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O TRABALHO DOCENTE E AS VÁRIAS NUANCES DA EDUCAÇÃO:

ENSINO, INCLUSÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES, TECNOLOGIAS,


PESQUISA E EXTENSÃO.

Simone Helen Drumond Ischkanian¹


Rafael Jacson da Silva Carneiro2
Tatiana Coelho3
Antônio Hitallo Regis Gonçalves Lima Paiva4
Vinicius Guiraldelli Barbosa5
Silvana Nascimento de Carvalho6
Wanessa Delgado da Silva Ronque7
Tereza Cristina Cardoso Alves8
1. INTRODUÇÃO
O trabalho docente e as várias nuances da educação evidenciam que a
formação básica e continuada dos professores é o primeiro passo para superar os
desafios da educação moderna e é necessário ver a necessidade de mudar o paradigma
de ensino de um modelo baseado na aquisição passiva de conhecimento para um
modelo baseado no desenvolvimento de habilidades e projeção de competências. Deve
projeta-se como um mediador, facilitador e articulador do conhecimento, atuando como
um pesquisador, que provoca o aluno a ser também curioso e descobrir a partir de seus
próprios questionamentos.

1
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond - Doutoranda em Educação. Mestrado em Ciências da
Educação com ênfase em Inclusão e Autismo. Professora SEMED. Professora Tutora UEA e IFAM.
Autora do Método de Portfólios Educacionais (Inclusão – Autismo e Educação). SHDI é autora de artigos
e livros. E-mail: simone_drumond@hotmail.com
2
CARNEIRO, Rafael Jacson da Silva. Licenciado em Pedagogia - Autor de artigos e livros pela Editora
Schreibe. Faculdade São Marcos – Fasamar, Licenciado em Educação Especial pela Etep (C.U. ETEP).
Pós - graduado em Educação, Gêneros e Sexualidade pela Faculdade de Minas Facuminas. Mestre em
Teologia pelo Instituto de Teologia Logos (ITL) Coordenador da Zao Atendimento
Neuropsicopedagógico. E-mail. rafaeljacsonsc@gmail.com
3
COELHO, Tatiana. Pedagoga. Fonoaudióloga. Autora de artigos pela Editora Schreibe. Pós-graduação
em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Fonoaudiologia Educacional e ABA.Professora efetiva da rede
Municipal de Ensino de Guaíba/RS, lotada na sala de AEE. E-mail: tatianaacoelho@gmail.com
4
PAIVA, Antônio Hitallo Regis Gonçalves Lima - Autor de artigos pela Editora Schreibe. Graduado em
Educação Física, Graduado em Pedagogia, Esp. Em Metodologia da Educação Física. Professor Efetivo
do Município de Reriutaba/Ceará hitallo1428@hotmail.com
5
GUIRALDELLI, Vinicius Barbosa – Autor de artigos e livros, é citação e referencia em artigos de livros
pela Editora Schreibe. Graduado em Ciências Contábeis (Centro Universitário de Votuporanga) UNIFEV
e Administração Pública (Universidade Federal de Uberlândia) UFU. Especialista em Gestão Contábil.
E-mail: vinicius.barbosa@faculdadefutura.com.br
6
CARVALHO, Silvana Nascimento. Autora de artigos e livros pela Editora Schreibe. Professora
concursada pela SEMED - AMA. Formada em Pedagogia pela UEA. Pós-Graduação em Educação.
Atualmente trabalha com tecnologias pela SEMED-AM.
7
ROQUE, Wanessa Delgado da Silva - Autora de artigos e livros. Mestranda em Educação Matemática
(UNIR) Graduada em Pedagogia (UNIR).Professora da Educação Básica da Rede Pública Municipal de
Ji-Paraná /RO. Autora de artigos e livros pela Editora Schreibe. E-mail: wanessadelgado@hotmail.com
8
ALVES, Tereza Cristina Cardoso. Licenciada em Letras pela Faculdade JK-DF, Graduada no Curso
Superior de Tecnologia em Gestão Pública no Instituto Federal de Rondônia-IFRO. Especialista em
Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior, pela Faculdade FAIARA, Especialista em Literaturas de
Língua Portuguesa: Identidades, Territórios e Deslocamentos: Brasil, Moçambique e Portugal, pela
UNIFESP. Professora de Língua Portuguesa no Município do Novo Gama-GO. Professora de Língua
Portuguesa no Município de Valparaíso de Goiás. E-mail: proftereza.cardoso@gmail.com
É oportuno ressaltarmos que educador e educando integram sistematicamente
um mesmo processo, pois participam da mesma natureza histórica e social. Na relação
educativa, dentro da práxis pedagógica, o educando é o sujeito que busca adquirir um
novo patamar de conhecimentos, habilidades e modos de agir.
O papel do professor é o de um grande mediador entre o individual e o social,
entre aluno e a cultura social historicamente acumulada, garantindo o seu acesso ao
saber escolar. A individualização do ensino deve ajustar a qualidade e a quantidade da
ajuda pedagógica ao processo de construção do conhecimento.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O trabalho docente e as várias nuances da educação
O desenvolvimento profissional, mais do que outros aspectos interativos do
desenvolvimento individual, também é contextual e pode ser modificado por muitos
eventos.
A pedagoga e fonoaudióloga Tatiana Coelho evidencia que o “reconhecimento
do valor da continuação dos estudos, reconhecimento do significado que a formação
profissional confere e da experiência de qualidade que dela advém”; tudo isto aliado à
necessidade de alargar o leque de competências profissionais e pessoais.
A autora alerta ainda que a instrumentalização da ação e a degradação da
política como meio de atingir outra coisa, jamais chegaram a suprimir a ação, a evitar
que ela continuasse a ser uma das mais decisivas experiências humanas.
Arentd (2002, p. 245), afirma que:
[...]os atos, mais que qualquer outro produto humano, tenham tão grande
capacidade de perdurar constituiria motivo de orgulho para os homens se eles
fossem capazes de suportar o ônus da irreversibilidade e da
imprevisibilidade, das quais se origina a própria força do processo da ação.
Mas como a humanidade sempre soube, isto é impossível. [...] os homens
sempre souberam que aquele que age nunca sabe exatamente o que está
fazendo; que sempre vem a ser “culpado” de conseqüências que jamais
desejou ou previu., que, por mais desastrosas e imprevistas que sejam as
conseqüências do seu ato, jamais poderá desfazê-lo; que o processo por ele
iniciado jamais termina inequivocamente num único ato ou evento [...].

2.2 Educação Física, ludicidade, brincadeiras e psicomotricidade nas


perspectivas do professor e autor Antônio Hitallo Regis Gonçalves Lima Paiva
A ludicidade é um “estado de estar”, já a psicomotricidade é um modo de olhar
o Ser Humano, principalmente, através do movimento corporal.
O propósito da psicomotricidade na educação física é desenvolver o corpo de
modo integral, tendo sua característica à união do corpo, mente e sentimento, tudo
relacionado ao mundo interno e externo do indivíduo, devendo este desenvolvimento
ser iniciado na educação infantil para que a criança inicie a formação por completa.
(XISTO; BENETTI, 2012).
Por meio das atividades lúdicas como jogos, brinquedos, brincadeiras é
possível desenvolver integralmente a aprendizagem da criança, ampliando as
capacidades como afetividade, concentração e percepção motora, fazendo com que o
indivíduo se envolva com outros por meio de jogos, potencializando e testando seus
limites e emoções. Sua prática pode ser vista tanto na escola quanto no cotidiano da
criança, devendo ser estimulada pelo professor de educação física que entrará como
mediador, intervindo para o desenvolvimento. (CAMARGOS; MACIEL, 2016).
Educação Física, ludicidade, brincadeiras e psicomotricidade são áreas que têm
ganhado espaço principalmente na Educação Infantil e Ensino Fundamental I, pois as
brincadeiras, jogos, psicomotricidade e brinquedos são parte integrante da infância. Seu
uso possibilita um trabalho pedagógico que permite o acúmulo de conhecimentos
diversos e o amadurecimento da criança. Os elementos da Psicomotricidade são:
Esquema Corporal Equilíbrio Lateralidade Ritmo
Tonicidade Motricidade fina Imagem corporal Tônus
Coordenação global/ Coordenação Organização ou Orientação
Motricidade ampla motora fina Estruturação Espacial Temporal
Fonte: Os elementos da psicomotricidade (Autores, 2023)

2.2.1 Esquema corporal: É a consciência do corpo como meio de


comunicação consigo mesmo e com o meio. O esquema corporal é um elemento básico
indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação
relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.

2.2.2 Corpo vivido (até 3 anos de idade)


Corresponde à fase de inteligência sensório-motora de Piaget. O bebê sente o
meio ambiente como fazendo parte dele mesmo. À medida que cresce, com
CORPO maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências
VIVIDO e passa, pouco a pouco a se diferenciar do meio ambiente.
Nesse período, a criança tem uma necessidade muito grande de movimentação
e através desta vai enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo e
ampliando a sua experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas.
Fonte: Rafael Jacson da Silva Carneiro (2023)
2.2.3 Corpo percebido ou Descoberto (3 a 7 anos)
Corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação da “função
de interiorização” que é definida como a possibilidade de deslocar sua atenção
do meio ambiente para seu próprio corpo.
A função de interiorização permite a passagem do ajustamento espontâneo a um
ajustamento controlado que propicia maior domínio do corpo, culminando em
CORPO maior dissociação dos movimentos voluntários.
PERCEBIDO OU A criança, com isso, passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo
DESCOBERTO maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Descobre sua
dominância e com ela seu eixo corporal.
O corpo passa a ser um ponto de referência para se situar e situar os objetos em
seu espaço e tempo. Neste momento assimila conceitos como embaixo, acima,
direita, esquerda e adquire também noções temporais como a duração dos
intervalos de tempo e de ordem e sucessão.
No final dessa fase, a criança pode ser caracterizada como pré-operatória,
porque está submetida à percepção num espaço em parte representado, mas
ainda centralizado sobre o próprio corpo.
Fonte: Simone Helen Drumond Ischkanian (2023)

2.2.4 Corpo representado (7 a 12 anos)


Corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação da “função
de interiorização” que é definida como a possibilidade de deslocar sua atenção
do meio ambiente para seu próprio corpo a fim de levar à tomada de
consciência. Nesta etapa observa-se a estruturação do esquema corporal.
No início desta fase a representação mental da imagem do corpo consiste numa
CORPO simples imagem reprodutora, isto é, uma imagem de corpo estática.
REPRESENTADO A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em movimento a partir de
10/12 anos, significando que atingiu uma representação mental de uma sucessão
motora, com a introdução do fator temporal.
Sua imagem de corpo passa a ser antecipatória e não mais somente reprodutora
revelando um verdadeiro trabalho mental devido à evolução das funções
cognitivas correspondentes ao estágio, preconizado por Piaget, de operações
concretas. Os pontos de referência não estão mais centrados no próprio corpo,
mas são exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo criar os pontos de referência
que irão orientá-lo.
Fonte: Vinicius Guiraldelli Barbosa (2023)

Os autores evidenciam que o esquema corporal resulta das experiências que


possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. Não é um
conceito aprendido e que depende de treinamento. Ele se organiza pela experiência de
ação do corpo da criança. É uma construção mental que a criança realiza gradualmente,
de acordo com o uso que faz de seu corpo.

2.3 Ensino, inclusão e formação de professores


A psicopedagoga Tereza Cristina Cardoso Alves enfatiza que “a formação
continuada do educador no contexto educacional especial e inclusivo, sempre fez muita
diferença nas relações sociais, culturais, educativas, profissionais, afetivas e aos olhos
de toda sociedade”, diante do pensamento da autora, observa-se a influência e a
importância da formação continuada do educador nos diversos contextos sociais.
O professor educador deve estar meramente preparado em sua prática
pedagógica, repensando, interpretando, propondo métodos alternativos e metodologias
de acordo com as necessidades específicas dos educandos, considerando os aspectos do
contexto educacional, da diversidade cultural, da realidade sociocultural dos alunos com
necessidades educacionais especiais e suas limitações específicas de aprendizagem.
A formação continuada do educador no contexto especial e inclusivo visa à
capacidade de reflexões dos acontecimentos e da trajetória das pessoas com
necessidades educacionais especiais, onde, analisa-se como era normal na Antiguidade a
eliminação das pessoas consideradas deficientes, pois na época acreditava-se que eram
inúteis para a vida em sociedade.

2.4 TOD / TDAH / TOC e Altas Habilidades


TOD (Transtorno opositor desafiador): TDAH (Transtorno do déficit de atenção com
Transtorno infantil caracterizado por hiperatividade): Doença crônica que inclui
comportamento desafiador e desobediente a dificuldade de atenção, hiperatividade e
figuras de autoridade. impulsividade.

A causa do transtorno desafiador de oposição Em geral, o TDAH começa na infância e pode


é desconhecida, mas provavelmente envolve persistir na vida adulta. Pode contribuir para
uma combinação de fatores genéticos e baixa autoestima, relacionamentos
ambientais. problemáticos e dificuldade na escola ou no
trabalho.
Os sintomas geralmente começam antes da
criança completar oito anos de idade. Eles Os sintomas incluem falta de atenção e
incluem humor irritável, comportamento hiperatividade.
argumentativo e desafiador, agressividade e
índole vingativa que duram mais de seis meses Os tratamentos incluem medicamentos e
e causam problemas significativos em casa ou psicoterapia.
na escola.
TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo): AH/SD (Altas Habilidades / Superdotação):
Pensamentos excessivos (obsessões) que caracteriza-se pela elevada potencialidade de
levam a comportamentos repetitivos aptidões, talentos e habilidades, evidenciada
(compulsões). no alto desempenho nas diversas áreas das
atividades humanas, incluindo as acadêmicas,
O TOC é caracterizado por pensamentos e demonstradas desde a infância.
medos irracionais (obsessões) que levam a
comportamentos compulsivos. De acordo com a Teoria das Inteligências
Múltiplas de Gardner (1994), a pessoa com
O TOC costuma se concentrar em temas como altas habilidades (PAH) apresenta um
o medo de germes ou a necessidade de desempenho excepcional em uma ou mais
organizar os objetos de uma maneira áreas do potencial humano como: inteligência
específica. Os sintomas geralmente começam espacial, corporal, musical, linguística, lógica,
de modo gradual e variam ao longo da vida. interpessoal, Intrapessoal e naturalista”.
Fonte: Características fundamentais (Autores, 2023)
A mediação na construção entre o vínculo professor e aluno no processo de
inclusão com foco no TOD / TDAH / TOC, Superdotação e Altas Habilidades, é mais
do que um passo necessário à inclusão destes, mais sim, um processo fundamental na
medida em que motiva e estimula o ensino-aprendizagem, no qual se desenvolve as
múltiplas habilidades dos educandos e a apropriação cultural dos mesmos.
Observa-se que, quando a mediação não é realizada corretamente pelo
educador em sala de aula ou no contexto não formal, obviamente, fragmenta-se o
desempenho de todos os alunos com necessidades educacionais especiais nos diversos
contextos sociais.
O processo de mediação deve acontecer eticamente e diariamente, pois quanto
mais mediação de qualidade os alunos com necessidades educacionais especiais
obterem, maior será a capacidade dos mesmos em se adaptarem às mudanças, de serem
autônomos, objetivos, e criativos no processo de ensino-aprendizagem.
A formação continuada fornece há todos os docentes, medidas significativas
para desenvolver um ensino-aprendizagem qualitativo, significativo e um
desenvolvimento satisfatório das habilidades dos educandos. De acordo com a
Resolução nº 01 de 2002 do Conselho Nacional de Educação e Conselho Pleno
(CNE/CP) do Ministério da Educação (MEC) que instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, para
curso de licenciatura, em seu art. 6º, § 3º, refere que o projeto pedagógico da escola
deve incluir conhecimentos que possam promover o debate sobre questões culturais,
sociais e econômicas.
O professor tem o papel fundamental de auxiliar seus educandos com
necessidades educacionais em todos os sentidos, acolhe-los eticamente,
independentemente de suas necessidades específicas e funcionais, como também,
avaliá-los com base no que os mesmos já obtêm de conhecimentos e não apenas buscar
uma avaliação tradicional do que os mesmos ainda não conseguiram aprender.
O processo avaliativo deve ser democrático, sensibilizado e reconhecível por
parte do educador para com seus alunos.
2.5 O trabalho colaborativo na visão da autora Wanessa Delgado da Silva
Ronque
O trabalho colaborativo ocorre quando os membros da equipe são tratados
como iguais e todos têm o direito de contribuir para a causa comum, contribuindo com
suas próprias ideias.
Segundo a autora, o trabalho em equipe traz inúmeras vantagens estímulo à
inovação, melhora a capacidade de resolver problemas complexos, facilita a tomada de
decisões, aumenta a capacidade criativa para gerar alternativas e reduz o tempo para a
execução de tarefas.
É fator primordial no trabalho colaborativo, oferecer formação continuada aos
profissionais envolvidos no processo, além de acompanhar e compartilhar os resultados
das ações com todas as pessoas do coletivo educacional. Afinal o processo colaborativo
é um processo de criação que busca a horizontalidade nas relações.

2.6 Professor Colaborador de acordo com Wanessa Delgado da Silva


Ronque
O professor colaborador é um membro do corpo docente que não se enquadra
como docente permanente ou como visitante, mas que desenvolve atividades de ensino,
pesquisa, extensão e orientação de estudantes, independentemente de ter vínculo com a
instituição.

TRABALHO
COLABORATIVO
≠ PROFESSOR
COLABORADOR
Fonte: Autores, 2023
A docência supervisionada é uma ação colaborativa relacionada ao professor
colaborador, pois diz respeito a todos os envolvidos no processo, considerado um
contínuo espaço de construção, criação coletiva tanto no interior do curso de formação
como no contexto de atuação profissional em que a própria prática de ensino do
professor em formação e do professor acontece (RODRIGUES, 2007). Cabendo uma
nova reinterpretação da palavra professor colaborador, segundo Pimenta e Lima (2011)
é como uma oportunidade de aproximação com a realidade do mundo do trabalho,
pensado como uma atividade instrumentalizada, mas que promove a práxis, permitindo
um transitar entre a universidade e a escola, vice-versa, de maneira que os envolvidos
possam ter redes de relações, conhecimentos e aprendizagem.
Os professores colaboradores são os principais orientadores na formação de
conhecimentos de um contexto histórico, social, cultural e prática docente.
É fator primordial dar aos futuros professores elementos da sua experiência,
possibilitar que os mesmos descubram a importância da profissão e oferecer condições e
espaço para os futuros licenciados colocarem em prática seus conhecimentos didático e
pedagógico.
Sendo assim, dar ao professor-colaborador o status de formador é essencial
para harmonia e concretude do processo de formação, compreendendo que quanto mais
adequadas e contextualizadas forem as informações transitados entre o professor-
colaborador, estagiários e supervisor, acredita-se que melhor serão os resultados para a
aquisição dos elementos para torna-se professor. Partindo dessa perspectiva,
acreditamos que este artigo possa trazer benefícios auxiliando na discussão desse
complexo assunto que envolve os profissionais e acadêmicos quanto ao conhecimento
necessário à prática e a teoria, contribuindo para melhoria do ensino-aprendizado dos
estudantes, promovendo uma qualidade de um ensino melhor e capacitado, valorizando
o trabalho do professor-colaborador nos estágios supervisionados.

COOPERAÇÃO COMPARTICIPAÇÃO
PARCERIA
COPARTICIPAÇÃO = SOLIDARIEDADE

Fonte: Autores, 2023


SINERGIA

2.6.1 Participação colaborativa: Para delimitar o entendimento base do termo


colaboração vamos simplificar afirmando que se trata de um processo de trabalho
compartilhado que envolve duas ou mais pessoas. Inicialmente, pode parecer simples,
mas é um processo complexo e não é específico para qualquer área especializada da
prática da arte visual.
2.6.2 Aprendizagem colaborativa: É uma metodologia pedagógica na qual se
aprende por meio da colaboração e participação ativa. Por meio dela, os alunos são
incentivados a realizar tarefas ou solucionar problemas de maneira conjunta,
construindo seu aprendizado de maneira interdependente.
2.6.3 Características para trabalhar de forma colaborativa: Empatia,
organização, liderança colaborativa, sociabilização harmônica e diplomacia para com
todos.
2.6.4 A importância da colaboração no trabalho: O trabalho em equipe traz
inúmeras vantagens, estímulo à inovação, melhora a capacidade de resolver problemas
complexos, facilita a tomada de decisões, aumenta a capacidade criativa para gerar
alternativas e reduz o tempo para a execução de tarefas.
2.6.5 Atitude colaborativa: Em linhas gerais, significa agir com um objetivo
comum em mente para a formação de algo ainda melhor do que se tivesse sido feito de
maneira individual. É primordial focar nas ações de construção de equipes conectadas e
em sinergia, este contexto tem um grande impacto positivo a longo prazo na educação.

2.7 Tecnologias para alfabetizar nas perspectivas da autora e professora


Silvana Nascimento de Carvalho
O espectro de ferramentas digitais é vasto e vai de aplicativos de estudo a jogos
prontos (ou que permitam ao professor modificar o conteúdo) e soluções digitais de
leitura infanto-juvenil. Há ainda ferramentas como Google Sala de Aula (Google
Classroom), que favorece a troca de materiais e de conhecimentos sobre a ação
pedagógica para promover a alfabetização.
Os jogos digitais, em especial, podem ter um papel fundamental no processo de
alfabetização. Ao mesmo tempo em que colaboram no desenvolvimento da
concentração, do raciocínio lógico (exigem uma movimentação mental) e da
colaboração entre as crianças, incentivam a leitura e a escrita, ajudando a fixar o
conteúdo.
Em um jogo, por exemplo, a criança vai precisar colocar em prática muito do
que aprendeu para avançar de fase. Será necessário juntar o que sabe do mundo real
para testar hipóteses no ambiente virtual e explorar sua espontaneidade e criatividade.
Alguns aplicativos e programas permitem trabalhar offline e de modo
assíncrono. Isso é ainda mais relevante porque diversas atividades realizadas online ou
em dispositivos eletrônicos permitem que a criança tenha um feedback imediato, e a
criança não precisa esperar a correção da professora para identificar seus equívocos ou
omissões. Se o exercício for realizado em duplas ou grupos, o resultado pode ser
potencializado pela troca de conhecimentos entre os alunos.
2.8 Tecnologias, pesquisa e extensão
Os Projetos de Pesquisa e Extensão visam articular de maneira indissociável e
transformadora a academia e a sociedade através de um processo educativo, científico,
cultural e tecnológico, de modo a contribuir com o enriquecimento do processo
pedagógico, favorecendo a socialização do saber acadêmico.
O trabalho docente e as várias nuances da educação, no ensino, inclusão,
formação de professores, tecnologias, pesquisa e extensão evidenciam na prática que a
Extensão é a forma de articulação entre universidade e sociedade por meio de diversas
ações. Como o próprio nome já diz, é estender a universidade para além dos seus muros,
interagindo com a comunidade, visando a troca de saberes e projetar nuances coesas na
educação do país.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicomotricidade como campo de estudo, visa o desenvolvimento integral da
criança, por meio da integração entre corpo e mente, levando em consideração o
crescimento afetivo, social e intelectual da criança e sua intervenção nas atividades
lúdicas, aplicadas dentro da educação infantil, culminando resultados positivos para a
formação da criança, contribuindo para o seu desenvolvimento.
Quando aplicadas, a oportunidade do desenvolvimento no aspecto motor,
social e cognitivo é maior para o individuo, iniciando desde as habilidades básicas de
movimento às mais complexas, proporciona a formação da interação com outros,
entendimento de regras e responsabilidades sociais, além da formação das capacidades
intelectuais. Por meio das brincadeiras e jogos, a criança se movimenta, cria, expressa
sentimentos e constrói relacionamentos com outros. Em uma brincadeira de caça ao
tesouro ou rouba bandeira, a criança será estimulada a pensar, desenvolvendo seu
raciocínio e quando estas brincadeiras são trabalhadas em conjunto de outras crianças,
desenvolve a socialização, formando sua identidade como ser humano.
É valido destacar que no mundo do trabalho, bastante competitivo, as pessoas
são cada vez mais exigidas em todas as suas potencialidades e em toda a sua fase
produtiva da vida laboral. Deve ser melhor em tudo e ainda estar atualizado em todas as
tecnologias pertinentes às funções exercidas.
Os desafios são inúmeros, mas não basta apenas o aprimoramento teórico. É
preciso, também, que a teoria ajude a entender os sentimentos que passam pelo interior
das pessoas e se misturam com as suas vivências, valores e crenças, seus ciclos de vida.
Assim, é necessário olhar para a Educação Emocional do professor e prepará-lo, ao
longo da profissão, para as etapas ou as mudanças de rotinas que seguem constantes,
embrenhadas em um mundo desafiante, no qual as exigências da sociedade
contemporânea fazem com que trabalho e vida pessoal se mesclem de forma uníssona
das várias nuances da educação.
O processo inclusivo na educação e no contexto social em geral, ocorre
gradativamente, pois é um processo lento, que deve ser devolvido com calma e
compreensão, no qual a educação inclusiva tem que desenvolver atividades mediadoras
com base em estímulos do meio para obter a tão desejada modificabilidade cognitiva
estrutural nos seus discentes.
A tecnologia tornou-se um dos componentes para uma educação de qualidade.
Contudo, a educação de qualidade tem um espectro muito maior do que somente o uso
das tecnologias, pois ela contribui, mas não é o único elemento. A formação dos
professores, gestores e da própria escola, o trabalho colaborativo em torno de um
projeto pedagógico consistente e a participação de todos faz parte dessa educação maior
que é a educação que procuramos, uma educação democrática, inclusiva e uma
educação que promove o processo de ensino e aprendizagem ao longo da vida.
As práticas devem responder às diferenças dos alunos por meio da organização
de aprendizagens diversificadas para a heterogeneidade dos alunos. Certamente, analisa-
se que, para o educador e a escola obter a heterogeneidade, o desenvolvimento
cognitivo, comportamental e humano, obviamente terá que investir em seus alunos
positivamente, não se pode esperar que um processo educacional modificável aconteça
de uma hora para outra, porque isso não vai acontecer.
A mediação no ensino e aprendizagem inclusivo é tarefa da escola, dos
educadores, da comunidade escolar como um todo, devendo ser desempenhada com
comprometimento ético e moral, buscando desenvolver estímulos e consciência nos
alunos de modo concreto, pois, não basta apenas sabermos que temos que “incluir”
porque é lei; O fato de incluir por si só não é inclusivo, pois a inclusão vai além do
método de incluir alunos com necessidades educacionais especiais em estruturas
arquitetônicas e em ambientes escolares.
Em suma: o trabalho docente e as várias nuances da educação, evidenciam que
o ensino, inclusão, formação de professores, tecnologias, pesquisa e extensão, são
fatores primordiais para elevar o ensino no país.

REFERÊNCIAS

ARENDT, H. Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bottmenn. São Paulo:


Companhia das Letras. Titulo original: Men in Dark Times, 1987.

BRASIL. Resolução nº 01 de 2002 do Conselho Nacional de Educação e Conselho


Pleno (CNE/CP) do Ministério da Educação (MEC), que, instituiu as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, 2002.

CAMARGOS, E. K de; MACIEL, R. M. A importância da psicomotricidade na


educação infantil. Rev. Cient. Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 1. v. 9.
p. 254-275, out./Nov, 2016.

FALIK, L. FEUERSTEIN, R. Além de inteligente: A aprendizagem mediada e a


capacidade de mudança de cérebros. Nova York; Professores faculdade imprensa, 2010.

FEUERSTEIN, Reuven. Enriquecimento instrumental: Um programa de intervenção


para a modificação cognitiva. Glenview: Scott, foresman e companhia, 1980.

GARCIA, R. M. C. Políticas de inclusão e currículo: Transformação ou adaptação


da escola ? In: Trajetórias e processos de ensinar e aprender: lugares, memórias e
culturas, livro 3. Porto Alegre: EDIPUCRS, v. 3, p. 582, 2008.

GARDNER, H. Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1994.

PIMENTA, SG; Lima, M. S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2011.

RODRIGUES, Raquel Cruz Freire. O estágio supervisionado no curso de educação


física da UEFS: realidades e possibilidades. 2007. 103 f. Dissertação de Mestrado em
Educação. Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007.

XISTO, P. B.; BENETTI, L. B. A Psicomotricidade: Uma ferramenta de ajuda aos


professores na aprendizagem escolar. Monografias Ambientais. REMOA/UFSM, v.8,
p. 18424-1836, ag, 2012.

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