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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E PRÁTICAS INTEGRATIVAS

Desenvolvimento na Segunda Infância


Estudo de caso

Alunos:
RGM Nome

2352186-4 Ana Julya Fricke – 2H

2351505-8 Caio de Barros Silva – 2H

2491486-0 Gabriella de Castro Mendes – 1G

2338954-1 Joyce Costa - 2H

2361558-3 Milene Gonçalves da Silva – 2H

São Paulo

2020
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E PRÁTICAS INTEGRATIVAS

Desenvolvimento na Segunda Infância


Estudo de caso

Trabalho apresentado como parte do


requisito para aprovação na Disciplina de
Psicologia do Desenvolvimento e Práticas
Integrativas do curso de Psicologia da
Universidade Cruzeiro do Sul.

Orientadores: Professora Milena Ataide Macial

São Paulo

2020

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SUMÁRIO

 Introdução – página 3
 Objetivo do estudo – página 4
 Tipos de desenvolvimento – página 5
 Características de cada fase do desenvolvimento – página 6
 A segunda-infância – páginas 7 e 8
 Ludo diagnóstico – página 9
 Características da criança – páginas 10 e 11
 Avalição do vídeo – página 12
 Termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE – página 12
 O enfoque interacionista do desenvolvimento humano: Vigotski – páginas 13 e 14
 Jean Piaget – página 15
 Sigmund Freud – página 16
 A pandemia e as consequências no desenvolvimento infantil – página 17
 Conclusão – página 18
 Referencias – página 19

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ESTUDO DE CASO: ANA CAROLINA

Este estudo de caso aborda temas que tenha relação com teorias do desenvolvimento,
com foco na segunda infância, através do comportamento, características do ambiente em que
a criança vive, aspectos do desenvolvimento físico, mental, social, de saúde e de segurança.
Após realizada uma observação simples em uma criança de 6 anos de idade, podemos
relacionar e analisar o impacto que a Pandemia e o isolamento social tiveram em sua vida,
afetando o desenvolvimento físico, social e mental dela.
Em um mundo tecnológico como o que vivemos atualmente, uma infância sociável
tornou-se algo atípico. O brincar é a principal atividade da segunda infância, pois ajuda a
estimular os sentidos, a exercitar os músculos, a aflorar a imaginação e fazer uso da
criatividade, algo fundamental para desenvolvimento do senso crítico e do raciocínio da
criança.

O brincar dá às crianças uma chance de praticar o que estão aprendendo...


Elas têm que brincar com o que sabem que é verdadeiro a fim de descobrir
mais, e então podem usar o que aprenderam em novas formas de brincar.
(Fred Rogers, Mister Rogers Talks with Parents, 1983)

De acordo com Vigotski, o desenvolvimento infantil é visto a partir de três aspectos:


instrumental, cultural e histórico. As crianças, desde seu nascimento, estão em constante
interação com adultos que tentam incorporá-las à sua cultura. Do ponto de vista biológico,
Jean Piaget afirma que o raciocínio de uma criança é diferente do raciocínio de um adulto.
Sigmund Freud descreveu o desenvolvimento humano em três conjuntos na teoria
psicanalítica: Id, o inconsciente e instinto do ser humano, Ego, o controle do Id e o Superego,
o conjunto da personalidade que se cria a partir do Ego.
A capacidade de entender e regular, ou controlar os próprios sentimentos é um dos
avanços importantes da segunda infância (Dennis, 2006).

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OBJETIVOS DO ESTUDO

O estudo de caso tem como objetivo a observação sistemática da criança buscando


identificar diferentes aspectos do desenvolvimento na segunda infância; abordar estudos dos
aspectos de desenvolvimento da segunda infância analisando as suas características e o
ambiente em que ela vive fazendo relações com teorias e pesquisas, identificar conceitos do
desenvolvimento psicomotor, cognitivo e psicossocial e analisar os aspectos observados
baseando-se nas teorias do desenvolvimento humano. A finalidade desse trabalho é
desenvolver um estudo acadêmico que tenha relação com a segunda infância, com o objetivo
de observação sistemática da criança buscando identificar diferentes aspectos do
desenvolvimento na segunda infância associando a diferentes teorias. Abordar estudos dos
aspectos de desenvolvimento analisando as suas características e o ambiente em que ela vive
fazendo relações com teorias e pesquisas de acordo com alguns psicólogos que tem grande
importância na área, sendo eles Piaget, Freud e Vigotski. Identificar conceitos do
desenvolvimento psicomotor, cognitivo e psicossocial. Analisar os aspectos observados
baseando-se nas teorias do desenvolvimento humano para entender se vai ter consequências
no futuro da criança.

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TIPOS DE DESENVOLVIMENTO

O estudo vai abordar temas que tenha relação com teorias através do comportamento,
caraterísticas e o ambiente em que a criança vive, aspectos do desenvolvimento físico, saúde e
segurança, dessa forma fazendo referências ao desenvolvimento da segunda infância, usando
como base o livro “Desenvolvimento Humano” de Diane E. Papalia e Ruth Duskin Feldman,
e fazendo pesquisas analisando os aspectos psicomotor, psicossocial e cognitivo da criança.
O desenvolvimento de uma criança é analisado através de cinco aspectos: físico,
afetivo, psicomotor, cognitivo e psicossocial.

 Desenvolvimento físico: aprimoramento de habilidades físicas como agarrar,


engatinhar, morder, puxar, andar, se equilibrar, atividades motoras periféricas que vão
se aperfeiçoando ao longo da vida;
 Desenvolvimento afetivo: aprimora as emoções, fortalecendo sua inteligência
emocional e desenvolvimento inter e intrapessoal, com relações saudáveis entre a
família e colegas de escola;
 Desenvolvimento psicomotor: é a progressão do bebê de realizar atividades cognitivas
e motoras ao decorrer de sua aprendizagem. Com isso observamos os comportamentos
da criança como a evolução da inteligência, a forma de comunicação, de sociabilidade,
capacidade física e a aprendizagem de forma simultânea;
 Desenvolvimento cognitivo: estudamos a habilidade perceptiva, a aprendizagem de
línguas, capacidades motoras e emocionais;
 Desenvolvimento Psicossocial: na qual observamos o desenvolvimento da identidade
da criança, gênero, o brincar, parentalidade e o relacionamento com outras crianças.

Estes desenvolvimentos podem ser afetados por diversos fatores intrínsecos e


extrínsecos que tornam únicos os estágios de aprendizagem de cada criança, assim como: a
hereditariedade (influência do DNA que afeta diretamente na aprendizagem e no crescimento)
que é um fator intrínseco de suma importância; a influência familiar, escolar, de experiencias
de fora e as condições intrauterina que fornecem a nutrição e condições de saúde da criança e
são grandes fatores extrínsecos.

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CARACTERÍSTICAS DE CADA FASE DO DESENVOLVIMENTO

I. Estágio sensório-motor: 0 a 2 anos: estipulado por Piaget, é o marco do início do


desenvolvimento das coordenações motoras e que as crianças começam a conhecer seu
próprio corpo, pode ser observado quando o bebe em seu estágio de desenvolvimento
agarra e joga os objetos e dá risada quando se olha no espelho pois estão descobrindo
seus limites e sensações de cada movimento.
II. Estágio simbólico ou pré-operatório: 2 a 7 anos: a partir dos 2 anos de idade a
criança começa a adquirir o período de socialização e potencializa a evolução da
linguagem, a capacidade de falar e sinalizar objetos para facilitar a comunicação. Uma
forte característica desse estágio é o pensamento egocêntrico, ou popularmente
dizendo: as famosas birras, que permitem que a criança aperfeiçoe seu
autoconhecimento, além disso também pode ser referência das experiencias fornecidas
por seus familiares e cuidadores, já que a criança imita suas falas e comportamentos.
III. Estágio operacional concreto: 7 a 12 anos: é a partir dos 7 anos de idade que a
criança focaliza em exercer o desenvolvimento cognitivo, fortalecendo sua
intelectualidade e capacidades lógicas, exercendo suas capacidades motoras com mais
precisão e podendo assim realizar atividades essenciais e básicas sem depender de um
cuidador, estimulados pela escola e educação da família, entretanto, seu pensamento
ainda se caracteriza sendo egocêntrico e isso pode afetar na racionalidade e
pensamentos lógicos.
IV. Estágio operacional formal: a partir de 12 anos: com a chegada da pré-
adolescência, a criança perde seu pensamento egocêntrico e passa a tentar se
relacionar com outras pessoas, utilizando sua linguagem verbal e escrita. Com o
aprimoramento de seu raciocínio logico a criança consegue perceber e identificar
pensamentos imaginários e separar o real do fantasioso. A partir dos 12 anos a criança
também consegue se socializar melhor, ter empatia e aprender sobre suas emoções.

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A SEGUNDA INFÂNCIA

A segunda-infância do desenvolvimento cognitivo é chamada de estágio pré-


operatório, pois as crianças de 3 a 6 anos aproximadamente, não estão preparadas para
operações mentais lógicas. Esse estágio pré-operatório, estuda o pensamento simbólico, pois a
criança não precisa estar em contato com objeto ou pessoa para conseguir se lembrar ou
pensar nele, compreensão de identidades, a criança já consegue identificar similaridades e
diferenças, também podendo categorizar pessoas como "boas", "más", "legais" e "chatas",
entendimento de causa e efeito, elas entendem que cada acontecimento tem uma
consequência, capacidade de classificar objetos, pessoas e até mesmo eventos em categorias,
as crianças sabem lidar om números e quantidades, as crianças da segunda infância também
tem o conhecimento de empatia são capazes de imaginar como os outros se sentem em
acontecimentos bons ou ruins.
Podemos salientar o fato de que a uma criança da segunda infância está em constante
evolução no sentido de aprendizagem a todo momento, portanto, o que acontece no presente
tem uma enorme consequência no futuro da criança, que podem ser tanto negativas, quanto
positivas.
Na segunda infância a criança pode apresentar alguns distúrbios do sono, como: urinar
repetidamente em suas camas e roupas (enurese), dificuldades para dormir, pesadelos ou até
mesmo sonambulismo. Isso acaba se tornando muito comum durante a segunda infância e vai
se tornando menos frequente assim que a criança cresce.
Muitas crianças começam a aprimorar suas capacidades motoras e isso pode ser muito
observado em seus desenhos, as formas começam a ficar mais simétricas e é notável o uso da
imaginação em seus desenhos, com objetos de seu cotidiano e pessoas que convivem com a
criança.
O desenvolvimento psicossocial ajuda a criança a se autoconhecer, um fator muito
importante disso é a questão da autoestima mais conhecida como “desenvolvimento de
identidade”, críticas construtivas e avalições positivas dos pais são extremamente importantes
para que a criança se sinta mais confiante e melhore sua autoestima com o passar do tempo.
A alimentação é importantíssima neste estágio assim como em qualquer outro, em
seus pratos não podem faltar alimentos nutritivos e vitamínicos, para que seu
desenvolvimento não sofra nenhum tipo de atraso. Se a criança tiver uma alimentação muito

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calórica e com excesso de açucares e gorduras, é inevitável que ela entre em estágios de
obesidades que poderão ser difíceis de reverter futuramente, além de atrasar seu
desenvolvimento motor.
O brincar é a principal atividade da segunda infância pois ajuda a estimular os
sentidos, exercitar os músculos, coordena a visão com o movimento, tomam decisões e
adquirem novas habilidades. Um estudo realizado por Mildred B. Parten fez ela concluir que
quando a criança fica mais velha, as brincadeiras se tornam mais sociáveis, trabalhando os
vínculos afetivos da criança. Dessa forma, analisando o vídeo de Ana, e destacando o fato de
que ela está se divertindo e brincando com outras crianças isso ajuda no desenvolvimento
psicossocial e desenvolve o sistema sensorial e perceptivo fazendo com que ela adquira
atributos físicos e aprendizagem cognitiva social necessário para a vida adulta. Enquanto a
Ana brinca, ela auxilia todos os processos do neurodesenvolvimento seja ele da aprendizagem
de atividades e novas habilidades, mas também auxilia a aprendizagem no período escolar.
Em um mundo tecnológico igual vivemos hoje, é algo quase inusitado o fato de a criança
brincar e se divertir tendo uma infância sociável. O brincar é algo criativo e importante pois a
criatividade é algo fundamental para a sobrevivência do ser humano, é algo totalmente
importante para o senso crítico e o raciocínio dessa criança. No vídeo observamos que a
forma de brincar e de se divertir da Ana é diferente, mesmo assim se torna significativo e vai
auxiliar a sua saúde, estimulando seus músculos e serve como aprendizado de valores,
aprende a ter comportamentos, a raciocinar, desenvolve a sua empatia e aprende a saber
solucionar algumas situações e isso são coisas que fazemos a vida toda, tanto pessoal quanto
profissional. O brincar tem que ser algo livre e partir da criança, pois ela decide, explora e
sabe o que pode fazer bem ou mal a ela, tendo assim uma visão mais clara do que pode
acontecer, ela aprende os limites dela e os limites do outro. Brincar é um direito previsto no
estatuto da criança e do adolescente, pois é algo extremamente importante não só na segunda
infância, mas sim desde os primeiros meses de vida.

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LUDO DIAGNÓSTICO

O Ludo diagnostico é um instrumento de avaliação clínica utilizado por terapeutas


para criar um vínculo com a criança por meio da utilização de brinquedos em suas consultas,
trazendo um conforto e bem-estar para a criança.
A técnica lúdica diagnostica é uma das técnicas projetivas expressiva, onde a criança
fica livre para interagir e assim se sente confortável em falar com seu terapeuta, faz parte da
associação livre de Sigmund Freud.
O objetivo não se dá em brincar com a criança, e sim, tornar o ambiente familiar e
aconchegante para a criança demonstrar por meio das brincadeiras os problemas que vem
enfrentando.
No início da psicanalise, Melanie Klein tinha uma paciente de apenas 7 anos de idade,
com problemas de interação com a mãe e mau aproveitamento escolar, as sessões não iam
muito bem pois a menina não conseguia interagir com Klein, então ela decidiu pegar alguns
brinquedos que se encontravam na casa da criança, com o passar do tempo da sessão a criança
pegou dois bonequinhos e começou a brincar com eles, o que Klein percebeu era que a
criança estava representando ela e um colega de escola, e a todo momento os bonequinhos
tinham um final catastrófico, como cair e ser atropelados, então com o decorrer do tempo
Klein descobriu que a criança e o colega de escola praticavam algum tive de atividade sexual
e a criança sentia medo de ser descoberta por seus professores e por sua mãe, por isso se
afastava da mãe e não queria ir à escola. A sessão seguiu fluindo bem e a criança voltou a se
aproximar da mãe e frequentar a escola.
Com isso Melanie Klein descobriu uma importantíssima ferramenta de estudos sobre o
inconsciente das crianças através da associação livre e utilização de brinquedos, o que
facilitou muito as sessões terapêuticas e as possibilidades de se estudar a mente infantil.

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CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA ANALISADA

No presente caso é analisado o comportamento de Ana Carolina, uma menina de 6


anos de idade que está no final de sua segunda infância. Ana mora com a mãe, padrasto e
irmão (Pedro, 7 anos), porem, convive mais com a tia (Carol) e madrinha (Nilda) ambas
moram no mesmo prédio que a criança. Ela passa por muitos problemas familiares que
acabam afetando diretamente a mesma, a mãe sendo usuária de drogas e álcool acaba trazendo
esses problemas para dentro de casa e afetando no desenvolvimento de seus filhos, causando
brigas serias entre os membros da família e um ambiente escasso sem a atenção e cuidados da
mãe e por conta disso ela não fica muito dentro da própria casa; o pai se separou a uns anos
atrás e construiu uma nova família, Ana se sente muito trocada pelo novo filho do pai e
prefere não visita-lo. A convivência com outras crianças e adolescentes da família também se
tornou muito difícil, com um ambiente familiar tão pesado as crianças acabam tendo
comportamentos agressivos uns com os outros deixando o bullying cada vez mais presente,
insultos como: gorda, feia e chata são parte do cotidiano da criança. Pela ausência da mãe e do
pai a criança desenvolveu uma compulsão alimentar e desconta sua carência em comida.
Como dito anteriormente, Ana Carolina teve de ficar em casa devido a pandemia, e
como consequência, não realiza atividades motoras que são importantes para o
desenvolvimento de uma criança como correr, pular, escalar e diversas outras atividades que
exijam habilidades musculares. A importância da realização dessas atividades ajuda no
desenvolvimento dos ossos, dos músculos e uma capacidade pulmonar melhor.
Em relação a atividades cognitivas, Ana não está tendo aulas nem presenciais e nem a
distância, o que acaba atrapalhando seu desenvolvimento cognitivo por não realizar atividades
com números, palavras, símbolos, imagens e outras representações mentais. Os símbolos
ajudam as crianças a se lembrar e a pensar em coisas que não estão fisicamente presentes. Ana
ainda não é capaz de raciocinar de modo lógico sobre causa e efeito, e devido as
consequências da pandemia não está podendo treinar suas habilidades cognitivas.
Ana tem diversos problemas familiares e isso pode acabar afetando suas emoções de
forma negativa. Crianças muito pequenas não entendem que podem ter emoções conflitantes,
e não conseguem reconhecer emoções autodirigidas (sentimentos sobre si próprio) como
culpa, vergonha e orgulho. A auto regulação emocional ajuda as crianças a guiar seu

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comportamento e contribui para sua capacidade de conviver com os outros. Mas além dela
não estar se relacionando com nenhuma outra criança, os pais trazem problemas para dentro
de casa devido as drogas e podendo tratá-la mal ou adquirindo uma visão negativa dos pais e
até dela mesma.
Ana não está podendo interagir com outras crianças, impedindo criar novas amizades e
interações com colegas. A importância dessas interações é aprender a se relacionar com outras
pessoas, adquirindo mais amizades, resolver problemas em relacionamentos, se colocar no
lugar de outra pessoa, observa modelos de vários tipos de comportamento, entre outros.
A interação com outras pessoas é de extrema importância para o desenvolvimento de
uma criança, a pandemia trouxe tantos problemas que acabam afetando principalmente as
crianças, e nem todos tem condições financeiras para manter um bom aprendizado e
brincadeiras que treinarão as habilidades físicas e mentais.

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AVALIAÇÃO DO VÍDEO

No presente vídeo, Ana está em uma casa no interior de um amigo da família, ela
brinca com as crianças e objetos que estão ao seu redor.
É possível observar característica do desenvolvimento motor, cognitivo e social de
Ana. Desenvolvimento motor: vemos Ana brincando com um carrinho de construção e o
empurrando até uma pilha de pedrinhas, Ana as coloca dentro do carrinho e também começa a
jogá-las. Desenvolvimento cognitivo: o pensamento logico de utilizar o carrinho para carregar
as pedras e que as pedras são devidamente colocadas lá dentro, mostra que Ana utilizou de
seu raciocínio logico para exercer a atividade. Desenvolvimento social: a interação com as
outras crianças, revela que Ana possa ter uma facilidade para interagir com outras pessoas,
tornando fácil a percepção de sentimento alheios e melhora da empatia.

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

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O ENFOQUE INTERACIONISTA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO:
VIGOTSKI

Lev Semenovich Vigotski apresentou a teoria inovadora em relação pensamento e


linguagem, natureza do processamento de desenvolvimento da criança e o papel da instrução
no desenvolvimento.
O desenvolvimento infantil é visto a partir de três aspectos: instrumental, cultural e
histórico. O aspecto cultural envolve os meios socialmente estruturados pelos quais a
sociedade organiza os tipos de tarefas que a criança em crescimento enfrente, e os tipos de
instrumentos, tanto mentais como físico, de que as crianças pequenas dispõem para dominar
tarefas. Ana como sendo menina, é apresentado tarefas em forma de brincadeiras de lavar
louça, cozinhar entre outros. As tarefas disponibilizadas para ela, não envolve tanto a
utilização do raciocínio ou da logística.
O aspecto histórico funde-se com o cultural, pois os instrumentos que o homem usa,
para dominar seu ambiente e seu próprio comportamento, foram criados e modificados ao
longo da história social da civilização. Os instrumentos culturais expandiram os poderes do

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homem e estruturaram seu pensamento, de maneira que, se não tivéssemos desenvolvido a
linguagem escrita e a aritmética, por exemplo, não possuiríamos hoje a organização dos
processos superiores que possuímos. Assim, para Vigotski, a história da sociedade e o
desenvolvimento do homem caminham juntos e, mais do que isso, estão de tal forma
intricados, que um não seria o que é sem o outro.
As crianças, desde o nascimento, estão em constante interação com os adultos, que
ativamente procuram incorporá-las a suas relações e a sua cultura. No início, as respostas das
crianças são dominadas por processos naturais, especialmente aqueles proporcionados pela
herança biológica. É através da mediação dos adultos que os processos psicológicos mais
complexos tomam forma. Inicialmente, esses processos são interpsíquicos (partilhados entre
pessoas), isto é, só podem funcionar durante a interação das crianças com os adultos. À
medida que a criança cresce, os processos acabam por ser executados dentro das próprias
crianças-intrapsíquicos.
No estudo feito por Vigotski, sobre o desenvolvimento da fala, sua visão fica bastante
clara: inicialmente, os aspectos motores e verbais do comportamento estão misturados. A fala
envolve os elementos referências, a conversação orientada pelo objeto, as expressões
emocionais e outros tipos de fala social. Como a criança está cercada por adultos na família, a
fala começa a adquirir traços demonstrativos, e ela começa a indicar o que está fazendo e de
que está precisando. Espelhando o estudo com a vida de Ana é nítido ver que o convívio com
seus pais e parentes afetou diretamente o seu comportamento motor e verbal. O problema de
sua mãe com drogas desde a gravidez impactou na sua fala, que é bem retraída e nos seus
movimentos ansiosos na forma de brincar.
Fala e ação, que se desenvolvem independentes uma da outra, em determinado
momento do desenvolvimento convergem, e esse é o momento de maior significado no curso
do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência.
Forma-se, então, um amálgama entre fala e ação; inicialmente a fala acompanha as ações e,
posteriormente, dirige, determina e domina o curso da ação, com sua função planejadora.
O desenvolvimento está, pois, alicerçado sobre o plano das interações. O sujeito faz
sua uma ação que tem, inicialmente, um significado partilhado. Assim, a criança que deseja
um objeto inacessível apresenta movimentos de alcançá-los, e esses movimentos são
interpretados pelo adulto como "desejo de obtê-lo", e então lhe dá o objeto. Os movimentos
da criança afetam o adulto e não o objeto diretamente; e a interpretação do movimento pelo
adulto permite que a criança transforme o movimento de agarrar em gesto de apontar. O gesto

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é criado na interação, e a criança passa a ter controle de uma forma de sinal, a partir das
relações sociais.
Para Vigotski, as funções psicológicas emergem e se consolidam no plano da ação
entre pessoas e tornam-se internalizadas, isto é, transformam-se para constituir o
funcionamento interno. O plano interno não é a reprodução do plano externo, pois ocorrem
transformações ao longo do processo de internalização. Do plano interpsíquico, as ações
passam para o plano intrapsíquico.
O processo de internalização tem como mecanismo intervir no desenvolvimento das
funções psicológicas complexas. Está é reconstrução interna de uma operação externa e tem
como base a linguagem.

JEAN PIAGET

Jean Piaget, psicólogo e biólogo é conhecido pelo seu trabalho de estudar o


desenvolvimento infantil. Na maior parte de sua carreira, Piaget interagiu, observou e estudou
comportamentos de crianças e concluiu que há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo
infantil, sendo eles sensório-motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos), operatório
concreto (7 a 12 anos) e operatório formal (11 a 12 anos em diante). Piaget concluiu que o
raciocínio de uma criança é diferente do raciocínio de um adulto, fazendo com que ele crie
uma abordagem educacional.
Mas nesse estudo vamos salientar a parte do desenvolvimento cognitivo, pré-
operatório, sendo ele o estudo das crianças de 2 a 7 anos. Destacando o fato de que elas não
estão preparadas para operações mentais lógicas. Esse estágio pré-operatório, estuda o
pensamento simbólico, pois a criança não precisa estar em contato com objeto ou pessoa para
conseguir se lembrar ou pensar nele, compreensão de identidades, a criança já consegue

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identificar similaridades e diferenças, também podendo categorizar pessoas como "boas" e
"legais", entendimento de causa e efeito, elas entendem que cada acontecimento tem uma
consequência, capacidade de classificar objetos, pessoas e até mesmo eventos em categorias,
as crianças sabem lidar com números e quantidades, as crianças da segunda infância também
tem o conhecimento de empatia são capazes de imaginar como os outros se sentem em
acontecimentos bons ou ruins. Da mesma forma que as crianças tem esses tipos de
pensamentos, também tem aqueles que são imaturos e servem para aprendizado, alguns deles
identificados por Piaget é o de Centração, as crianças concentram-se em uma situação e se
descuidam de outra, Irreversibilidade, as crianças não entendem que algumas situações podem
ser restauradas, Egocentrismo, as crianças acreditam que todo mundo pensa e sente do mesmo
jeito que elas.
No decorrer da segunda infância, as crianças melhoram a atenção e a rapidez de
eficiência que processa as informações e começam a ter memórias de longo prazo, no entanto
conseguem lembrar dos acontecimentos dessa época. Quanto mais a criança se familiariza
com algo, mais ela se lembra dele.

SIGMUND FREUD

Freud descrevia o desenvolvimento humano com três conjuntos na teoria psicanalítica:


Id, Ego e Superego. Id é o primeiro elemento e nasce com a criança, se trata do inconsciente e
instinto do ser humano. Ego controla as exigências instintivas Id e decide onde e como são
feitas. Superego é o último conjunto da personalidade que se cria a partir do Ego; representa
consciência, honestidade e formação de ideias. O inconsciente o primeiro grande conceito de
Freud, dando definição como a atribuição de onde se consome energia que constrói a base
humana, reduzindo essa grande fonte energética ao impulso ou pulsão sexual.
Ana já tem o superego já formado, sendo assim, precisa de um nível escolar, social e
cultural e, para isso, precisa gastar suas energias com atividades sociais e escolares, porém, a
quarentena torna isso impossível, causando atraso no seu desenvolvimento, de acordo com a
teoria psicanalítica.

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A PANDEMIA E AS CONSEQUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

De um momento para o outro o cotidiano das pessoas foi completamente modificado,


sem poder sair de casa as crianças tiveram que aprender em casa e deixar de ver seus colegas
de escola, e isso afeta diretamente em seu desenvolvimento.
Um estudo feito pelo comitê científico do Núcleo de Ciência Pela Infância (NCPI),
evidenciou que com a quarentena as crianças apresentam dificuldades funcionais e
comportamentais que podem ser prejudiciais para seu desenvolvimento geral. É possível
observar que os comportamentos dessas crianças ficaram cada vez mais sensíveis,
demonstrando infantilização nas falas, irritação constante e maior apego aos pais.
Isso trará um possível atraso na forma que a criança aprende a se comunicar com
outras pessoas fora do âmbito familiar, desta forma o modo de criação também muda, a

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criança passa mais tempo em aparelhos eletrônicos e sem fazer atividades físicas,
impossibilitando seu desenvolvimento motor e cognitivo.
A saúde das crianças pode acabar sendo prejudicada por conta da obesidade e
transtornos alimentares. Como ficam em casa mais tempo, os pais podem acabar cedendo
doces e outras comidas que fazem mal a saúde, causando problema com a obesidade, estima-
se que no mundo, 22 milhões de crianças de 2 a 5 anos sofrem com esse problema. Alguns
pais não têm controle na rotina alimentar dos filhos, fazendo-os ter mais acesso a Fast-Food’s,
docerias etc. E isso pode ocasionar em problemas com diabetes e colesterol.
Quando uma criança é alimentada dessa forma, ela sempre vai querer consumir cada
vez mais, e caso haja uma mudança na rotina alimentar, ela pode acabar tendo problemas
psicológicos como compulsão alimentar ou ansiedade, como pode ser visto no caso de Ana.
A psicanalista Ilana Katz, diz que tanto as crianças quanto os cuidadores necessitam de
atenção nesse momento tão cuidadoso, pois com esta realidade os cuidadores também se
encontram em um momento de incertezas e medo, as vezes fazendo-os ter comportamentos
agressivos e impacientes, a criança não entendendo o real motivo da frustação de seu cuidador
acha que a culpa daquela reação foi dela, causando problemas em sua confiança e autoestima

CONCLUSÃO

Após concluído o trabalho, podemos observar os fortes impactos negativos que a ausência da
mãe e/ou do pai pode ter em uma criança, podendo criar o sentimento de abandono,
insegurança, baixa autoestima, carência e atraso no desenvolvimento afetivo. Um lar
conflitante é capaz de criar traumas na criança, afetando diretamente seu desenvolvimento
psicossocial. Ao não poder ir para escola devido à Pandemia, Ana Carolina sofre um pequeno
atraso no desenvolvimento social, físico motor e cognitivo, já que não está tendo interações
com outras pessoas e seus pares, tampouco realiza atividades cognitivas ou tem estímulo em
casa. Este tipo de interação é de extrema importância para as crianças e, infelizmente, longe
das escolas, nem todas as famílias conseguem proporcionar o necessário para a excelência
deste desenvolvimento.

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REFERÊNCIAS

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