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Alice Viana
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)
Nildo Viana
Universidade Federal de Goiás (UFG)
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RESUMO
1 Desde o seu nascimento, como diz Winnicott: “a história de um ser humano não começa aos cinco anos, nem
aos dois, nem aos seis meses, mas ao nascer – e antes de nascer, se assim se preferir, e cada bebê é desde o
começo uma pessoa, necessitando ser conhecida por alguém” (1971, p. 96).
2 Fromm (1978) é um dos autores que realiza uma distinção entre “temperamento” e “caráter” (que denomina-
mos “mentalidade”), mas não aprofunda na discussão sobre temperamento, pois faz breves considerações
– nas quais o temperamento aparece como uma reação padronizada ao mundo – e passa para a questão que
considera mais importante, que é a do caráter. Jung (1976), por sua vez, tratou da questão dos indivíduos intro-
vertidos e extrovertidos, mas não aprofundou muito a questão do conceito de temperamento. O conceito de
temperamento, bem como sua relação com a personalidade, precisa ser aprofundado. Aqui usamos esse termo
como sendo um modo de reação emocional característico de cada indivíduo (e que, obviamente, é compartilhado
por milhares de indivíduos). Enquanto reação emocional, se distingue das ações motivadas sentimentalmente,
pois as emoções são momentâneas e os sentimentos são duradouros (VIANA, 2023).
3 Sobre a distinção entre sentimentos simpáticos e antipáticos, cf. Viana (2023).
4 E isso é reforçado pelos discursos pedagógico e psicológico. Um exemplo demonstra isso: “a necessidade que a
criança tem de brincar é, a um tempo, orgânica e psicológica; sem brinquedo adequado, não há evolução satisfa-
tória” (ARMANELLI, 1966, p. 67).
5 O processo de ressocialização é denominado por alguns, como Berger e Berger (1978), como “socialização
secundária”. Preferimos o termo ressocialização por ser mais adequado, já que se trata de socializar novamente o
indivíduo e significa a entrada no período da juventude (VIANA, 2015). Esse processo, no entanto, é característico
da sociedade capitalista (VIANA, 2015).
6 Seria possível citar diversas músicas que tematizam a juventude em diversas épocas, desde os anos 1960 e
a produção musical voltada para a juventude (também chamada, na época, de “mocidade”) até os dias atuais.
Uma seleção de músicas sobre juventude pode ser acessada nesse link: <https://drive.google.com/file/d/1Bu_
vCFpO4eezg8AIdJds_zf2bw286-zb/view>.
7 Sem dúvida, já existiam comportamentos similares aos apresentados no referido filme. Porém, existiram filmes
anteriores e outros mecanismos para se criar um novo comportamento, sendo que a “rebeldia” era apenas um
elemento e que teve impacto em setores da juventude e não em sua totalidade.
9 Não poderemos desenvolver mais essa questão, pois demandaria muito espaço, e por isso indicamos uma
bibliografia que explica e aprofunda essas mutações do capitalismo: Almeida (2020); Viana (2009); Viana (2015),
Viana (2019). Aqui podemos apenas esclarecer que um regime de acumulação institui determinada forma de
extração de mais-valor (relações de trabalho), determinada forma estatal e determinadas relações internacionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARMANELLI, Wellington. Criança, Brinquedo e Personalidade. Belo Horizonte: Instituto Armanelli, 1966.
BERGER, Peter; BERGER, Brigitte. Socialização: Como Ser um Membro da Sociedade. In: FORACCHI,
Marialice; MARTINS, José de Sousa (Orgs.). Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. 6. ed. São Paulo: Nacional, 1974.
FREUD, Sigmund. Esboço de Psicanálise. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
FROMM, Erich. Análise do Homem. 10. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
FROMM, Erich. O Medo à Liberdade. 13. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
GROPPO, Luís Antônio. Juventude – Ensaios Sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas.
São Paulo: Difel, 1998.
LAMBERT, W.; LAMBERT, W. Psicologia Social. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
MERTON, Robert. Sociologia: Teoria e Estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
VIANA, Alice; VIANA, Nildo. O Conceito de Identidade Pessoal. ALMEIDA, Flávio; KRAUS, Jaisa (Orgs.).
Psicologia: teorias e práticas em pesquisa. São Paulo: Científica Digital, 2024.
VIANA, Nildo. Inconsciente Coletivo e Materialismo Histórico. Goiânia: Edições Germinal, 2002.
VIANA, Nildo. Juventude e Sociedade. Ensaios sobre a Condição Juvenil. São Paulo: Giostri, 2015.
VIANA, Nildo. O Capitalismo na Era da Acumulação Integral. São Paulo: Idéias e Letras, 2009.