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ADRIANA VIDOTTI LOPEZ LUCAS

NIELCE MENEGUELO LOBO DA COSTA

é preciso conhecer para cuidar


Fonte: Banco de imagens CANVA - 2021
Diretoria de Pós-Graduação Stricto Sensu e Pesquisa da Kroton
Helio Hiroshi Suguimoto

Universidade Anhanguera de São Paulo – UNIAN


Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências e Saúde
Nielce Meneguelo Lobo da Costa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Selma Alice Ferreira Ellwein – CRB 9/1558

L966m Lucas, Adriana Vidotti Lopez

Mutismo seletivo: é preciso conhecer para cuidar. / Adriana


Vidotti Lopez Lucas; Nielce Meneguelo Lobo da Costa. -
Londrina: Editora Científica, 2021.

ISBN 978-65-00-34721-0

1. Transtorno de Ansiedade. 2. Criança. 3. Educação. I. Lucas,


Adriana Vidotti Lopez. II. Lobo da Costa, Nielce Meneguelo. III.
Título.

CDD 371.914
SUMÁRIO
Apresentação........................................................................04
Introdução.............................................................................06
O que é Mutismo Seletivo...................................................10
Principais características.....................................................12
Diferença entre mutismo e timidez...................................13
Como os pais podem ajudar...............................................14
Como os professores podem ajudar.................................17
Vamos quebrar o silêncio....................................................21
Referências............................................................................23
Perguntas...............................................................................24
Esta cartilha nasceu a partir dos estudos sobre Mutismo Seletivo empreendidos de 2019 a 2021 por Adriana
Vidotti Lopez Lucas, no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Saúde da Universidade
Anhanguera de São Paulo, com orientação do Prof. Ivair Donizete Gonçalves (in Memoriam), complementada
por Nielce Meneguelo Lobo da Costa.

O Mutismo Seletivo (MS) é um transtorno de ansiedade infantil complexo caracterizado pela dificuldade do
indivíduo em se comunicar verbalmente em situações sociais particulares. Ele atinge sobretudo crianças a
partir de cinco anos, o que por consequência faz com que a escola seja um importante cenário para a
superação da ansiedade e de obstáculos diversos para o desenvolvimento integral do indivíduo. Os sintomas e
as condições podem variar de um indivíduo para outro, mas tendem a gerar sofrimento a cada um deles a
aqueles à sua volta. O MS pode se estender pela adolescência e pela vida adulta sem ser de fato diagnosticado
(RIBEIRO, 2013).

A discussão do tema Mutismo Seletivo entre os educadores e a comunidade escolar ainda é pouco frequente,
embora esse transtorno de ansiedade atinja um número expressivo de escolares, o que evidencia a pertinência
dessa cartilha como forma de disseminação de informações sobre a temática e estímulo à promoção de
reflexões entre os envolvidos na lida com a criança em idade escolar.
O objetivo com essa cartilha é o de alcançar pais, responsáveis, professores, cuidadores de crianças e
público interessado, sobretudo na comunidade escolar.

Entendemos que informações corretas, acessíveis e práticas podem auxiliar a superar dificuldades e
contribuir para o bem-estar geral.

É com satisfação que apresentamos essa cartilha e agradecemos a todos os que, ao longo do
mestrado em Ensino de Ciências e Saúde, colaboraram com e para o desenvolvimento da pesquisa,
da qual a cartilha se deriva.

Desejamos que a leitura seja útil a todos, sejam eles pais, professores e membros da comunidade
escolar!

Profa. Ms. Adriana Vidotti Lopez Lucas


Profa. Dra. Nielce Meneguelo Lobo da Costa
Vários transtornos podem impactar no processo da aprendizagem e memorização, dentre estes,
podemos observar os transtornos da ansiedade, considerado uma das psicopatias mais comuns no
período infantil. Esta psicopatologia está associada negativamente ao desenvolvimento escolar e
pessoal, suas manifestações podem passar pela infância, adolescência e atingir a fase adulta. Se não
forem diagnosticadas e tratadas, podem tornar-se fatores de risco para o surgimento de patologias
como depressão, transtornos do humor, transtornos de conduta e sentimentos que podem levar a
tentativas ao suicídio (BARTHOLOMEU et al., 2018).

Esta psicopatologia pode ocorrer associada a outros problemas, segundo preconiza Ford et al. (1998
apud Figueiras, 2017, p. 06), como "a enurese, défices de atenção, hiperatividade, comportamento
desafiante/oposicional, problemas de humor, fobia social, ataques de pânico, comportamentos
obsessivo-compulsivos, reações de stress pós-traumático e dificuldades de ajustamento". A
preocupação com o Mutismo Seletivo está na limitação do desenvolvimento e a forma como essa
perturbação condiciona a qualidade de vida da criança, nomeadamente no que concerne ao
rendimento escolar, que, em situações futuras, poderá levar a dificuldades no desempenho laboral, ou
ainda na capacidade de comunicação social (APA, 2014).
O Mutismo seletivo começa a ser percebido, em geral quando a criança inicia a vida escolar
e a interação social em um ambiente diferente do da família. O transtorno pode se agravar
pela dificuldade de enfrentar o desafio de interagir podendo se recusar a ir à escola,
manifestando aversão a deixar os pais e ficar autonomamente nos locais sociais, relatando
dores de cabeça ou barriga, apresentando perturbações de sono e irritabilidade. Conforme
Ribeiro (2013) e Mello (2017), é importante o aconchego da família, a paciência e o trabalho
em parceria com professores e pais.

O transtorno da ansiedade é uma relação de impotência, de conflito, caracterizado por


processos neurofisiológicos entre a pessoa e o ambiente ameaçador. Ela é desencadeada
quando um indivíduo confrontado com uma dada situação ou evento não é capaz de
responder as demandas do meio ambiente e sente uma ameaça à sua existência ou valores
essenciais (LIMA et al., 2020).
De acordo com Coll et al. (2004), todos esses fatores de alguma maneira estão
relacionados à separação drástica do cuidador da criança, ou a exposição da criança a
uma situação que a impacta negativamente e faz com que ela tenha a sua manifestação
verbal comprometida. A sala de aula deve ser também, espaço de alegria, convivência e
inclusão, como no caso do Mutismo Seletivo, para que os alunos possam conviver,
desenvolvendo sentimentos sadios em relação ao “outro”, a si mesmo, e em relação ao
conhecimento (PEIXOTO, 2006).

É importante considerar e conhecer a deficiência, o transtorno do aluno, para que se


possa ressaltar que são pessoas com talentos e potencialidades, desejos e dificuldades,
para propiciarmos oportunidades de acesso para conhecer, conviver, apoiar, ensinar,
acreditar neles próprios. (FIGUEIRAS, 2017).
MUTISMO SELETIVO:
É PRECISO
CONHECER PARA
CUIDAR!

Fonte: CANVA - Banco de imagens.


VOCÊ SABE O QUE É O
MUTISMO SELETIVO?

Fonte: Google imagens.


O mutismo seletivo é definido como um transtorno de ansiedade, em que
a criança apresenta incapacidade de falar e se comunicar em ambientes
sociais selecionados (APA, 2014).
Tem início antes dos 5 anos de idade podendo persistir até a idade adulta.

Fonte: criancasespeciais.com.br/o-que-e-mutismo-seletivo.
VOCÊ CONHECE OU CONVIVE COM CRIANÇAs
QUE APRESENTEM AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS:

• Dificuldade para interagir com outras crianças;


• Falta de comunicação com professores ou pares;
• Dificuldade para se expressar, mesmo que por meio de gestos;
• Timidez excessiva;
• Isolamento social;
• Dificuldade em ir ao banheiro em ambiente não familiar.
MUTISMO X TIMIDEZ

Fonte: Google imagens - 2021

É comum que crianças tímidas fiquem mais caladas em ambientes nos quais se
sentem inseguras e isso por si só não é nenhum problema.
O mutismo seletivo vai além, a criança não consegue se comunicar mesmo após
o período de adaptação no ambiente novo e isso causa um sofrimento enorme
não só na criança mas em toda a família. Em casos extremos a criança só
consegue falar com os pais, ficando muda até mesmo na presença de outros
membros da família.
COMO POSSO AJUDAR MEU
FILHO COM MUTISMO SELETIVO?

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria - Pais e filhos e comunicação




COMO POSSO AJUDAR MEU ALUNO
COM MUTISMO SELETIVO?

Fonte: Google imagens - A criança e o aprendizado.




VAMOS QUEBRAR O SILÊNCIO

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria - Brinquedo terapêutico.

A realização e o progresso do tratamento se dá pelo trabalho


conjunto entre o psicólogo, família, escola e, se necessário,
outros profissionais envolvidos no processo.
VAMOS QUEBRAR O SILÊNCIO

Fonte: CANVA - Banco de imagens.

É preciso trabalhar com os pais na redução da expectativa em


relação ao desenvolvimento da comunicação da criança e este
aspecto deve se tornar extensivo à toda a família, amigos e
comunidade em que ela vive.
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) et al. MMMAN, S. Mutismo seletivo: da infância à idade adulta. 2014.

BARTHOLOMEU, D. et al. Traços de personalidade, ansiedade e depressão em jogadores de futebol. Rev. Bras. Psicol.
Esporte, v.3, n.1, 2018.

COLL, C. et.al. Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artmed, 2004.

FIGUEIRAS, A. Fatores de eficácia na intervenção clínica no mutismo seletivo: estudo de caso. Tese (Doutorado em
Psicologia) - Universidade do Minho Escola de Psicologia, Lisboa. Portugal, 2017.

LIMA, C. et.al. Bases fisiológicas e medicamentosas do transtorno da ansiedade. Res. Soc. Develop., v.9, n.10, p.8-10,
2020.

PEIXOTO, A. Mutismo Seletivo: prevalência, características associadas e tratamento cognitivo-comportamental. Rio de


Janeiro: UFJR, 2006.

RIBEIRO, C. O Mutismo Seletivo e a Ludoterapia/Atividade Lúdica - na perspectiva de profissionais ligados à


Educação. Lisboa: Escola Superior de Educação João de Deus, 2012.
SOBRE O TEMA MUTISMO SELETIVO
APRESENTADO NESTA CARTILHA, RESPONDA:

1. O que é o Mutismo Seletivo?

2. Cite 3 medidas que o professor pode tomar para ajudar


uma criança com Mutismo Seletivo no ambiente escolar.

3. Qual a diferença entre Mutismo Seletivo e timidez?

4. Como os pais devem lidar ao descobrir uma criança com o


Mutismo Seletivo?
ADRIANA VIDOTTI LOPEZ LUCAS
• ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0079-7446

Graduada em Enfermagem pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN), pós-graduada em Auditoria e Pesquisa em Saúde pela
Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN) e em Urgência e Emergência pela faculdade FAPSS (Faculdade São Caetano do Sul);
Mestre em Ensino de Ciências da Saúde pela Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN). É docente no curso de graduação de
Enfermagem da Universidade Anhanguera de São Paulo. Temas de pesquisa: Educação e Ciências da Saúde.

NIELCE MENEGUELO LOBO DA COSTA


• ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4391-9730

Graduada em Matemática pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME – USP) e em Pedagogia pela
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Bernardo do Campo (FFCLSBC). Mestre em Ensino da Matemática e Doutora em
Educação: Currículo ambos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Tem Pós-doutorado em Ciências da Educação,
especialidade de Tecnologia Educativa pelo Instituto de Educação da Universidade do Minho, (UMINHO), Portugal. É docente e
Coordenadora do Programa de Mestrado Acadêmico em Ensino de Ciências e Saúde e docente permanente do Programa de Mestrado
Acadêmico e de Doutorado em Educação Matemática da Universidade Anhanguera de São Paulo. Temas de pesquisa: Formação de
professores e Educação Tecnológica.

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