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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA
INFÂNCIA: UM FATOR
PREVENTIVO DE
PSICOPATOLOGIAS NA VIDA
ADULTA.
Ilhéus
2022
Agradecimentos
A Deus, por ter permitido que eu tivesse saúde е determinação para não
desanimar durante a realização deste trabalho.
Aos amigos/familiares, sobretudo ao meu pai José Simão Duarte, por todo
incentivo aos estudos sem medir esforços para que eu alcançasse cada vez mais
conhecimento; à minha mãe Vanderléa, por todo o amor e orações para que eu
alcançasse cada objetivo; e ao Jackson, por toda dedicação e confiança depositada,
sem sua colaboração não sei como teria conseguido cursar esta especialização, já
que não tinha recursos financeiros para tal. Agradeço por todo o apoio e pela ajuda,
que muito contribuíram para a realização deste trabalho.
Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram
apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao
longo do curso.
A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento deste
trabalho de pesquisa, enriquecendo o meu processo de aprendizado.
A todos os alunos da minha turma, pelo ambiente amistoso no qual
convivemos e solidificamos os nossos conhecimentos, o que foi fundamental na
elaboração deste trabalho de conclusão de curso.
À instituição de ensino Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
essencial no meu processo de formação profissional, pela dedicação, e por tudo o
que aprendi ao longo dos anos do curso.
Pensamentos geram sentimentos.
Pensamentos e sentimentos geram atitudes.
Atitudes geram hábitos.
Hábitos constroem a sua vida.
(RODRIGUES, 2012)
Resumo
A Inteligência Emocional (IE) é um modelo focado no gerenciamento das emoções
de fator psicológico atual, que se constitui como um dos aspectos da inteligência
mais discutidos hoje em dia. A infância é um período propício para trabalhar a
inteligência emocional, pois, trabalhada desde cedo, determinadas aptidões se
tornam naturais, tendo como resultado adultos mais fortes, mais seguros de si e
bem-sucedidos tanto na vida pessoal quanto profissional. Este artigo visa informar
os leitores por meio de uma revisão bibliográfica sobre o conceito de IE a partir de
uma perspectiva científica, apresentando modelos teóricos atuais dessa forma de
inteligência usando teóricos tradicionais como Goleman (1995) e Mayer e Salovey
(1997). Também discutimos a conjectura, aplicação e relação com outros construtos
psicológicos na infância e a maneira pela qual a IE atua como fator preventivo na
psicopatologia. Além disso, é apresentada uma discussão de como a Inteligência
Emocional colabora para mudar o mundo, sendo a expansão do campo e os
avanços no desenvolvimento da conjectura da mesma fascinantes pois a Inteligência
Emocional pode atuar como um processo preventivo contra doenças mentais na vida
adulta. Esses e outros aspectos serão destacados e discutidos ao longo do artigo.
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2. OBJETIVOS
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3. DESENVOLVIMENTO
3.1 Inteligência Emocional
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Goleman (1995) nunca realizou nenhuma enquete e editou seus resultados em revistas
científicas.
É necessário entender o conceito de IE, pois o vocábulo contém duas
terminologias bem diferentes, emoção e inteligência. A definição de IE depende da
interação entre os dois termos, bem como das definições de inteligência e emoção.
Existem muitas definições de inteligência e seus subtipos, mas todas se referem à
capacitância de reconhecer, entender e usar símbolos, ou seja, o uso do raciocínio
abstrato. (Mayer, 2001, apud Primi, 2003b).
De acordo com Cabrel e Nick (1974), o dicionário de psicologia define inteligência
como funções psicológicas ou classes de funções pelas quais o organismo humano se
adapta ao seu ambiente. Através da aplicabilidade de combinações originais de
comportamento, adquire e explora novos conhecimentos e finalmente discute e resolve
problemas de acordo com as regras tiradas através da formalização da lógica (DORON;
Parot, 2001). Consequentemente, de acordo com o conceito apresentado Podemos
entender que a inteligência se refere ao processo de percepção ou ao processo de
pensamento incluindo além da memória de trabalho, inferência, julgamento e raciocínio
abstrato. A emoção é, portanto, o estado particular de um organismo que ocorre em
condições bem definidas, em uma situação dita emocional, acompanhada de uma
experiência subjetiva e de manifestações somáticas e viscerais (DORON; PAROT, 2001).
Por tanto, a IE pode ser definida como adaptabilidade geral. Assim, os dois componentes
da inteligência e da emoção estão relacionados na medida em que influenciam a estrutura
evolutiva de uma pessoa e constituem funções adaptativas. (PRIMI, 2003a). Outra
informação importante trazida pelo referido autor é a ideia de Gohm e Clore (2002)
conceituando afeto como informação.
A IE inclui a capacitância que se tem de perceber, avaliar e expressar emoções
com precisão, a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles auxiliam o
pensamento a capacitância de compreender as emoções e o conhecimento emocional; e
a energia de gerenciar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual
(MAYER; SALOVEY, 1997).
Assim, ser inteligente emocionalmente não significa ser isento de sentimentos e
emoções, mas sim, que esse indivíduo subordina suas emoções à sua razão, tendo suas
atitudes baseadas na lógica racional.
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3.2 Infância
A idealização de infância é uma tarefa difícil que pode ser distinguida de acordo
com o enquadramento escolhido. Segundo o Vocabulário de Aurélio, a infância é definida
como o período do desenvolvimento humano desde o nascimento até a puberdade". No
mesmo tesauro, uma criança é definida como um "pequeno ser humano" (FERREIRA,
2004). Etimologicamente, a palavra latina "infância" significa "sem linguagem".
A idade cronológica não é suficiente para caracterizar a infância.
A infância tem um significado comum e, como tantas outras etapas da vida esse
significado está ligado às transmutações sociais, tendo cada sociedade seu próprio
sistema de classes etárias que se somam a um sistema de status e papéis adquiridos.
(KHULMANN, 1998).
A criança tem grande relevância dentro do meio em que vive e isso se
transforma de acordo com o período histórico em que se encontra, pois cada período
confere um significado específico à infância, muitas vezes ligada às condições sociais, e
não apenas à sua condição de ser biológico. (SILVEIRA, 2000). Desse ponto de vista, a
infância é apontada como a circunstância da criança, ou seja, como um estatuto social e
histórico erigido. (KUHLMANN, 1998).
Do século XII ao início do século XX, a sociedade desenvolveu invenções e
modelos de infância e mecanismos que a valorizavam, especialmente a infância miserável
e desamparada. Segundo a obra de Ariés, o sentimento de infância se manifesta nas
camadas mais distintas da sociedade (BARBOSA, MARGALHÃES, 2020).
A importância da edificação do conceito de infância experimentou um grande
avanço com os estudos do pesquisador francês Philippe Ariès, uma vez que foi pioneiro
neste assunto, com a publicação da obra História Social da criatura e da descendência
em 1960, que é atualmente uma importante fonte de conhecimento. Nesta obra, Ariès
construiu um perfil das características da infância a partir do século XII, tendo como
destaque o sentimento sobre a infância, seu comportamento no meio social na época e
suas relações com a família. Foi ele quem formulou uma nova visão historiográfica sobre
o sentimento de infância no mundo ocidental, mostrando que era uma concepção
socialmente erigida na modernidade e destacando aspectos que vão desde a consciência
infantil até a especificidade da criança, ou seja, o que distingue o ' adulto. No período da
antiguidade, mulheres e crianças eram consideradas como animais, tratados de maneira
inferiores que não mereciam tratamento diferenciado ou até mesmo adequado para
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aquela realidade, assim como também neste período a duração da infância era reduzida,
assim por volta do século XII não havia lugar para a infância, uma vez que a arte
medieval era desconhecida (ARIÈS, 1978).
Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não
tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à
incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse
lugar para a infância neste mundo (...) Tal é nosso ponto de partida. Como
daí chegamos às criancinhas de Versalhes, às fotos de crianças de todas
as idades dos nossos álbuns de família? (ARIÈS, 2015, p.17-8).
Assim sendo, neste período apontado por Ariés, a criança era tida como uma
espécie de instrumento de manipulação ideológica usada e explorada pelos adultos, a
partir do momento em que ela apresentava independência física, era logo inserida no
mundo adulto. A criança não passava pelos estágios da infância estabelecidos pela
sociedade atual, mas era submetida a situações próprias da época em que não haviam
leis que lhe assegurasse quanto à educação, saúde, lazer e cuidado. A socialização das
crianças no período da Idade Média não era controlada pela família e a educação era
garantida pelo aprendizado por meio de tarefas realizadas em conjunto com os adultos.
Elisabeth Badinter (1985) diz que o estado da criança não mudou na mentalidade das
pessoas. Segundo a autora,"Philippe Ariès demonstrou que era necessária uma evolução
para que o sentimento da infância realmente se enraizasse nas
mentalidades"(BADINTER, 1985, p. 53).
Assim, segundo Ariès, na sociedade medieval o sentimento da infância não existia.
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a valorizar a infância. Ariès é muito claro em suas falas quando diz que as características
da infância não serão reconhecidas ou abordadas por todas as crianças pois nem todas
vivenciam a mesma infância, devido a sua condição econômica, social e cultural
Inteligência Emocional como auxílio no desenvolvimento da criança.
Quando uma criança nasce, logo é apresentada a uma diversidade de
acontecimentos, situações, objetivos, sensações dentre outros, no decorrer da vida elas
são obrigadas libar decisões e lidar com os problemas e diferenças que existem, são
ações intermináveis na vida do ser humano. E à medidaque mais pessoasaprendem a
geriressas diferenças e dificuldades, quanto maiscedo isso acontecer, mais fácil
serácontrolaras emoçõesnas diferentes situações que a vida apresenta (PIO, 2007).
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definição desse constructo a partir dos quatro ramos dos processos psicológicos, que se
organizam segundo níveis de complexidade, do mais primitivo ao mais complexo e
psicologicamente mais integrado.
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vida
• Lidar com emoções - habilidade da pessoa para lidar apropriadamente
com seus sentimentos, confortando-se ou livrando-se das emoções
negativas
• Motivar-se - dispor das emoções para se atingir uma meta, desenvolvendo
automotivação, otimismo e criatividade, sendo que o autocontrole
emocional (reprimir os impulsos e adiar o prazer para alcançar uma
recompensa maior) é o mecanismo por trás de tal realização
• Reconhecer emoções nos outros - empatia como a capacidade de
reconhecer sinais sutis que exprimem o que as outras pessoas querem ou
precisam
• Lidar com relacionamentos - define a competência em lidar com as
emoções dos outros e trabalhar em equipe, sendo essa a chave para a
popularidade e a liderança.
3.4.3 ReuvenBar-On
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interferindo na vida do sujeito em todos os âmbitos social, profissional, interpessoal e
intrapessoal. Existem fatores de risco para o desenvolvimento infantil.
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e à situação livres de pensamentos disfuncionais sendo dependente e sem isso há
evidências de que eles podem contestar. As pessoas que desenvolvem a Inteligência
Emocional são capazes de reconhecer os sentimentos que existem nas outras pessoas,
são empáticas, sabem ouvir o outro, sabem lidar com relacionamentos e são eficazes nas
relações interpessoais. A capacitância de reconhecer as emoções e de lhes responder de
forma mais inteligente, bem como de reconhecer as emoções dos outros e saber geri-las,
ou seja, de ser mais inteligente emocionalmente, ajuda também a desenvolver a
capacitância de tomar decisões mais coerentes e ser resiliente (TRINDADE, 2011).
A Inteligência Emocional está relacionada à resiliência, segundoPinheiro (2004), o
vocábulo resiliente está relacionado à capacitância de recuperação rápida, flexibilidade
diante de situações de conflito; no entanto, é a capacitância de se adaptar e encontrar
equilíbrio em ampla variedade de situações. Como um talento a resiliência é considerada
o resultado de processos dinâmicos e da interação de fatores como sociais, psicológicos,
emocionais e cognitivos. Este é um processo que evoluiu ao longo do tempo.(RUTTER,
1993 apud PINHEIRO, 2004).
Assim, Assis et al. (2006) elucidao papelfundamentalda famíliano desenvolvimento
da resiliência, que seinicializano inícioda vidasendoqueas
situaçõesquesedesenvolvemposteriormentepodemsuprimir ou fortalecera capacitância de
resiliência.Para os autores, ser resiliente significareconhecersentimentos em si e nos
outros, bem como desenvolver um senso de autoconfiança e flexibilidade, o que
permitiráà pessoa ser capaz de se adaptaradiferentescontextos.
Assim, a inteligência quando sedesenvolvena infância, atua como fator preventivo
de patologias não somente nessa fase, mas aolongoda vida do sujeito, pois as pessoas
emocionalmente inteligentes são autônomas, tendem a enxergar perspectivas positivasna
vidaconseguemidentificar seus sentimentos e pensamentos e, assim,administrar melhor
sua vida emocional. Quemestáimersoem suas emoções,controlado por elas e não
consegueenxergar outra perspectiva, está emocionalmente descontrolado.(MAYER, 1993
apud GOLEMAN, 2001).
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4 CONSIDERAÇÕESFINAIS
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REFERÊNCIAS
APA. American Psychiatric Association.
ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT,
1978. Disponivel em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5525040/mod_resource/content/2/ARI
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ARIÈS. Philippe. História social da criança e da família, 2. ed., Rio de Janeiro: Hahar Editores,
1981.
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BECK, J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico deTranstornos Mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed,
2014.
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GOLEMAN, D., Ph. D. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o
que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Acesso em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4133507/mod_resource/content/2/Inteligencia-
emocional-Daniel-Goleman.pdf>Disponivél em: 15 de novembro de 2022.
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