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A teoria de Erikson*

A teoria de Erikson foi criada pelo psiquiatra alemão Erik Homburger


Erikson no séc. XX. Nessa teoria é valorizado o papel do meio social na
formação da personalidade do indivíduo, a energia que orienta o
desenvolvimento é psicossocial. Segundo Erikson, existem oito
estágios psicossociais ou oito idades em que ocorre o
desenvolvimento. Cada estágio ou idade atravessa uma crise entre
uma vertente positiva e uma negativa. Um estágio está conectado ao
outro, os primeiros influenciam os posteriores, sendo que os cinco
primeiros estágios formam a identidade, e em todos os estágios existem
conflitos para serem resolvidas, resoluções que influenciarão a vida
futura.

Eu sou o que posso imaginar que serei”


– Erik Erikson

O primeiro estágio – confiança/desconfiança (0 – 18 meses)

A idade em que a criança adquire confiança em si mesmo e no mundo


ao redor, através da relação com a mãe. Se a mãe atende as
necessidades do filho, a confiança está construída. Se não, medo, receio
e desconfiança podem ser desenvolvidos pela criança. Virtude social
desenvolvida: esperança.

O segundo estágio – autonomia/dúvida e vergonha (18 meses –


3 anos)

A contradição entre o que a criança quer fazer (impulso) e o que as


normas permitem. A criança deve ser estimulada a fazer as coisas de
forma autônoma, para não se sentirem envergonhadas. Os pais devem
ajudar os filhos para terem vontade de fazer as coisas corretamente.
Virtude social desenvolvida: desejo.

O terceiro estágio – iniciativa/culpa (3 anos- 6 anos)


Neste estágio a criança já tem a capacidade de distinguir as coisas que
pode e as coisas que não pode fazer. Começando a tomar iniciativas,
mas sem sentir culpa. A criança começa a assumir outros papéis, tendo
noção de ‘outro’ e de individualidade, começando a se preocupar com a
aceitação do seu comportamento. Virtude social desenvolvida: propósito.

“O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão


do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em
algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Desenvolve-se a identidade de
gênero”
– Papalia, em “Desenvolvimento humano”. Porto Alegre: Artmed, 2006,
p. 40.

O quarto estágio – indústria (produtividade) / inferioridade (6


anos- 12 anos)

A criança começa a se sentir como uma pessoa trabalhadora, capaz de


produzir. A resolução positiva dos estágios anteriores é importantíssima,
sem confiança, autonomia e iniciativa, não conseguirá se sentir capaz. O
sentimento de inferioridade pode levar se sentir incapaz. Este é o
momento de relações interpessoais importantes. Virtude social
desenvolvida: competência.

O quinto estágio – identidade/confusão de identidade


(adolescência)

Aqui se adquire a identidade psicossocial, o adolescente precisa entender


seu papel no mundo e reconhecer sua singularidade. Há uma redefinição
nos elementos de identidade já adquiridos. Algumas dificuldades desse
período são: falta de apoio no crescimento, expectativas parentais e
sociais diferentes, dificuldades em lidar com as mudanças, etc. Virtude
social desenvolvida: fidelidade.

“Quando um jovem não consuma essas relações íntimas com outros – e,


acrescentaria eu, com os seus próprios recursos internos – no final da
adolescência ou início da idade adulta ele poderá procurar relações
interpessoais sumamente estereotipadas e acabar retendo um profundo
sentimento de isolamento. Se os tempos favorecerem um tipo impessoal
de padrão interpessoal, um homem pode ir longe na vida e, entretanto,
albergar um grave problema de caráter, duplamente penoso porque ele
nunca se sentirá realmente ele próprio, embora todos digam que ele é
“alguém”(…) Assim a consequência duradoura da necessidade de
distanciamento é a presteza em fortificar o território próprio de
intimidade e solidariedade e em ver todos os estranhos com uma
fanática “supervalorização das pequenas diferenças” entre o familiar e o
desconhecido”
– Erik Erikson, em “Infância e Sociedade”. [tradução Gildásio Amado].
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Zahar Editores, 1976, p.136.

Como Jung (2006), descreve a forma com que percebia as fases da


vida e o desenvolvimento de sua personalidade, “não sou eu que crio a mim
mesmo, mas sim aconteço para mim mesmo” (p.76).
Podemos elucidar através de Schwarz (2008), que para Jung, “toda
a vida é um ato de equilíbrio entre o pessoal e o coletivo e isto decorre
do fato de todas as estruturas arquetípicas serem, ao mesmo tempo,
universais em suas formas essenciais e singulares, e únicas em suas
manifestações individuais” (p. 70).
Com descreve Stevens, citado por Schwarz acerca deste contexto
arquetípico:
A probabilidade é que o si mesmo com o qual nascemos já esteja
estruturado, sob muitos aspectos importantes, como um si mesmo
masculino ou feminino, e isso fornece o substrato sobre o qual os
estereótipos masculino e feminino da cultura dentro da qual
nascemos começam a realizar a sua tarefa. [...] o ser humano, ao
nascer, não é nenhuma tabula rasa que se submete passivamente ao
registro das lições da vida, mas um participante ativo no processo
de desenvolvimento. Embora aceitasse facilmente a ideia de que os
fatores ambientais exercem enorme influência sobre o
desenvolvimento psicológico do indivíduo, mesmo assim, Jung
insistia em afirmar que o que esses fatores influenciam são as
predisposições e as “aptidões subjetivas” com as quais todas as
crianças já nascem. (SCHWARZ, 2008, p.70-71 apud STEVENS, 1993,
p. 87-88)

Segundo esclarece Schwarz (2008), “a visão do desenvolvimento


humano, adotada por Jung, parte então do pressuposto de que as etapas da
vida são arquetipicamente determinadas, e que desde o nascimento o
indivíduo, nas diferentes fases, é levado a buscar a realização mais
completa possível do si mesmo.” (p.71).

O sexto estágio – intimidade/isolamento (25 anos – 40 anos)

É essencial estabelecer uma relação íntima durável com outras pessoas,


caso não consiga estabelecer essa relação se sentirá isolado. Virtude
sócia desenvolvida: amor.

“A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O


pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São
feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período
exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente
estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas
pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre
relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser
duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos”

– Papalia, em “Desenvolvimento humano”. Porto Alegre: Artmed, 2006,


p. 41.

O sétimo estágio – generatividade/estagnação (35 anos – 60


anos)

A necessidade de orientar a geração seguinte, uma fase de afirmação


pessoal no trabalho e na família. Podendo ser produtivo em várias áreas.
Existe a preocupação com as gerações futuras, educando e criando os
filhos. O lado negativo é que pode levar a pessoa a parar em seus
compromissos sociais. Virtude social desenvolvida: cuidar do outro.
“As capacidades mentais atingem o auge, a especialização e as
habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A
produção criativa pode declinar, mas melhor em qualidade. Para alguns,
o sucesso na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo, para
outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira. A dupla
responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar
estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio”
– Papalia, em “Desenvolvimento humano”. Porto Alegre: Artmed, 2006,
p. 41.

O oitavo estágio – integridade/desespero (após os 60 anos)

É a hora da avaliação de tudo que se fez na vida, em caso de uma


negação em relação ao passado, se sente fracassado pela falta de
poderes físicos e cognitivos. O desespero para pessoas que acham o
balanço de sua vida negativa e integridade para pessoas que sentem o
balaço de sua vida positiva. Virtude social desenvolvida: sabedoria.

“Seja qual for o abismo a que as preocupações fundamentais possam


conduzir os homens, (…) o homem, como criatura psicossocial,
defrontar-se-á, no final de sua vida com uma nova edição da crise de
identidade que poderíamos formular nas seguintes palavras:  “Eu sou o
que sobrevive de mim”. Das fases da vida, portanto, disposições tais
como fé, força de vontade, determinação, competência, fidelidade,
amor, desvelo, sabedoria – tudo critérios de força vital individual –
também fluem para a vida das instituições. Sem elas, as instituições
definham; mas sem que o espírito das instituições impregne os padrões
de desvelo e amor, instrução e treino nenhuma força poderia emergir da
sequência de gerações”
– Erik Erikson, em “Infância e Sociedade”. [tradução Gildásio Amado].
Rio de Janeiro. Zahar Editores, 1976, p.141.

“Ainda que envelheçamos muito, em nosso íntimo sentimo-


nos  exatamente os mesmos que éramos na juventude, ou
melhor, na  infância. Isso que permanece inalterado, sempre
igual e que não  envelhece com o passar do tempo é o cerne de
nossa essência, que  não reside no tempo e, justamente por essa
razão, é indestrutível.”
– Arthur Schopenhauer, em “A arte de envelhecer”

O psicanalista Erik Homburger Erikson, criador do conceito ‘crise


de identidade’. Amigo e discípulo de Sigmund Freud, Erikson formulou a
teoria do desenvolvimento emocional do ser humano, segundo a qual
cada estágio da vida está associado a lutas psicológicas que ajudam a
moldar a personalidade. Na sua teoria, a dinâmica da sociedade em que
o indivíduo vive também é considerada influência determinante para a
maneira como as mudanças emocionais são resolvidas.

EMOÇÃO SENTIMENTO

SAUDADE MAE

PASSADO – MARCELO PEQUENO

FAMILIA TUDO

INFÂNCIA SAUDADE

DOR MEU PAI

ALEGRIA - MEU FILHO

FUTURO – A DEUS PERTENCE

AMOR - FAMILIA

TRISTEZA - SOLIDÃO

DIFICULDADE REENCONTRAR

REALIZAÇÃOREALIZADO

MARCELO – DIFICIL.

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