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Índice

1.Introdução.....................................................................................................................................3

2.Orientação sexual..........................................................................................................................4

2.1.Sexualidade................................................................................................................................4

2.2.Sexualidade na infância e na adolescência................................................................................6

2.3.Identidade de Género.................................................................................................................7

2.4.Tipos de orientação sexual.........................................................................................................8

3.Conclusão.....................................................................................................................................9

4.Bibliografia.................................................................................................................................10
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1.Introdução

Ao tratar do tema orientação sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida
e à saúde, que se expressa no ser humano, do nascimento até a morte. Relaciona-se com o direito
ao prazer e ao exercício da sexualidade com responsabilidade. Engloba as relações de género, o
respeito a si mesmo e ao outro e à diversidade de crenças, valores e expressões culturais
existentes numa sociedade democrática e pluralista. Inclui a importância da prevenção das
doenças sexualmente transmissíveis/Aids e da gravidez indesejada na adolescência, entre outras
questões polémicas. Pretende contribuir para a superação de tabus e preconceitos ainda
arraigados no contexto sociocultural brasileiro. A primeira parte deste trabalho falamos da
importância de incluir Orientação Sexual como tema transversal nos currículos, discorre sobre a
postura do educador e da escola, descrevendo, para tanto, as referências necessárias à actuação
educacional ao tratar do assunto, trabalho que se diferencia do tratamento da questão no
ambiente familiar. Aborda ainda, por meio dos objectivos gerais, as capacidades a serem
desenvolvidas pelos alunos do ensino fundamental. A segunda parte, constituída pelos blocos de
conteúdo e por orientações para trabalhos com Orientação Sexual em espaço específico. Além
das informações, destaca-se o estímulo à reflexão dos jovens a partir da problematização e
debate das diversas temáticas atuais da sexualidade. O objectivo deste trabalho é promover
reflexões e discussões de técnicos, professores, equipes pedagógicas, bem como de pais e
responsáveis, com a finalidade de sistematizar a acção pedagógica da escola no trato de questões
da sexualidade. A nossa metodologia para a pesquisa foi biblioteca e internet.
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2.Orientação sexual

Orientação sexual como uma referência à capacidade de cada pessoa de ter uma profunda
atracção emocional, afectiva ou sexual por indivíduos de género diferente, do mesmo género ou
de mais de um género, assim como ter relações íntimas e sexuais com essas pessoas.

Nossa cultura privilegia a diferença sexual (ter pénis ou vagina) como sendo a base da identidade
de género. Desse modo, as diferenças anatómicas entre os sexos são tomadas como base não
apenas para dividir o mundo entre homens e mulheres, como também para definir quem deve se
sentir masculino ou feminina e como “homens“ e “mulheres” devem se vestir, comportar e
desejar.

2.1.Sexualidade

 Diz respeito ao prazer sexual e aos desejos sexuais;


 Conecta os desejos e práticas mais íntimas e individuais a questões como família,
políticas populacionais, direitos humanos e saúde pública.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define sexualidade como “uma energia que nos motiva
para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como sentimos,
movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A
sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia
também a nossa saúde física e mental”.

Género foi incluído no conceito amplo de sexualidade com mais intensidade a partir da década
de 1980, estimulado pelos movimentos sociais feministas. A palavra género expandiu a
possibilidade dos papéis sociais5 e a aplicabilidade na relação entre a expressão de género
feminino e género masculino, reforçando a subjectividade de cada ser humano na maneira de
expressar sua sexualidade.

Joan Scott6 (1990), foi uma influente teórica sobre a aplicabilidade do termo género. Ela afirmou
que existem vários aspectos ligados aos indivíduos e que são constituídos por diferenças
percebidas pelas relações sociais entre os sexos, sendo uma maneira inicial de identificar-se. A
autora conceituou que o género é constituído por quatro elementos que se correlacionam. São
eles:
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 Os símbolos (nossas expressões sociais e caracterização);


 Os conceitos normativos (que definem como devemos interpretar esses símbolos
impostos por influências e doutrinas, sejam elas religiosas, educativas, científicas,
políticas ou jurídicas);
 A representação binária dos géneros (que reconhece o sexo como influente na
sexualidade humana, mas não como o único determinante no género escolhido pelo
indivíduo);
 A identidade subjectiva (que está directamente ligada às discussões sobre os termos
género e sexo, evidenciando as diferenças aplicadas).

Ampliando esses conceitos, Judith Butler (1999), inicia uma discussão crítica sobre as relações
afectivas binárias, género e sexo, homem e mulher e principalmente o sujeito e o outro, trazendo
os aspectos subjectivos e de identidade da afectividade. Em suma, género é a estilização repetida
do corpo, um composto de acções que sofrem mudanças no decorrer da vida do indivíduo, que
pode ter diversas identidades, não estando somente relacionadas às prevalências sexuais, o que
vem aumentar ainda mais as influências recebidas, com enfoque nas questões emocionais de um
ser humano. A identidade de género é uma categoria da identidade social e refere-se à
identificação do indivíduo como homem ou mulher, ou com alguma categoria diferente de
homem ou de mulher. Essa identidade deve ser construída pelo próprio ser humano. Mesmo com
todas as influências que receberemos, caberá a cada um sentir se está em concordância com sua
orientação, seus desejos e suas práticas sexuais, entendendo que eles podem ser modificados.

A adolescência costuma ser o momento em que as modificações biológicas permitem a


expressão da sexualidade com grande intensidade. Nesse período podem surgir alguns conflitos
sobre as questões de género, que hoje ganha grande destaque na mídia com a possibilidade de se
alterar o nome social. Espera-se que os professores das diferentes áreas do conhecimento, que
poderão (e deverão, por força de ofício) discutir a sexualidade com seus alunos, recebam algum
preparo. Oferecer a temática apenas do ponto de vista “biologicista” pode parecer mais fácil, pois
permite melhor domínio por ser estritamente técnico/biológico, mas gera insuficiência diante da
abrangência do assunto pela própria ampliação do tema sexualidade. Aos professores, deseja-se
que possam percorrer pelo assunto sem lacunas do conhecimento técnico, sem tentar impor suas
impressões pessoais, tabus ou ideias preconcebidas.
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2.2.Sexualidade na infância e na adolescência

Os contactos de uma mãe com seu filho despertam nele as primeiras vivências de prazer. Essas
primeiras experiências sensuais de vida e de prazer não são essencialmente biológicas, mas se
constituirão no acervo psíquico do indivíduo, são o embrião da vida mental no bebé. A
sexualidade infantil se desenvolve desde os primeiros dias de vida e segue se manifestando de
forma diferente em cada momento da infância. Assim como a inteligência, a sexualidade será
construída a partir das possibilidades individuais e de sua interacção com o meio e a cultura. Os
adultos reagem, de uma forma ou de outra, aos primeiros movimentos exploratórios que a
criança faz na região genital e aos jogos sexuais com outras crianças. As crianças recebem então,
desde muito cedo, uma qualificação ou “julgamento” do mundo adulto em que estão imersas,
permeado de valores e crenças atribuídos à sua busca de prazer, os quais estarão presentes na sua
vida psíquica.

Nessa exploração do próprio corpo, na observação do corpo de outros, e a partir das relações
familiares é que a criança se descobre num corpo sexuado de menino ou menina. Preocupa-se
então mais intensamente com as diferenças entre os sexos, não só as anatómicas, mas todas as
expressões que caracterizam o homem e a mulher. A construção do que é pertencer a um ou
outro sexo se dá pelo tratamento diferenciado para meninos e meninas, inclusive nas expressões
directamente ligadas à sexualidade, e pelos padrões socialmente estabelecidos de feminino e
masculino. Esses padrões são oriundos das representações sociais e culturais construídas a partir
das diferenças biológicas dos sexos, e transmitidas através da educação, o que actualmente
recebe a denominação de “relações de género”. Essas representações internalizadas são
referências fundamentais para a constituição da identidade da criança. As formulações
conceituam sobre sexualidade infantil data do começo deste século, e ainda hoje não são
conhecidas ou aceitas por parte de profissionais que se ocupam de crianças, inclusive
educadores.

Para alguns, as crianças são seres “puros” e “inocentes” que não têm sexualidade a expressar, e
as manifestações da sexualidade infantil possuem a conotação de algo feio, sujo, pecaminoso,
cuja existência se deve à má influência de adultos. Entre outros educadores, no entanto, já se
encontram bastante difundidas as noções da existência e da importância da sexualidade para o
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desenvolvimento de crianças e jovens. Em relação à puberdade, as mudanças físicas incluem


alterações hormonais que, muitas vezes, provocam estados de excitação difíceis de controlar,
intensifica-se a actividade masturbatória e instala-se a genialidade. É a fase de novas descobertas
e novas experimentações, podendo ocorrer as explorações da atracção e das fantasias sexuais
com pessoas do mesmo sexo e do outro sexo.

A experimentação dos vínculos tem relação com a rapidez e a intensidade da formação e da


separação de pares amorosos entre os adolescentes. As expressões da sexualidade, assim como a
intensificação das vivências amorosas, são aspectos centrais na vida dos adolescentes. A
sensualidade e a “malícia” estão presentes nos seus movimentos e gestos, nas roupas que usam,
na música que produzem e consomem, na produção gráfica e artística, nos exportes e no humor
por eles cultivado. A escola, sendo capaz de incluir a discussão da sexualidade no seu projecto
pedagógico, estará se habilitando a interagir com os jovens a partir da linguagem e do foco de
interesse que marca essa etapa de suas vidas e que é tão importante para a construção de sua
identidade. A comunicação entre educadores e adolescentes tenderá a se estabelecer com mais
facilidade, colaborando para que todo o trabalho pedagógico flua melhor. A presente proposta de
trabalho com sexualidade legitima o papel e delimita a actuação do educador neste campo.

2.3.Identidade de Género

A identidade de género diz respeito à como uma pessoa se sente em relação ao próprio género.
Embora, como mencionado anteriormente, o masculino e o feminino sejam os mais
reconhecidos, um indivíduo pode se identificar em outra “categoria” de género.

Existem três tipos principais quando se fala em identidade de género. Antes de apresentá-los, é
importante ressaltar que uma pessoa pode expressar mais ou menos características consideradas
femininas ou masculinas em todos os casos.

Portanto, é importante olhar para os tipos de identidade de género com a consciência de que são
baseados nos sentimentos e nas experiências de vida de pessoas reais e não apenas definições
científicas.

Cisgênero: é a pessoa que se identifica com o sexo biológico designado no momento de


seu nascimento.
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Transgênero: é quem se identifica com um género diferente daquele atribuído no


nascimento.
Não-binário: é alguém que não se identifica completamente com o “género de nascença”
nem com outro género. Esta pessoa pode não se ver em nenhum dos papéis comuns
associados aos homens e as mulheres bem como pode vivenciar uma mistura de ambos.

2.4.Tipos de orientação sexual

Heterossexual: atracção pelo sexo oposto.


Homossexual: atracção pelo mesmo sexo.
Bissexual: atracção por ambos.
Assexual: atracção por nenhum. Embora a pessoa não sinta desejo sexual, é capaz de
manter um relacionamento amoroso.
Pansexual: atracção por pessoas, independente de sexo.
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3.Conclusão

A orientação sexual é um aspecto intrínseco da identidade humana, que tem sido objecto de
debate, discussão e luta por direitos ao longo da história. Nossa compreensão e aceitação da
diversidade de orientações sexuais têm evoluído gradualmente, mas ainda enfrentamos desafios
significativos em muitas partes do mundo. É crucial reconhecer e respeitar a diversidade de
orientações sexuais, promovendo a igualdade, a inclusão e o respeito pelos direitos humanos de
todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual. A educação, o diálogo aberto e o
combate à discriminação são passos fundamentais para criar uma sociedade mais justa e
inclusiva para todos, independentemente de quem eles amam ou se sentem atraídos. A aceitação
e a celebração da diversidade são pilares essenciais para uma comunidade global mais
compassiva e harmoniosa.
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4.Bibliografia

Scott JW. (1999), Gender and the politics of history. Nova York: Columbia University Press; p7.

Butler J. (2015) Problemas de género: feminismo e subversão da identidade. 8ª ed. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira; Colecção Sujeito & História.

World Health Organization. Sexual health [Internet]. Genebra: WHO; (2017) Disponível em:
http://www.who.int/topics/sexual_health/en/ 2. Foucault M. História da sexualidade. Rio de
Janeiro: Graal; 1985. v.2. 3. Stoller R. Sex and gender: the development of masculinity and
femininity. Nova York: Science House; 1968. 4. Pedro JM. Traduzindo o debate: o uso da
categoria gênero na pesquisa histórica. História. 2005;24(1):77-98.

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