em questão;

Em cada estágio o ego passa por uma crise (que dá nome a ao esse
estágio). Esta crisede ter um desfecho positivo (ritualização) ou negativo
(ritualismo).

Da solução positiva da crise surge um ego mais rico e forte; da solução


negativa resulta um ego mais fragilizado.

Estágios de desenvolvimento de Erickson

A cada crise, a personalidade vai-se reestruturando e se reformulando, de


acordo com as experiências vividas, enquanto o ego vai- se adaptando aos seus
sucessos.

Assim, Erikson apresenta oito estágios fundamentais:

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• Confiança vs desconfiança [0 – 1 anos];
• Autonomia vs vergonha e dúvida [2-3 anos];
• Iniciativa vs culpa [3-5 anos];
• Esforço vs inferioridade [5-11 anos],
• Clarificação de identidade vs confusão de papéis [11-20 anos];
• Intimidade vs isolamento [20-35 anos];
• Produtividade adulta vs estagnação [35-65 anos] e
• Integridade vs desespero [65 - + anos].

O primeiro estágio designa-se a confiança x desconfiança. Esta seria a fase


da infância inicial, correspondendo ao estágio oral freudiano. A atenção do bebé
se volta à pessoa que provê o seu conforto, que satisfaz as suas ansiedades e
necessidades, num espaço de tempo suportável: a mãe. A mãe lhe dá garantias
de que não está abandonado à própria sorte, no mundo.
O segundo estágio é a autonomia x vergonha e dúvida, que corresponde ao
estágio anal freudiano. A criança já tem algum controle de seus movimentos
musculares. Então direcciona a sua energia às experiências ligadas
à actividade exploratória e à conquista da autonomia. Porém, logo, a criança
começa a compreender que não pode usar sua a energia exploratória à vontade,
que tem que respeitar certas regras sociais e incorporá-las ao seu ser, fazendo
assim uma equação entre a manutenção muscular, conservação e o controle.
Virtude: vontade.
O terceiro estágio é a iniciativa x culpa.
É este estágio que corresponde à fase fálica freudiana, em que
a criança já tem a confiança ganha, com o contacto inicial com a mãe; e a
autonomia, com a expansão motora e o controle. Agora cabe associar
à autonomia à confiança e à iniciativa pela expansão intelectual. Virtude:
Proposito.
O quarto estágio - esforço x inferioridade – as crianças desenvolvem um
interesse pela aprendizagem que pode ser preenchida pelo ensino escolar ou
alguns tipos informais de ensino. Elas também aprendem a trabalhar com
ferramentas. Se tiverem sucesso nestas tarefas, desenvolvem uma sensação de
diligência, enquanto o insucesso resulta em sentimentos de inferioridade. O
sucesso do desenvolvimento da personalidade requer que as crianças sejam
capazes de experimentar o sucesso na realização de tarefas, que ajuda na
solicitação do seu sentido de competência e diligência.
O quinto estágio é o da clarificação de identidade x confusão de papéis.

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Nesta fase, Erikson desenvolveu mais trabalhos, tendo dedicado um livro
inteiro à questão da chamada crise de identidade.
Nos seus estudos, ressalta que o adolescente precisa de segurança
perante todas as transformações – físicas e psicológicas – do período.
A criança encontra essa segurança na forma da sua identidade, que foi
construída pelo seu ego, em todos os estágios anteriores.
Esse sentimento de identidade expressa-se nas seguintes questões,
presentes para o adolescente: Sou diferente dos meus pais? O que sou? O que
quero ser? Respondendo a essas questões, o adolescente pretende encaixar-
se em algum papel na sociedade. Daí, vem a questão da escolha vocacional dos
grupos que frequenta, das suas metas para o futuro, da escolha do par. Virtude:
Fidelidade.
O sexto estágio é a intimidade x isolamento.
Ao estabelecer uma identidade definitiva e bem fortalecida, o indivíduo
estará pronto para uní-la à identidade de outra pessoa, sem se sentir ameaçado.
Esta união caracteriza esta fase. Existe agora a possibilidade de associação com
intimidade, parceria e colaboração. Pode-se, agora, falar na associação de um
ego ao outro. Para que essa associação seja positiva, é preciso que a pessoa
tenha construído, ao longo dos ciclos anteriores, um ego forte e autónomo, o
suficiente para aceitar o convívio com outro ego, sem se sentir anulado ou
ameaçado.
O sétimo estágio é a produtividade adulta x estagnação
As principais características deste estágio são a produtividade, a
criatividade, a procriação e educação das crianças, tal como a preocupação com
necessidades pessoais e, portanto, o interesse limitado pela próxima geração.
Um sujeito assim pode ser descrito como tendo estagnado.Virtude: Cuidado.
O oitavo e último estágio é a integridade x desespero. A integridade
significa
levar uma vida significativa e ser confiante e guiado pela sabedoria. Os
sujeitos podem olhar para a sua vida passada e para os estágios que
atravessaram e reflectirem sobre as suas próprias conquistas. Isto pode levá-los
à conclusão de que valeu a pena viver as próprias conquistas. Um sujeito que
alcançou a integridade é caracterizado pela sabedoria, o que simplesmente
significa que o sujeito é conhecedor e capaz de alcançar julgamentos maduros
e confiáveis. Um sujeito neste estágio final, provavelmente, reflectirá
positivamente sobre as seguintes conquistas: o seu trabalho, o casamento, a
família e as boas relações, que usufruiu com os outros. Virtude: Sabedoria.

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Conclusão

Ao concluir a presente pesquisa, percebe-se que ao ter conhecimento dos


períodos de desenvolvimento, pode-se potencializar o aprendizado das crianças,
pois as atividades e conteúdos apresentados serão adequadas para a faixa
etária do público alvo, contribuindo grandemente com a formação individual.

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