Você está na página 1de 33

Universidade Save

Faculdades de Ciências Naturais e Exactas


Licenciatura em Matemática
Especialização em Ensino
Cadeira: Psicologia de Aprendizagem

Tema: Desenvolvimento psíquico da criança de 0 – 16 anos de idade

Discentes Docente: Msc. Estevão Manjate


Amélia Da Fina João Pelembe
André Sérgio Marime
Célbio Bernardo Sumbane
Ercílio Júlio Munguambe
Jaime Violeta Mutombene
Mário Anastáncio Quibe
Chongoene – 2024
Estrutura de apresentação

Introdução

Objectivos

Metodologia

Referencial Teórico

Conclusão

Referências Bibliográficas

2
Introdução

O desenvolvimento psíquico da criança é um tema complexo que tem sido estudado por
diversos teóricos ao longo do tempo. Desde as primeiras décadas do século XX, figuras como
Piaget, Erikson, Kohlberg, Freud, Stern e Winnicott ofereceram perspectivas únicas e
complementares sobre como as crianças crescem, aprendem e se tornam indivíduos perfeitos.
Cada autor trouxe sua abordagem teórica e suas contribuições para entender-se melhor esse
processo fascinante.

3
Objectivos

Objectivo geral

Compreender o desenvolvimento psíquico da criança de 0 – 16 anos de idade

Objectivos específicos

Explicar o desenvolvimento psíquico da criança na perspectiva de Freud

Descrever o desenvolvimento psíquico da criança na perspectiva de Erik Erikson, Donald


Winnicott e Daniel Stern

Identificar os estágios do desenvolvimento moral na perspectiva de Piaget e Kholberg

Explicar o desenvolvimento cognitivo na perspectiva de Piaget

4
Metodologia

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. Através da consulta de fontes


bibliográficas que abordam directa ou indirectamente sobre o assunto em questão como
livros, manuais, ebooks e dissertações, foram coletadas informações relevantes sobre o
desenvolvimento psíquico da criança de 0 – 16 anos de idade na perspectiva de vários autores
e na perspectiva de Jean Piaget.

Esta metodologia mostrou-se adequada para que os objetivos visados fossem alcançados.

5
Referencial Teórico
Desenvolvimento psíquico da criança de 0 – 16 anos de idade segundo vários autores

O desenvolvimento psíquico refere-se ao crescimento e maturação das funções mentais e


emocionais ao longo do tempo, desde o nascimento até a idade adulta. Esse conceito é
fundamental na psicologia e na psicanálise, onde se estuda como as pessoas crescem,
aprendem, se adaptam e lidam com suas emoções e pensamentos ao longo da vida.

6
Desenvolvimento Psíquico da Criança na Perspectiva de Freud
Sigmund Freud (1856-1939) foi um neurologista austríaco que é considerado o pai da
psicanálise, uma teoria da mente e uma abordagem terapêutica que revolucionou a
compreensão da psicologia humana.

Na perspectiva de Sigmund Freud, o desenvolvimento psíquico da criança é influenciado por


uma série de estágios psicossexuais, nos quais a energia psíquica (libido) está focada em
diferentes áreas do corpo.

7
Estágios do desenvolvimento psíquico da criança na perspectiva de Freud
O desenvolvimento psíquico da criança na perspectiva de Freud têm os seguintes estágios

I. Fase Oral (Desde o nascimento a 1 ano aproximadamente)

A região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca. É pela boca que a criança entra em
contato com o mundo, é por esta razão que a criança pequena tende a levar tudo o que pega à boca. O
principal objeto de desejo nesta fase é o seio da mãe, que além de a alimentar proporciona satisfação ao
bebê.

II. Fase Anal (2 – 4) anos aproximadamente

Neste período a criança passa a adquirir o controlo dos músculos a zona de maior satisfação é a região
do ânus. A criança descobre que pode controlar as fezes que sai de seu interior, oferecendo-o à mãe ora
como um presente, ora como algo agressivo. É nesta etapa que a criança começa a ter noção de higiene.8
Estágios do desenvolvimento psíquico da criança na perspectiva de Freud
III. Fase Semelhança (4 - 6 anos aproximadamente)

O prazer provém da estimulação genital e de fantasias conexas. (aqui é preciso compreender o


complexo de Édipo). Para Freud, é nesta fase que a criança vivencia o complexo de Édipo e
vê no pai o seu rival, pois a criança deseja a mãe e não quer dividi-la com o pai.

IV. Fase latência (6 – 11 anos aproximadamente)

Este período tem por característica principal um deslocamento da libido da sexualidade para
atividades socialmente aceitas, ou seja, a criança nessa fase está em desenvolvimento escolar,
há um pleno desenvolvimento intelectual e o comportamento da criança acontece na relação
social, ajustável no convívio diário em trabalhos coletivos.
9
Estágios do desenvolvimento psíquico da criança na perspectiva de Freud
Neste período, que tem início com a adolescência, o adolescente passa a buscar, em pessoas
fora de seu grupo familiar, um objeto de amor.

A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda da


identidade infantil e dos pais da infância para que pouco a pouco possa assumir uma
identidade adulta.

A sexualidade na criança nasce masculina - feminina, macho ou fêmea, futuramente sendo


homem ou mulher. Entram fatores culturais para modelar. Durante a infância ocorre
desenvolvimento de jogos corporais onde as crianças vão-se descobrindo e a madurecendo.

10
Desenvolvimento Psíquico da Criança na Perspectiva de Eric Erikson
Erik Erikson (1902-1994) foi um psicanalista e psicólogo do desenvolvimento conhecido por
suas teorias sobre a identidade e o ciclo de vida humano. Erikson foi influenciado pelas ideias
de Sigmund Freud, mas desenvolveu suas próprias teorias que expandiram a compreensão do
desenvolvimento humano além das ideias puramente psicossexuais de Freud.

Sua teoria mais conhecida é a teoria psicossocial do desenvolvimento, que descreve o


desenvolvimento humano em oito estágios, cada um caracterizado por um conflito
psicossocial específico que deve ser resolvido para o progresso saudável.

“Psicossocial refere-se à relação entre o convívio social do ponto de vista da psicologia.


Consiste num ramo de estudo que abrange os aspectos da vida social em conjunto com a
psicologia clínica” (Significados, s.d.). 11
Estágios do Desenvolvimento Psicossocial na Perspectiva de Erikson
“Cada estágio envolve tarefas desenvolvimentais (de natureza psicossocial), referidas em dois
termos opostos, por isso são designadas de crises bipolares e é um balanço que se deve
alcançar” (Oliveira, 2005).
I. Confiança e desconfiança (nascimento aos 12-18 meses)

A criança põe-se o problema de ter confiança ou não ter confiança na pessoa que toma
cuidado ou se ocupa dela (geralmente a mãe), se recebe ou não nutrição e afeto. Da confiança
para com a figura materna desenvolvera a confiança para com o ambiente externo e outras
pessoas. Se a criança não contar com o afeto e os cuidados maternos, perderá a confiança para
com as outras pessoas e pensará que o ambiente externo não lhe pode dar confiança.

12
Estágios do Desenvolvimento Psicossocial na Perspectiva de Erikson
II. Autonomia, duvida e vergonha (2 a 3 anos)

A criança sente-se independente, atreve-se a fazer coisas e a desenvolver as suas capacidades


ou demasiado controlado pelos pais, não se atreve, duvida, aprende tudo mais tarde.
III. Iniciativa e culpa (4 a 5 anos)

Desenvolvem-se as estruturas anteriores e a criança encontra-se a ter que resolver o conflito


existente entre o tomar iniciativa em actividades e apreciar os resultados ou sentir-se culpado
por ter ultrapassado os limites, neste caso surge o medo de punições ou de castigo, criticas e
de consequência o sentimento inibitório (a criança pode perder a capacidade de tomar novas
iniciativas e sente-se em culpa pelos seus falimentos).

13
Estágios do Desenvolvimento Psicossocial na Perspectiva de Erikson
IV. Construtividade e Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)

A criança deve aprender habilidades culturais, gosta de realizar coisas, de participar em jogos,
de competir ou considera-se preguiçoso, sem iniciativa, evita entrar em competições,
considera-se inferior;

V. Identidade Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)

O adolescente deve desenvolver o sentido de identidade de si mesmo, tornar-se um indivíduo


com a sua própria personalidade distinta daquela dos parceiros e dos adultos, com próprias
normas sociais e próprios valores morais. O falimento na construção da identidade manifesta-
se na “confusão de papéis”, facto pelo qual o adolescente não consegue encontrar um papel
adequado para a sua personalidade no contexto social. 14
Desenvolvimento Moral na perspectiva de Jean Piaget e Lawrence Kohlberg

“O desenvolvimento moral refere-se ao modo como a criança aprende a determinar o que é certo e o
que é errado, que é (principalmente) a base do princípio da justiça” (José, 2021).

Desenvolvimento moral na perspectiva de Jean Piaget

Jean Piaget foi um renomado psicólogo Suíço nascido em 1986 e falecido em 1980.

Segundo Piaget, o desenvolvimento moral dá-se em dois estádios principais:

Realismo moral - caracterizado por não seguir uma regra ou um dever moral, mas sim a melhor
forma de atingir o bem-estar ou minimizar o mal, com base em evidências.

Moralidade de cooperação - caracterizado pela cooperação e a reciprocidade, e não apenas em


regras rígidas. Além disso, ela assume que as pessoas se beneficiam quando cooperam entre si e não
15
a partir da competição.
Desenvolvimento moral na perspectiva de Jean Piaget

Piaget mostrou interesse pelo desenvolvimento moral da criança através da observação de como é
que as crianças interpretavam as regras de jogo dos berlindes. Nas suas observações verificou que
o modo como as regras eram interpretadas variava com a idade da criança.

Etapas do desenvolvimento moral na perspectiva de Jean Piaget


Segundo Piaget a formação da consciência moral na pessoa segue basicamente quatro etapas:
I. Anomia
É a etapa do comportamento puramente intuitivo, que se orienta apenas pelo prazer e pela dor. A
criança procura o prazer e foge da dor, sem relacioná-los a qualquer norma moral.
II. Heteronomia
A criança obedece as ordens para receber a recompensa ou evitar o castigo.
16
Etapas do desenvolvimento moral na perspectiva de Jean Piaget

III. Socionomia

Os critérios morais da criança vão se afirmando por meio de suas relações com outras
crianças. Ela vai interiorizando as noções de responsabilidade, justiça, obrigação e respeito.
Começa a não fazer aos outros o que não gostaria que a fizessem. As crianças agem sempre
buscando a aprovação ou evitando a censura dos outros.

IV. Autonomia

Nesta fase a criança já interiorizou as normas morais e passa a comportar-se de acordo com
elas.

17
Desenvolvimento moral na perspectiva de kohlberg

Lawrence Kohlberg, nascido em 1927 nos Estados Unidos da América, ampliou e completou
os estudos sobre o desenvolvimento moral de Piaget.

Lawrence Kohlberg, fortemente influenciado pela teoria de Piaget, defendeu que o aspecto
moral desenvolve-se gradualmente em estágios.

Estágios do desenvolvimento moral na perspectiva de Lawrence Kohlberg

A teoria de Kohlberg propõe três níveis de moralidade, nomeadamente níveis pré –


convencionais, convencional e pós – convencional. Cada nível possui dois estágios.

A partir desses níveis do desenvolvimento moral, Kohlberg (1984) desenvolveu em 6

estágios o desenvolvimento moral.


18
Estágios do desenvolvimento moral na perspectiva de Lawrence Kohlberg
I. Raciocínio Pré - Convencional (4-10 anos de idade)
As decisões morais são egocêntricas, o que significa que as decisões são baseadas nos
interesses pessoais.
a) Orientação de punição e obediência
As crianças avaliam-se a elas próprias como boas ou mas com base nas recompensas e nos
castigos administrados pelos adultos. As regras são percebidas como sendo absolutas e devem
ser cumpridas, independentemente das circunstâncias.
b) Orientação da Recompensa Pessoal
No ponto de vista da criança, o que é certo é o que a faz feliz. A criança inibe-se de ser injusta
se os outros não forem injustos com ela.

19
Estágios do desenvolvimento moral na perspectiva de Lawrence Kohlberg

II. Raciocínio Moral Convencional

O raciocínio moral é mais centrado no social tem em conta os interesses dos outros numa
determinada sociedade. Existe um forte desejo para corresponder as normas morais,
fundamenta-las e justifica-las.

a) Orientação do/a bom menino ou boa menina

As crianças evitam envolver-se em comportamentos inaceitáveis, de forma a impressionar os


seus pais e a mostrarem que são boas.

20
Estágios do desenvolvimento moral na perspectiva de Lawrence Kohlberg

b) Orientação para a ordem e lei

A lei serve como princípio orientador para que as pessoas recusem envolver-se em certos
comportamentos, na medida em que esse comportamento for proibido por lei. É
compreendido que a lei deve ser mantida a todo custo.

II. Raciocínio Moral Pós – Convencional

pressupõe que a moralidade não se baseia em leis, regras ou convenções sociais, mas sim em
princípios superiores, como a justiça e a igualdade. Considera também que os indivíduos não
se devem limitar às regras ou leis, mas sim estar dispostos a questionar e criticar essas
normas.
21
Estágios do desenvolvimento moral na perspectiva de Lawrence Kohlberg

a) Orientação para o Contrato Social


Aqui reconhece-se a “justiça reversível”, onde a mesma norma deve ser aplicada a todos
indivíduos, independentemente de sua posição social ou econômica. Por fim, a orientação
para o contrato social também incluí a ideia de “autonomia” da moralidade, que pressupõe
que os indivíduos têm capacidade de tomar decisões morais.
b) Orientação do Princípio Ético Universal
Enfatiza que todas as pessoas devem ser tratadas de uma forma justa e respeitosa. Isso é
baseado em princípios morais universais, como a igualdade, a dignidade humana e a
liberdade. A ideia é que as pessoas devem ser tratadas como agentes autônomos.

22
Desenvolvimento psíquico da criança de 0 -16 anos de idade na perspectiva de Donald
Winnicott
Donald Winnicott foi um influente psicanalista britânico que viveu de 1986 a 1971. Ele e
conhecido por suas contribuições significativas para a psicanálise, especialmente no campo do
desenvolvimento infantil.
Winnicott dedicou sua carreira ao estudo das relações entre a mãe e filho, enfocando como
essas relações influenciam o desenvolvimento emocional e psicológico da criança.

Estágios do desenvolvimento emocional na perspectiva de Donald Winnicott


Na perspectiva de Winnicott, o desenvolvimento psíquico da criança é profundamente
influenciado pela qualidade dos cuidados maternos e pelo ambiente facilitador que permite à
criança explorar e expressar a sua verdadeira identidade.

23
Estágios do desenvolvimento emocional na perspectiva de Donald Winnicott

I. Fase do Infans ( 0 – 1 ano de idade)


Durante este período, a criança está em um estado de dependência absoluta em relação à mãe
ou ao cuidador principal.
Winnicott enfatiza a importância da mãe suficientemente boa, que é capaz de atender às
necessidades da criança de forma consciente, proporcionando um ambiente excelente, que
promove a sensação de segurança e confiança na criança.
II. Fase da Transicionalidade ( 1 – 3 anos de idade)
Nesta fase, a criança começa a desenvolver sua capacidade de brincar e explorar o mundo ao
seu redor.
Winnicott introduz o conjunto de “objecto transicional”, como um objecto (por exemplo, um
cobertor) que a criança usa para facilitar a transição entre o mundo interno e externo,
representando uma transição gradual de dependência absoluta para independência relativa.

24
Estágios do desenvolvimento emocional na perspectiva de Donald Winnicott

III. Fase do brincar criativo (3 – 6 anos de idade)


Durante essa fase, a criança se envolve em actividades de brincadeira simbólica, permitindo-
lhe expressar seus desejos, fantasias e ansiedades de maneira segura e criativa.
Winnicott destaca a importância do espaço potencial, .onde a criança pode brincar livremente
sem medo de julgamento ou interrupção.
IV. Fase da adolescência (12 – 16 anos de idade)
Nesta fase, a criança está envolvida em questões de identidade,. independência e intimidade,
buscando encontrar seu lugar no mundo e desenvolver relacionamentos significativos.
Winnicott enfatiza a necessidade contínua de um ambiente facilitador que apoie a
adolescência na exploração de sua identidade única e no estabelecimento de relacionamentos
saudáveis com os outros.

25
Desenvolvimento psíquico da criança de 0 – 16 anos de idade na perspectiva de Daniel Stern
Daniel Stern foi um psicanalista, psiquiatria e pesquisador infantil americano, nascido em
1934 e falecido em 2012. Ele é conhecido por suas contribuições significativas para o
entendimento do desenvolvimento infantil, especialmente no campo da psicologia do
desenvolvimento precoce e das relações interpessoais. Stern dedicou sua carreira ao estudo
das interações entre bebês e seus cuidadores, explorando como essas experiências moldam o
desenvolvimento emocional e social da criança desde o nascimento.

Estágios do desenvolvimento emocional na perspectiva de Daniel Stern


Na perspectiva de Daniel Stern, um renomado psicanalista e psiquiatra infantil, o
desenvolvimento psíquico da criança é compreendido como um processo dinâmico e
interativo, influenciando pelas experiências sensoriais, emocionais e relacionais desde o
nascimento até a adolescência.

26
Estágios do desenvolvimento emocional na perspectiva de Daniel Stern

I. Fase do bebê (0 – 2 anos de idade)


Durante os primeiros meses de vida, o bebê passa por uma fase de “vitalidade emergente”,
onde explora o mundo sensorialmente e desenvolve uma sensação básica de si mesmo e dos
outros.
Stern destaca a importância das interações afectivas entre o bebê e seus cuidadores,
especialmente as trocas de olhares, sorrisos e toques, que são cruciais para o desenvolvimento
do apego e da regulação emocional.
II. Fase da primeira infância (2 – 6 anos de idade)
Durante esta fase, a criança começa a desenvolver uma compreensão mais complexa de si
mesma e do mundo ao seu redor.
Stern enfatiza a importância do “sentimento de ser” da criança, que é influenciado pelas
narrativas compartilhadas com seus cuidadores.

27
Estágios do desenvolvimento emocional na perspectiva de Daniel Stern
III. Fase da infância intermediária (6 – 12 anos de idade)
Neste estágio, a criança continua a desenvolver sua identidade e a explorar seu lugar no
mundo.
Stern destaca a importância das amizades e dos relacionamentos fora da família na formação
da autoestima e da competência social da criança.
IV. Fase da adolescência (12 - 16 anos de idade)
Durante a adolescência, a criança enfrenta desafios emocionais e indenitários à medida que se
afasta da família e busca independência.
Stern destaca a importância de um senso de identidade coerente e de relacionamentos
significativos na adolescência para promover o desenvolvimento saudável.

28
Desenvolvimento psíquico da criança de 0 – 16 anos de idade na perspectiva de Jean Piaget
Jean Piaget foi um renomado psicólogo Suíço nascido em 1896 e falecido em 1980. Ele é
conhecido principalmente por suas contribuições para a psicologia do desenvolvimento e sua
teoria do desenvolvimento cognitivo. Piaget propôs uma abordagem construtivista do
desenvolvimento infantil, argumentando que as crianças constroem ativamente o
conhecimento à medida que interagem com o mundo ao seu redor.
“O termo cognição refere-se à capacidade humana de entender, julgar e interpretar o mundo.
Desta forma, cognição refere-se a atividades mentais envolvidas na aquisição, processamento,
organização e uso do conhecimento” (Xavier & Nunes, 2015).
Estágios do desenvolvimento cognitivo na perspectiva de Jean Piaget
Jean Piaget identificou quatros estágios principais de desenvolvimento cognitivo: Sensório-
motor, Pré-operacional, Operacional concreto e Operacional Formal. Em cada estágio, as
crianças enfrentam desafios e adquirem novas habilidades cognitivas.

29
Estágios do desenvolvimento cognitivo na perspectiva de Jean Piaget

I. Estágio sensório-motor ( 0 – 2 anos de idade)


A criança possui uma inteligência prática, baseada na manipulação e percepção de objectos
concretos. Ela só se manifesta quando há objectos ao alcance dos bebês.
Ele também se concentra apenas no que pode perceber imediatamente pelos sentidos. Se um
objecto não está à vista, para a criança ele não existe.
II. Estágio pré-operatório ( 2 – 7 anos de idade)
Este estágio do desenvolvimento cognitivo é marcado pela comunicação verbal. É comum a
criança falar tudo o que se passa em sua mente, sem considerar o que as pessoas dizem.
As crianças passam a manipular símbolos verbais para se referir a objectos e acções e, com o
tempo, adquirem a capacidade de mobilizar conceitos.

30
Estágios do desenvolvimento cognitivo na perspectiva de Jean Piaget
III. Estágio operatório-concreto ( 7 – 11 anos de idade)
As crianças são capazes de manipular mentalmente representações internas, mobilizando
ideias e memórias para realizar operações mentais.
Conceitos como números e relações são mais facilmente compreendidos e a linguagem se
torna mais socializada. A criança também adquire maior autonomia em relação aos adultos,
estabelecendo seus próprios valores morais.
IV. Estágio operatório-formal ( 11 – mais em adiante)
As crianças conseguem realizar operações mentais que envolvem abstrações e símbolos que
não necessariamente têm formas concretas. Ou seja, elas têm a capacidade do raciocínio
abstrato.
Elas também são capazes de se colocar no lugar dos outros, imaginar a perspectiva das outras
pessoas sobre determinadas situações.
As crianças aperfeiçoam suas habilidades de formular hipóteses para explicar e resolver
problemas. 31
Conclusão
Em suma, as teorias de Piaget, Erikson, Kohlberg e Freud oferecem aspectos valiosos sobre o
desenvolvimento psíquico da criança, destacando a importância de aspectos como a cognição,
a identidade, a moralidade e os instintos. Enquanto Piaget enfatizava a construção do
conhecimento através de estágios de desenvolvimento cognitivo, Erik Erikson concentra-se na
formação da identidade ao longo das diferentes fases da vida. Kohlberg traz à vista a evolução
moral da criança, enquanto Freud explora as complexidades dos instintos e do inconsciente.
Tanto Daniel Stern quanto Donald Winnicott oferecem compreensões valiosas sobre o
desenvolvimento psíquico da criança dos 0 aos 16 anos de idade.
Suas teorias destacam a importância das relações interpessoais, do cuidado materno e do
ambiente facilitador na formação da identidade e no desenvolvimento emocional da criança.
Assim, o estudo do desenvolvimento psíquico da criança continua a ser uma área vital e em
constante evolução na psicologia contemporânea.

32
Referências
Archa. (24 de Maio de 2020). Teoria do Desenvolvimento Psicossocial de Erik Erikson. Fonte: portalarcha.com: https://portalarcha.com/2020/05/24/teoria-do-
desenvolvimento-psicossocial-de-erik-erikson/
Baldissera, O. (s.d.). O que é o desenvolvimento cognitivo, estágios e como estimular. Fonte: poseducacao.unisos.br:
https://poseducacao.unisinos.br/blog/desenvolvimento-cognitivo
Cherry, K. (s.d.). A Teoria do Desenvolvimento Psicossocial de Erik Erikson. Fonte: psicoativo.com: https://psicoativo.com/2016/08/teoria-do-desenvolvimento-
psicossocial-de-erik-erikson.html
Cherry, K. (s.d.). As 8 Fases do desenvolvimento Psicossocial de Erik Erikson. Fonte: psicoativo.com: https://psicoativo.com/2016/08/as-8-fases-do-desenvolvimento-
psicossocial-de-erik-erikson.html
Francisco, F. E. (2016). Recurso Auxiliar para Estudante – Psicologia Geral . DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA.
José, F. (6 de Maio de 2021). Desenvolvimento moral segundo Kohlberg e Piaget. Fonte: escolamz.com: https://www.escolamz.com/2021/05/esenvolvimento-moral-
segundo-kohlberg-e-Piaget.html
Oliveira, J. S. (2005). Desenvolvimento Psicossocial e Estilos de Vinculação: Convergência e Divergência de Percepções de Satisfação na Família . Porto.
Significados. (s.d.). Significado de Psicossocial (O que é, Conceito e Definição) - Significados. Fonte: significados.com.br: https://www.significados.com.br/psicossocial/
Stern, D. (1995). O processo Interpessoal do Desenvolvimento Psicológico . Artmed.
Stern, D. (1996). O Mundo Interpessoal do Bebê: Uma Visão da Psicanálise e da Psicologia do Desenvolvimento . Àgora.
Stern, D. (1997). O Desenvolvimento do Ego: Uma Visão Interpessoal. Artes Médicas.
Stern, D. (2002). A primeira relação: Mãe e bebê . Imago.
Winnicott, D. W. (1953). Da Pediatria à Psicanálise: Obras escolhidas. Imago.
Winnicott, D. W. (1975). O Brincar e a Realidade. Imago.
Winnicott, D. W. (2000). Tudo Começa em Casa. Martins Fontes.
33
Xavier, A. S., & Nunes, A. I. (2015). Psicologia do Desenvolvimento (4a ed.). Fortaleza: EDUCE.

Você também pode gostar