A teoria de Erikson descreve oito estágios do desenvolvimento humano, cada um associado a uma crise psicossocial que influencia a formação da identidade. Ao longo da vida, a pessoa enfrenta desafios entre vertentes positivas e negativas que moldam a personalidade e habilidades sociais. A teoria enfatiza o papel do meio social e das relações interpessoais no amadurecimento do indivíduo.
A teoria de Erikson descreve oito estágios do desenvolvimento humano, cada um associado a uma crise psicossocial que influencia a formação da identidade. Ao longo da vida, a pessoa enfrenta desafios entre vertentes positivas e negativas que moldam a personalidade e habilidades sociais. A teoria enfatiza o papel do meio social e das relações interpessoais no amadurecimento do indivíduo.
A teoria de Erikson descreve oito estágios do desenvolvimento humano, cada um associado a uma crise psicossocial que influencia a formação da identidade. Ao longo da vida, a pessoa enfrenta desafios entre vertentes positivas e negativas que moldam a personalidade e habilidades sociais. A teoria enfatiza o papel do meio social e das relações interpessoais no amadurecimento do indivíduo.
A teoria de Erikson foi criada pelo psiquiatra alemão Erik Homburger
Erikson no séc. XX. Nessa teoria é valorizado o papel do meio social na formação da personalidade do indivíduo, a energia que orienta o desenvolvimento é psicossocial. Segundo Erikson, existem oito estágios psicossociais ou oito idades em que ocorre o desenvolvimento. Cada estágio ou idade atravessa uma crise entre uma vertente positiva e uma negativa. Um estágio está conectado ao outro, os primeiros influenciam os posteriores, sendo que os cinco primeiros estágios formam a identidade, e em todos os estágios existem conflitos para serem resolvidas, resoluções que influenciarão a vida futura.
Eu sou o que posso imaginar que serei”
– Erik Erikson
O primeiro estágio – confiança/desconfiança (0 – 18 meses)
A idade em que a criança adquire confiança em si mesmo e no mundo
ao redor, através da relação com a mãe. Se a mãe atende as necessidades do filho, a confiança está construída. Se não, medo, receio e desconfiança podem ser desenvolvidos pela criança. Virtude social desenvolvida: esperança.
O segundo estágio – autonomia/dúvida e vergonha (18 meses –
3 anos)
A contradição entre o que a criança quer fazer (impulso) e o que as
normas permitem. A criança deve ser estimulada a fazer as coisas de forma autônoma, para não se sentirem envergonhadas. Os pais devem ajudar os filhos para terem vontade de fazer as coisas corretamente. Virtude social desenvolvida: desejo.
O terceiro estágio – iniciativa/culpa (3 anos- 6 anos)
Neste estágio a criança já tem a capacidade de distinguir as coisas que pode e as coisas que não pode fazer. Começando a tomar iniciativas, mas sem sentir culpa. A criança começa a assumir outros papéis, tendo noção de ‘outro’ e de individualidade, começando a se preocupar com a aceitação do seu comportamento. Virtude social desenvolvida: propósito.
“O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão
do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Desenvolve-se a identidade de gênero” – Papalia, em “Desenvolvimento humano”. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 40.
O quarto estágio – indústria (produtividade) / inferioridade (6
anos- 12 anos)
A criança começa a se sentir como uma pessoa trabalhadora, capaz de
produzir. A resolução positiva dos estágios anteriores é importantíssima, sem confiança, autonomia e iniciativa, não conseguirá se sentir capaz. O sentimento de inferioridade pode levar se sentir incapaz. Este é o momento de relações interpessoais importantes. Virtude social desenvolvida: competência.
O quinto estágio – identidade/confusão de identidade
(adolescência)
Aqui se adquire a identidade psicossocial, o adolescente precisa entender
seu papel no mundo e reconhecer sua singularidade. Há uma redefinição nos elementos de identidade já adquiridos. Algumas dificuldades desse período são: falta de apoio no crescimento, expectativas parentais e sociais diferentes, dificuldades em lidar com as mudanças, etc. Virtude social desenvolvida: fidelidade.
“Quando um jovem não consuma essas relações íntimas com outros – e,
acrescentaria eu, com os seus próprios recursos internos – no final da adolescência ou início da idade adulta ele poderá procurar relações interpessoais sumamente estereotipadas e acabar retendo um profundo sentimento de isolamento. Se os tempos favorecerem um tipo impessoal de padrão interpessoal, um homem pode ir longe na vida e, entretanto, albergar um grave problema de caráter, duplamente penoso porque ele nunca se sentirá realmente ele próprio, embora todos digam que ele é “alguém”(…) Assim a consequência duradoura da necessidade de distanciamento é a presteza em fortificar o território próprio de intimidade e solidariedade e em ver todos os estranhos com uma fanática “supervalorização das pequenas diferenças” entre o familiar e o desconhecido” – Erik Erikson, em “Infância e Sociedade”. [tradução Gildásio Amado]. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Zahar Editores, 1976, p.136.
Como Jung (2006), descreve a forma com que percebia as fases da
vida e o desenvolvimento de sua personalidade, “não sou eu que crio a mim mesmo, mas sim aconteço para mim mesmo” (p.76). Podemos elucidar através de Schwarz (2008), que para Jung, “toda a vida é um ato de equilíbrio entre o pessoal e o coletivo e isto decorre do fato de todas as estruturas arquetípicas serem, ao mesmo tempo, universais em suas formas essenciais e singulares, e únicas em suas manifestações individuais” (p. 70). Com descreve Stevens, citado por Schwarz acerca deste contexto arquetípico: A probabilidade é que o si mesmo com o qual nascemos já esteja estruturado, sob muitos aspectos importantes, como um si mesmo masculino ou feminino, e isso fornece o substrato sobre o qual os estereótipos masculino e feminino da cultura dentro da qual nascemos começam a realizar a sua tarefa. [...] o ser humano, ao nascer, não é nenhuma tabula rasa que se submete passivamente ao registro das lições da vida, mas um participante ativo no processo de desenvolvimento. Embora aceitasse facilmente a ideia de que os fatores ambientais exercem enorme influência sobre o desenvolvimento psicológico do indivíduo, mesmo assim, Jung insistia em afirmar que o que esses fatores influenciam são as predisposições e as “aptidões subjetivas” com as quais todas as crianças já nascem. (SCHWARZ, 2008, p.70-71 apud STEVENS, 1993, p. 87-88)
Segundo esclarece Schwarz (2008), “a visão do desenvolvimento
humano, adotada por Jung, parte então do pressuposto de que as etapas da vida são arquetipicamente determinadas, e que desde o nascimento o indivíduo, nas diferentes fases, é levado a buscar a realização mais completa possível do si mesmo.” (p.71).
O sexto estágio – intimidade/isolamento (25 anos – 40 anos)
É essencial estabelecer uma relação íntima durável com outras pessoas,
caso não consiga estabelecer essa relação se sentirá isolado. Virtude sócia desenvolvida: amor.
“A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O
pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos”
– Papalia, em “Desenvolvimento humano”. Porto Alegre: Artmed, 2006,
p. 41.
O sétimo estágio – generatividade/estagnação (35 anos – 60
anos)
A necessidade de orientar a geração seguinte, uma fase de afirmação
pessoal no trabalho e na família. Podendo ser produtivo em várias áreas. Existe a preocupação com as gerações futuras, educando e criando os filhos. O lado negativo é que pode levar a pessoa a parar em seus compromissos sociais. Virtude social desenvolvida: cuidar do outro. “As capacidades mentais atingem o auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode declinar, mas melhor em qualidade. Para alguns, o sucesso na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo, para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira. A dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio” – Papalia, em “Desenvolvimento humano”. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 41.
O oitavo estágio – integridade/desespero (após os 60 anos)
É a hora da avaliação de tudo que se fez na vida, em caso de uma
negação em relação ao passado, se sente fracassado pela falta de poderes físicos e cognitivos. O desespero para pessoas que acham o balanço de sua vida negativa e integridade para pessoas que sentem o balaço de sua vida positiva. Virtude social desenvolvida: sabedoria.
“Seja qual for o abismo a que as preocupações fundamentais possam
conduzir os homens, (…) o homem, como criatura psicossocial, defrontar-se-á, no final de sua vida com uma nova edição da crise de identidade que poderíamos formular nas seguintes palavras: “Eu sou o que sobrevive de mim”. Das fases da vida, portanto, disposições tais como fé, força de vontade, determinação, competência, fidelidade, amor, desvelo, sabedoria – tudo critérios de força vital individual – também fluem para a vida das instituições. Sem elas, as instituições definham; mas sem que o espírito das instituições impregne os padrões de desvelo e amor, instrução e treino nenhuma força poderia emergir da sequência de gerações” – Erik Erikson, em “Infância e Sociedade”. [tradução Gildásio Amado]. Rio de Janeiro. Zahar Editores, 1976, p.141.
“Ainda que envelheçamos muito, em nosso íntimo sentimo-
nos exatamente os mesmos que éramos na juventude, ou melhor, na infância. Isso que permanece inalterado, sempre igual e que não envelhece com o passar do tempo é o cerne de nossa essência, que não reside no tempo e, justamente por essa razão, é indestrutível.” – Arthur Schopenhauer, em “A arte de envelhecer”
O psicanalista Erik Homburger Erikson, criador do conceito ‘crise
de identidade’. Amigo e discípulo de Sigmund Freud, Erikson formulou a teoria do desenvolvimento emocional do ser humano, segundo a qual cada estágio da vida está associado a lutas psicológicas que ajudam a moldar a personalidade. Na sua teoria, a dinâmica da sociedade em que o indivíduo vive também é considerada influência determinante para a maneira como as mudanças emocionais são resolvidas.