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GRUPO SER EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA ANANINDEUA


DISCIPLINA: ESTÁGIO BÁSICO I

Ana Karoline Pereira Gedeão


Gabriela de Sousa Melo
Hilary Karem Silva de Farias
Maria Êmili do Carmo Souza
Vitória Gilvana Corrêa Mendes
Yasmin Nascimento dos Santos

PSICOLOGIA ESCOLAR E A IMPORTÂNCIA DAS HABILIDADES SOCIAIS PARA


O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Ananindeua
2023
Ana Karoline Pereira Gedeão
Gabriela de Sousa Melo
Hilary Karem Silva de Farias
Maria Êmili do Carmo Souza
Vitória Gilvana Corrêa Mendes
Yasmin Nascimento dos Santos

PSICOLOGIA ESCOLAR E A IMPORTÂNCIA DAS HABILIDADES SOCIAIS PARA


O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Proposta apresentado ao Curso de


Graduação em Psicologia da Universidade
da Amazônia - Unama Ananindeua, como
requisito para aprovação na disciplina de
Estágio Básico I.

Ananindeua
2023
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1 INTRODUÇÃO

A promulgação da Lei n.º 4.119, de 27 de agosto de 1962, no qual


regulamentou a atuação do psicólogo no Brasil, foi um grande marco para a
profissão. Desde então, a Psicologia Escolar é uma área do conhecimento
científico que tem ganhado cada vez mais espaço na sociedade e instituições.
(BRASIL, 1962)
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2007, p. 18), uma das
principais atribuições do Psicólogo Escolar (PE) é “Implementar programas para
desenvolver habilidades básicas para aquisição de conhecimento e o
desenvolvimento humano”. Partindo desse princípio, o PE possui um papel
fundamental, pois, por estar inserido em um contexto educacional, faz-se
necessário o profissional buscar constante aperfeiçoamento a respeito do
desenvolvimento infantil e o que deve ocorrer em cada fase que a criança está
experenciando.
Diante disso, o processo de desenvolvimento de habilidades sociais
na infância é um campo de estudo de extrema relevância para a Psicologia
Escolar, visto que na medida que a criança deixa de viver apenas no ciclo familiar
e é inserida em um contexto social mais amplo, como a escola, ela passa a
enfrentar novas demandas sociais, sendo necessário a criação e/ou a ampliação
de repertórios cada vez mais estruturados para assim solucionar problemas e
viver em sociedade. (DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2001).
Segundo Del Prette e Del Prette (2005), habilidades sociais podem
ser compreendidas como “As diferentes classes de comportamentos sociais do
repertório de um indivíduo, que contribuem para a competência social,
favorecendo um relacionamento saudável e produtivo com as demais pessoas.”.
Dessa forma, um repertório com um amplo leque de habilidades não só contribui
positivamente para a formação de relações saudáveis e harmoniosas entre a
criança, seus colegas e adultos, mas também para o seu desenvolvimento
enquanto cidadão. Entretanto, ter dificuldade em suas relações interpessoais
não significa necessariamente uma patologia, porém diminui consideravelmente
sua qualidade de vida, sendo necessário medidas profiláticas e intervenções
educacionais. (DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z.A.P. (2001)
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Assim, o presente trabalho busca evidenciar a importância de tal


temática ser cada vez mais abordada nas escolas de educação infantil e ensino
fundamental para que, através do diálogo entre escola e família, haja a
propagação de informações e conhecimentos a respeito do assunto. Por fim,
também ocorra a utilização da ludicidade, no qual tem como principal objetivo a
busca pela autonomia e a aprendizagem de novas habilidades sociais e
socioemocionais para facilitar a sua comunicação e a interação com o mundo.

2 ARTICULAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA
No Brasil, a atuação da Psicologia Escolar ocorreu ao mesmo
passo que a Psicologia se estabelecia enquanto ciência. Inicialmente,
observava-se uma grande preocupação em mensurar os fenômenos psíquicos,
buscando identificar em quais áreas a criança possuía obstáculos, bem como
buscava maneiras de “consertá-las” e “adaptá-las” a todo custo ao contexto
escolar. (Bock, 2003; Guzzo, 2002).
Com o constante aprimoramento científico, o Conselho Federal de
Psicologia (2007, p. 18), descreve diversas tarefas que cabe ao Psicólogo
Escolar realizar para que o pleno funcionamento da profissão aconteça. Pode-
se citar alguns como:
a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao processo
ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas; referentes
ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família-
comunidade-escola, para promover o desenvolvimento integral do ser;
b) desenvolver estudos e analisar as relações homem-ambiente físico, material,
social e cultural quanto ao processo ensino-aprendizagem e produtividade
educacional;
c) implementar programas para desenvolver habilidades básicas para aquisição de
conhecimento e o desenvolvimento humano.
A partir disso, compreende-se que o Psicólogo Escolar deve
desenvolver um trabalho interdisciplinar, buscando analisar todo o contexto que
permeia a vida do indivíduo, para que assim ocorra a valorização da
integralidade do ser e a sua relação com o mundo, algo que não pode ser medido
e nem mensurado. Além de ter a necessidade de ter e obter cada vez mais
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conhecimento a respeito do desenvolvimento humano, mais precisamente o que


deve acontecer em cada etapa do desenvolvimento infantil.

JEAN PIAGET E SUAS CONTRIBUIÇÕES ACERCA DO


DESENVOLVIMENTO INFANTIL

No âmbito da educação, as contribuições realizadas por Jean Piaget


são de suma importância para o entendimento acerca do desenvolvimento
infantil. Segundo (Piaget, 1999), o processo de aprendizagem ocorre em 4 fases
do desenvolvimento. Ele nomeou de: Sensório Motor, Pré-operacional,
Operacional Concreto e Operacionais Formais.

1. A fase Sensório Motor ocorre nos primeiros anos de vida de 0 a 24 meses,


o bebê começará a entender o ambiente através dos sentidos;
2. O pré-operacional, corre dos 24 meses até os 7 anos de idade, nessa fase
a criança é egocêntrica, onde se confundi a realidade e o imaginário;
3. A próxima fase é o operacional concreto, período dos 7 aos 12 anos,
nesse momento a criança pensa mais concreto, ou seja, sua noção de
realidade já está estabelecida. Para Piaget (1999) a criança está com a
estrutura do pensamento concreta.
4. Operacional Formal: Período dos 12 anos em diante, ocorre o processo
de raciocínio mais elaborado, nisso o indivíduo consegue lidar com
questões do dia a dia tendo capacidade de pensamentos mais abstratos.
Portanto, nesses estágios a criança entende o mundo através de seus
constantes aprendizados, boa parte de seu desenvolvimento ocorre no ambiente
escolar. É nesse contexto que ocorre a alta estimulação do seu cognitivo, além
de ter a possibilidade de estabelecer relações com os pares fora do seu seio
familiar.

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA PARA O DESENVOLVIMENTO DE


HABILIDADES

Dessa maneira, pode-se afirmar que a escola exerce um papel


fundamental no desenvolvimento de Habilidades Sociais (HS) na vida do
indivíduo. E por conta disso, existem evidências de que quando a criança
desenvolve um bom repertório relacionado a HS, ela tem maior chance de
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estabelecer relações sociais mais saudáveis. (CASTRO, MELO & SILVARES,


2003; LADD, HERALD, SLUTZKY & ANDREWS, 2004).

De acordo com Caballo (1996), o comportamento socialmente


habilidoso é o conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em uma
situação interpessoal que expressa seus sentimentos, atitudes, desejos,
opiniões ou seus direitos, de um modo adequado ao contexto em que estiver
inserido, respeitando o direito do outro e resolvendo e minimizando problemas
ou a probabilidade futura deles. Ademais, o autor consegue resumir os principais
pontos a respeito das HS, portanto, é de suma importância a necessidade de se
desenvolver esse conjunto de comportamentos, com o objetivo de garantir
direitos e opiniões de modo que se ajustem, às normas da sociedade, para que
entenda o respeito a si próprio e o direito dos demais, possibilitando um bom
desenvolvimento emocional.
Em particular, a escola é um dos principais contextos que pode
estimular o desenvolvimento dessas habilidades. Pois, a escola oportuniza o
contato social da criança com outros adultos e com indivíduos da mesma faixa
etária, criando o exercício de novos papéis e desafios. Assim como, é capaz de
estimular a autonomia, capacidade crítica, cooperação entre outras habilidades
que compõem a vida em grupo (DEL PRETTE E DEL PRETTE (2005).
Estudos também sugerem que o desenvolvimento das HS na infância
também auxilia em uma proteção contra comportamentos antissociais, como
também favorecem reforçadores sociais, como por exemplo a amizade e uma
boa convivência em grupo. (Baraldi & Silvares, 2003; Fariz, Mias, & Moura,
2005). E para esses reforçadores sociais acontecerem, Del Prette e Prette (2005)
citam 7 classes sociais relevantes na infância:
1. Autocontrole e Expressividade emocional: Saber nomear e
reconhecer as suas próprias emoções e dos outros, tolerar
frustações, saber lidar com a ansiedade, lidar com seus próprios
sentimentos e saber falar a respeito e expressar emoções positivas
e negativas;
2. Habilidades de Civilidade: Fazer perguntas e responder perguntas,
aceitar elogios e fazer elogios, seguir normas e instruções,
cumprimentar pessoas e usar termos como “por favor”, “obrigado”,
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“desculpa”, “licença”. A dificuldade na realização dessas habilidades


pode resultar tanto no desconhecimento das normas e padrões
adotados em grupos no qual o indivíduo deseja participar quanto na
aprendizagem das habilidades do grupo a qual participa, resultando
no isolamento social e convivência restrita a apenas um tipo de
cultura.
3. Empatia: Demonstrar respeito às diferenças, observar, manter-se
atento, ouvir e demonstrar interesse pelo que o outro está falando,
oferecer ajuda, saber compartilhar;
4. Assertividade: É a noção de igualdade de direitos e deveres, da
legitimidade dos comportamentos voltados para a defesa desses
direitos, do respeito e da dignidade do ser humano, além de saber
lidar com críticas e opiniões contrarias e ter conhecimento e falar a
respeito de suas qualidades e defeitos;
5. Fazer amizades: Fazer perguntas pessoais, responder perguntas,
sugerir atividade, apresentar-se, elogiar e aceitar elogios, oferecer
ajuda, cooperar; iniciar e manter conversação. Dessa forma, A
amizade é um campo importante na área da expressão das
emoções. A maioria das pessoas não se esquecem de amizades
feitas na infância e adolescência, principalmente por conta da
importância para seu desenvolvimento social e emocional.
6. Solução de problemas interpessoais: Pensar antes de tomar
qualquer decisão, manter a calma diante de uma situação-problema,
buscar possíveis soluções e escolher. Assim, enfrentamento as mais
diversas situações do cotidiano de maneira satisfatória, resulta no
exercício de habilidades, principalmente na solução de problemas
interpessoais.
7. Habilidades sociais acadêmicas: Imitar comportamentos que sejam
socialmente competentes, ouvir, saber reconhecer o desempenho
do outro, aguardar sua vez para falar e solicitar e agradecer ajuda.
Por fim, certamente a aquisição das habilidades sociais citadas acima
é propulsora de qualidade de vida e saúde mental, por isso, o objetivo da
intervenção é de trabalhar, de maneira lúdica com crianças do 1° ano A/B,
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através de dinâmicas que trabalhem as emoções e a importância das habilidades


sociais para o convívio saudável e harmônico em sociedade.

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

De acordo com Vygostsky (1987), as atividades lúdicas são


humanas criadoras, nas quais imaginação, fantasia e realidade interagem na
produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação
pelas crianças. Portanto, o brincar é uma importante forma de expressão que a
criança possui para se comunicar, reconhecer e reproduzir seu cotidiano, além
de proporcionar o conhecimento de si mesmo e do outro, através da interação
social. Por outro lado, ao brincar, a criança adquire hábitos e atitudes para o
convívio social, para seu crescimento intelectual e enfrenta desafios, buscando
soluções para resolver seus próprios problemas ou dificuldades. Em síntese,
com o intuito de proporcionar a interação social de maneira produtiva e saudável
com aqueles que estão à sua volta, e fazer menção sobre a relevância das
habilidades sociais e o aperfeiçoamento de habilidades socioemocionais, o
grupo optou por falar sobre a temática utilizando a “Dinâmica das Emoções."

Facilitador: Estagiárias
Local: Escola CEAI
Horário:
Duração: 50 minutos

• Atividade: Dinâmica das emoções

• PREVISIBILIDADE SOBRE A ATIVIDADE


(O que se espera da atividade/ O que pode acontecer)

❖ Passo 1: Será apresentado um vídeo sobre emoções básicas para as


crianças do filme Divertidamente, para que elas possam compreender
cada uma, e um pequeno vídeo sobre empatia;
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❖ Passo 2: As crianças deverão se dividir em 2 equipes, cada equipe será


representada por uma cor;

❖ Passo 3: Serão distribuídas algumas plaquinhas com as emoções básicas


(feliz, triste, raiva, medo) e de verdadeira ou falsa, para cada equipe;

❖ Passo 4: Diante de perguntas sociais, as crianças deverão conversar


entre si e decidir qual a melhor resposta e levantar a plaquinha;

❖ Passo 5: No final haverá uma roda de conversa sobre a importância das


emoções e como lidar com elas em diversas situações, e será
contabilizado os pontos de cada equipe.

❖ Habilidades Sociais em Treinamento: O objetivo da atividade é fazer com


que as crianças esperem por sua vez, a importância do trabalhar em
equipe, a atenção compartilhada, lidar com a vitória ou a perda de forma
adequada, compreender as emoções.
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4 CRONOGRAMA

Período

AGO/23 SET/23 OUT/23 NOV/23 DEZ/23


Atividades

Pesquisar Preliminar

Organização Inicial

Visita técnica

Produção do relatório

Entrega do relatório

Elaboração do projeto de
pesquisa

Levantamento bibliográfico

Escolha dos recursos

Produção do Banner

Entrega do Projeto de Pesquisa

Mostra de Estágio
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5 REFERÊNCIAS

BARALDI, D. M.; Silvares, E. F. M. (2003). Treino de habilidades sociais e


grupos com crianças agressivas, associado à orientação dos pais: Análise
empírica de uma proposta de atendimento. Habilidades sociais,
desenvolvimento e aprendizagem: Questões conceituais, avaliação e
intervenção (pp. 235-258). Campinas, SP: Alínea.

Bock, A. M. B. (2003). Psicologia da educação: cumplicidade ideológica. Em M.


E. M. Meira & M. A. M. Antunes (Orgs.), Psicologia escolar: Teorias críticas
(pp.79-103). São Paulo: Casa do Psicólogo.

BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de


formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. (Marco Civil
da Internet). Diário Oficial da União. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4119.htm. Acesso em: 15
nov. 2023.

CABALLO, V.C. Manual de técnicas de terapia e modificação do


comportamento. Ed. Santos, São Paulo, 1996.

CASTRO, R. E. F., Melo, M. H. S., & Silvares, E. F. M. (2003). O julgamento de


pares de crianças com dificuldades interativas após um modelo ampliado de
intervenção. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16, 309-318.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP) (2007). Resoluções relativas


ao Título Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e
procedimentos para seu registro nº 013/07. Disponível:
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013-
2007.pdf. Acesso em: 15 nov. 2023

DEL PRETTE, A., & Del Prette, Z. A. P. (2001). Psicologia das relações
interpessoais: vivências para o trabalho em grupo (4ª ed.). Petrópolis, RJ:
Vozes.

DEL PRETTE, Z. A. P., & Del Prette, A. (2005). Psicologia das habilidades
sociais na infância: teoria e prática. Petrópolis, RJ: Vozes.
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FARIZ, M. D., Mias, C. D., & Moura, C. B. (2005). Comportamento agressivo e


terapia cognitivo-comportamental na infância. In V. E. Caballo & M. A. Simón
(Eds.), Manual de Psicologia Clínica infantil e do adolescente (pp. 57-75). São
Paulo, SP: Santos.

Guzzo, R. (Org). (2002). Psicologia Escolar: LDB e educação hoje. São Paulo:
Alínea.

LADD, G. W., Herald, S. L., Slutzky, C. B., & Andrews, R. K. (2004). Handbook
of preventive interventions for children and adolescents. (pp. 15-48). Hillsdale,
NJ: John Willey & Sons.

OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento – um processo


sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.

PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança. 7ª edição. ed. São


Paulo: Martins Fontes, 1999.

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