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Índice

1.Introdução .................................................................................................................................... 3

2.Teorias do desenvolvimento psíquico .......................................................................................... 4

2.1.Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Sigmund Freud ................... 4

2.2.Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Jean Piaget .......................... 5

2.3. Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Vygotsck e Leontiev ......... 7

2.4.Desenvolvimento Cognitivo segundo Alexei Nikolaevich Leontiev (1903-1975)................... 9

2.5. Características dos Períodos de Desenvolvimento Psíquico segundo Leontiev .................... 10

2.6. Desenvolvimento psíquico do adulto ..................................................................................... 14

3.Conclusão................................................................................................................................... 16

4.Bibliografia ................................................................................................................................ 17
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1.Introdução

O estudo do desenvolvimento psíquico é uma jornada fascinante que nos permite compreender
como os indivíduos crescem e se transformam ao longo da vida. Desde a infância até a idade
adulta, uma variedade de teorias tem sido proposta por renomados psicólogos para desvendar os
intricados processos mentais, emocionais e sociais que ocorrem durante esse percurso. Este
trabalho se propõe a explorar algumas das teorias mais influentes sobre o desenvolvimento
psíquico da criança e do adulto.

O objectivo deste trabalho é examinar de forma crítica as teorias do desenvolvimento psíquico


da criança e do adulto, destacando suas contribuições para a compreensão do desenvolvimento
humano.

Método, foi usada a internet para a pesquisa desse trabalho.


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2.Teorias do desenvolvimento psíquico

2.1.Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Sigmund Freud

A teoria freudiana sugere que, como as crianças se desenvolvem, eles progridem através de uma
série de estágios psicossexuais. Em cada fase, a energia da busca do prazer da libido é focado em
uma parte diferente do corpo.

As cinco fases de desenvolvimento psicossexual são:

 Fase oral: (nascimento a 1 ano): Principal ponto de tensão e gratificação é a boca, a


língua e lábios inclui o morder e a sucção. A fase oral tem início no momento em que o
bebé até completar um ano aproximadamente. A criança é estimulada pela boca (o seu
meio de contacto com o mundo que a rodeia) e experiência dor, frustração e satisfação
através de pulsões orais. O seu principal objecto de desejo é o seio materno, que
proporciona alimento e satisfação. Morder, mastigar, sugar e comer são sinónimo de
prazer independente da fome. A fase oral é, também, marcada pela ligação entre a mãe e
o bebé e se caracteriza por ser o período em que a base da personalidade e o ego são
formados. Cores fortes chamam a atenção da criança e ela leva tudo o que pega à boca
nessa fase, que é também o período de reconhecimento externo.
 Fase anal: (1-3 anos): Neste período a criança passa a adquirir o controlo dos esfíncteres
e a zona de maior satisfação é a região do ânus. A criança descobre que pode controlar as
fezes que saem de seu interior, oferecendo-as à mãe ora como um presente, ora como
algo agressivo. É nesta etapa que a criança começa a ter noção de higiene. Ela começa a
ter noção de posse e quer pegar os objectos, tocá-los e ver que aquilo faz fora do limite
do seu corpo treinamento dos hábitos de higiene tem um efeito significativo na formação
da personalidade, onde pela primeira vez ocorrerá interferência na satisfação de um
impulso instintivo da fase anal, que é o prazer erótico da defecação.
 Fase fálico: edipiana (3-5 anos): Foco genital de interesse, estimulação e excitação; pénis
é o órgão de interesse de ambos os sexos; masturbação genital é comum; Intensa
preocupação com ansiedade de castração (temor de perda ou danos aos genitais); inveja
do pénis (insatisfação com os próprios genitais e desejo de possuir genitais masculinos),
vista em meninas, nesta fase; Complexo de Édipo é universal. Criança deseja ter relações
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sexuais e casar com o membro parental do sexo oposto e, simultaneamente livrar-se do


membro do mesmo sexo.
 Fase de latência: (dos 5-6 anos a 11-12 anos): Estado de relativa inactividade da pulsão
sexual, com resolução do complexo de Édipo, pulsões sexuais canalizadas para
objectivos mais apropriados socialmente, formação do superego uma das três estruturas
psíquicas da mente responsável pelo desenvolvimento moral e ético, incluindo a
consciência. Freud diz que o período de latência no desenvolvimento da criança não é um
período psicossexual, mas sim uma fase de desejos inconscientes reprimidos. Neste
período, a criança já superou o complexo da fase fálica e, embora desejos e impulsos
sexuais possam ainda existir, eles são expressos de forma assexuada (amizades, escola,
exportes) até o começo da puberdade.
 Fase genital: (dos 11-12 anos em diante):Estágio final do desenvolvimento sexual –
começa

Com a puberdade e a capacidade para a verdadeira intimidade. Neste período, que tem início
com a adolescência, há uma retomada dos impulsos sexuais, o adolescente passa a buscar, em
pessoas fora de seu grupo familiar, um objecto de amor.

A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda da


identidade infantil e dos pais da infância para que pouco a pouco possa assumir uma identidade
adulta. Os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade
conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade
adulta.

Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais
distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.

2.2.Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Jean Piaget

Jean Piaget demonstrou ênfase principal ao estudo da natureza do desenvolvimento de todo


conhecimento, como também e principalmente no desenvolvimento intelectual da criança. A
preocupação central de Piaget foi o “sujeito epistémico”, isto é, o estudo dos processos de
pensamento presentes desde a infância inicial até a idade ideal. Concentrava-se principalmente
na investigação teórica e experimental do desenvolvimento qualitativo das estruturas intelectuais.
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Procurou estudar cientificamente quais os processos que o indivíduo usa para conhecer a
realidade.

Deste modo, identificou os quatro estágios de evolução mental de uma criança. Cada estágio é
um período onde o pensamento e comportamento infantil são caracterizados por uma forma
específica de conhecimento e raciocínio. Esses quatro estágios são: sensório-motor, pré-
operatório, operatório concreto e operatório formal.

 O primeiro período, sensório-motor (0 a 24 meses), baseia-se em uma inteligência que


trabalha as percepções e as acções através dos deslocamentos do próprio corpo. Neste
período a criança não possui representação mental, ou seja, para eles os objectos só
existem se estiverem em seu campo visual. A conduta social, neste período, é de
isolamento e indiferenciação, onde o mundo se volta inteiramente a própria criança (o
mundo é ela). Entre os 8 a 12 meses a criança começa a ter representação mental, já entre
os 18 a 24 meses ocorre o surgimento da linguagem.
 O pré-operatório (2 a 7 anos) é o segundo período onde surge a função dos sistemas de
significação que permite o surgimento da linguagem. Podendo criar imagens mentais na
ausência do objecto ou da acção, é o período do faz de conta, no jogo simbólico com a
capacidade de formar imagens mentais transformar o objecto em outro que lhe traga
prazer, satisfação, como por exemplo, brincar com uma caixa fazendo de conta que é um
carrinho ou com uma escova de cabelo fazendo de conta que é um microfone. É também
o período que a criança dá alma aos objectos (“O meu carrinho está dormindo”, “a minha
boneca está comendo comidinha”).
A linguagem está em nível de monólogo colectivo, ou seja, todas falam ao mesmo tempo
sem fazer relações com a fala das outras, ou seja, dizem frases que não tem relação com a
frase que a outra está dizendo. Daí a ideia de fala egocêntrica ou centralizada, conversa
consigo mesmo, sem ter interacção comunicativa, pois não há preocupação com o
interlocutor.
Esse pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista quando a linguagem
não mantém uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras
do companheiro.
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 O terceiro período (7 aos 11/12anos), é o das operações concretas, a criança conhece e


organiza o mundo de forma lógica ou operatória. A conversação torna-se possível (já é
uma linguagem socializada), pois a fala egocêntrica desaparece devido o desejo de
trabalhar com os outros (idade escolar), sem que no entanto possam discutir diferentes
pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.
 O quarto período é o das operações formais (11/12 anos em diante), corresponde ao
nível do pensamento hipotético-dedutivo que é o auge do desenvolvimento da
inteligência. A partir desta estrutura de pensamento é possível o diálogo, que permite que
a linguagem se dê á nível de discussão para chegar a uma conclusão.

2.3. Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Vygotsck e Leontiev

Este tema, tratará da caracterização do desenvolvimento psíquico da criança segundo o psicólogo


russo Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934).

Vygotsky define o desenvolvimento psíquico como um processo activo de aquisição da cultura


humana através da linguagem, na interacção com outras pessoas. A linguagem aparece, assim,
como forma de representação das coisas e dos fenómenos do mundo real. Ao adquirir a cultura
humana a criança assimila conhecimentos sobre as coisas e os fenómenos, aprende a realizar
actividades e acções respectivas, formando assim habilidades, aptidões, bem como
comportamentos. Neste sentido, o social tem importância fundamental no desenvolvimento
psíquico do indivíduo.

Vygotsky reconhece os estágios de desenvolvimento do pensamento de Piaget sem, no entanto,


aceitar sua determinação puramente biológica e os respectivos limites absolutos de idade.

(Crain, 1992:199) refere que Vygotsky considera que a aquisição de conhecimentos espontâneos
do dia- a-dia não conduz ao desenvolvimento do pensamento puramente abstracto e teórico. É
preciso recordar que as generalizações a partir da actividade prática com os objectos, a partir de
vivências do dia-a-dia caracterizam o pensamento concreto. O pensamento puramente abstracto e
teórico caracteriza-se por generalizações de características mais essenciais das coisas e
fenómenos e suas relações. Note-se que Piaget considera que o pensamento formal surge por
volta dos 11/12 anos, isto é, aparece consoante a idade. Contudo, para Vygotsky, o pensamento
puramente abstracto e teórico não só depende da aprendizagem, como também das condições
sócio- históricas de vida do indivíduo. Por condições sócio históricas entende se aqui o
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desenvolvimento socioeconómico, o contexto em que o indivíduo está inserido, as formas de


vida, etc. Tomemos o exemplo das características do pensamento que a seguir se apresenta.

A visão do Desenvolvimento Infantil, o desenvolvimento infantil é visto a partir de três aspectos:


instrumental, cultural e histórico.

a) O aspecto instrumental refere-se à natureza basicamente mediadora das funções


psicológicas complexas. Não apenas respondemos aos estímulos apresentados no
ambiente, mas os alteramos e usamos suas modificações como um instrumento de nosso
comportamento. Exemplo disso é o costume popular de amarrar um barbante no dedo
para lembrar algo. O estímulo o laço no dedo objectivamente significa apenas que o dedo
está amarrado. Ele adquire sentido, por sua função mediadora, fazendo-nos lembrar algo
importante.
b) O aspecto cultural da teoria envolve os meios socialmente estruturados pelos quais a
sociedade organiza os tipos de tarefa que a criança em crescimento enfrenta, e os tipos de
instrumento, tanto mentais como físicos, de que a criança pequena dispõe para dominar
aquelas tarefas. Um dos instrumentos básicos criados pela humanidade é a linguagem.
Por isso, Vigotsky deu ênfase, em toda sua obra, à linguagem e sua relação com o
pensamento.
c) O aspecto histórico, como afirma Lúria, funde-se com o cultural, pois os instrumentos
que o homem usa, para dominar seu ambiente e seu próprio comportamento, foram
criados e modificados ao longo da história social da civilização. Os instrumentos
culturais expandiram os poderes do homem e estruturaram seu pensamento, de maneira
que, se não tivéssemos desenvolvido a linguagem escrita e a aritmética, por exemplo, não
possuiríamos hoje a organização dos processos superiores que possuímos.

Assim, para Vigotsky, a história da sociedade e o desenvolvimento do homem caminham juntos


e, mais do que isso, estão de tal forma intrincados, que um não seria o que é sem o outro.

Com essa perspectiva, é que Vygotsky estudou o desenvolvimento infantil. As crianças, desde o
nascimento, estão em constante interacção com os adultos, que activamente procuram incorporá-
las as suas relações e a sua cultura.

No início, as respostas das crianças são dominadas por processos naturais, especialmente aqueles
proporcionados pela herança biológica. É através da mediação dos adultos que os processos
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psicológicos mais complexos tomam forma. Inicialmente, esses processos são inter-psíquicos
(partilhados entre pessoas), isto é, só podem funcionar durante a interacção das crianças com os
adultos. À medida que a criança cresce, os processos acabam por ser executados dentro das
próprias crianças intra-psíquicos. É através desta interiorização dos meios de operação das
informações, meios estes historicamente determinados e culturalmente organizados, que a
natureza social das pessoas tornou-se igualmente sua natureza psicológica.

Todos os movimentos e expressões verbais da criança, no início de sua vida, são importantes,
pois afectam o adulto, que os interpreta e os devolve à criança com acção e/ou com fala. A fala
egocêntrica, por exemplo, foi vista por Vygotsky como uma forma de transição entre a fala
exterior e a interior. A fala inicial da criança tem, portanto, um papel fundamental no
desenvolvimento de suas funções psicológicas.

Para Vygotsky, as funções psicológicas emergem e se consolidam no plano da acção entre


pessoas e tornam-se internalizadas, isto é, transformam-se para constituir o funcionamento
interno. O plano interno não é a reprodução do plano externo, pois ocorrem transformações ao
longo do processo de internalização.

Do plano inter-psíquico, as acções passam para o plano intra-psíquico. Considera, portanto, as


relações sociais como constitutivas das funções psicológicas do homem. Essa visão de Vygotsky
deu o carácter interacionista à sua teoria. Vygotsky deu ênfase ao processo de internalização
como mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções psicológicas complexas. Esta é
reconstrução interna de uma operação externa e tem como base a linguagem. O plano interno,
para Vygotsky, não preexiste, mas é constituído pelo processo de internalização, fundado nas
acções, nas interacções sociais e na linguagem.

2.4.Desenvolvimento Cognitivo segundo Alexei Nikolaevich Leontiev (1903-1975)

Por seu lado, Vygotsky apresenta uma teoria de desenvolvimento cognitivo que destaca a
interacção do biológico com o social no desenvolvimento cognitivo, com destaque para o papel
da aprendizagem no desenvolvimento das formas do pensamento, negando, assim, os limites
absolutos de idade do surgimento dos estágios de desenvolvimento.

Leontiev retoma as concepções de desenvolvimento de Vygotsky e define desenvolvimento


psíquico como modificações psíquicas quantitativas e qualitativas graduais, progressivas de
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fenómenos psíquicos inferiores, simples para o surgimento de fenómenos psíquicos superiores e


complexos. Leontiev (1975: 502) explica as causas do desenvolvimento psíquico do seguinte
modo: as forças motrizes do desenvolvimento psíquico que actuam mutuamente são o lugar que
é ocupado pelo indivíduo na sociedade entre as pessoas, as condições de vida, as exigências que
a sociedade lhe coloca, o carácter da actividade que realiza e o nível de desenvolvimento
alcançado em cada momento.

O desenvolvimento psíquico é determinado pelo lugar que o indivíduo ocupa entre os adultos
consoante a idade que possui, as exigências colocadas ao indivíduo e, sobretudo, a actividade de
aprendizagem. Há que notar que o desenvolvimento psíquico não só é contínuo, como também
apresenta uma descontinuidade, isto é, no desenvolvimento verificam-se estágios de
desenvolvimento com características específicas, que compreendem indivíduos de determinados
grupos de idade.

Com que base é que Leontiev estabeleceu a periodização do desenvolvimento psíquico? A


periodização do desenvolvimento psíquico de Leontiev (1975:503) baseia-se na actividade
dominante e apresenta os seguintes períodos: A primeira infância (dos 0 a 1 ano de idade); A
idade anterior à pré-escolar, ou idade da criança mais nova (de 1 a 3 anos); A idade pré-escolar
(dos 3 a 7 anos); A idade escolar primária (dos 7 a 10- 11anos); A idade escolar média ou
adolescência (dos 11 aos 14-15 anos); A idade escolar preparatória ou juventude mais nova (dos
14-15 anos a 17-18 anos).

2.5. Características dos Períodos de Desenvolvimento Psíquico segundo Leontiev

1. O período da Primeira Infância (0-1 Anos) A criança nasce com reflexos


incondicionados de alimentação, defesa e orientação. No primeiro mês, começa a formar
reflexos condicionados, tais como a posição para mamar, do analisador acústico,
vestibular, visual e táctil-cutâneo.

No fim do segundo mês verificam-se reacções de orientação para o adulto e reflexos


condicionados ligados ao adulto que cuida da criança, o denominado complexo de animação.
Verifica-se ainda o desenvolvimento da actividade de diferenciação dos estímulos, por exemplo,
a distinção de água pura da doce, alguns cheiros; a criança começa a apalpar objectos; No quarto
mês verifica-se a direcção da mão a objectos, exame de objectos, acções simultâneas com as
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duas mãos e com os objectos; A segunda metade do 1º ano caracteriza-se pelo desenvolvimento
da mobilidade através do gatinhar e do andar no fim do 1º ano.

A locomoção vai desenvolver as percepções da criança; Assim como desenvolve a compreensão


inicial da linguagem humana, através da aquisição dos nomes pelo condicionamento, pronúncia
das primeiras palavras.

2. A Idade Anterior a Pré-Escolar ou Idade da Criança mais Nova (1-3 Anos) No 1º


ano de vida, a criança desenvolve-se com base na acção com os objectos e aquisição da
linguagem no contacto com os adultos. Até ao 1º ano a criança compreende uma série de
palavras. Na primeira metade do segundo ano, a criança já constrói frases de uma
palavra. E na segunda metade aumenta o número de palavras e surgem frases de duas ou
três palavras.

No fim do segundo ano, começa a aprendizagem de regras gramaticais em frases curtas. Já no


fim do 3º Ano a crianças formula frases complexas com quase todas as partes da oração e
conversa muito com os adultos e outras crianças, ao mesmo tempo que desenvolve a sua
memória de fixação e reprodução.

A criança tem uma atenção involuntária, inconstante de pouca duração, movida pela força dos
estímulos. Estas características da atenção influenciam sua vontade. Ela faz o que quer e a m u d
a n ç a de uma actividade, exige a colocação de outra que satisfaça um desejo ainda mais forte.

3. A Idade Pré-Escolar (3-7 Anos) A actividade principal da criança é o jogo. As crianças


realizam jogos de imitação da vida dos adultos, jogos de acção em conjunto, jogos de
regras. Os jogos desenvolvem o conhecimento da realidade, a percepção, a imaginação, a
linguagem, desenvolvem as relações sociais entre as crianças, desenvolvem moralmente
as crianças.

A criança tem como actividade principal o jogo, mas também realiza outras actividades, tais
como o desenho, a modelagem, a construção e o trabalho. O desenho, a modelagem e a
construção passam a ser realizados com um fim previamente colocado pela criança. O seu uso
pedagógico desenvolve habilidades necessárias a aprendizagem escolar. O trabalho aqui diz
respeito a realização de pequenas tarefas em casa na família e trabalho manual no jardim infantil.
As crianças começam a compreender as regras gramaticais e a usá- las de forma activa.
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O contacto com os adultos, o jogo conduz a generalizar as características dos objectos e sua
designação por palavras. A memória da criança desenvolve-se acentuadamente e caracteriza-se
por ser involuntária, isto é, a criança fixa facilmente aquilo que chama mais atenção, movimenta-
se, é contrastante, causa vivências emocionais profundas.

As crianças mais novas idade pré-escolar têm tendência de tirar conclusões sobre as coisas com
base nas funções dos objectos e na maneira de utilizá-los. As mais velhas já são capazes de
definir certos objectos do seu dia-a-dia com base em características gerais.

A criança muda de seu comportamento pela aquisição de regras comportamentais. A criança já é


capaz de cumprir as exigências dos adultos. Isto também se relaciona com a compreensão da
linguagem.

4. A Idade Escolar Primária (7-10/11 Anos) A idade escolar primária começa com o
ingresso na escola, passando deste modo, o estudo a ser a actividade dominante da
criança. A criança apresenta uma grande vontade de aprender e cumprir com as
exigências do professor. No início a criança estuda para agradar aos pais e cumprir as
exigências do professor.

Pouco a pouco, a criança apercebe-se da importância das notas e estuda para obter boas notas e
evidenciar-se. A aprendizagem da criança baseia-se nos métodos utilizados para a realização de
tarefas escolares. A criança deve partir da análise e síntese de experiências, exemplos concretos,
reais, suas representações para chegar as conclusões, aos conceitos, devido ao facto de possuir
um pensamento empírico ou concreto-lógico.

O pensamento empírico ou concreto-lógico caracteriza-se pelas generalizações baseadas nas


experiências e manipulação de objectos concretos, observação directa e representações.

A criança desenvolve a linguagem. A língua passa a ser objecto de estudo sistemático. A criança
aprende a ler e a escrever, a Gramática e a Ortografia. O desenvolvimento da linguagem oral e
escrita vai provocar mudanças qualitativas na atenção, percepção e pensamento e memória. A
atenção da criança passa de involuntária no principiante escolar para ser predominantemente
voluntária no fim da idade escolar primária.

A percepção da criança modifica-se na medida em que a criança é conduzida pelo professor a


observar experiências, objectos e fenómenos reais e suas representações, realizar acções e
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descrevê- los, para chegar às suas características mais essenciais. A linguagem escrita exige a
ordenação de ideias, o relacionamento de ideias, a análise e a síntese de textos, frases e
parágrafos, o que desenvolve o pensamento lógico.

O principiante escolar apresenta uma memória essencialmente involuntária e mecânica. Ao longo


da aprendizagem verifica-se a criança desenvolve a memória voluntária. A memória evolui
através da leitura e escrita, pois a criança, orientada pelo professor, é levada a ler textos, dividi-
los para compreendê-los e explicar o seu conteúdo. Actividades específicas de fixação e
reprodução de palavras difíceis são realizadas em aulas de Ortografia. Por outro lado, a criança
aprende uma série de conhecimentos científicos novos. As tarefas são dadas em forma de
exercícios para a repetição da matéria estudada.

5. A Idade Escolar Média ou Adolescência (11-14/15 Anos) A idade escolar média


compreende um período da adolescência que vai dos 11 aos 14/15 anos que é
acompanhado de mudanças de desenvolvimento físico, ligadas à maturação sexual,
provocada pelo funcionamento de glândulas sexuais e consequente surgimento de
características sexuais secundárias e ao crescimento do corpo, caracterizado pelo
aumento de altura, peso força.

O sistema nervoso central desenvolve-se, sobretudo do córtex cerebral havendo uma maior
diferenciação das células cerebrais bem como aumento de fibras associativas no cérebro. A
actividade principal deste período continua a ser o estudo. O estudo apresenta uma diferenciação
das disciplinas e o ensino é realizado por mais de um professor. Cada disciplina, por sua vez,
caracteriza-se por um sistema de conceitos abstractos, o que vai contribuir para o
desenvolvimento do pensamento lógico em dependência dos métodos utilizado no ensino-
aprendizagem.

Os conceitos deverão ser dados a partir da análise pelos adolescentes de experiências, exemplos
concretos, reais, suas representações. A linguagem do adolescente evolui sob influência da
aprendizagem de aspectos mais complexos da língua relacionados com a Gramática, com a
leitura de conteúdos de disciplinas das ciências, o que vai aumentar o seu vocabulário.

A memória do adolescente é, essencialmente, voluntária e significativa, pois fixa mais o que lhe
interessa e que é por si compreendido. As relações sociais do adolescente se ampliam. Nascem as
primeiras amizades e a inserção em grupos de adolescentes.
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O adolescente passa a ocupar uma nova posição na família, deseja ser mais independente, cresce
a responsabilidade. Tem uma tendência de imitar as pessoas que mais admira. Na adolescência
forma-se a consciência de si próprio, resultado da análise de seu mundo interior.

6. A Idade Escolar Preparatória ou Juventude Mais Nova (14/15-17-18 Anos) A idade


escolar juvenil compreende um período da adolescência, que vai dos 15 aos 17/18 anos.
Neste período o estudo continua a ser a actividade principal dos adolescentes. É a idade
correspondente ao fim do estudo na escola secundária.

Os adolescentes desenvolvem o pensamento abstracto ligado ao conteúdo de aprendizagem e tipo


de tarefas de aprendizagem e da cultura da linguagem.

Os interesses profissionais se formam e constituem o impulso principal da aprendizagem,


acentua-se a preferência por determinados conhecimentos e determinadas matérias. É neste
período que tem lugar a escolha da profissão. O adolescente passa a ocupar um lugar novo na
família tem mais independência. As relações sociais com outros jovens alargam. Os adolescentes
desenvolvem sentimentos de amizade e vivências do primeiro amor.

2.6. Desenvolvimento psíquico do adulto

O desenvolvimento psíquico do adulto envolve a adaptação a novas demandas, a busca por


significado e propósito, o estabelecimento de relacionamentos íntimos, a resolução de conflitos e
a reflexão sobre a vida e as experiências passadas. Em resumo, trata-se do contínuo crescimento
e mudança psicológica que ocorre à medida que uma pessoa enfrenta os desafios e as
oportunidades da vida adulta.

O desenvolvimento psíquico do adulto ocorre por meio de uma interacção complexa entre
factores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais. Aqui estão alguns dos principais
mecanismos e processos pelos quais o desenvolvimento psíquico ocorre na idade adulta:

Jean Piaget: Piaget sugere que o desenvolvimento cognitivo na idade adulta continua a progredir,
com os indivíduos adquirindo a capacidade de pensar de forma mais abstracta e complexa. Isso
permite que os adultos resolvam problemas de maneira mais sofisticada, considerem múltiplas
perspectivas e tomem decisões informadas. Piaget destaca a importância da adaptação contínua e
do equilíbrio entre assimilação e acomodação ao longo da vida adulta.
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 Neuroplasticidade: Embora o cérebro adulto seja menos maleável do que o cérebro em


desenvolvimento, ainda é capaz de mudanças estruturais e funcionais ao longo da vida. A
neuroplasticidade permite que os adultos aprendam novas habilidades, adaptem-se a
novas situações e recuperem-se de lesões ou traumas cerebrais.
 Experiências de vida: As experiências vividas pelos adultos, como eventos traumáticos,
conquistas pessoais, relacionamentos significativos e desafios profissionais, moldam seu
desenvolvimento psíquico. Essas experiências influenciam as crenças, valores, atitudes e
perspectivas de vida de uma pessoa.
 Aprendizagem e Educação Continuada: Os adultos continuam a aprender e crescer ao
longo da vida, seja por meio da educação formal, da busca de novas habilidades, da
exposição a diferentes culturas ou da participação em actividades de desenvolvimento
pessoal e profissional.
 Relacionamentos Interpessoais: Os relacionamentos desempenham um papel crucial no
desenvolvimento psíquico do adulto. A qualidade dos relacionamentos íntimos,
familiares, de amizade e profissionais influencia a saúde mental, o bem-estar emocional e
a auto-estima de uma pessoa.
 Autoconsciência e Reflexão: Os adultos podem desenvolver uma maior autoconsciência
e habilidades de auto-reflexão ao longo do tempo. Isso envolve a capacidade de examinar
suas próprias motivações, emoções, padrões de pensamento e comportamento, o que pode
levar a um maior autoconhecimento e crescimento pessoal.
 Desenvolvimento Social e Cultural: As normas sociais, os valores culturais e as
expectativas sociais têm um impacto significativo no desenvolvimento psíquico do
adulto. Os adultos negociam sua identidade pessoal e cultural dentro do contexto das
normas sociais e culturais de sua comunidade.
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3.Conclusão

Uma das principais lições que podemos extrair das teorias de Vygotsky e Leontiev é a
importância da interacção social e do contexto cultural no desenvolvimento psíquico. Essas
teorias nos lembram que o crescimento humano não ocorre em um vácuo, mas é moldado pela
interacção com os outros e pela participação em práticas culturais. Isso destaca a necessidade de
abordagens holísticas que considerem não apenas as características individuais, mas também o
ambiente social e cultural em que as pessoas estão inseridas.

Embora as teorias do desenvolvimento psíquico ofereçam insights valiosos sobre padrões gerais
de crescimento e mudança, é importante reconhecer que cada indivíduo é único e pode
experimentar o desenvolvimento de maneiras diferentes. Além disso, devemos valorizar a
diversidade de experiências e perspectivas culturais, reconhecendo que o desenvolvimento
psíquico é influenciado por uma variedade de factores contextuais e individuais.
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4.Bibliografia

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