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Desenvolvimento I: criança e adolescente

26.09.19
Vinculação:
 Necessidade de uma relação significativa desde o início da vida – importância no
desenvolvimento do sujeito.
 Relações significativas: em princípio, todos apresentam pelo menos uma delas.
o Pessoas que são a nossa rede de apoio nos momentos difíceis - figuras de
suporte.
o Ausência de relações significativas: a velhice e a infância são os momentos em
que há uma maior propensão de ocorrerem maiores problemas.
 Necessidade de relação e apoio: variam conforme o indivíduo.
 É adaptativo ter figuras de suporte.
 Vinculação é uma necessidade fundamental e adaptativa: se os bebês não forem
assistidos e tiverem cuidados parentais seguros, correm um grande risco de virem a
falecer ou a terem sequelas psicológicas posteriores.
 Os pais que realizam maus tratos dificilmente irão admiti-los. Por isso há uma enorme
importância no conhecimento dos conceitos que irão ser tratados.
 Vinculação: não são relações superficiais. A vinculação implica na
segurança/insegurança no desenvolvimento.
o Aqueles que tiveram relações inseguras apresentam uma maior dificuldade.
 O bebê é dependente – necessidade fundamental de proteção.
 Os padrões que são construídos na infância não são inertes, imutáveis, contudo,
apresentam uma enorme resistência à mudança.
 Adulto normal exibem um comportamento de necessidade de proteção à criança
desamparada.
 Pais que dão dinheiro aos filhos por bom comportamento – reforços externos: torna os
filhos mais suscetíveis à manipulação.
 Respostas iniciais de amor - bebê com a mãe. Por que a mãe e não o pai?
o A mãe carrega o filho por nove meses.
o Biologicamente, as mães amamentam os filhos. Atualmente há leite artificial.
Logo, atualmente é mais fácil resolver esse tipo de questão.
o A partir dessa vinculação se forma por aprendizagem e generalização
múltiplas respostas afetivas. O bebê sente se é assistido ou não (ex.; bebês
cujas mães conseguem acalmá-los podem apresentar menos cólicas).
 Importância do suporte ao longo da vida.
 Watson, um dos mais importantes nomes do behaviorismo, acreditava que o amor era
inato.
 Psicanalistas: comportamento do doente e adultos.
o Descobriram a necessidade básica da amamentação - desenvolvimento da
tendência erótica oral.
o Freud: ênfase nas fantasias como fonte de neurose – importância da percepção.
 No início dos modelos teóricos freudianos - perturbações derivavam de
violação. O cérebro faz censura.
 Ausência de métodos contraceptivos fazia com que as pessoas
tivessem que deixar de ter relações sexuais para evitar a gravidez -
método de manipulação.
 Exemplo: criança se retraia sempre que a professora se mexia apesar de ficar
encostada. O pai queria ter mais filhos, enquanto a mãe não a queria. Precisava do
conforto físico.
 Separações breves: inicialmente, achava-se que qualquer separação causaria danos
nefastos no bebê. Atualmente sabe-se que separações breves não apresentam esses
efeitos negativos. Contudo, separações longas e injustificadas são extremamente
prejudiciais.
 “Orfanatos da Romênia” - anos 90. Descoberta de orfanatos em que as crianças
abandonadas passavam os dias em parques, confinadas, abandonadas, sem relações
significativas. Essas crianças tinham uma séria de problemas motores, déficits, atrasos
de desenvolvimento, dificuldade de aprendizagem de linguagem... - confirma a
importância da vinculação.
 “A criança instável de hoje será o adulto neurótico de amanhã” - problemas de
vinculação não são algo momentâneo. Há repercussões posteriores na vida adulta.
o Questões paradoxais: pessoas com problemas de vinculação na infância
apresentam maiores chances de terem dificuldade na criação de bebês. Esses
indivíduos têm maiores probabilidades de apresentarem os mesmos problemas
e de darem continuidade a esse padrão.
 As experiências relacionais como os fundamentos de desenvolvimento dos modelos
internos – ex.: representação de si e dos outros.
o Bebês protegidos e com uma vinculação saudável têm noção de seu valor
pessoa, enquanto aqueles que sofreram maus tratos apresentam uma visão
mais negativa acerca de si mesmos, tornando-os mais suscetíveis à
injustiças....
 Experimento de Lorenz: patos
 Seleção genética favorece os comportamentos de vinculação - aumenta a
probabilidade de sobrevivência.
 As experiências com primatas - Harlow.
 O que importa é a maneira como avaliamos as nossas figuras significativas. As
crianças respeitam os pais se eles os respeitarem – ex.: “A vida é bela”.
24.10.19
Métodos de investigação na psicologia do desenvolvimento
 Estudos de caso: indivíduo; comparação; validação.
 Estudos longitudinais: vantagem de fornecer muitas informações; muito difícil de
ser realizado; Alemanha é o país que tem uma forte tradição; caríssimos;
acompanham um grupo de sujeitos ao longo do tempo; permite explorar diversas
variáveis (ex.: a alteração de um currículo escolar); consegue seguir uma mesma
amostra por muito tempo; perda de sujeito ao longo dos estudos;
 Estudos transversais: diferentes grupos - comparação das diferenças ao longo do
tempo.
 Estudos sequenciais: um pouco como os transversais; inclusão de novos grupos de
outra geração para a comparação.
 Observações naturalistas: a pesquisa é feita no ambiente, local onde se localiza a
amostra; há menos probabilidade de haver um enviesamento por outros fatores.
Inglaterra – 1993
 Dois rapazes de dez anos foram os responsáveis pela morte de um menino de dois.
 Como analisar essa situação? O que teria acontecido a essas crianças para elas
terem agido dessa forma?
 A psicologia não parte tanto para a influência genética. A influência do meio
acaba sendo a variável privilegiada.
 Cuidados sensíveis crianças: promove o desenvolvimento saudável.
 Uma das variáveis negativas: horas de sono

Em algumas sociedades não existe o conceito de adolescência – é atribuído ai


indivíduo nessa faixa etária papéis que na nossa sociedade são dados aos adultos (ex.:
casamento, trabalho).
Modelo de Bronfenbrenner:
 Justifica o desenvolvimento de uma família/sujeito.
 O sujeito é colocado no centro.
 Considera a maioria das variáveis que influencia no seu desenvolvimento.
 É tratado em diversas áreas do conhecimento.
 O desenvolvimento de alguém é influenciado por uma série de variáveis.

 Não dominamos completamente os nossos percursos.


Objeto de estudo da Psicologia do Desenvolvimento:
 O desenvolvimento ocorre em um contexto – abordagem desenvolvimentista.
 Variáveis significativas.
 Estamos habituados a um meio e esquecemos que meios distintos podem oferecer os
mesmos recursos.
 Contextos distintos podem levar a um mesmo lugar.
 Há uma predisposição à variedade.
 A situação de caos é uma das variáveis mais destrutivas no desenvolvimento.
 A estabilidade é essencial na infância – a harmonia propicia calma.
Alguns marcos:
 A disciplina se consolida cientificamente no fim do século XIX.
Objeto de estudo:
 Ontogênese: desenvolvimento individual ao longo da vida.
o Pressupões desenvolvimento filogenético – ajuda a compreender alguns
comportamentos.
o Ex.: não é um comportamento adaptativo ignorar as crianças.
o Vinculação.
 Sociogênese: desenvolvimento das sociedades/culturas.
o Diferentes meios podem propiciar as mesmas oportunidade.
o Os mesmos meios podem apresentar resultados distintos entre os indivíduos.
 A psicologia do desenvolvimento abarca o ciclo de vida.
o Facilidade do estudo: dividimos os estudos em três domínios:
desenvolvimento físico (desenvolvimento/crescimento do cérebro e corpo com
as suas funções; capacidades sensoriais, motoras e saúde; desenvolvimento
cognitivo.
Riscos, vulnerabilidade, fatores de proteção e mecanismos de proteção:
 Riscos: biológicos (nutrição, lesões...); individuais (QI baixo, baixa autoestima...);
família; culturais.
 Vulnerabilidades: individuais (temperamento difícil, gênero, fraca capacidade de
planejamento...); família; social; culturais
 Fatores de proteção:
Alguns nomes importantes: Darwin, Piaget, Watson e Gessel.
31.10.19
Desenvolvimento da Psicologia do Desenvolvimento: perspectivas clássicas
 Psicanalítica - Freud: processos inconscientes;
 Psicossocial - Erikson: oito estágios de desenvolvimento.
 Cognitiva – Piaget: mudanças na cognição.
 Behaviorista – Comportamentalista: punição ou reforço (aprendizagem).
o Educação behaviorista: torna os indivíduos mais suscetíveis à manipulação.
o Não há um desenvolvimento em termos de valorização pessoal.
o Faço isso para receber reforço ou evitar punição.
o Situações de manipulação do comportamento do sujeito.
 Inspiração etológica
 Contextual – Modelo ecológico de Bronfen
1970 – Novas abordagens na psicologia do desenvolvimento.
 Baltes – Ciclo de vida
o Ao longo de toda a vida – integração.
o Desenvolvimento ao longo da vida – afetado pelo anterior e tem efeitos no
próximo.
o Desenvolvimento implica em perdas e ganhos – autonomia que se ganha com
a idade e o menos envolvimento dos pais.
 Perda da facilidade de aprender uma nova língua.
 Aumento do vocabulário com o decorrer do tempo.
o O peso da influência biológica e cultural se alteram. Com o decorrer do tempo,
a influência da cultura passa a ser a variável mais significativa.
o Plasticidade – essencial para o desenvolvimento.
 Possibilidade dos mais idosos se adaptarem a novas situações – teoria e
prática são distintas.
o Contexto histórico e cultural apresenta enorme peso no desenvolvimento.
Planos de investigação:
 Estudos longitudinais – mudanças no desenvolvimento dentro de um mesmo grupo
ao longo do tempo.
o Mortalidade experimental – perda de sujeitos.
o Custos elevados para financiar esse tipo de estudo.
 Estudos transversais – grupos distintos: sujeitos com idades distintas são avaliados
em determinado momento.
o Mais baratos e mais rápidos.
 Estudos sequenciais – combinação dos planos anteriores: grupo é avaliado
periodicamente, com a introdução de novos elementos.
Obs.: Nível de desenvolvimento cognitivo da criança – massinha: Conservação da matéria
Conservação do liquido – experiência com copo de água
Influências no desenvolvimento:
 Hereditariedade: influências inatas que podem se manifestar posteriormente.
o Ex.: colesterol alto na idade adulta.
 Maturação: amadurecimento – necessidade do decorrer do tempo para o
desenvolvimento.
o Muda consoante o sujeito.
 Influências ambientais: contexto do sujeito (família, nível socioeconômico, etnia,
cultura)
 Influências normativas associadas à idade: aspectos relacionados ao
amadurecimento e acontecimentos sociais.
o Andar, puberdade, menopausa...
o Acontecimentos sociais: marcos – festa de 15 anos, entrada na escola e na
faculdade...
o Crianças que dormem com os pais na mesma cama – dependência
 Influências normativas históricas: campo mais global. Acontecimentos
significativos que afetam determinado grupo ou sociedade. Mudanças nas influências
culturais.
o Ex.: guerras, 11 de setembro.
 Influências não normativas: acontecimentos não previstos, não usuais podem ter
impacto forte no desenvolvimento.
07.11.19
Temperamento:
 Características pessoais, individuais de cada indivíduo.
 Teoricamente há uma influência genética - é possível manipular, modelar essas
variáveis com esforço de controle e cognitivo.
o A manipulação é feita por todos - é uma questão de sobrevivência.
 Disposição biologicamente determinadas.
 Uma das variáveis significativas: aproximação/afastamento em relação a novas
situações.
o Características que partilhamos - não significa que somos iguais.
 Pode ser visto como se regula os estados internos e externos – caracteristicas
emocionais e de regulação.
 Dimensão emocional específica de cada sujeito.
 O temperamento é relativamente estável ao longo da vida.
 As diferenças individuais no temperamento – base para o desenvolvimento da
personalidade.
Critérios para classificar o temperamento do bebê:
 Nível de atividade: muito inquieto – parado, passivo.
 Qualidade do humor: predominantemente positivo - irritável, negativo.
 Tendência de Aproximação vs. Afastamento:
 Ritmicidade: hábitos alimentares, sono.... previsíveis ou não
 Adaptabilidade:
 Limiar de sensibilidade: sentidos – ex.: etiquetas na roupa, incomodam mais ou
menos, depende do indivíduo.
 Intensidade da reação: bebês que choram intensamente e outros que choram menos.
 Grau de distração
 Persistência:
Obs.: deve haver uma manipulação, controle dos pais – a questão da rotina.
Ex.: Criança com que a professora trabalhou - não se aproximava das outras crianças.
 A professora descobriu que a criança se aproximava gradativamente desde que ela não
se mexesse.
 Ansiava por contato, mas de forma não habitual - questão paradoxal.
 Pai – passava muito tempo fora de casa. Queria mais filhos.
 Mãe - depressão. Não queria mais filhos.

Classificação de temperamento:
Pelos comportamentos observados nas várias amostras, caracterizaram 3 tipos de
temperamento.
 Resiliência precisa ser estimulada – desafios.
 Creche onde a maioria das crianças apresentem temperamento lento ou difícil – foge
do normativo; as crianças não estão recebendo o tratamento adequado.
Temperamento – tipologia de Jerome Kagan
 Temperamento inibido vs. Desinibido
 Paradoxalidade dos pais – exigir que as crianças sejam desinibidas (pais e
educadores).
 Temperamento desinibido é mais evolutivo? Depende.
o Ao exigir uma participação ativa de uma criança desinibida pode-se violar a
natureza dessa criança.
o Lembrar que é possível manipular essas características.
 Temperamento é uma das poucas características que permanecem estáveis perante a
mudança de situação – é independente da classe social e do desenvolvimento
cognitivo.
Temperamento - Mary Rothbart:
 Reatividade: tendência da criança de parecer mais ou menos inquietas em situações
normais.
o Tem relação com a adaptação;
Implicações:
 Em muitos meios, parece que não há oportunidade da criança se desenvolver
plenamente.
 Preconização de um padrão de temperamento desinibido.
 Escola:
o Ensinabilidade – aluno ideal.
o Atribuição de rótulos.
o O modo como o professor encara o aluno tem influência nas relações que são
estabelecidas e consequentemente afeta a qualidade da aprendizagem.
Erikson:
 Modelo amplo que continua sendo aceito.
 Sistematiza as fases do desenvolvimento.
 Sobreposição
 1ª fase: confiança e desconfiança – questão da vinculação.
o O bebe sente se é bem tratado – não consegue mentalizar.
o De forma pré-consciente – sente um bem-estar.
o Inconsciente – o sentimento permanece.
o Não há capacidade de interpretação.
o Inquietação sem nome (Freud) – quando é mal tratada.
 2ª fase: autonomia e vergonha, dúvida.
o Fase anal – vergonha e dúvida: fase em que começa a ir no banheiro.
o Criança que não consegue ir sozinha sente vergonha.
 3ª fase: Iniciativa e culpa
o Mais direcionalidade da criança de começar a controlar seus comportamentos.
o Início da aprendizagem: conseguir

 4ªfase:
o Pulsões mais básicas.
o Se a criança não entra no período de latência, apresenta dificuldade na
aprendizagem.
o Dandan
 Intimidade vs. Isolamento
o Escolha de parceiros.
28.11.19
Desenvolvimento moral:
Piaget
 Uma das áreas de estudo da psicologia do desenvolvimento.
 Início com Piaget – desenvolvimento do juízo moral: raciocínio intelectual acerca de
questões morais.
o Dimensão moral – respeito pelas normas sociais e ao desenvolvimento do
senso de justiça, igualdade e reciprocidade.
 Moral heterônoma e moral autônoma:
o Heterônoma: a submissão às regras exteriores, controle coercitivo que a
sociedade exerce sobre os indivíduos.
 Moralidade – determinada pelas consequências materiais,
independente da vontade e intenções do sujeito.
 Porta-se bem, vou bem na escola se escrevo as mesmas frases que o
professor escreve.
 Não apresenta um caráter racional.
 O não respeito das regras leva a sanções.
 O respeito pela autoridade justifica a obediência às regras.
o Autônoma: a própria moral do indivíduo em termos de raciocínio.
 Construída pelo próprio sujeito – 6/7 anos.
 Distinção: juízos realistas e juízos subjetivos.
o Não há uma passagem linear do realista para o subjetivo. Eles podem
coexistir.
o Subjetivo: mais elaborados, há intenção subjacente.
Kohlberg:
 Raciocínio desenvolvido pelo sujeito.
 Nível pré-condicional: regras são tidas como exteriores ao indivíduo.
o Crianças até nove anos, adolescentes.
o Convencional - convenção, aquilo que é esperado.
 Nível convencional: adolescentes e adultos.
o Interiorização das regras.
 Nível pós-convencional: princípios que os indivíduos escolhem; não é por imitação.
o Minoria dos adultos.
Dilema:
A mulher tinha uma doença e precisava de um medicamento muito caro. O marido
dela pediu ao farmacêutico para dar o remédio que depois ele pagaria. O farmacêutico não
aceitou, disse que só daria o dinheiro se o fosse entregue todo o dinheiro. Havia a
probabilidade de a mulher morrer, então o marido roubou o medicamento. O marido deve ou
não ser preso?
 Moral – determina o comportamento do sujeito.
 Diferentes grupos valorizam diferentes princípios de conduta.
 Socialização - aprendizado por parte das crianças do que é correto.

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