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Psicologia Infantil é o estudo do comportamento infantil que inclui


características físicas, cognitivas, motoras, lingüísticas, perceptivas, sociais e
emocionais, desde o nascimento até a adolescência. As duas questões básicas
para os psicólogos infantis são: determinar como as variáveis ambientais (o
comportamento dos pais, por exemplo) e as características biológicas (as
predisposições genéticas) interagem no comportamento e estudar como essas
mudanças se relacionam e influem mutuamente.

  


No século XIX, a teoria da evolução de Darwin impulsionou o exame científico


do desenvolvimento infantil. O instinto de sobrevivência das muitas espécies
animais estimulou o interesse pela observação das crianças, para identificar as
diferentes formas de adaptação ao ambiente e o peso da herança em seu
comportamento. Em 1916, Lewis Terman introduziu o teste de inteligência
(teste de Stanford±Binet), que conduziu a uma série de estudos sobre o
desenvolvimento intelectual da criança. Na década de 1920, Arno ld Gesell
analisou o comportamento infantil através de filmagens, nas quais as crianças
foram observadas em idades diferentes, estabelecendo pela primeira vez um
desenvolvimento intelectual por etapas, semelhante ao seu desenvolvimento
físico.

    

Sigmund Freud insistiu no efeito das variáveis ambientais e na importância do


comportamento dos pais durante a infância dos filhos. John B. Watson,
principal representante do behaviorismo, analisou as variáveis ambientais
como estímulos progressivamente associados a respostas. No início da década
de 1960, Jean Piaget utilizou métodos de observação e experimentação que
integram variáveis psicológicas e ambientais.

        

As teorias evolutivas relacionam características do comportamento com etapas


específicas do crescimento. A teoria freudiana da personalidade e a teoria da
percepção e cognição de Piaget são as principais. Ambas explicam o
desenvolvimento humano em termos interativos. Segundo Freud, uma
personalidade sadia baseia-se na satisfação de necessidades instintivas. Por
sua vez, Piaget afirmou que, desde o nascimento, os seres humanos aprendem
ativamente, inclusive sem incentivos externos.

   
 
Os diversos aspectos do desenvolvimento da criança abrangem o crescimento
físico, as mudanças psicológicas e emocionais e a adaptação social. Existe
uma concordância geral de que os modelos de seu desenvolvimento estão
determinados por condições genéticas e circunstâncias ambientais: existe um
componente genético nas características da personalidade; o crescimento
físico depende da saúde; até os dois anos de idade, ocorrem as mudanças
mais drásticas na atividade motora. A velocidade para adquirir estas
capacidades é determinada de forma congênita.

Destaca-se a capacidade para compreender e utilizar a linguagem: Noam


Chomsky estabeleceu que o cérebro humano está especialmente estruturado
para isso, porque esta capacidade não requer uma aprendizagem formal e se
desenvolve desde que a criança tem seus pr imeiros contatos com o mundo
exterior. Por outro lado, a formação da personalidade é considerada um
processo pelo qual as crianças aprendem a evitar os conflitos e a administrá -
los quando aparecem. Os pais excessivamente austeros ou permissivos podem
limitar as chances de uma criança tentar evitar ou controlar seus problemas.
Está claro que as atitudes dos pais e seus valores influem no desenvolvimento
dos filhos.

As relações sociais infantis supõem interação e coordenação dos interesses


mútuos, onde são adquiridos modelos de comportamento social através dos
jogos. Além disso, a criança aprende a necessidade de um comportamento
cooperativo e de uma organização para alcançar objetivos em grupo. As
crianças aprendem o que é aceitável e inaceitável no seu com portamento e,
mediante a socialização, conhecem o conceito de moralidade. O pensamento
moral apresenta um nível inferior (a regra se cumpre sozinha para evitar o
castigo) e um superior (a pessoa compreende racionalmente os princípios
morais universais necessários para a sobrevivência social).

     

Atualmente, os psicólogos concordam que determinados fatores de risco


biológico, como crianças que nascem abaixo do peso normal, a falta de
oxigênio antes ou durante o parto e outros problemas físic os ou fisiológicos,
são importantes para o seu desenvolvimento e comportamento posteriores.
Também se investiga o papel das variáveis cognitivas na aprendizagem dos
papéis sexuais e os estereótipos sobre as diferenças de sexo. Os modelos
sexuais foram definidos na nossa cultura, mas a pressão favorável para a
mudança destes modelos está rompendo pouco a pouco estes estereótipos,
permitindo que um indivíduo mude ou adapte seu comportamento às
exigências das situações específicas com as quais vai conviver.

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