Você está na página 1de 187

DESENVOLVIMENTO INFANTIL

UMA REFLEXÃO
AULA 01

Profa. Dra. Ticiana Santiago de Sá


APRESENTAÇÕE
S DA
PROFESSORA E
TURMA

ORGANIZAÇÃO
DA AULA
PARTE I:
UMA REFLEXÃO SOBRE O CONCEITO
DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
O que é desenvolvimento? Conceitos e definições
◦ Etimologicamente, desenvolvimento quer dizer evolução,
mudança e crescimento.
◦ Também etimologicamente, é possível pensar que
desenvolver é deixar que apareça algo que estava envolvido;
◦ Porém, atualmente, a maioria vê o desenvolvimento como
PROCESSO que se inicia desde a concepção e dura a vida
toda.
O que é psicologia do desenvolvimento

É o estudo das múltiplas Resumindo, a psicologia do


variáveis (cognitivas, afetivas, desenvolvimento é uma área da
biológicas e sociais) que afetam psicologia que estuda a
o desenvolvimento ao longo da construção físico-motora,
vida, considerando o contexto intelectual, afetiva, emocional e
sócio-histórico. social do ser humano.
DESENVOLVIMENTO INFANTIL

◦ MENINOS BRINCANDO-PORTINARI
DESENVOLVIMENTO INFANTIL-
CONTEMPORANEIDADE
INTERAÇÃO (VIDEOS CURTOS)

THE WALL CAMINHANDO


PINK FLOYD COM TIM TIM
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO....
História da Psicologia do desenvolvimento
Preocupação com estudo da criança é recente.
 - Criança era vista como pequeno adulto até próximo do século XX
Crianças trabalhavam como os adultos
A partir do século XVII, começam a ganhar destaque as diferenças entre adultos e crianças (igreja
afasta crianças de assuntos ligados ao sexo, destinaram escolas específicas para crianças, voltadas ao
ensino da religião, da moral, da leitura, da escrita, etc..)
Filósofos do século XVII e XVIII passaram a discutir aspectos da natureza humana (Locke: mente da
criança é tábula rasa, uma folha em branco; para ele, então, a educação é fonte de diferenciação entre
as pessoas. Rosseau – O Homem é bom por natureza, e não uma tábula rasa, a sociedade é que o
corrompe. Cabe a educação proteger a criança das maldades da sociedade);
Só no século XIX e XX é que há a preocupação com estudo sistemático da criança ( A Revolução
Industrial foi importante para isso; outro que foi importante foi o estudo de Darwin sobre a origem
das espécies).
História da Psicologia do desenvolvimento
- Ou seja, durante séculos, predominou o desconhecimento sobre a criança.
Paralelamente a isso, predominaram também práticas violentas e agressivas (EX:
Castigos, ajoelhar no milho, palmatória, quarto escuro, espancamento, etc..)

- Tais atitudes começaram a se modificar também com os estudos sobre a criança;

◦ No início, tendência para descrever os comportamentos típicos de cada faixa etária


– Elaborava escalas de desenvolvimento e a partir delas tentava traçar comparações
com o que esperavam como sendo normal.
Fases da História da Psicologia do Desenvolvimento
◦ Período Formativo (1882 – 1912) – Data e marco-zero são controversos. Mas há um consenso de que o
período formativo foi nos EUA e na França.
◦ Primeira Fase (1920 – 1939) – Ênfase em método descritivo, muito focada na criança, preocupada mais com
questões como maturação, crescimento, desenvolvimento intelectual, etc..
◦ Segunda Fase (1940 – 1959) – Ainda muito voltada para criança. Busca de entender a correlação entre
variáveis que afetam o desenvolvimento.
◦ Terceira Fase (1960 – 1989) – Ainda muito voltada para a criança e para o adolescente. Até meados dos anos
60, muita influência do behaviorismo. Depois disso, re-emergência de Piaget. Crescimento do método
experimental;
◦ Quarta Fase (1990 – atualmente) – Maior destaque ao contexto, maior discussão sobre dimensão histórica do
desenvolvimento. Desenvolvimento estudado ao longo do ciclo vital, e não só na infância e na adolescência.
Estudos transculturais, transgeracionais ganham espaço.
Aspectos que influenciam o desenvolvimento
◦ O desenvolvimento é influenciado por aspectos:
1. Subpessoais – relacionados a processos biológicos da espécie;
2. Intrapessoais – relacionados a processos individuais, conscientes e inconscientes;
3. Interpessoais – relacionados às interações com os outros e com o mundo sócio-
cultural;

Obs: É justamente em torno da relação entre esses três aspectos que se encontram as
controvérsias existentes na psicologia do desenvolvimento. Que aspectos têm mais
força?
Polêmicas na psicologia do desenvolvimento

As controvérsias na psicologia do desenvolvimento têm a ver com a pluralidade


da psicologia;

Assim como não há psicologia, mas sim psicologias, não há psicologia do


desenvolvimento, mas sim psicologias do desenvolvimento;

Podemos destacar pelo menos quatro polêmica entre as psicologia do


desenvolvimento.
Polêmica 1:
natureza versus ambiente
◦ Inatistas:

- Confirmam a natureza e as predisposições biológicas herdadas como os agentes de mudanças no


comportamento;
- O desenvolvimento é orientado por padrões inatos

◦ Ambientalistas:

- Confirmam a cultura e o ambiente como a base das transformações humanas ao longo do tempo;
- O comportamento é modelado pelas experiências posteriores ao nascimento;

Fica a pergunta para o debate: até que ponto somos produtos da nossa criação e experiência, e até que
ponto somos produtos de traços inatos?

◦ Construtivistas
Polêmica 2:
Diferenças individuais versus semelhanças coletivas

◦ O que enfatizar: traços particulares ou aspectos comuns?

Obs: vertente histórico-cultural tenta superar também essa


polêmica. O indivíduo como uma forma de sociabilidade;
Polêmica 3:
continuidade versus descontinuidade

◦ O desenvolvimento é um processo contínuo e não fragmentado?


◦ Ou o desenvolvimento é um processo descontínuo, marcado por períodos ou estágios
diferentes?
◦ Neste caso, os psicólogos do desenvolvimento formularam três questões:
- Existem aspectos em comum entre o desenvolvimento do ser humano e o de outras
espécies?
- O ambiente afeta o desenvolvimento de forma contínua ou há estágios na vida de uma
pessoa durante os quais algumas experiências são críticas para dar continuidade ao
desenvolvimento?
Polêmica 4:
O que é normal e o que é patológico?
◦ Norma: ESQUADRO, em latim;
◦ Narmalis: PERPENDICULAR, em latim;
◦ Norma e normalis: enquadre, ordenação e regra;
◦ Em geral, as normas buscam assegurar a ordenação e o controle da multiplicidade da
diversidade humana.
◦ Em geral, as normas servem como contenção política;
◦ Em geral, normas servem ao ajustamento e ao controle das pessoas por um determinado
grupo;
◦ Historicamente, psicologia e pedagogia, por exemplo, foram ciências da norma;
◦ Relativização do que é normal e do que é patológico. Considerar isso não só do ponto de
vista biomédico, mas também histórico;
Dois aspectos que influenciam o desenvolvimento:
maturação e aprendizagem
◦ 1. Maturação: padrões sequenciais de mudanças programados
geneticamente. Exemplos: todas as mudanças programadas por
nosso código genético (ex: potencial para engatinhar, andar e falar;
menarca, semenarca, menopausa, surgimento dos seios,
crescimento dos pelos pubianos, etc..). Até nisso, porém, vemos a
influência da cultura.
◦ 2. Aprendizagem: Mudanças devido à experiência, ao treino, à
prática, à imitação, ao ensaio-e-erro.
◦ As teorias sobre a influência da aprendizagem e da maturação repercutem nas relações interpessoais e
na práticas educacionais.

- Se acreditamos que a personalidade é totalmente formada na infância, um adolescente indisciplinado


será tratado como alguém que sempre terá problemas de conduta. Isso pode aumentar o
comportamento indisciplinado.

- Por outro lado, se acreditarmos que tudo é influência do meio, tenderemos a acreditar na paranóia de
controlar todas as variáveis, para não reforçar o comportamento indisciplinado.

- Já um interacionista traz a idéia do indivíduo como metamorfose, capaz de superar em muitos


momentos a limitação do meio ou de sua biologia. Desenvolvimento é o resultado de múltiplos
fatores interatuantes.
Principais teorias do desenvolvimento
◦ Dentre as várias teorias do desenvolvimento humano, algumas são:
1. Psicanálise (Freud, Erikson, Winnicott, Klein) – Vivências inconscientes,
sexualidade infantil
2. Behaviorismo (Watson, Skinner)
3. Psicologia Genética (Wallon)
4. Epistemologia e Psicologia Genética – Piaget
5. Teoria Histórico-Cultural - Vigotski
INFANCIA, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO:
representações

TONUCCI, F. Com olhos de criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.


PEDAGOGIA DA TRANSMISSÃO

A escola foi institucionalizada no


auge da "Revolução Industrial" a
fim de sistematizar o
conhecimento construído pela
humanidade ao longo de sua
história.
PARTE II- CONCEPÇÕES
DE DESENVOLVIMENTO
INFANTIL E INFÂNCIAS
https://www.youtube.com/watch?v=G9RS2BkbqHw
"Quando me for deste mundo, partirão duas pessoas.
Sairei, de mão dada, com essa criança que fui.
Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui.
Em meio ao agitado caleidoscópio dos dias e das horas atuais, quem ainda encontra tempo
para pensar na criança que um dia foi?
Da criança pequena que um dia fomos, o que foi que sobrou?
Da criança pequena que um dia fomos, o que foi que o mundo não nos roubou.
(JOSÉ SARAMAGO)
Conceber a criança como ser social que ela é, significa: considerar que ela
tem uma história, que pertence a uma classe social determinada, que
estabelece relações definidas segundo seu contexto de origem, que
apresenta uma linguagem decorrente dessas relações sociais e culturais
estabelecidas, que ocupa um espaço que não é só geográfico, mas que
também dá valor, ou seja, ela é valorizada de acordo com os padrões de seu
contexto familiar e de acordo com sua própria inserção nesse contexto.
(KRAMER, 1986, p. 79)

◦ As crianças como sujeitos


Crianças e infância
Não existe algo como a criança ou a infância, um ser e um estado essencial esperando para
ser descoberto, definido e entendido, de forma que possamos dizer a nós mesmos e aos
outros, “o que é a criança? O que é a infância?” Em vez disso, há muitas crianças e
muitas infâncias, cada uma construída por nossos entendimentos da infância e do que
as crianças são e devem ser (DAHLBERG; MOSS; PENCE, 2003, p. 63).

É importante ressaltar que a história da infância no Brasil se confunde com a história do


preconceito, da exploração e do abandono, pois, desde o início, houve diferenciação entre
as crianças, segundo sua classe social, com direitos e lugares diversos no tecido social
(FONTES, 2005, p. 88).
Com a aprovação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, em 1990, o termo "menor" foi abolido,
passando a definir todas as crianças como sujeito de
direitos, com necessidades específicas, decorrentes de
seu desenvolvimento peculiar, e que, por conta disso,
deveriam receber uma política de atenção integral a
seus direitos construídos social e historicamente.
INDICAÇÃO DE
FILMES PARA
ASSISTIR
Crianças Selvagens: Um relato analítico dos processos de
desenvolvimento e aprendizagem de Genie, Pedro e João
Genie foi o nome científico dado a Susan Wille, menina americana de treze anos encontrada na década de 70 por uma assistente
social amarrada a uma cadeira de bebê no porão de sua casa impedida por seu pai de se comunicar e se movimentar desde do
início de sua infância.

Pedro e João são nomes fictício dados a duas crianças encontradas no interior de Pernambuco- Brasil na década de 90 por
autoridades locais após vivenciarem sete anos de cativeiro num curral como uma das faces da violência doméstica cometida pela
madrasta dos mesmos.

As três crianças vivenciaram intenso processo de privação cultural em sua infância, sendo classificadas como crianças
selvagens nos dois registros que analisam o processo de desenvolvimento e aprendizagem das mês mas, a saber, o documentário
“Genie - a criança selvagem” da rede americana BBC e dissertação de Lima (2006).
Para refletir...
O DIREITO E AS ESPECIFICIDADES DA INFÂNCIA

Dia a dia nega-se às crianças o direito de ser criança. Os fatos, que


zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana.
O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se
acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos
pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do
meio, os que não são ricos nem pobres, conserva-os atados à mesa
do televisor, para que aceitem, desde cedo, como destino, a vida
prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem
ser crianças. (EDUARDO GALEANO)
Fonte: LAVADO, J. S. (Quino). Toda Mafalda: da primeira a última tira. São Paulo: Martins Fontes,
1993, p 334.
O infante- não falante
Há uma negatividade constituinte da infância, que,
em larga escala, sumariza esse processo de distinção,
separação e exclusão do mundo social.

A própria etimologia encarrega-se de estabelecer essa


negatividade: infância é a idade do não-falante, o que
transporta simbolicamente o lugar do detentor do discurso
inarticulado, desarranjado ou ilegítimo; a criança é quem está
em processo de criação, de dependência, de trânsito para o
outro.

Como consequência, as crianças têm sido sobretudo


linguística e juridicamente sinalizadas pelo prefixo de
negação e pelas interdições sociais. (SARMENTO2005, p.6)
VIDEOS:
 Luta pelos direitos das crianças: Portal Lunetas
 O começo da vida e Bebês: A importância da Primeira Infância
 Crianças Invisíveis : Análise de episódio do filme
 Caminhando com Tim Tim: Mudança de paradigmas
 As minhas experiências de criança: O exercício da cultura Lúdica
A infância pobre no Brasil: Teoria da
Assistência Científica e da privação cultural
 Código de menores 1927/ 1979
 Estatuto da Criança e do Adolescente
 Roda dos Expostos , Asilo de menores Juvenal de Carvalho
 Orfanato de Redenção, colônia agrícola da Canafístula, Aprendizes de
Marinheiro
 O papel das Igrejas e das primeiras Damas
 A metáfora de Sísifo.
CÓDIGO DE MENORES
I – privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória, ainda que
eventualmente, em razão de: a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável; b) manifesta impossibilidade
dos pais ou responsável para prevê-las;
II – vítima de maus-tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsável;
III - em perigo moral, devido a: a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário aos bons costumes;
b) exploração em atividade contrária aos bons costumes;
IV – privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou responsável;
V – com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária;
VI – autor de infração penal. Parágrafo único. Entende-se por responsável aquele que, não sendo pai ou mãe,
exerce, a qualquer título, vigilância, direção ou educação de menor, ou voluntariamente o traz em seu poder
ou companhia, independente de ato judicial (MACHADO, 1986, p. 05).

O Código também previa a criação de: celas especiais para menores delinquentes, hospitais psiquiátricos
para os menores excepcionais; abrigo para os desfavorecidos ou considerados inadaptados e menores
abandonados; regulamentava o trabalho infantil que antes era proibido (BIERRENBACH, 1987, p. 78)
Crianças e menores:

No Brasil moderno surgiu um termo que conceitua bem a criança desvalida: menor. Este termo foi inicialmente utilizado para
designar uma faixa etária associada, pelo Código de Menores de 1927, às crianças pobres, passando a ter, posteriormente, uma
conotação valorativa negativa.

Menores eram aquelas crianças e adolescentes pobres, pertencentes às famílias com uma estrutura diferente da convencional
(patriarcal, com pai e mãe presentes, com pais trabalhadores, com uma boa estrutura financeira e emocional, dentre outros)

O "menor" foi entregue à alçada do Estado, que tratou de cuidar dele, institucionalizando-o, submetendo-o a tratamentos e
cuidados massificantes, cruéis, e preconceituosos. Por entender o "menor" como uma situação de perigo social e individual, o
primeiro código de menores, datado de 1927, acabou por construir uma categoria de crianças menos humanas, menos crianças do
que as outras crianças, quase uma ameaça à sociedade.
vídeo lunetas: História direito a infância,
implicações para a Psicologia do
Desenvolvimento
INDICAÇÃO DE FILMES
Corpo e Movimento na educação infantil
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=TC3RpoTFb1w
O doutor em educação física, Marco Santoro fala sobre corpo e
movimento nas instituições escolares. Uma produção Maria Farinha
Filmes, apresentada pelo Instituto Alana na III Jornada Pedagógica da
Educação Infantil, no Rio de Janeiro,

REFERÊNCIA PARA DEBATER COM ESTUDANTES


Desconectados: os impactos da pandemia na educação brasileira
https://www.youtube.com/watch?v=yGFxVyQ6eK0

Corpo e movimento – o descobrimento do corpo na educação infantil


 Descrição: A experiência da aprendizagem seja compartilhada com o
corpo orgânico, não se restringindo à ação verbal, na opinião de Neuza
Cristina Gava e Marcelo Bittencourt Jardim.
Documentário Educação na pandemia -
retratos futuros
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=b1M0zYOMapI
A semente para o documentário nasceu com o I Prêmio CpE na Sala de Aula da Rede CpE, iniciativa lançada em junho de
2021 que deu a nove professores um prêmio de R$ 3 mil reais por terem desenvolvido iniciativas e projetos de sucesso
durante a pandemia. Além deles, outros dez docentes receberam menção honrosa. Ao todo, foram mais de 245 vídeos
recebidos de todo o país. O empenho dos educadores e as histórias apresentadas nos vídeos motivaram a equipe da Rede a
desenvolver um documentário que reunisse pesquisadores e professores para registrar a crise que se instalou na educação
brasileira. Sobre a Rede CpE A Rede Nacional de Ciência para a Educação tem por objetivo integrar esforços dos vários
laboratórios e pesquisadores do Brasil, de qualquer especialidade, cujo trabalho possa ser aplicado à educação. Tem como
mantenedores o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, a Somos Educação e o Instituto Ayrton Senna, bem como apoiadores
o Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, a Embrapii, o Museu do Amanhã, a Academia Brasileira de Ciências, o
Instituto Ciência Hoje e a Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Site: www.cienciaparaeducacao.org
PARA SABER MAIS NOS SEGUINTES LINKS

Emoção e razão em sala de aula


https://www.youtube.com/watch?v=2V8s0sucbnk
PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA TEORIA DE HENRI WALLON E ANDRÉ LAPIERRE

https://www.webartigos.com/artigos/psicomotricidade-relacional-na-teoria-de-henri-wallon-e-andre-lapier
re/106554/

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE


https://psicomotricidade.com.br/
CORPO, MOVIMENTO E EDUCAÇÃO:
PARA SABER MAIS...

INDICAÇÕES DE MATERIAL
VOLTAR A BRINCAR
FILMES DESENVOLVIMENTO INFANTIL E DIVERSIDADE DE CORPO
PARTE III: CORPO, SAUDE MENTAL E
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
WALLON, MOVIMENTO E CORPO
CORPO, MOVIMENTO E EDUCAÇÃO
IMAGEM CORPORAL
CORPO,
CORPOREIDADE
IMPLICAÇÕES
UMA VISÃO HISTÓRICA
“No corpo estão inscritas todas as
regras, todas as normas e todos os
valores de uma sociedade específica,

CORPO por ser ele o meio de contacto primário


do indivíduo com o ambiente que o
cerca” (DAOLIO, 1995, p. 105)
A história do corpo humano

A história do corpo humano é a história da civilização. Cada sociedade,


cada cultura age sobre o corpo determinando-o, constrói as
particularidades do seu corpo, enfatizando determinados atributos em
detrimento de outros, cria os seus próprios padrões. Surgem, então, os
padrões de beleza, de sensualidade, de saúde, de postura, que dão
referências aos indivíduos para se construírem como homens e como
mulheres.
o corpo não se revela apenas enquanto
componente de elementos orgânicos,
mas também enquanto facto
social, psicológico, cultural, religioso.
Está dentro da vida quotidiana, nas
relações, é um meio de comunica-
ção, pois através de signos ligados à
linguagem, gestos, roupas, instituições
às quais pertencemos permite a
nossa comunicação com o outro
(Braunstein & Pépin, 1999)
O CORPO SOCIAL
CORPOREIDADE
CORPOREIDADE
Nosso corpo somos nós. É nossa única
realidade perceptível. Não se opõe à
nossa inteligência, sentimentos, alma.
CORPO E Ele os inclui e dá-lhes abrigo.
CORPOREIDADE Por isso tomar consciência do próprio
corpo é ter acesso ao ser inteiro... pois
corpo e espírito, psíquico e físico, e
até força e fraqueza, representam não
a dualidade do ser, mas sua unidade.
(BERTHERAT, 1977)
A POESIA DO
CORPO
CORPO, ASPECTOS
HISTORICOS E
A VênusCULTURAIS
de Willendorf
Uma das primeiras representações do corpo
humano na arte que se tem conhecimento são as
Vênus do período paleolítico, entre elas, a Vênus
de Willendorf, uma pequena escultura tida como
uma representação humana de proporções
irreais da anatomia feminina.
• Escultura de mármore
Laocoonte e seus filhos
atualmente exposta no
Museu do Vaticano.
Imagem: Epoch Times
No período renascentista com a influência do
greco-romano antigo e os estudos sobre
perspectiva, a principal característica é
demarcada pela anatomia bem
representada. Parte disso advém dos padrões
artísticos grego que buscavam retratar a figura do
ser humano com extrema complexidade, algo
facilmente encontrado nas esculturas dessa
época. A exemplo disso cabe ressaltar a escultura
chamada de Laocoonte e seus filhos que data do
período helenístico onde se é possível encontrar
um estudo extraordinário dos músculos e do
movimento do corpo humano, expressões faciais
bem representadas e carregadas de sentimentos.
ATIVIDADE CORPO
SIMBÓLICO:
IDENTIDADE, HISTÓRIA E
CULTURA

DEBATE NA TURMA
“Dizer da história do corpo é o mesmo que
dizer da histórica da vida”
(Sant’ Anna /2004,p.03)
A história do corpo humano é a Surgem, então, os padrões de
história da civilização. Cada beleza, de sensualidade, de saúde,
sociedade, cada cultura age sobre de postura, que dão referências
o corpo determinando-o, constrói aos indivíduos para se
as particularidades do seu corpo, construírem como homens e
enfatizando determinados como mulheres.ao longo do
atributos em detrimento de tempo, esses modelos produziram
outros, cria os seus próprios a história corporal, funcionando
padrões. como mecanismos codificadores
de sentido e produtores da
história corporal (rosário, 2006)
A IDENTIDADE E IMAGEM COMO ASPETOS PSICOLÓGICOS DO CORPO

Os estudos de Reich descobriram as patologias do corpo, elaborando uma terapia corpórea. Ou seja, ele pesquisou que a interrupção
de uma experiência emocional produz bloqueios nos processos corpóreos específicos, mesmo não tendo consciência delas.

Por isso, as repressões corpóreas convertem-se em tensões musculares que se vão estratificando e estruturando com o caráter.
(VARELA, 1992, p. 14-38).

No corpo há marcas visíveis na biografia vital afetiva da pessoa, tais como a dor, a raiva, a ira, o medo, o desespero, a angústia, a
alegria ou a felicidade, etc., muitas vezes sem ‘expressão’, podendo causar, por falta dessas vivências, ‘cicatrizes’ ao nível afetivo-
emocional (período da infância).

De fato, os bloqueios corpóreos, causados por aquelas interrupções, subjazem ‘ativos’, condicionando o sistema sensorial (modo de
perceber), o sistema motor (movimento e ação) e até o sistema afetivo-emocional. São estas tensões musculares que determinam as
modalidades de abertura do sujeito a novas experiências, por vezes dolorosas.

Na verdade, a teoria de Reich alterou o modo de conceber, nos âmbitos da psicoterapia e da antropologia, a relação ‘corpo –
mente’, possibilitando uma maior atenção pelo ‘corpo’ que, de diferentes modos, se encontra nos modelos da psicoterapia da
década de 60 e 70 do século passado.
 A psicologia intentou separar o corpo da mente, pensando que tudo tinha
origem na ‘psique’, mas coube à psicologia humanista impulsar a
importância do corpo, através da experiência e/ou vivência. Considerava-
se que os corpos iam-se moldando, a partir de padrões provenientes da
sociedade, provocando desequilíbrios no ser humano, pois se negava de
alguma forma o nosso corpo e, simultaneamente, a experiência.
(MATURANA, 1995).

 Ao tomar contato com o corpo abriam-se as possibilidades do seu uso.


Possivelmente será, por isso, que as pessoas estão cada vez mais
insatisfeitas com o aspeto corporal, sentindo-se retraídas consigo
mesmas e recorrendo à cultura e imagem do ‘corpo.

 Orientada às ações do corpo na sua ‘presencialidade’ no mundo, não


sendo um puro reflexo de estímulos físicos, já que faz parte desse mundo
(existência significativa)
■ Pela sensibilidade do corpo o ser humano se efetiva no
mundo, pela originalidade das suas experiências corporais,
redescobrindo o mundo sensível. Esta forma de sensibilidade,
apreendida pelos sentidos como expressão existencial,
converte-se na vivência corpórea. O corpo esconde o que é o
ser em si, na sua existência pessoal, como manifestação em
situação, sendo no seu entendimento o espaço e luz (razão)
para a perceção. (MERLEAU-PONTY, 2006, p. 228-230).

■ De fato, o ato de ver materializa-se na realidade pela


corporeidade, sem destituir a especificidade da visão. O
espaço constitui o lugar do corpo, já que ele habita o espaço,
qualificando-o, entrelaçando-se com a corporeidade.
(MERLEAU-PONTY, 1997, p. 42-45)
■ Sendo assim, o corpo é a ‘presencialidade física’ da minha
substantividade psíquico-orgânica na(s) realidade(s). E, é essa
mesma substantividade no momento da ‘presencialidade física’
na realidade que se designa por corporeidade (ZUBIRI, 1982, p.
93): momento estrutural da substantividade, com carácter
abstrato de ‘corpóreo’ da realidade humana inteira
.

■ O organismo físico-orgânico faz-se, ‘desde si mesmo’, formal e


constitutivo corpóreo no sistema inteiro, consistindo na
corporeidade ‘de’ a psique. Ora bem, esse ‘de’, da corporeidade
transforma-a num momento estrutural da substantividade. Se o
ser humano não organiza uma vida psíquico-orgânica solidária,
não haveria corporeidade – atualidade física.
Ora o nosso corpo é aprisionado, ora liberado. O corpo fala e sua fala diz-nos de nós mesmos, mas
não ouvimos, não compreendemos. talvez porque só entendemos a linguagem lógica, racional, dos
conceitos abstratos, que falam ao geral, mas não nos diz muito. Aprisionados à tradição dualista, não
nos percebemos como seres corporais. A nossa essência, a essência humana, ainda é guiada pelo
cogito cartesiano do “eu pensante”, como se fôssemos todos zumbis inteligentes a vagar pelo mundo
[...]. (NÓBREGA, 2004a, p. 82).
Tendo como pano de fundo a concepção fenomenológica da corporeidade desafiamo-nos, nesse
artigo, olhar para a realidade atual do ser humano, numa perspectiva reflexiva do corpo-sujeito,
apresentando-se à discussão da temática educação/corporeidade.
A CRIANÇA E O
MOVIMENTO
QUESTÕES DE PESQUISA, INTERVENÇÃO E ELABORAÇÃO DE POLITICAS
QUE IMPLICAÇÕES
PODEMOS TRAZER PARA A
PSICOPATOLOGIA INFANTIL
PARTE IV: TRANSTORNOS DO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Dualismo Cartesiano:
IMPLICAÇÕES PARA NOSSO
TEMA
◦ Visto como uns dos precursores da neuropsicologia por introduzir a
relação entre filosofia psicológica e fisiologia.
◦ Estabelece a existência de duas substâncias fundamentais: pensamento
(alma) e corpo.
◦ Alma seria imaterial, metafísico e o corpo matéria. Necessidade de uma
ponte.
O PROBLE
MA MENTE
X CORPO
◦ Realismo (e.g. Matrix)
◦ Racionalismo (“cogito
ergo sum”)
◦ Psicologia
Cognitiva/Terapias
Cognitivas/Neuropsicolo
gia cognitiva

Implicações do dualismo
Rejeição ao dualismo:

◦ Eliminativismo: ideia que a psicologia


trabalharia com categorias falsas que
Monismo: compreensão de que o precisariam ser eliminadas para o
organismo é completo, havendo progresso da compreensão do cérebro.
interação entre diferentes dimensões Uma neurociência avançada
da vida desse organismo (biológica, substituiria essas terminologias por
histórica e cultural – biopsicossocial) descrições científicas.

◦ Reducionismo: tentativa de explicar


predicados mentais em termos de
predicados neurais.
LURIA E SUAS
IMPLICAÇÕES PARA
COMPREENSÃO DO
CORPO E MOVIMENTO
Estabelecimento da relação entre biologia e
cultura.

O desenvolvimento e funcionamento do cérebro


seria influenciado por interações de fatores
biológicos e sociais

Vínculos entre regiões cerebrais seriam


construídos historicamente

Desconstrução da ideia de função. As atividades


complexas não poderiam ser atribuídas apenas
um órgão ou tecido.
Nessa noção de função,
diferentes regiões cumpririam
funções amplas, com seus
componentes a atividade de
outros em casos de dano
cerebral

Noção de sistema: áreas


diferentes trabalhando em
conjunto para que uma função
possa ser desempenhada.
◦ A RELEVÂNCIA DAS EMOÇÕES PARTIR DA
ANTÓNIO DAMÁSIO
Antônio Damásio Damásio é neurocientista português, mas vive atualmente nos EUA onde dirige com a mulher, Hanna Damásio, o
Brain and Creativity Institute, na Universidade da Califórnia do Sul. É professor de neurociência na Universidade do Sul da
Califórnia em seus estudos ele aposta que o sistema límbico (parte do cérebro que controla as emoções e ações básicas) e o
neocórtex (parte da razão) estão relacionadas pois trabalham sempre em conjunto. Sua maior frase do famoso livro é “ toda e
qualquer expressão racional está baseada em emoções“.

Em seu livro “O erro de Descartes” (1994) – uma pesquisa resultante de 25 anos de experiência em estudos neurológicos –
Damásio afirma que o escopo fulcral do livro foi o de se ocupar do tema das emoções a partir da perspectiva da ciência do
cérebro, bem como das suas implicações para a tomada de decisão em geral e para o comportamento social em particular.

 O resgate do tema das emoções mesmo feito sob o pano de fundo da neurociência terá implicações marcadamente
multidisciplinares, no sentido que o autor abordará o tema para além do mero reducionismo biológico, isto é, da redução dos
estados mentais aos estados cerebrais, acentuando, mormente a ideia de uma inter-relação entre corpo e cérebro enquanto
organismo e sua relação com o ambiente físico e social, destacando assim a importância do diálogo da neurociência com a
filosofia e as ciências sociais de um modo geral.
A tese do organismo ou a indissociabilidade entre corpo e cérebro se fundamenta na
seguinte afirmação: “O cérebro humano e o resto do corpo constituem um
organismo indissociável, formando um conjunto integrado por meio de circuitos
reguladores bioquímicos e neurológicos mutuamente interativos”.
A resposta certa não importa nada, o essencial é
que a pergunta esteja certa.

◦ Das indagações, Quintana, Caderno H.

117
TRANSTORNOS
DE NEURODESENVOLVIMENTO
Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de
condições com início no período do desenvolvimento.

Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento,


em geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados
por déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no
funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional.

Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito


específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas até
prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência.
◦ É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do
neurodesenvolvimento; por exemplo, indivíduos com transtorno do
espectro autista frequentemente apresentam deficiência intelectual
(transtorno do desenvolvimento intelectual), e muitas crianças com
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam
também um transtorno específico da aprendizagem. No caso de
alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de
excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos esperados
Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) caracteriza-se por déficits em
capacidades mentais genéricas, como raciocínio, solução de problemas, planejamento,
pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência. Os
déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que o indivíduo não
consegue atingir padrões de independência pessoal e responsabilidade social em um ou mais
aspectos da vida diária, incluindo comunicação, participação social, funcionamento acadêmico
ou profissional e independência pessoal em casa ou na comunidade. O atraso global do
desenvolvimento, como o nome implica, é diagnosticado quando um indivíduo não atinge os
marcos do desenvolvimento esperados em várias áreas do funcionamento intelectual. Esse
diagnóstico é utilizado para indivíduos que estão incapacitados de participar de avaliações
sistemáticas do funcionamento intelectual, incluindo crianças jovens demais para participar de
testes padronizados.

Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual)


Antes de ir para a escola e até os três anos, a
Uma criança com deficiência intelectual pode criança deve se beneficiar de um sistema de
obter resultados escolares muito interessantes. intervenção precoce. Os educadores e outros
Mas nem sempre a adequação do currículo técnicos do serviço de intervenção precoce
funcional ou individual às necessidades da devem pôr em prática um Plano Individual de
criança exige meios adicionais muito distintos Apoio à Família. Este plano define as
dos que devem ser providenciados a todos os necessidades individuais e únicas da criança.
alunos, sem exceção. Define também o tipo de apoio para responder
a essas necessidades
SÍNDROME FETAL ALCOÓLICA (SFA)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Como o próprio nome indica, de fato é uma doença


gerada pelo consumo de álcool durante a gestação.
Além das características físicas, como você pode
observar na figura a seguir, a síndrome pode gerar
comprometimento no desenvolvimento da criança,
incluindo dificuldades de concentração e nos estudos
em geral (HAMAD, 2017).
O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits
persistentes na comunicação social e na interação social em
múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em
comportamentos não verbais de comunicação usados para
interação social e em habilidades para desenvolver, manter e
compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação
social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a
presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por
níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou
hiperatividade-impulsividade. Desatenção e desorganização
envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de
não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade TDH
ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade
implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de
permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e
incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade
ou o nível de desenvolvimento. Na infância, o TDAH
frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados “de
externalização”, tais como o transtorno de oposição desafiante e o
transtorno da conduta. O TDAH costuma persistir na vida adulta,
resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e
profissional.
Os transtornos motores do neurodesenvolvimento incluem o transtorno do desenvolvimento da coordenação, o
transtorno do movimento estereotipado e os transtornos de tique. O transtorno do desenvolvimento da coordenação
caracteriza-se por déficits na aquisição e na execução de habilidades motoras coordenadas, manifestando-se por falta
de jeito e lentidão ou imprecisão no desempenho de habilidades motoras, causando interferência nas atividades da
vida diária. O transtorno do movimento estereotipado é diagnosticado quando um indivíduo apresenta
comportamentos motores repetitivos, aparentemente direcionados e sem propósito, como agitar as mãos, balançar o
corpo, bater a cabeça, morder-se ou machucar-se. Os movimentos interferem em atividades sociais, acadêmicas ou
outras. Se os comportamentos causam autolesão, isso deve ser especificado como parte da descrição diagnóstica.
Um transtorno específico da aprendizagem, como o nome implica, é diagnosticado diante de déficits
específicos na capacidade individual para perceber ou processar informações com eficiência e precisão.
Esse transtorno do neurodesenvolvimento manifesta-se, inicialmente, durante os anos de escolaridade
formal, caracterizando-se por dificuldades persistentes e prejudiciais nas habilidades básicas acadêmicas de
leitura, escrita e/ou matemática. O desempenho individual nas habilidades acadêmicas afetadas está
bastante abaixo da média para a idade, ou níveis de desempenho aceitáveis são atingidos somente com
esforço extraordinário. O transtorno específico da aprendizagem pode ocorrer em pessoas identificadas
como apresentando altas habilidades intelectuais e manifestar-se apenas quando as demandas de
aprendizagem ou procedimentos de avaliação (p. ex., testes cronometrados) impõem barreiras que não
podem ser vencidas pela inteligência inata ou por estratégias compensatórias. Para todas as pessoas, o
transtorno específico da aprendizagem pode acarretar prejuízos duradouros em atividades que dependam
das habilidades, inclusive no desempenho profissional.
É importante mencionar que a deficiência intelectual possui quatro
níveis de gravidade: leve, moderada, grave e profunda .
UMA ANALISE CRITICA DAS PISTAS
TRANSTORNO DA COMUNICAÇÃO
SOCIAL
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V
(APA, 2014), as características do transtorno espectro autista são:

• dificuldades persistentes na interação social, isto é, dificuldades de apresentar

TEA
reciprocidade social e emocional;
dificuldades na expressão da comunicação não verbal;

• apresenta dificuldade para desenvolver, manter e compreender relacionamentos;

• apresenta movimentos motores repetidos e estereotipados;

• tendência a sempre querer as mesmas coisas ou que sejam do mesmo jeito;

• demonstram apego excessivo a objetos incomuns.


A IMPORTANCIA DE
UMA LEITURA
CRITICA
PARA APROFUNDAR LEITURAS...
◦ o transtorno opositor desafiante. A nomenclatura do referido transtorno é encontrada no CID 10 – Classificação Internacional de Doenças
como Distúrbio Desafiador e de Oposição.
◦ É importante entendermos que fatores familiares no transtorno opositor desafiante (TOD) contribuem muito para a formação dos sintomas,
bem como para o agravamento destes.
◦ A família é um elemento ativo na construção e formação do repertório psíquico da criança, isto é, comportamentos, emoções, hábitos e
pensamentos conscientes e inconscientes. O repertório psíquico da criança tem origem no contexto familiar (pais, irmãos, tios, até mesmo
antepassados mais distantes).
◦ Conforme Tavares et al. (2015), é grande a possibilidade das crianças que apresentam o TOD terem sofrido algum tipo de abuso físico
(através de trabalhos excessivos e/ou responsabilidades que não cabem à criança), abuso sexual e/ou abuso emocional.
◦ Já no nível funcional, modelos neuropsicológicos relacionam os sintomas de parte das crianças com TOD à deficiência de controle inibitório
e de planejamento executivo necessários para regular comportamentos e processos cognitivos (TAVARES et al., 2015).

TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIANTE


Uma conduta importante a ter com as crianças acometidas pelo transtorno opositor desafiante é mostrar um novo repertório
comportamental: mostrar novas maneiras de lidar com acontecimentos negativos, auxiliar a lidar com as emoções e, em especial,
auxiliar a lidar com o “não”.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E
ANSIEDADE
COMORBIDADES NOS TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO
INDICAÇÃO PARA ASSISTIR O FILME “UM
ALUNO CHAMADO MATHEUS”

Você também pode gostar