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Caracterização e conceito
Histórico da conceituação
O início do estudo científico do desenvolvimento humano se deu devido a preocupação com
os cuidados e com a educação infantil, e com o próprio conceito de infância como um
período particular do desenvolvimento, por esse motivo muitos manuais de psicologia ainda
tratam apenas a infância e a adolescência. A psicologia do desenvolvimento teve seu objeto
de estudo delimitado pois notou-se que ela vinha fazendo interface com outros campos da
psicologia e outras atuações.
O tempo é apenas uma escala, não é uma variável psicológica. Portanto, é preciso entender
como as condições internas e externas ao indivíduo afetam e promovem essas mudanças
(Biaggio, 1978).
Variáveis internas: Estão ligadas à maturação orgânica do indivíduo, as bases genéticas do
desenvolvimento.
Variáveis externas: São aquelas ligadas à influência do ambiente no desenvolvimento.
Gerais: Que explique as semelhanças
Individuais: Que explique as diferenças
Fatores biológicos (como etnia, doenças ou síndromes genéticas)
Fatores socioculturais (por exemplo, educação, cultura, crenças e valores)
Fatores psicológicos (temperamento, caráter, habilidades e capacidades intelectuais, entre
outros).
“Através da identificação dos fatores e como afetam o desenvolvimento humano podemos
pensar sobre trabalhos de intervenção mais eficazes, que levem a um desenvolvimento
harmônico do indivíduo. Sendo assim, os conhecimentos gerados por essa área da psicologia
trazem grandes contribuições para os trabalhos de prevenção e promoção de saúde social.”
Biaggio e Monteiro (1998) estudando a evolução histórica da psicologia do
desenvolvimento humano sistematizam o estudo do desenvolvimento humano em fases:
Teorias do Desenvolvimento
Gestalt
Defende que, para aprender, usamos uma série de estruturas. Estruturas que teriam uma base
física e impõem as suas qualidades no que diz respeito ao nosso desenvolvimento. Por outro
lado, poderíamos defini-las como totalidades complexas, produto da decomposição das
unidades complexas.
De acordo com a Gestalt, o desenvolvimento está baseado em estruturas de origem biológica
que aprendemos a usar à medida que crescemos.
Portanto, não haveria um “desenvolvimento” no aspecto da gênesis e estágios evolutivos,
apenas a descoberta progressiva das capacidades do cérebro.
Para a Gestalt, pequenos detalhes do comportamento humano poderiam revelar sentimentos
latentes. Essa corrente, então, acredita que a soma das partes significavam mais que o todo.
Psicanálise
Freud, aponta que boa parte do comportamento humano é assumida pelo inconsciente,
propondo, ainda, que este é profundamente afetado pelas questões afetivas. Para Freud, a
psicologia da mente humana pode ser dividida em ego, id e superego. Enquanto o ego seria
a parte responsável pelas relações com o ambiente e com outros indivíduos e seres, o id
representa o inconsciente, que busca prazer de forma quase incondicional. Ego e Id estão
em oposição constante, sendo controlados e mediados pelo superego.
Para Freud, o desenvolvimento humano está em função de satisfação, que é direcionada
para a libido. Por isso, em cada fase, a pessoa se concentra em partes do corpo, procurando
inconscientemente formas de acessar sensações de prazer.
Fase oral
• O desenvolvimento da fase oral ocorre desde o nascimento até 2 anos de vida.
• A primeira relação que o bebê tem com a mãe, é a exploração de objetos que é feita através
da boca, denomina-se então uma fase primitiva do estádio oral.
• A fase oral é caracterizada pela urgência das necessidades, extrema dependência, nenhuma
consideração pelos outros e baixa tolerância à frustração e à ansiedade de separação.
• Sustentada pela atividade motora da sucção. O prazer oral obviamente excede a simples
satisfação da fome.
Fase anal
• A fase anal ocorre durante o segundo e o terceiro ano de vida, onde o prazer está no ânus.
• Nessa fase a criança tem o desejo de controlar os movimentos esfincterianos e começa
também a entrar em conflito com a exigência social de adquirir hábitos de higiene;
• A principal questão de conflito durante esta fase é o treinamento para o banheiro. Uma
fixação neste estágio pode resultar em uma personalidade muito rígida ou muito desordenada.
Fase fálica
• Ocorre dos três aos cinco anos, a área erógena fundamental do corpo é a zona genital
• Freud sustenta que nessa fase o pênis é o órgão mais importante para o desenvolvimento,
tanto dos homens quanto das mulheres, por isso Freud é fortemente criticado e acusado de ser
falocêntrico.
• O menino ou menina não reconhece, nesta fase, mais do que um único órgão genital, o
masculino, e a oposição dos sexos é equivalente à oposição fálico-castrada.
• O desejo de prazer sexual expressa-se por meio da masturbação, acompanhada de
importantes fantasias.
Fase genital
• O estágio final do desenvolvimento psicossexual humano.
• O indivíduo desenvolve um forte interesse social e sexual em pessoas fora da família.
Behaviorismo
O behaviorismo nasceu em resposta à reduzida atitude científica da psicanálise. Acreditando
que comportamento humano é mediado pela relação estímulo-resposta.
Ele é extremamente positivista, tudo o que não pode ser medido diretamente está fora do
estudo da psicologia. Portanto, eles apenas estudavam a relação entre os estímulos percebidos
e os comportamentos observáveis que provocavam, ignorando qualquer variável
intermediária que não pudesse ser medida.
Dessa forma, o estímulo é uma ação que provoca algum distúrbio no ambiente, alterando
sua configuração normal. Por sua vez, a resposta é uma transformação realizada pela
pessoa em função do estímulo.
O Behaviorismo deu grande contribuição à ciência provando ser possível alterar o
comportamento, ainda que recebendo o mesmo estímulo. Para os behavioristas, o
desenvolvimento somente é entendido com os diferentes tipos de aprendizagem que são
considerados neste contexto.
A criança nasce com uma série de respostas incondicionais e inatas, que através da
experiência vão associando a outros estímulos. Através de processos muito simples, geram
uma multiplicidade de comportamentos complexos.
O problema desta teoria do desenvolvimento é que ela pode ser considerada demasiado
reducionista.
Psicologia Cognitiva
Ela surgiu como uma reação ao behaviorismo, e se preocupa com o estudo dos processos
internos que podem acontecer entre um certo estímulo e um determinado comportamento;
Estuda os processos mentais que estão por trás do comportamento. É aí que nascem as
perspectivas computacionais e conexionistas do cérebro humano.
Hoje, a psicologia cognitiva é a perspectiva com maior apoio, especialmente na Europa.
Sugere que o indivíduo é um produtor de informação que constrói representações internas de
como é o mundo.
A sua postura se aproxima de Piaget e Vygotsky devido a esse princípio construtivista. No
entanto, ao definir os processos como associativos, se afasta deles para se aproximar mais
do behaviorismo.
Piaget
Ele é uma das grandes referências nas teorias sobre o desenvolvimento humano. É
considerado um dos pais do construtivismo.
Parte da ideia de que a criança constrói o seu mundo e a sua maneira de construí-lo é
baseada nos problemas que surgem.
A sua teoria sobre o desenvolvimento se concentra na formação dos conhecimentos.
Através da sua perspectiva construtivista, elaborou uma teoria que dividiu o desenvolvimento
em uma série de etapas. Essa etapas são universais e todos os indivíduos passariam por elas
em idades semelhantes.
Vygotski
Foi outra das grandes referências nas teorias sobre o desenvolvimento humano. Como Piaget,
ele propôs o desenvolvimento de uma perspectiva construtivista, representante do
cognitivismo;
No entanto, apesar de concordar com essa perspectiva, Vygotsky se concentrou nos efeitos
culturais e sociais que influenciavam o desenvolvimento, acreditava que os seres humanos
constroem a própria realidade externa e interna a que experimentam. Essa construção se dá a
partir da interação do indivíduo com o ambiente externo e com o seu contexto histórico.
Para Vygotsky, o desenvolvimento era inseparável do ambiente social, uma vez que a cultura
e a sociedade transmitem formas de comportamento e de organização do conhecimento.
Claro, não é um processo de copiar e colar, a criança constrói a sua realidade através do que
a sociedade lhe mostra. Este postulado teórico é conhecido como socioconstrutivismo.
Fatores do desenvolvimento
De acordo com as teorias propostas até agora e com as descobertas atuais, há ao menos
quatro fatores determinantes do desenvolvimento humano:
Fator genético: são os genes transmitidos pelos ascendentes, ou seja, os fatores hereditários
podem se manifestar ou não de acordo com o ambiente no qual o indivíduo está inserido;
Fator de crescimento orgânico: corresponde ao desenvolvimento físico da pessoa;
Fator da maturação neurofisiológica: aponta o desenvolvimento de capacidade de
interação diversa com o ambiente, seja através do falar ou do andar;
Fator ambiente: caracterizado por representar todos os fatores externos que impactam e
influenciam o comportamento do ser humano.
Estágios do desenvolvimento
“O feto pode ver, entender, tocar, degustar e mesmo, a um nível muito primitivo, aprender
in útero (quer dizer, dentro do útero, antes do nascimento). Mais importante, ele é capaz de
sentimentos menos elaborados que os adultos, é lógico, mas bem reais” (VERNY, 1989)
MÊS 03
• Feto – 7,5 cm com 28g;
• Cabeça corresponde a 1/3 do corpo – testa alta;
• Face desenvolvida brotamento de língua;
• Unhas, pálpebras, cordas vocais, lábios e nariz proeminente;
• Sexo pode ser identificado;
• Todos os órgãos devem estar funcionando;
• Feto respira, engole, ocasionalmente urina e defeca;
• Presença de cartilagem;
• Movimentação livre e articulada;
• Reações e reflexos ao toque.
“É a partir desse período de gestação que muitos autores consideram o início do período de
aprendizado emocional”
MÊS 04
• Cabeça tem 1⁄4 do tamanho do corpo – proporção continua até o nascimento;
• 20 a 25 cm com cerca de 170 gramas;
• Cordão umbilical longo e continua crescendo;
• Placenta totalmente desenvolvida;
• Começa a sentir-se chutes e socos do feto;
• Reflexos mais enérgicos em forma de explosões.
* Grupos religiosos e sociedades consideram o início da vida.
MÊS 05
• Cerca de 30 cm e de 300 a 500 gramas;
• Início dos padrões individuais de personalidade intrauterina;
1.Sono e vigília
2.Posição preferida
3.Mais ativo ou preguiçoso
4.Se estica
• Feto nesse período produz suor e gordura na pele;
• Sistema respiratório desenvolvido, porém ainda ancestral (soluço);
• Crescimento de pelos e da lanugem;
“A vida da criança no útero é dotada de lembranças, sentimentos e consciência, por isso, tudo
o que lhe acontece nessa fase é vital para a estruturação de sua personalidade.”
MÊS 06
• Cerca de 35 a 40 cm e de 570 gramas;
• Retardo no crescimento avançado;
• Gorduras sob a pele;
• Olhos desenvolvidos e pálpebras se abrindo;
• Ouvidos desenvolvidos;
• Força muscular nas mãos;
• Sistema respiratório desenvolvido, não funcional;
• Baixa sobrevivência fora do útero.
• A medida em que o cérebro e o sistema nervoso do feto se desenvolvem, ele descobre
respostas tanto no plano físico, isto é, relacionadas aos sentimentos e emoções de sua mãe,
como no plano afetivo.
• Entre o sexto e sétimo mês ele pode discriminar atitudes e sentimentos da mãe e começa a
agir em função disso.
• O dano causado ao feto pelas situações de estresse vivenciadas pela mãe, dependerá em
grande parte da duração e intensidade desse estresse.
• A intensidade do afeto que a mãe nutre pelo seu bebê pode amenizar as consequências que
suas perturbações pessoais terão sobre a criança que carrega.
MÊS 07
• Cerca de 40 cm e de 1,5 a 2,5 kg;
• Desenvolvimento de reflexo completo
• Chora, respira e engole – chupa o dedinho;
• Lanugem desaparece – ou não.
• Cabelo pode crescer mais;
• Consegue sobreviver fora do útero com suporte adequado de ganho de peso.
MÊS 08
• Cerca de 50 cm e de 3 kg;
• Movimentos mais limitados;
• Crescimento de gordura sobre a pele.
MÊS 09
• Paralização do crescimento com 1 semana antes do parto;
• Média de 3,5 kg; meninos tendem a ser maiores;
• Sistemas e órgãos operam em quase totalidade;
• Ritmo cardíaco aumenta;
• Aumento de dejetos pelo cordão;
• Pele vai ganhando aspecto não avermelhada;
• Também o útero, como espaço físico, é de fundamental importância para o desenvolvimento
da personalidade da criança.
• A qualidade desse espaço físico é proporcional à qualidade da relação mãe/bebê construída
durante a gestação. – expresso depois do nascimento.
• Nos últimos meses de gestação, o tamanho de feto aumenta consideravelmente, fazendo-o
entrar em contato com as membranas que o envolvem. – primeiro abraço.
Período neonatal
COMPORTAMENTOS REFLEXOS
Reflexos primitivos:
• Respostas automáticas e comportamentos ancestrais frente a estímulos
externos; Ex: Babinki e sucção.
Reflexos posturais:
• Respostas a mudanças de posição ou de equilíbrio; Ex: Paraquedas.
Reflexos locomotores:
• Estímulos iniciais a movimentos voluntários posteriores; Ex: reflexo de marcha.
Período neonatal:
• A maior parte dos reflexos iniciais desaparece durante os primeiros seis a doze meses.
• Reflexos que continuam servindo a funções protetoras permanecem, Ex: piscar, bocejar,
tossir, engasgar,
• O desaparecimento, em determinado momento de reflexos desnecessários, permitindo o
aparecimento do comportamento voluntário, é um método bastante eficaz de avaliar o
desenvolvimento neurológico de um bebê.
• Embora o desenvolvimento inicial do cérebro seja geneticamente orientado, ele é
continuamente modificado tanto de modo positivo quanto negativo pela experiência
ambiental;
• O termo técnico para essa maleabilidade ou modificabilidade do cérebro é plasticidade.
Essa plasticidade pode ser um mecanismo evolucionista para possibilitar a adaptação às
mudanças no ambiente, possibilitando a aprendizagem;
• As diferenças individuais de inteligência talvez reflitam diferenças na capacidade do
cérebro de desenvolver conexões neurais em resposta à experiência;
Olfato e paladar
Os sentidos do olfato e do paladar começam a se desenvolver no útero. A preferência por
odores agradáveis parece ser aprendida no útero e durante os primeiros dias após o
nascimento, e os odores transmitidos pelo leite materno podem ainda contribuir para essa
aprendizagem;
Certas preferências olfativas parecem ser, em grande parte, inatas. Recém-nascidos preferem
sabores doces a sabores azedos ou amargos. Um desejo inato por doce pode ajudar o bebê a
se adaptar à vida fora do útero, já que o leite materno é bem doce;
A rejeição a sabores amargos provavelmente é mais um mecanismo de defesa, pois muitas
substâncias amargas são tóxicas;
As preferências de paladar desenvolvidas nos primeiros meses podem durar por toda a
segunda infância;
Em um estudo, crianças de 4 e de 5 anos que, quando bebês, haviam sido alimentadas com
diferentes tipos de fórmulas, tinham preferências alimentares diferentes e a exposição aos
sabores de alimentos saudáveis através da amamentação podem favorecer a aceitação de
alimentos saudáveis após o desmame e mais tarde na vida.
Audição
A audição é funcional antes do nascimento; fetos respondem a sons e parecem aprender a
reconhecê-los. De um ponto de vista evolucionista, o reconhecimento de vozes e da
linguagem ouvidas no útero pode ser a base do relacionamento com a mãe, que é fundamental
para a sobrevivência no começo da vida;
A discriminação auditiva se desenvolve rapidamente após o nascimento. Bebês de três dias
podem distinguir novos sons de fala daqueles que já ouviram antes.
“Com um mês de idade, o bebê pode distinguir sons tão parecidos quanto ba e pa.” (Eimas et
al., 1971)
*Como a audição é fundamental para o desenvolvimento da linguagem, deficiências
auditivas devem ser identificadas o mais cedo possível.
Visão
É o sentido menos desenvolvido quando o bebê nasce, talvez porque há tão pouco para ver no
útero. De uma perspectiva desenvolvimentista evolucionista, os outros sentidos, estão mais
diretamente relacionados à sobrevivência do recém-nascido.
A percepção visual e a capacidade de utilizar a informação visual – identificar cuidadores,
encontrar comida e evitar perigos – torna-se mais importante à medida que os bebês ficam
mais alertas e ativos.
Os olhos do recém-nascido são proporcionalmente menores do que os de um adulto, as
estruturas da retina estão incompletas e o nervo óptico ainda não se desenvolveu totalmente,
os neonatos focalizam melhor a uma distância de 30 centímetros – aproximadamente a
distância típica da face de uma pessoa que segura um recém-nascido.
• Recém-nascidos piscam em presença de luz intensa;
• Seu campo de visão periférico é muito estreito – 3o mês;
• A capacidade de seguir um alvo móvel também se desenvolve rapidamente nos primeiros
meses, assim como a percepção das cores.
• A visão binocular – o uso de ambos os olhos para focar, possibilitando a percepção de
profundidade e distância – 5o mês.
DESENVOLVIMENTO MOTOR
O desenvolvimento motor é caracterizado por uma série de marcos sistêmicos, onde cada
habilidade recém-adquirida prepara o bebê para lidar com a próxima.
Os bebês primeiro aprendem habilidades simples ou gerais e depois as combinam em
sistemas de ação cada vez mais complexos, permitindo um espectro mais amplo ou mais
preciso de movimentos e um controle mais eficaz do ambiente. EX: preensão – pinça.;
Tronco – caminhar.
Marcos do desenvolvimento motor
Controle da cabeça:
• Ao nascer, a maioria dos bebês consegue virar a cabeça de um lado para o outro enquanto
estão deitados de costas. Enquanto deitados de bruços, muitos podem erguer a cabeça o
suficiente para virá-la;
• Nos dois ou três primeiros meses, eles erguem a cabeça cada vez mais alto – às vezes a
ponto de perder o equilíbrio e virar de costas;
• Por volta dos quatro meses de idade, quase todos os bebês conseguem manter a cabeça ereta
quando alguém os segura ou os apoia em posição sentada.
Controle da mão:
• Os bebês nascem com um reflexo de preensão;
• Por volta de 3 meses, a maioria dos bebês consegue agarrar um objeto de tamanho
moderado, como um chocalho, mas tem dificuldade em segurar objetos pequenos;
• Entre 4 e 6 meses, eles começam a pegar objetos com uma das mãos e transferi-los para a
outra, e em seguida segurar (mas não apanhar) pequenos objetos;
• Entre 7 e 11 meses, as mãos tornam-se coordenadas para apanhar o uso da preensão em
pinça;
• Por volta dos 15 meses, um bebê mediano sabe montar uma torre com dois cubos;
• Alguns meses após o terceiro aniversário, uma criança mediana consegue copiar um círculo
razoavelmente.
Locomoção:
• Depois de 3 meses, um bebê mediano começa a rolar deliberadamente (e não
acidentalmente, como antes) primeiro de frente para trás, depois de trás para frente;
• Por volta de 6 meses o bebê consegue sentar-se sem apoio;
• Por volta dos 8 meses e meio ele consegue manter a posição sentada sem auxílio;
• Entre os 6 e os 10 meses, a maioria dos bebês começa a se deslocar por conta própria
arrastando-se ou engatinhando. (Realização com ramificações cognitivas e Psicossociais);
“Bebês que engatinham tornam-se mais sensíveis ao lugar onde os objetos estão, seu
tamanho, e se estes objetos podem ser deslocados e como se parecem. O ato de engatinhar
ajuda a avaliar distâncias e a perceber profundidade. (Referência social)”
• Segurando na mão de alguém ou apoiando-se em um móvel, o bebê mediano consegue ficar
de pé pouco depois dos 7 meses.
• O bebê médio pode largar o apoio e fica de pé sozinho por volta dos 11 meses e começar a
se locomover de forma bípede por volta de 12 ou 13 meses.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
• O desenvolvimento cognitivo está relacionado à nossa capacidade de aprender, reter
informações e responder aos desafios cotidianos. Tal processo não é estático, mas
continuamente aprimorado, desenvolvido ao longo de todas as fases da vida, da infância à
velhice.
• E o início desse processo de aprendizagem se divide em 6 formas de abordagens:
1. Behaviorista;
2. Psicométrica;
3. Piagetiana;
4. Processamento de informação;
5. Neurociência cognitiva;
6. Socio contextual.
Abordagem Behaviorista
• Bebês nascem com a capacidade de aprender com aquilo que veem, ouvem, cheiram,
degustam e tocam, além de terem certa capacidade de lembrar o que aprenderam.
• No Behaviorismo estuda-se os mecanismos básicos da aprendizagem.
• Os behavioristas querem saber como o comportamento muda em resposta à
experiência por meio de dois processos:
1.condicionamento clássico: Aprendizagem baseada na associação de um estímulo que
normalmente não elicita uma resposta com outro que a elicita.
2.condicionamento operante: Aprendizagem baseada na associação do comportamento com
suas consequências.
* Construção da memória.
Abordagem Psicométrica
O comportamento inteligente é orientado para uma meta e é adaptativo, ou seja, direcionado
para se adaptar às circunstâncias e condições de vida;
A inteligência permite às pessoas adquirir, lembrar e utilizar conhecimento; entender
conceitos e relações; e resolver os problemas do dia a dia;
Então, essa abordagem procura medir as diferenças quantitativas nas habilidades que
compõem a inteligência, utilizando testes que indicam ou preveem essas habilidades.
*No início no começo do século XX, Alfred Binet e Theodore Simon criaram testes
psicométricos que avaliam a inteligência por números para crianças incapazes de
acompanhar o sistema educacional.
♦ Intervenção precoce
6. Combinações mentais
• 18 a 24 meses, O pensamento simbólico já permite pensar sobre eventos e antecipar suas
consequências; sem precisar recorrer sempre à ação;
• Elas começam a demonstrar insights;
• Tem ideias, usam símbolos como gestos e palavras, e sabem fingir.
EX: Júlia brinca com sua caixa-encaixa procurando cuidadosamente o encaixe certo para
cada forma antes de encaixar.
♦ O DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO SOBRE OBJETOS E
SÍMBOLOS
O conceito de existência de um objeto – a ideia de que os objetos têm sua própria existência
independente, características e localizações próprias no espaço – é um desenvolvimento
cognitivo tardio fundamental para uma visão ordenada da realidade física.
O conceito de objeto é a base para a consciência que as crianças têm de que elas próprias
existem separadamente dos objetos e das outras pessoas.
Permanência de um objeto
Boa parte do conhecimento que as pessoas adquirem sobre seu mundo é obtida através de
símbolos, que são representações intencionais da realidade. Aprender a interpretar símbolos
é, portanto, uma tarefa essencial na infância.
As crianças devem tornar-se orientadas para o símbolo: atentas ao símbolo e às suas relações
com as coisas que eles representam.
Competência imagética é capacidade de entender a natureza das imagens.
• Bebês até cerca de 15 meses, vai acariciar a imagem de um ursinho como se ele fosse real;
Aos 19 meses, ele vai apontar e nomear a figura pelo nome do objeto; Por volta dos 2 anos de
idade, é que as crianças entendem que uma imagem é tanto um objeto quanto um símbolo.
Compreensão de escala é a capacidade de discernir sobre o espaço.
• Hipótese da dupla representação até os 3 anos de idade.
Abordagem sociocontextual
• A abordagem sociocontextual de VYGOTSKY examina os efeitos dos aspectos ambientais
dos processos de aprendizagem, particularmente o papel dos pais e de outros cuidadores;
• A participação guiada refere-se a interações mútuas com adultos que ajudam a estruturar as
atividades da criança e preenchem a distância entre a compreensão da criança e a do adulto.
• Esse conceito foi inspirado pela visão que Vygotsky tinha da aprendizagem como um
processo colaborativo. A participação guiada geralmente ocorre em brincadeiras
compartilhadas e nas atividades normais do dia a dia, quando a criança aprende
informalmente as habilidades, o conhecimento e os valores importantes em sua cultura.
A linguagem
• O desenvolvimento da linguagem seja ela oral ou não é um marco do desenvolvimento
cognitivo do ser humano;
“A linguagem é um sistema de comunicação baseado em símbolos, palavras e gramática.
Uma vez conhecidas as palavras, a criança pode usá-las para representar objetos e ações. Ela
pode refletir sobre pessoas, lugares e coisas; e pode comunicar suas necessidades,
sentimentos e ideias a fim de exercer mais controle sobre sua vida”
♦ Sequenciamento do desenvolvimento inicial da linguagem
• Antes de utilizar palavras, o bebê faz suas necessidades e sentimentos serem conhecidos por
meio de sons que evoluem do choro para o arrulho e o balbucio, depois para a imitação
acidental e então para a imitação deliberada;
• Esses sons são conhecidos como fala pré-linguística;
• Também evolui a capacidade do bebê de reconhecer e entender sons de fala e usar gestos
significativos;
• É comum o bebê pronunciar sua primeira palavra por volta do final do primeiro ano de vida
e começar a falar utilizando sentenças entre oito meses e um ano depois
Vocalização inicial
• O choro é o primeiro meio de comunicação do recém-nascido em diferentes tons, padrões e
intensidades sinalizam fome, sono ou raiva (Valor adaptativo);
• Entre 6 semanas e 3 meses, o bebê começa a arrulhar quando está feliz – emitindo gritos
agudos, gorgolejando e pronunciando sons de vogal como “ahhh”;
• Entre 3 e 6 meses, o bebê começa a brincar com os sons da fala, imitando os sons que ouve
de pessoas ao seu redor;
• Entre 6 e 10 meses vem os balbucios – repetição de sequências de consoantes e vogais,
como “ma-ma-ma-ma” – (não é uma linguagem de verdade, pois não tem nenhum significado
para a criança);
A imitação é a chave para o início do desenvolvimento da linguagem. Primeiro, os bebês
acidentalmente imitam sons do idioma e depois imitam a si próprios produzindo esses sons.
• Entre 9 e 10 meses, o bebê imita sons deliberadamente sem entendê-los. Quando já possui
um repertório de sons, ele os encadeia em padrões que soam como uma linguagem;
• Finalmente, quando se familiarizam com os sons de palavras e frases, os bebês começam a
lhes atribuir significados, somente nesse estágio a vocalização se torna linguagem.
Primeiras palavras
• O bebê mediano diz a primeira palavra entre 10 e 14 meses;
• A princípio, o repertório verbal se resume a “mamã”, “dada”, “má” ou “dá”, o significado
vai depender do contexto em que a criança a pronuncia. (holofrase);
• Bebês de 8 meses ou mais novos começam a aprender as formas das palavras discernindo
indicações perceptuais como sílabas que geralmente ocorrem juntas (como pa e pai) e
armazenam essas formas possíveis de palavras na memória;
• Eles também notam a pronúncia, a ênfase nas sílabas e mudanças de tom. Esse aprendizado
auditório inicial é a base para o crescimento do vocabulário.
• Os bebês entendem muitas palavras antes de conseguir poder usá-las;
• Crianças de 6 meses olham por mais tempo para um vídeo em que aparece a mãe quando
ouvem a palavra “mamãe”, o que sugere que estão começando a associar o som com;
• Aos 10 meses, bebês associam um nome que eles ouvem a um objeto que consideram
interessante (Correto ou não);
• Aos 12 meses, começam a prestar atenção a indicações dos adultos, tais como olhar ou
apontar para um objeto enquanto dizem seu nome. Entretanto, eles ainda aprendem nomes
somente para objetos interessantes e ignoram os não interessantes;
• Por volta dos 13 meses, a maioria das crianças entende que uma palavra representa uma
coisa ou evento específico, e pode aprender rapidamente o significado de uma palavra nova;
• Entre 18 e 24 meses, as crianças seguem indicações sociais na aprendizagem dos nomes,
não importando o interesse;
• Aos 24 meses, as crianças reconhecem rapidamente nomes de objetos familiares na
ausência de indicações;
Primeiras sentenças
• Geralmente ela faz isso entre 18 e 24 meses;
• É comum as crianças utilizarem a fala telegráfica, que consiste em apenas algumas poucas
palavras essenciais.
EX: Quando Rita diz, “Bobóendo”, parece querer dizer “Vovó está varrendo”;
• Entre 20 e 30 meses, a criança demonstra uma competência cada vez maior na sintaxe e
também fica cada vez mais consciente do propósito comunicativo da fala e do fato de suas
palavras serem;
• Por volta dos 3 anos, a fala é fluente, mais longa e mais complexa. Embora a criança
geralmente omita partes do discurso, ela consegue comunicar com sucesso o que quer dizer.
♦ Influências: Fator genético e família.
O DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA 1a INFÂNCIA
Fundamentos do desenvolvimento Psicossocial
• Embora os bebês apresentem os mesmos padrões de desenvolvimento, cada um deles, exibe
uma personalidade distinta – Experiências desde a vida intrauterina;
• Personalidade – Conjunto de emoções, temperamentos, pensamentos e comportamentos que
tornam a pessoa única;
• Podemos definir a criação da personalidade em 3 elementos básicos;
1.Emoções: São reações subjetivas à experiências e estão diretamente associadas a mudanças
fisiológicas e comportamentais. Os bebes sentem raiva/desconforto (chora) e
alegria/socialização-resposta (sorriso) – como marco de desenvolvimento;
As emoções podem ser:
• Autoconscientes: quando dependem da formação da autoconsciência.
EX: empatia, inveja.
• Autoavaliadoras: quando dependem do conceito social.
EX: vergonha, culpa.
2.Temperamento: Disposição característica ou estilo de abordagem e reação às situações;
O NYLS – Estudo Longitudinal de Nova York definiu o temperamento infantil em três
padrões básicos:
Criança fácil
EX: Humor brando, boa frustração, sociável, boa adaptabilidade.
Criança difícil
EX: Baixa frustração, alta intenso, dificuldade de se adaptar.
Criança de aquecimento lento
EX: Comportamento adaptativo com pressão.
3.Experiências sociais: Quando se fala de padrões de comportamento temos que entender
que muitos deles são culturais e de aprendizagem social;
• Círculos sociais;
• Primeiro círculo social;
• Mamãe X Papai