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SEU DESEMPENHO ACADÊMICO MÁXIMO!

INSTITUTO AMAZÔNICO DE ENSINO SUPERIOR


MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

SEMINÁRIO DE ARBITRAGEM: Árbitros e


princípios norteadores.

ANA LUZIA AMARO


ANA PAULA MESQUITA
DILANI MC COMB
ERICK MIRANDA MESQUITA
GABRIEL DE CARVALHO
MÁRCIA AMANDA DA SILVA PEREIRA
MARLON SEABRA
SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN

MANAUS/AM
2024
ANA LUZIA AMARO
ANA PAULA MESQUITA
DILANI MC COMB
ERICK MIRANDA MESQUITA
GABRIEL DE CARVALHO
MÁRCIA AMANDA DA SILVA PEREIRA
MARLON SEABRA
SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN

SEMINÁRIO DE ARBITRAGEM: Árbitros e


princípios norteadores.

Trabalho apresentado como exigência da


disciplina, Métodos Alternativos de Resolução
de Conflitos do Curso de Direito do Instituto
Amazônico do Ensino Superior.

Professora Ma. Anne Mara Arruda de Sá

MANAUS AM
2024
SUMARIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 03

ÁRBITROS E PRINCÍPIOS NORTEADORES .........................................................................06

QUEM PODE SER ARBITRO....................................................................................................07

PODERES, DEVERES DOS ÁRBITROS E EQUIPARAÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS


PÚBLICOS NO EXERCÍCIO DA
FUNÇÃO......................................................................................................................................09

O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “TRIBUNAL


ARBITRAL”................................................................................................................................11

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS ÁRBITROS E DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL


ARBITRAL ................................................................................................................................11

IMPEDIMENTO DO ÁRBITRO E O DEVER DE REVELAÇÃO...........................................15

IMPOSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO ÁRBITRO E SUA


SUBSTITUIÇÃO.........................................................................................................................17

NÚMERO DE ÁRBITROS E SUPLENTES..............................................................................20

ESTUDOS DE CASO.................................................................................................................22

EXEMPLOS PRÁTICOS........................................................................................................23

DADOS ESTATÍSTICOS..........................................................................................................24

CONCLUSÃO .... ............................................................................................. ......................... 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS....................................................................................... 27
INTRODUÇÃO

A arbitragem é um método alternativo de resolução de conflitos que vem


ganhando espaço e reconhecimento no cenário jurídico e empresarial. Este método
proporciona uma forma mais ágil, flexível e especializada para solucionar disputas, sem
a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
Ao optar pela arbitragem, as partes envolvidas têm a oportunidade de escolher
árbitros especializados no tema da controvérsia, o que muitas vezes resulta em decisões
mais técnicas e assertivas. Além disso, a arbitragem oferece maior confidencialidade,
pois as discussões e decisões são realizadas em um ambiente mais reservado.
A própria lei Arbitral (Lei nº 9.307/96) é fundamentada nos seguintes
princípios: contraditório; igualdade das partes; da imparcialidade do árbitro e de seu
livre convencimento Não podemos deixar de citar outros dois princípios fundamentais
no instituto arbitral, a garantia processual e autonomia da vontade. Dentre as diversas
formas de resolução de conflitos encontramos a arbitragem. Se para alguns pode parecer
um instituto jurídico recente na realidade encontramos a sua origem no inicio da historia
do próprio direito.
Percebemos que no transcorrer da historia da humanidade o choque de forcas
contrarias sempre fez parte de nossa sociedade, sendo considerada por Luiz Antonio
Scavone Junior como uma das características mais importantes da sociedade, já que
quando ha o equilíbrio entre esses choques de forca, então teremos um equilíbrio,
permitindo assim que a sociedade, ou grupo social, progrida ou se mantenha estável,
sendo que quando essas forcas não estiverem em equilíbrio o grupo social tende a entrar
em crise ou a se estancar. Sempre existindo o conflito sempre se fez necessário buscar a
sua solução.
Essa forma de solução de conflito mostrava-se instável e na medida em que a
humanidade estava evoluindo, começa-se a se perceber que poderiam resolver os
conflitos através do bom senso e da razão, substituindo assim a forca bruta. A
humanidade evoluiu assim para uma nova forma de resolução de conflitos denominada
de autocomposição.
A expressão autocomposicão e atribuída a Carnelutti, em sua obra Sistema de
Direito Processual Civil, verbis:
“(...) Na realidade, posto que unicamente por meio da vida em sociedade os
homens podem satisfazer grande parte das suas necessidades, e posto que a guerra
entre eles desagrega a sociedade, a composição (solução pacífica) dos conflitos se
converte em interesse coletivo (público), ao qual poderíamos dar, para distingui-lo dos
interesses em conflito (internos), o nome de interesse externo.”
Num primeiro momento a forma de solucionar os conflitos era através da
resolução pela forca, ou seja aquele que detinha a maior forca física “tinha o direito”,
nesse período, denominado de autodefesa ou autotutela podemos localizar não só
através dos documentos herdados do direito romano, bem como diversas outras
civilizações utilizavam essa forma para solucionar os conflitos existentes.
A arbitragem estava prevista no Código Civil de 1916 entre os meios indiretos
de pagamento, sob o título de “compromisso” (arts. 1.037 a 1.048), mas não encontrou
larga utilização como meio de solução de conflitos, tendo em vista que, nos arts. 1.085 a
1.102, o Código de Processo Civil de 1973 exigia a homologação do então denominado
“laudo arbitral” (hoje equivalente à sentença arbitral), por sentença judicial com todos
os recursos inerentes).
Conforme Cretella Junior, “no início, os primitivos romanos, como inúmeros
outros povos, fazem justiça com as próprias mãos, defendendo o direito pela força.”
Então temos que nesse período aquele que tivesse interesse sobre determinado bem da
vida e diante de qualquer obstáculo para buscar o que queria iria retirar esses obstáculos
utilizando os seus próprios meios, dessa forma, afastava todos os outros que também
quisessem buscar aquele bem da vida. Nessa etapa o que prevalecia era a lei do mais
forte, sendo o conflito resolvido pelos próprios indivíduos envolvidos com a questão, o
que poderia vir a ocorrer de forma isolada ou através de grupos.
Com o advento da autocomposicão, as soluções buscavam ser baseadas na
razão e no bom senso, mas mesmo assim, elas eram instáveis, pois dependiam que esse
bom senso e essa razão permanecessem-se.
Na autocomposicão verificamos três formas diferenciadas de solucionar o
conflito existente. Poderia assim ocorrer a desistência, onde se perde o interesse que se
tinha por aquele bem, renunciando assim, a pretensão.
Podemos nos depara com a situação da submissão, nessa hipótese o interessado
continua querendo aquele bem, porem prefere ceder ao outro por algum motivo,
estamos assim diante da renuncia a resistência oferecida a pretensão.
E por fim, podemos encontrar a transação, onde os dois interessados irão ceder
um pouco de tal sorte que eles irão chegar a uma espécie de meio termo.
1. ÁRBITROS E PRINCÍPIOS NORTEADORES
Os árbitros desempenham um papel fundamental em processos de resolução de
disputas por meio da arbitragem. Eles são responsáveis por tomar decisões imparciais e
justas, baseadas em provas e argumentos apresentados pelas partes envolvidas.
Para garantir a integridade e eficácia do processo arbitral, existem diversos
princípios norteadores que devem ser observados:
1.1 Imparcialidade e independência: O árbitro deve ser imparcial e
independente, não favorecendo nenhuma das partes envolvidas. Isso assegura que as
decisões tomadas sejam justas e equilibradas.
1.2 Competência-competência: Este princípio estabelece que o árbitro tem o
poder de decidir sobre sua própria competência, incluindo questões relativas à
existência, validade e eficácia do contrato de arbitragem.
1.3 Igualdade das partes: As partes devem ser tratadas com igualdade
durante o processo arbitral, garantindo que ambas tenham a oportunidade de apresentar
seus argumentos e provas.
1.4 Contraditório e ampla defesa: As partes devem ser informadas e ter a
oportunidade de se manifestar sobre todas as questões relevantes no processo,
assegurando o direito ao contraditório e à ampla defesa.
1.5 Confidencialidade: A arbitragem é geralmente um processo
confidencial, o que significa que as informações e documentos relacionados ao caso não
devem ser divulgados a terceiros sem o consentimento das partes.
1.6 Decisão fundamentada: O árbitro deve fundamentar sua decisão,
explicando as razões que a levaram a tomar determinado posicionamento, o que permite
às partes entenderem os motivos da decisão.
1.7 Finalidade e execução das decisões: As decisões arbitrais são finais e
vinculativas para as partes envolvidas, e devem ser executadas pelas partes conforme
estabelecido na lei aplicável ou no contrato.
1.8 Respeito aos princípios do direito: As decisões dos árbitros devem ser
baseadas nos princípios do direito aplicável ao caso, respeitando as normas legais,
contratuais e os usos e costumes do comércio internacional, quando aplicável.
É importante que os árbitros, as partes e os advogados envolvidos no processo
estejam cientes e respeitem esses princípios para garantir a eficácia e integridade da
arbitragem como meio de resolução de disputas.
2. QUEM PODE SER ÁRBITRO.
Um profissional com capacidade plena e que goze de credibilidade pode ser
indicada para atuar como árbitro em um processo de arbitragem. Posta assim a questão,
tratando-se de pessoa natural, o árbitro deve ser absolutamente capaz, ou seja, deve ter
capacidade de exercício pessoal dos direitos, o que significa dizer que não pode estar
incluído em nenhuma das causas de incapacidade relativa ou absoluta, determinadas,
respectivamente, nos arts. 3º e 4º do CC, sendo que a cessação das incapacidades se dá
pela cessação das causas que a determinam e, para os menores, está disciplinada pelo
art. 5º do CC
No entanto, existem certos requisitos e características desejáveis que são
frequentemente considerados ao escolher um árbitro:
2.1 Capacidade plena: O árbitro deve ter capacidade legal para exercer os
direitos e deveres decorrentes da função, o que significa que não pode ser incapaz ou
impedido por lei de exercer atividades jurídicas.
2.2 Imparcialidade e independência: É fundamental que o árbitro seja
imparcial e independente em relação às partes e ao objeto da arbitragem. Ele não deve
ter interesses pessoais ou profissionais que possam comprometer sua imparcialidade.
2.3 Conhecimento técnico: O árbitro deve ter conhecimento técnico ou
experiência na área específica do litígio. Em casos comerciais, por exemplo, pode ser
desejável que o árbitro tenha experiência em direito comercial, contratos ou na indústria
em questão.
2.4 Credibilidade e integridade: A reputação do árbitro é crucial para a
aceitação das partes e para a validade da decisão arbitral. Ele deve ser reconhecido pela
sua integridade, ética profissional e competência técnica.
2.5 Habilidade de comunicação: Um bom árbitro deve ter habilidades de
comunicação eficazes para conduzir o processo de forma clara, justa e eficiente,
garantindo que as partes compreendam o procedimento e possam apresentar seus
argumentos adequadamente.
2.6 Disponibilidade: O árbitro deve estar disponível para dedicar o tempo
necessário ao processo arbitral, garantindo que o procedimento ocorra de forma ágil e
sem atrasos desnecessários.
2.7 Formação jurídica: Embora não seja obrigatório que o árbitro tenha
formação jurídica, é comum que seja advogado, juiz, professor de direito ou profissional
com formação jurídica, especialmente em arbitragens que envolvam questões
complexas de direito.
2.8 Formação específica em arbitragem: A formação ou especialização em
arbitragem pode ser um diferencial, pois demonstra familiaridade com as regras,
procedimentos e princípios que regem a arbitragem.
É importante destacar que, em algumas jurisdições ou sob as regras de certas
instituições arbitrais, podem existir requisitos específicos para a qualificação dos
árbitros. Além disso, as partes envolvidas no processo de arbitragem geralmente têm o
direito de escolher ou aprovar os árbitros, o que pode influenciar na seleção do perfil
desejado.
Os árbitros deverão ser pessoas capazes e que gozem da confiança das partes
(art. 13, caput, da Lei 9.307/1996): “Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha
a confiança das partes”.
Não podemos esquecer que, nos termos do art. 18 da Lei de Arbitragem, o
árbitro é juiz de fato e de direito, prolata sentença que não está sujeita a recurso ou a
homologação pelo Poder Judiciário, constituindo título executivo judicial.
A capacidade é instituto de direito civil, de tal sorte que nele vamos buscar
subsídios para identificar quem pode ser árbitro. Com efeito, a capacidade é termo
genérico. De fato, toda pessoa é dotada de personalidade jurídica, ou seja, de capacidade
de ser titular de direitos e obrigações (capacidade de direito ou capacidade de gozo dos
direitos).
Este é o mandamento insculpido no art. 1º do CC: “Toda pessoa é capaz de
direitos e deveres na ordem civil”. Todavia, não é da capacidade de gozo dos direitos
(ou capacidade de direito) que o art. 13 da Lei de Arbitragem trata, mas, de outro lado,
da capacidade de exercício pessoal dos direitos (ou capacidade de fato), que já contém a
capacidade de gozo dos direitos.
O art. 13 da Lei de Arbitragem, ao tratar do árbitro, apenas e tão somente exige
que seja “pessoa capaz e que tenha a confiança das partes”. Ora, é cediço que as pessoas
podem ser naturais ou jurídicas.
É evidente que pessoa jurídica também é pessoa, dotada, igualmente, de
personalidade jurídica que, aliás, é distinta daquela atribuída aos seus membros.
Nos termos do art. 45, caput, do CC, começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com o registro dos seus atos constitutivos (estatutos ou
contratos sociais) no registro que lhes é peculiar. A partir de então, passam a ter
personalidade jurídica e, portanto, a capacidade de serem titulares de direitos e
obrigações. a pessoa jurídica produzirá a sentença arbitral devidamente representada,
posto que “obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites
de seus poderes definidos no ato constitutivo” (art. 47 do CC).
O árbitro ideal é alguém que combine conhecimento técnico, imparcialidade,
integridade, habilidades de comunicação e disponibilidade, garantindo um processo
justo, eficiente e confiável para as partes envolvidas.
Não se pode olvidar que a qualidade de personalíssima da atividade arbitral,
como se costuma sustentar para impedir o desempenho da função por pessoa jurídica,
decorre do superlativo de “pessoal”, que encontra sua origem no latim personale, ou
seja, relativo ou pertencente à pessoa ou relativo a uma só pessoa e, até, o significado de
individual ou particular, que são características que não se divorciam da existência ou
da personalidade jurídica da pessoa jurídica.
Direitos da personalidade (art. 52 do CC), inalienáveis, imprescritíveis e
irrenunciáveis, pode, evidentemente, desempenhar atividades reputadas como
personalíssimas.

3. PODERES, DEVERES DOS ÁRBITROS E EQUIPARAÇÃO AOS


FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO

Os árbitros têm poderes e deveres específicos que são essenciais para o


desempenho de suas funções de forma eficaz e imparcial. De acordo com o art. 18 da
Lei 9.307/1996, “o árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica
sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário”.
Em muitas jurisdições, os árbitros são equiparados a funcionários públicos no
exercício de suas funções, o que implica em certas responsabilidades adicionais. Vamos
explorar os poderes, deveres dos árbitros e essa equiparação:

3.1 Poderes dos Árbitros:


3.1.1 Poder de decidir: Os árbitros têm o poder de proferir decisões finais e
vinculativas sobre as questões submetidas à arbitragem, conforme estabelecido pelas
partes ou pela legislação aplicável.
3.1.2 Poder de ordem: Eles podem estabelecer regras e procedimentos para a
condução do processo arbitral, garantindo um andamento justo e eficiente.
3.1.3 Poder de determinar provas: Os árbitros podem determinar a produção
de provas, solicitar documentos, ouvir testemunhas e especialistas, e decidir sobre a
admissibilidade e relevância das provas apresentadas.
3.1.4 Poder de ordenar medidas cautelares: Em certos casos, os árbitros
podem ordenar medidas cautelares ou provisórias para proteger os direitos das partes
durante o curso da arbitragem.
3.2 Deveres dos Árbitros:
3.2.1 Imparcialidade e independência: O árbitro deve ser imparcial e
independente, evitando qualquer situação que possa comprometer sua imparcialidade ou
criar um conflito de interesses. Nos termos do art. 13, § 6º, da Lei 9.307/1996, são
deveres dos árbitros no desempenho de suas funções:
3.2.2 Dever de confidencialidade: Os árbitros têm o dever de manter a
confidencialidade das informações e documentos relacionados ao processo arbitral,
salvo autorização das partes ou quando exigido por lei.
3.2.3 Dever de diligência: O árbitro deve conduzir o processo de forma
diligente, garantindo que as partes sejam tratadas com igualdade e que o procedimento
seja concluído de maneira oportuna.
3.2.4 Dever de fundamentação: As decisões e os procedimentos adotados
pelo árbitro devem ser devidamente fundamentados, permitindo que as partes
compreendam as razões por trás das decisões tomadas.
3.2.5 Dever de comunicação: O árbitro deve manter as partes informadas
sobre o andamento do processo, garantindo que sejam ouvidas e tenham a oportunidade
de apresentar seus argumentos e provas.
3.2.6 Discrição: Tendo em vista este dever, imposto por lei, o árbitro deve
manter sigilo daquilo que tem conhecimento em razão da arbitragem, de tal sorte que as
partes podem incluir na cláusula ou no compromisso arbitral – sem descartar as regras
da entidade especializada – a obrigação de não fazer, ou seja, de não divulgar aquilo que
o árbitro tem conhecimento em razão do seu mister. Descumprida a obrigação,
responderá por perdas e danos (arts. 189 e 389 do CC). Tal assertiva empresta
supedâneo, inclusive, ao sigilo que envolve a arbitragem, apontado, normalmente, como
uma de suas vantagens em relação à solução judicial.

3.3 Equiparação aos funcionários públicos:


Em muitas jurisdições, os árbitros são equiparados a funcionários públicos no
exercício de suas funções, especialmente no que se refere à responsabilidade civil e
criminal. Em consonância com o acatado, nos termos do art. 17 da Lei de Arbitragem,
“os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, equiparados aos
funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal”, ou seja, pelas infrações
penais que praticar e em relação às infrações penais que contra ele forem praticadas.
Isso significa que:
3.3.1 Responsabilidade civil: Os árbitros podem ser responsabilizados
civilmente por danos causados às partes devido a negligência, imprudência ou má
conduta no exercício de suas funções.
3.3.2 Responsabilidade criminal: Em casos de má conduta grave, como
corrupção, fraude ou violação grave dos deveres éticos e legais, os árbitros podem
responder criminalmente pelas suas ações ou omissões.
3.3.3 Imunidade Parcial: No entanto, os árbitros geralmente gozam de certa
imunidade em relação a processos judiciais relacionados às decisões proferidas durante
o processo arbitral, desde que essas decisões tenham sido tomadas de boa-fé e dentro
dos limites de sua competência.
Em apanhado, os árbitros têm poderes para conduzir o processo de arbitragem,
tomar decisões e determinar provas, enquanto têm o dever de atuar com imparcialidade,
diligência, confidencialidade e transparência. Além disso, a equiparação aos
funcionários públicos implica em responsabilidades adicionais e em certa imunidade em
relação às decisões tomadas no exercício de suas funções. Ao compreender que o árbitro
é juiz de fato e de direito, significa apenas que o árbitro, no desempenho de sua função
– e apenas enquanto está desempenhando a função de árbitro –, é equiparado ao
magistrado e pode decidir de forma impositiva o caso que se lhe é submetido nos termos
dos arts. 18 e 31 da Lei de Arbitragem. Não significa, como é óbvio, que o árbitro tenha
as mesmas prerrogativas funcionais de um magistrado.
Posta desta maneira a questão, possível concluir que a lei quis imputar ao
árbitro a mesma responsabilidade do juiz togado no desempenho da função, mormente
porque o equiparou, no art. 18 da Lei de Arbitragem, ao juiz togado no desempenho de
suas funções.
Atribui-se ao procedimento mais garantias, evitando desvios do árbitro,
notadamente a concussão, a corrupção e a prevaricação. Como o art. 17 equiparou o
árbitro aos funcionários públicos “para os efeitos da legislação penal”, não se descarta,
inclusive, que no desempenho da função, além de praticar crimes contra a
administração, seja sujeito de crimes em face de funcionários públicos, como a
corrupção ativa, tráfico de influência, desacato e desobediência (arts. 330 a 333 do CP).

4. O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “TRIBUNAL ARBITRAL”.


A expressão "tribunal arbitral" refere-se ao órgão colegiado ou individual
composto por árbitros responsáveis por julgar e decidir uma disputa submetida à
arbitragem. O tribunal arbitral é o equivalente ao "juiz" ou "corte" em processos
judiciais tradicionais, porém, no contexto da arbitragem. A par da celeuma acerca do
termo “tribunal arbitral” utilizado pela Lei 9.307/1996, percebe-se claramente que se
quis empregá-lo para significar o colegiado de árbitros na arbitragem desenvolvida por
mais de um árbitro, diferenciando a arbitragem colegiada, formada pelo “tribunal
arbitral”, da arbitragem desenvolvida com árbitro único. não são exclusivas do Poder
Judiciário; a própria Constituição Federal (arts. 71 e 75) assim se refere a órgão que não
integra o Poder Judiciário. Do mesmo modo, a lei ordinária preconiza a existência de
diversos órgãos não judiciais, com igual terminologia.
A Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, admite a arbitragem para dirimir
litígios de direitos patrimoniais disponíveis e faculta às partes escolherem livremente as
regras de direito aplicáveis, desde que não violem os bons costumes e a ordem pública.
De certo modo é uma forma alternativa de composição entre as partes, por meio da
intervenção de terceiro indicado por elas e gozando da absoluta confiança de ambas. Tal
lei se aplica somente aos chamados direitos patrimoniais disponíveis, isto é, às questões
que se refiram a bens de valor econômico e monetário quantificados, e que possam ser
comercializados livremente. Aqui estão alguns aspectos importantes relacionados ao
significado e características do "tribunal arbitral":
4.1 Composição:
O tribunal arbitral pode ser composto por um árbitro único ou por um painel
de três árbitros. A escolha depende das partes e pode ser determinada pelo contrato de
arbitragem ou pelas regras da instituição arbitral aplicável.
4.2 Funções e poderes:
O tribunal arbitral é responsável por proferir decisões sobre as questões
submetidas à sua apreciação. Essas decisões são finais e vinculativas para as partes,
similar às sentenças judiciais. O tribunal arbitral gerencia o processo arbitral, definindo
prazos, conduzindo audiências, admitindo provas e garantindo que o procedimento seja
conduzido de acordo com as regras aplicáveis e princípios da arbitragem.
4.3 Características:
Assim como os árbitros individuais, o tribunal arbitral deve ser imparcial e
independente, garantindo que todas as partes sejam tratadas com igualdade e justiça. O
tribunal arbitral deve manter a confidencialidade das informações e documentos
relacionados ao processo, salvo autorização das partes ou quando exigido por lei.
4.4 Equiparação ao poder judiciário:
O tribunal arbitral exerce uma função jurisdicional, resolvendo conflitos de
interesse das partes de forma definitiva e vinculativa, com base no direito aplicável e
nos princípios da arbitragem. A decisão proferida pelo tribunal arbitral é formalizada na
"sentença arbitral", que tem o mesmo efeito de uma sentença judicial, sendo
reconhecida e executada pelos tribunais judiciais conforme a legislação arbitral
aplicável.
4.5 Substituição do poder judiciário:
Uma das vantagens da arbitragem é a possibilidade de as partes escolherem
os árbitros e, consequentemente, o tribunal arbitral, permitindo maior flexibilidade,
especialização e rapidez na resolução de disputas.
O "tribunal arbitral" é o órgão responsável por administrar e julgar uma disputa
submetida à arbitragem, exercendo uma função jurisdicional de forma imparcial e
independente. Suas decisões são formalizadas na sentença arbitral, que tem força
vinculativa e pode ser reconhecida e executada pelo Poder Judiciário.
A instalação de uma Câmara de Arbitragem nas dependências de escritório de
advocacia caminha no sentido oposto ao que dispõe a Lei 9.307/1996, pois possibilita a
captação de clientela e concorrência desleal, não legalizando o ato pretendido.
Agindo na forma da lei e dentro de seus limites, fica vedada a expressão
„Tribunal Arbitral‟, evitando confusão com o Poder Judiciário e, em qualquer situação,
vedado o exercício da advocacia conjuntamente com outra atividade, isso não significa
que o advogado não possa ser árbitro.

5. CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS ÁRBITROS E DO PRESIDENTE DO


TRIBUNAL ARBITRAL
A escolha dos árbitros e do presidente do tribunal arbitral é uma etapa crucial
no processo de arbitragem, pois pode influenciar significativamente o resultado e a
eficácia da resolução da disputa.
O que a decisão menciona é que não é possível que a arbitragem seja
desenvolvida no mesmo local onde funcione um escritório de advocacia por representar
captação ilegal de clientela, vedada pelo art. 34, IV, da Lei 8.906/1994, segundo o qual
“constitui infração disciplinar (...) angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção
de terceiros”.
A seguir, apresento alguns critérios importantes que as partes podem
considerar ao escolher os árbitros e o presidente do tribunal arbitral:

5.1 Critérios para escolha dos árbitros:


5.1.1 Especialização técnica: Os árbitros devem ter conhecimento e
experiência na área específica do litígio, seja ela comercial, civil, construção, entre
outras, para garantir uma decisão bem fundamentada e tecnicamente sólida.
5.1.2 Reputação e Credibilidade: É importante verificar a reputação e a
credibilidade do árbitro no mercado, sua integridade, ética profissional e histórico de
decisões imparciais e equilibradas.
5.1.3 Imparcialidade e independência: Os árbitros devem ser imparciais
e independentes, sem conflitos de interesse que possam comprometer sua
imparcialidade ou criar uma percepção de parcialidade.
5.1.4 Disponibilidade: Os árbitros devem estar disponíveis para dedicar o
tempo necessário ao processo arbitral, garantindo que o procedimento ocorra de forma
ágil e eficiente.
5.1.5 Idioma e Cultura: Em casos internacionais, pode ser útil escolher
árbitros que falem o idioma das partes ou tenham familiaridade com a cultura e práticas
comerciais dos países envolvidos.
5.2 Critérios para escolha do presidente do Tribunal Arbitral:
5.2.1 Experiência como Árbitro: O presidente do tribunal arbitral deve ter
experiência prévia como árbitro, conhecendo bem os procedimentos arbitrais e os
desafios envolvidos na condução de uma arbitragem.
5.2.2 Habilidade de gestão: O presidente deve ter habilidades de gestão para
coordenar o trabalho dos árbitros, definir prazos, conduzir audiências e garantir que o
procedimento seja conduzido de forma organizada e eficiente.
5.2.3 Imparcialidade e equilíbrio: Assim como os outros árbitros, o
presidente deve ser imparcial e equilibrado, garantindo que todas as partes sejam
tratadas com igualdade e justiça.
5.2.4 Comunicação e mediação: O presidente do tribunal arbitral deve ter
habilidades de comunicação eficazes e, em alguns casos, experiência em mediação ou
resolução de conflitos, para facilitar a comunicação entre as partes e buscar soluções
consensuais, quando possível.
5.2.5 Reconhecimento e respeito: É desejável que o presidente do tribunal
arbitral seja reconhecido e respeitado no meio jurídico e empresarial, o que pode
contribuir para a aceitação e validade das decisões arbitrais.

5.3 Procedimento de escolha:


5.3.1 Acordo das partes: As partes geralmente têm o direito de escolher ou
aprovar os árbitros e o presidente do tribunal arbitral. O método de seleção pode ser
estabelecido no contrato de arbitragem ou acordado posteriormente entre as partes.
5.3.2 Instituição arbitral: Em arbitragens administradas por instituições
arbitrais, como a Câmara de Comércio Internacional (CCI) ou a Câmara de Mediação e
Arbitragem da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP/FIESP), as
instituições podem auxiliar na seleção dos árbitros com base em listas de árbitros
qualificados.
Ao escolher os árbitros e o presidente do tribunal arbitral, as partes devem
considerar a especialização técnica, reputação, imparcialidade, disponibilidade,
habilidades de gestão e comunicação, bem como o procedimento de seleção acordado
entre as partes ou estabelecido pelas regras da instituição arbitral aplicável. A seleção
cuidadosa desses profissionais é essencial para garantir um processo arbitral justo,
eficiente e eficaz.

6. IMPEDIMENTO DO ÁRBITRO E O DEVER DE REVELAÇÃO.


O impedimento do árbitro e o dever de revelação são aspectos fundamentais
para assegurar a imparcialidade, independência e integridade do processo arbitral.
Tendo em vista que a intenção da lei foi a de equiparar o árbitro ao juiz togado
(arts. 18 e 31 da Lei de Arbitragem), bem como impor-lhe os mesmos deveres e
responsabilidades (arts. 13, § 6º e 17 da Lei de Arbitragem), especialmente exigindo
dele a imparcialidade (art. 13, § 6º da Lei de Arbitragem) erigida, inclusive, a princípio
impositivo do procedimento (Lei de Arbitragem, art. 21, § 2º), naturalmente equipara o
árbitro ao juiz togado em relação às hipóteses de impedimento e suspeição impostas aos
magistrados (art. 14 da Lei de Arbitragem). no momento da instauração da arbitragem e
como requisito desta instauração (nos termos do art. 19 da Lei 9.307/1996), o árbitro
deve aceitar a nomeação e, a partir da sua aceitação, considera-se instituída a
arbitragem.
Esses conceitos garantem que os árbitros atuem de forma transparente e evitem
situações que possam comprometer sua imparcialidade ou criar conflitos de interesse.
E essas circunstâncias, como dito, são as mesmas que impedem o juiz de atuar
no processo em razão do que dispõe o art. 14 da Lei de Arbitragem: “Estão impedidos
de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com o litígio que
lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou
suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e
responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. § 1º As pessoas
indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação da
função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e
independência”. a circunstância estiver clara no contrato e a outra parte aceitar, não há
óbice para o desempenho da função pela pessoa escolhida, posto não tratar-se de juiz
natural, prevalecendo a confiança no árbitro insculpida no art. 13, caput, da Lei
9.307/1996. Vamos entender melhor cada um desses conceitos:
6.1 Impedimento do árbitro:
O impedimento do árbitro refere-se à situação em que o árbitro não pode atuar
no processo arbitral devido a circunstâncias que comprometem sua imparcialidade ou
independência. A legislação e as regras de arbitragem geralmente estabelecem critérios
específicos que podem levar ao impedimento do árbitro, como:
6.1.1 Relação pessoal ou profissional: O árbitro tem uma relação pessoal ou
profissional com uma das partes, advogados, testemunhas ou outros envolvidos no
processo que possa influenciar sua imparcialidade.
6.1.2 Interesse direto ou indireto na causa: O árbitro tem interesse direto ou
indireto no resultado da causa que possa afetar sua imparcialidade, como participação
em empresas ou propriedade de bens relacionados ao litígio.
6.1.3 Preconceito ou parcialidade: O árbitro demonstra preconceito,
parcialidade ou tendência favorável a uma das partes, prejudicando a igualdade no
tratamento das partes.
6.2 Dever de revelação:
O dever de revelação implica que o árbitro deve informar prontamente as
partes sobre qualquer fato ou circunstância que possa levar ao seu impedimento ou
questionamento de sua imparcialidade. Este dever de revelação é contínuo e persiste
durante todo o processo arbitral.
6.2.1 Informação relevante: O árbitro deve revelar informações relevantes
sobre sua relação pessoal, profissional, financeira ou qualquer outro fator que possa ser
percebido como um impedimento ou conflito de interesse.
6.2.2 Oportunidade de decisão: Ao revelar informações, o árbitro permite
que as partes avaliem a situação e decidam sobre a continuação de sua atuação no
processo ou a necessidade de substituição do árbitro.
6.2.3 Transparência e confiança: O dever de revelação contribui para a
transparência, integridade e confiança no processo arbitral, assegurando que as partes
estejam cientes de qualquer fator que possa afetar a imparcialidade e independência do
árbitro.
6.3 Consequências:
6.3.1 Substituição do árbitro: Se as partes considerarem que há um
impedimento ou conflito de interesse que comprometa a imparcialidade do árbitro, elas
podem solicitar sua substituição com base nas regras de arbitragem aplicáveis ou na
legislação pertinente.
6.3.2 Anulação da decisão arbitral: A falta de revelação ou atuação de um
árbitro impedido pode levar à anulação da sentença arbitral, caso as partes não tenham
sido adequadamente informadas e não tenham tido a oportunidade de avaliar e decidir
sobre a continuação do processo com o árbitro em questão.
O impedimento do árbitro e o dever de revelação são mecanismos essenciais
para garantir a imparcialidade, independência e integridade do processo arbitral.
Os árbitros devem estar atentos a qualquer situação que possa levantar dúvidas
sobre sua imparcialidade e cumprir seu dever de revelação de forma transparente e
contínua, permitindo que as partes avaliem e tomem as decisões adequadas para garantir
a lisura do processo arbitral.

7. IMPOSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO ÁRBITRO E SUA SUBSTITUIÇÃO


A impossibilidade de atuação do árbitro refere-se a situações em que o árbitro
não pode continuar atuando no processo arbitral por motivos diversos, como
impedimento, renúncia, incapacidade ou falecimento. Nestes casos, é fundamental que
as partes e o próprio árbitro ajam de forma adequada para garantir a continuidade e a
integridade do processo arbitral. Vamos abordar os procedimentos e considerações
relacionadas à substituição do árbitro:

7.1 Situações de impossibilidade de atuação do árbitro:


7.1.1 Impedimento: Como discutido anteriormente, o impedimento ocorre
quando há circunstâncias que comprometem a imparcialidade ou independência do
árbitro.
7.1.2 Renúncia: O árbitro pode renunciar ao seu cargo por razões pessoais,
profissionais ou outros motivos que o impossibilitem de continuar atuando no processo
arbitral.
7.1.3 Incapacidade: Situações de doença, incapacidade física ou mental que
impossibilitem o árbitro de desempenhar suas funções.
7.1.4 Falecimento: Em caso de falecimento do árbitro, obviamente, ele não
poderá continuar no processo arbitral.

7.2 Procedimentos para substituição do árbitro:


7.2.1 Acordo entre as partes: Em primeiro lugar, as partes devem tentar
chegar a um acordo sobre a substituição do árbitro. Elas podem decidir conjuntamente
sobre um novo árbitro ou adotar um procedimento para a escolha de um substituto.
7.2.2 Regras de arbitragem ou legislação aplicável: Se as partes não
conseguirem chegar a um acordo, as regras de arbitragem aplicáveis ou a legislação
pertinente geralmente estabelecem procedimentos para a substituição do árbitro.
7.2.3 Instituição arbitral: Em arbitragens administradas por instituições
arbitrais, como a Câmara de Comércio Internacional (CCI) ou a Câmara de Mediação e
Arbitragem da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP/FIESP), as
instituições podem auxiliar na substituição do árbitro de acordo com suas regras e
procedimentos.
7.2.4 Dever de revelação e impedimento: O novo árbitro deve cumprir o
dever de revelação e verificar se há algum impedimento que possa comprometer sua
imparcialidade ou independência.
7.2.5 Continuidade do processo: A substituição do árbitro não deve
prejudicar a continuidade do processo arbitral. O novo árbitro deve se familiarizar
rapidamente com o caso e, se necessário, o processo pode ser retomado a partir do ponto
em que foi interrompido.

7.3 Consequências da substituição (recusa) do árbitro:


O árbitro deve revelar o motivo de sua recusa quando for instado a aceitar a
nomeação. É o denominado “dever de revelação” em razão da imparcialidade que a
atividade jurisdicional privada lhe impõe, a teor dos arts. 13, § 6º e 21, § 2º, da Lei de
Arbitragem.
O mandamento insculpido no § 2º do art. 14 da Lei 9.307/1996: “O árbitro
somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. Poderá,
entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando: a) não for
nomeado, diretamente, pela parte; ou b) o motivo para a recusa do árbitro for conhecido
posteriormente à sua nomeação”.
A recusa seguirá o procedimento do art. 20 da Lei de Arbitragem e, ainda que
não seja acolhida pelo árbitro, a quem compete analisar a questão, poderá ser submetida
ao Poder Judiciário que, se for o caso, decretará a nulidade da sentença arbitral (arts. 15,
20, 32, II e 33, § 2º da Lei de Arbitragem).
7.3.1 Custos e prazos: A substituição do árbitro pode resultar em custos
adicionais e atrasos no processo arbitral, especialmente se o novo árbitro precisar de
tempo para se familiarizar com o caso.
7.3.2 Anulação da decisão: Como mencionado anteriormente, a falta de
substituição de um árbitro impedido ou a atuação de um árbitro que deveria ter sido
substituído pode levar à anulação da sentença arbitral.
A impossibilidade de atuação do árbitro é uma situação que requer ação rápida
e adequada para garantir a continuidade e a integridade do processo arbitral. As partes e
o árbitro devem agir de forma colaborativa e em conformidade com as regras de
arbitragem aplicáveis ou a legislação pertinente para garantir uma substituição adequada
e eficiente, minimizando os impactos no processo arbitral.
O parágrafo único do art. 15 da Lei de Arbitragem determina que, “acolhida a
exceção, será afastado o árbitro suspeito ou impedido, que será substituído, na forma do
art. 16 desta Lei”.
Portanto, diversas são as causas que podem indicar a substituição do árbitro:
a) Recusa pelo próprio árbitro;
b) Impedimento ou suspeição;
c) Falecimento; e
d) Impossibilidade para o exercício da função, como, por exemplo, ser
interditado por incapacidade absoluta ou relativa (arts. 3º e 4º do CC).
Se isto ocorrer, haverá a substituição do árbitro, se as partes não
convencionarem de forma diversa. lei permite que se estipule a forma de sua
substituição ou que, de outro lado, as partes declarem na convenção que não aceitam
substituto e, se assim acordaram, extingue-se o compromisso arbitral nos termos do art.
12 da Lei de Arbitragem: “Extingue-se o compromisso arbitral: I – escusando-se
qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham
declarado, expressamente, não aceitar substituto; II – falecendo ou ficando
impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as partes declarem,
expressamente, não aceitar substituto”.
A substituição do árbitro, nos termos do art. 16 da Lei de Arbitragem,
seguindo: b.1) a vontade das partes e a forma pactuada na convenção de arbitragem;
b.2) acordo entre as partes; b.3) inexistindo forma de substituição dos árbitros ou acordo
e não havendo expressa disposição das partes quanto à impossibilidade de substituição
do árbitro, seguir-se-á o procedimento judicial do art. 7º da Lei de Arbitragem para que
o juiz escolha o novo árbitro.
Eis o artigo da Lei 9.307/1996 que empresta supedâneo à nossa afirmação:
“Art. 16. Se o árbitro escusar-se antes da aceitação da nomeação, ou, após a aceitação,
vier a falecer, tornar-se impossibilitado para o exercício da função, ou for recusado,
assumirá seu lugar o substituto indicado no compromisso, se houver. § 1º Não havendo
substituto indicado para o árbitro, aplicar-se-ão as regras do órgão arbitral institucional
ou entidade especializada, se as partes as tiverem invocado na convenção de arbitragem.
§ 2º Nada dispondo a convenção de arbitragem e não chegando as partes a um acordo
sobre a nomeação do árbitro a ser substituído, procederá a parte interessada da forma
prevista no art. 7º desta Lei, a menos que as partes tenham declarado, expressamente, na
convenção de arbitragem, não aceitar substituto”.

8. NÚMERO DE ÁRBITROS E SUPLENTES


A Lei de Arbitragem: “Art. 13 (...) § 1º As partes nomearão um ou mais
árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos
suplentes”. O número de árbitros e a possibilidade de designar árbitros suplentes são
aspectos regulamentados pela legislação de arbitragem e pelas regras de arbitragem de
instituições arbitrais. Vou fundamentar esses conceitos com base na Lei de Arbitragem
brasileira (Lei nº 9.307/1996) e nas regras da Câmara de Arbitragem do Brasil
(CAMARB) como exemplo de instituição arbitral.
8.1 Número de árbitros:
De acordo com a Lei de Arbitragem brasileira (Lei nº 9.307/1996), o número
de árbitros é determinado pelo acordo das partes.
O artigo 13 da referida lei estabelece que: Art. 13: "O árbitro é juiz de fato e de
direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder
Judiciário."
Este artigo confirma a autonomia das partes para determinar o número de
árbitros. Geralmente, as partes podem optar por um árbitro único ou por um tribunal
arbitral composto por três árbitros. a teor do art. 13, § 2º, da Lei 9.307/1996, se as partes
nomearem árbitros em número par, os árbitros nomeados escolherão mais um. Presume
a lei que a escolha em número par autoriza que os árbitros nomeiem outro, à sua
escolha.
8.2 Árbitros suplentes:
A designação de árbitros suplentes não é prevista de forma específica na Lei de
Arbitragem brasileira. No entanto, as partes podem incluir cláusulas no contrato de
arbitragem ou no compromisso arbitral para prever a substituição de árbitros em casos
de impedimento, renúncia ou outras situações que impeçam a atuação do árbitro
originalmente designado.

8.3 Regras da CAMARB:


As regras da Câmara de Arbitragem do Brasil (CAMARB) são um exemplo de
regras de arbitragem que preveem a designação de árbitros suplentes. De acordo com o
Regulamento de Arbitragem da CAMARB:
Artigo 10, § 2º: "Se qualquer árbitro nomeado não puder, ou não quiser, aceitar
o encargo ou, ainda, em caso de impedimento, a CAMARB poderá indicar outro árbitro,
observando-se os critérios constantes neste Regulamento e as disposições legais
aplicáveis."
Este artigo estabelece que, em caso de impedimento ou recusa de um árbitro
nomeado, a CAMARB pode indicar outro árbitro para substituí-lo, respeitando os
critérios e procedimentos estabelecidos no regulamento e na legislação aplicável.

8.4 Remate:
8.4.1 Número de árbitros: Determinado pelo acordo das partes, podendo ser
um árbitro único ou um tribunal arbitral composto por três árbitros, conforme
autonomia conferida pelo artigo 13 da Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/1996).
8.4.2 Árbitros suplentes: A designação de árbitros suplentes não é prevista
de forma específica na lei, mas pode ser incluída pelas partes no contrato de arbitragem
ou compromisso arbitral, ou ainda, conforme regulamentos de instituições arbitrais
como a CAMARB, que preveem a substituição de árbitros em casos de impedimento ou
recusa.
As partes têm autonomia para determinar o número de árbitros e podem prever
a designação de árbitros suplentes para garantir a continuidade e a integridade do
processo arbitral, respeitando as disposições legais e regulamentares aplicáveis.

9. ESTUDOS DE CASO
Os estudos de caso são uma excelente forma de entender a aplicação prática
dos princípios e normas relacionados ao tribunal de arbitragem. Abaixo, apresento dois
estudos de caso hipotéticos que envolvem questões comuns em arbitragens,
demonstrando como os tribunais arbitrais poderiam lidar com essas situações:
9.1 Estudo de caso 1: Impedimento do árbitro
9.1.1 Contexto: Em uma arbitragem envolvendo uma disputa comercial, um
dos árbitros indicados por uma das partes é sócio de uma empresa que possui relações
comerciais significativas com a outra parte no processo.
9.1.2 Questão: Há impedimento do árbitro devido ao seu relacionamento
comercial com uma das partes?
9.1.3 Decisão do Tribunal Arbitral: O tribunal arbitral deve avaliar se o
relacionamento comercial entre o árbitro e uma das partes é suficientemente
significativo para gerar dúvidas sobre sua imparcialidade e independência. De acordo
com o Art. 14 da Lei nº 9.307/1996, pode ser arguida a suspeição ou o impedimento do
árbitro. Se o tribunal concluir que há risco de parcialidade ou conflito de interesses, o
árbitro deve ser substituído.

9.2 Estudo de caso 2: Competência-competência


9.2.1 Contexto: Em uma arbitragem relacionada a um contrato de
construção, uma das partes alega que a convenção de arbitragem é inválida, pois o
contrato foi assinado por um representante sem poderes suficientes para vincular a
empresa.
9.2.2 Questão: O tribunal arbitral tem competência para decidir sobre a
validade da convenção de arbitragem?
9.2.3 Decisão do Tribunal Arbitral: Conforme o Art. 8º da Lei nº
9.307/1996, cabe ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões
acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que
contenha a cláusula compromissória. O tribunal arbitral deve, portanto, analisar a
validade da convenção de arbitragem e decidir se possui competência para julgar o
mérito da disputa.

Em ambos os casos, os tribunais arbitrais devem agir com imparcialidade,


independência e de acordo com os princípios norteadores da arbitragem, como
estabelecido na Lei nº 9.307/1996. A capacidade de o tribunal arbitral gerir e solucionar
questões complexas, respeitando os direitos das partes e as normas aplicáveis,
demonstra a eficácia e a flexibilidade da arbitragem como meio alternativo de resolução
de disputas. Esses estudos de caso ilustram situações práticas que podem surgir em
arbitragens e mostram como os tribunais arbitrais podem abordar e resolver essas
questões, contribuindo para o entendimento e a aplicação dos princípios e normas
relacionados ao tribunal de arbitragem.
10. EXEMPLOS PRÁTICOS
exemplos práticos que ilustram situações reais envolvendo tribunais de
arbitragem. Esses exemplos ajudarão a entender como a arbitragem é aplicada na prática
e como os tribunais arbitrais atuam em diferentes tipos de disputas.

10. 1 Exemplo 1: Disputa Societária


10.1.1 Contexto: Uma empresa, ABC Ltda., enfrenta uma disputa societária
entre sócios devido a desentendimentos na gestão e distribuição de lucros.
10.1.2 Arbitragem: As partes decidem resolver a disputa por meio de
arbitragem, conforme previsto no contrato social da empresa, que possui uma cláusula
compromissória.
10.1.3 Atuação do tribunal arbitral: O tribunal arbitral é constituído por três
árbitros especializados em direito societário. Eles analisam os documentos da empresa,
os contratos e ouvem testemunhas e peritos contábeis para decidir sobre os direitos e
obrigações dos sócios. A sentença arbitral é proferida, resolvendo a disputa e definindo
os termos para a gestão futura da empresa.

10.2 Exemplo 2: Disputa Contratual Internacional


10.2.1 Contexto: Uma empresa brasileira, XYZ S.A., celebra um contrato
de fornecimento de equipamentos com uma empresa francesa, EU Ltd., que não cumpre
suas obrigações contratuais.
10.2.2 Arbitragem: O contrato entre as partes contém uma cláusula
compromissória prevendo a arbitragem internacional.
10.2.3 Atuação do tribunal arbitral: O tribunal arbitral é composto por
árbitros com experiência em direito internacional e arbitragens comerciais
internacionais. Eles aplicam o direito aplicável ao contrato e as regras de arbitragem
internacional para resolver a disputa. Após a apresentação de provas, argumentos e
audiências, o tribunal emite uma sentença arbitral determinando que a empresa francesa
deve indenizar a XYZ S.A. pelos prejuízos causados pelo descumprimento contratual.
10.3 Exemplo 3: Disputa em contratos de construção civil
10.3.1 Contexto: Um contrato de construção civil entre uma construtora e
um cliente apresenta problemas relacionados à qualidade da obra e ao cumprimento dos
prazos.
10.3.2 Arbitragem: O contrato contém uma cláusula compromissória
prevendo a arbitragem para a resolução de disputas.
10.3.3 Atuação do tribunal arbitral: O tribunal arbitral é formado por
árbitros com expertise em direito da construção civil. Eles visitam o local da obra,
analisam os contratos, laudos técnicos e ouvem testemunhas, engenheiros e peritos para
avaliar a qualidade da obra e os atrasos. O tribunal emite uma sentença arbitral
determinando ajustes na obra e indenizações para o cliente devido aos problemas
identificados.

Esses exemplos práticos mostram a versatilidade e eficácia da arbitragem na


resolução de diferentes tipos de disputas, seja no âmbito societário, contratual ou
internacional.
Os tribunais arbitrais atuam de forma especializada, aplicando o direito
pertinente e as regras de arbitragem, e oferecem uma solução rápida, flexível e eficiente
para as partes envolvidas.

11 DADOS DA IMPORTÂNCIA DOS TRIBUNAIS DE ARBITRAGEM


A importância e relevância dos tribunais de arbitragem têm crescido
significativamente ao longo dos anos, tanto no Brasil quanto internacionalmente. A
arbitragem é reconhecida por oferecer uma forma eficiente, flexível e especializada de
resolver disputas comerciais, contribuindo para a celeridade e a eficácia na solução de
conflitos. Vou apresentar alguns dados estatísticos e informações que destacam a
importância e a atuação dos tribunais de arbitragem:
11.1 Brasil
O crescimento da arbitragem: Segundo o Centro de Arbitragem e Mediação
da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC), o número de casos de
arbitragem tem crescido anualmente no Brasil. Em 2020, o CAM-CCBC registrou um
aumento de 15% no número de novos casos em comparação com o ano anterior.
As principais áreas de disputas submetidas à arbitragem no Brasil incluem
contratos comerciais, construção civil, energia e infraestrutura.
O Brasil é reconhecido internacionalmente como um importante centro de
arbitragem na América Latina, com instituições como o CAM-CCBC e a Câmara de
Arbitragem do Mercado (CAM-BM&FBOVESPA) desempenhando papéis
significativos na promoção e administração de arbitragens.
11.2 Internacional
ICC - Corte Internacional de Arbitragem: A Corte Internacional de Arbitragem
da Câmara de Comércio Internacional (ICC) é uma das instituições de arbitragem mais
prestigiadas e atuantes globalmente. Em 2020, a ICC relatou um aumento no número de
novos casos, mesmo durante a pandemia de COVID-19, demonstrando a resiliência e
adaptabilidade da arbitragem internacional.
O investimento estrangeiro direto (IED), a segurança jurídica proporcionada
pela arbitragem é um fator atrativo para investimentos estrangeiros, contribuindo para o
crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável dos países.
A legislação e acordos internacionais, evidencia que muitos países têm adotado
legislações modernas de arbitragem e ratificado convenções internacionais, como a
Convenção de Nova Iorque de 1958 sobre o Reconhecimento e Execução de Sentenças
Arbitrais Estrangeiras, fortalecendo o regime jurídico da arbitragem internacional.
Os dados estatísticos e as informações apresentadas evidenciam a importância
e a relevância dos tribunais de arbitragem no cenário nacional e internacional. A
crescente aceitação e utilização da arbitragem como meio alternativo de resolução de
disputas refletem a confiança das partes na eficácia, imparcialidade e especialização dos
tribunais arbitrais. Além disso, a arbitragem contribui para a promoção do comércio
internacional, o atrativo de investimentos e o fortalecimento do Estado de Direito,
consolidando sua posição como um instrumento essencial para a promoção da justiça e
da segurança jurídica.

CONCLUSÃO

Os árbitros e os princípios norteadores da arbitragem estão estabelecidos na Lei


de Arbitragem brasileira (Lei nº 9.307/1996), em diversos artigos, e também são
refletidos em decisões judiciais e súmulas que consolidam entendimentos sobre a
matéria. Abaixo, apresento informações relevantes sobre árbitros e princípios
norteadores, incluindo referências a leis, artigos e súmulas pertinentes:
Autonomia das partes: Lei nº 9.307/1996, Art. 13: "O árbitro é juiz de fato e de
direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder
Judiciário.". Esse artigo reforça a autonomia das partes para escolher os árbitros e
determinar o procedimento arbitral.
Impedimento e suspeição: Lei nº 9.307/1996, Art. 14: "Pode ser arguida a
suspeição ou o impedimento do árbitro, conforme as normas desta Lei." Este artigo
estabelece os fundamentos para o impedimento e a suspeição do árbitro, garantindo a
imparcialidade e a independência do processo arbitral.
Imparcialidade e independência: Lei nº 9.307/1996, Art. 13: "O árbitro é juiz
de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a
homologação pelo Poder Judiciário."
Súmula 9 do STJ: "É nula a cláusula compromissória que atribui a árbitro a
escolha de instituição para administrar a arbitragem."
Ambos destacam a necessidade de imparcialidade e independência dos árbitros.
Competência-competência: Lei nº 9.307/1996, Art. 8º: "Cabe ao árbitro decidir de
ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e
eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula
compromissória." Este princípio permite que o árbitro decida sobre sua própria
competência, incluindo questões relacionadas à validade da cláusula compromissória e
do contrato.
Confidencialidade: Lei nº 9.307/1996, Art. 33: "Os árbitros, as partes, seus
advogados, as testemunhas e os peritos são obrigados a manter, em segredo, todas as
informações a que tiverem acesso durante a arbitragem."
Esse artigo destaca a importância da confidencialidade no processo arbitral,
protegendo as informações e documentos relacionados ao caso. Finalidade e
efetividade: Lei nº 9.307/1996, Art. 31: "A sentença arbitral produz entre as partes e
seus sucessores e, quanto ao árbitro, entre este e as partes, os mesmos efeitos da
sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui
título executivo." Este artigo assegura a finalidade e a efetividade da sentença arbitral,
conferindo-lhe a mesma eficácia que uma decisão judicial.
Os árbitros e os princípios norteadores da arbitragem estão fundamentados na
Lei nº 9.307/1996, que estabelece as bases para a arbitragem no Brasil. Além disso, as
decisões judiciais e súmulas também contribuem para consolidar entendimentos sobre a
matéria, garantindo a imparcialidade, a autonomia das partes e a efetividade do processo
arbitral. É fundamental conhecer e respeitar esses princípios e normas para garantir um
processo arbitral justo, eficiente e eficaz.
BIBLIOGRAFIA:

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Classic Book, 2000, vol. I, p. 63.

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SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio Arbitragem: mediação, conciliação e negociação


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ANEXOS
CÓDIGO CIVIL E A ARBITRAGEM
O Código Civil e a arbitragem são dois temas distintos, mas que se relacionam
em alguns aspectos. Vou explicar um pouco sobre cada um:
CÓDIGO CIVIL - é um conjunto de normas que regulam as relações civis
entre pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas. Ele aborda diversos temas, como:
 Direito das obrigações
 Direito das coisas (propriedade, posse, direitos reais)
 Direito de família
 Direito das sucessões
 Direito das empresas e sociedades
O Código Civil brasileiro (Lei nº 10.406/2002) é a principal fonte do direito
civil no país e serve como base para diversas outras áreas do direito.
ARBITRAGEM - é um método alternativo de resolução de conflitos em que
as partes envolvidas escolhem um terceiro imparcial, o árbitro, para decidir a disputa.
Esse método é regulado pela Lei nº 9.307/1996 (Lei de Arbitragem).
As partes podem optar pela arbitragem para resolver conflitos de diversas
naturezas, como:
 Questões contratuais
 Disputas societárias
 Conflitos envolvendo propriedade intelectual
 Litígios familiares, desde que sejam de direitos patrimoniais disponíveis
RELAÇÃO ENTRE CÓDIGO CIVIL E ARBITRAGEM - O Código Civil
não proíbe o uso da arbitragem para resolver conflitos que estejam sob sua égide. Pelo
contrário, a arbitragem é reconhecida como meio válido e eficaz para a solução de
disputas civis, comerciais e empresariais.
Algumas questões que podem ser resolvidas por meio da arbitragem envolvem
direitos patrimoniais disponíveis, ou seja, direitos que podem ser objeto de transação
pelas partes, conforme previsto no Código Civil.
O Código Civil e a arbitragem são duas áreas do direito que, apesar de
distintas, podem se inter-relacionar em diversos aspectos. Enquanto o Código Civil
estabelece as regras e princípios gerais do direito civil, a arbitragem oferece um meio
alternativo e voluntário de resolução de conflitos que pode ser utilizado para questões
civis, comerciais e empresariais.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC) E A ARBITRAGEM
O Código de Processo Civil (CPC) e a arbitragem são duas áreas do direito que
tratam da resolução de conflitos, mas de formas diferentes. Vamos entender como eles
se relacionam:
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC)
O Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015) é o conjunto de normas que
regulamenta o processo judicial civil no Brasil. Ele estabelece as regras e procedimentos
que devem ser seguidos para a resolução de conflitos por meio do Poder Judiciário. O
CPC aborda temas como:
 Jurisdição e competência
 Partes e procuradores
 Atos processuais
 Procedimentos ordinário, sumário e especial
 Recursos
 Execução de sentença, entre outros
RELAÇÃO ENTRE CPC E ARBITRAGEM
1. Autonomia da vontade: Tanto o CPC quanto a Lei de Arbitragem
reconhecem o princípio da autonomia da vontade das partes. Isso significa que as partes
têm liberdade para escolher o meio de resolução de conflitos que considerem mais
adequado: judicial ou arbitral.
2. Tutela judicial: O CPC estabelece que certas matérias não podem ser
objeto de arbitragem, como aquelas que envolvem direitos indisponíveis. Assim,
questões relacionadas a direitos de personalidade, família e trabalhistas, por exemplo,
não podem ser submetidas à arbitragem.
3. Homologação de sentença arbitral: O CPC também trata da homologação
de sentenças arbitrais estrangeiras e nacionais. Uma vez proferida a sentença arbitral,
ela pode ser homologada pelo Judiciário para que tenha eficácia de título executivo
judicial.
4. Medidas cautelares: O CPC prevê a possibilidade de as partes requererem
medidas cautelares antes ou durante o processo judicial. Na arbitragem, também é
possível a concessão de medidas cautelares pelo árbitro ou pelo tribunal arbitral.
O Código de Processo Civil e a arbitragem são instrumentos complementares
na resolução de conflitos. Enquanto o CPC estabelece as regras e procedimentos para o
processo judicial, a arbitragem oferece uma alternativa mais rápida, flexível e
especializada para a resolução de controvérsias. A escolha entre um método e outro
dependerá das circunstâncias do caso e da vontade das partes envolvidas.
CÓDIGO PENAL E A ARBITRAGEM
O Código Penal e a arbitragem são áreas distintas do direito que tratam de
temas diferentes, mas, em certos contextos, podem se relacionar indiretamente. Vamos
entender como esses dois campos se interligam:
CÓDIGO PENAL - O Código Penal brasileiro, estabelecido pelo Decreto-Lei
nº 2.848/1940, é o conjunto de normas que define os crimes e suas respectivas penas no
ordenamento jurídico brasileiro. Ele aborda temas como:
 Crimes contra a pessoa (homicídio, lesão corporal, etc.)
 Crimes contra o patrimônio (roubo, furto, extorsão, etc.)
 Crimes contra a administração pública
 Crimes contra a dignidade sexual
 Crimes ambientais, entre outros
RELAÇÃO ENTRE CÓDIGO PENAL E ARBITRAGEM
1. Natureza disponível dos direitos: A arbitragem é geralmente utilizada para
resolver disputas relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis. Isso significa que
questões relacionadas a crimes, que são de natureza pública e envolvem direitos
indisponíveis, não podem ser submetidas à arbitragem. Portanto, crimes como
homicídio, lesão corporal, furto, entre outros, são excluídos do âmbito da arbitragem.
2. Conflitos de natureza civil: Em situações em que um mesmo fato pode
gerar tanto responsabilidade penal quanto civil (por exemplo, um acidente de trânsito
que resulta em danos materiais), as partes podem optar por resolver a parte civil do
conflito por meio de arbitragem, enquanto a responsabilidade penal permanece sob a
jurisdição do Estado.
3. Homologação de sentença arbitral: O Código de Processo Penal (CPP)
prevê a possibilidade de homologação de sentença estrangeira que reconheça a
existência de uma condenação criminal. No entanto, sentenças arbitrais não são objeto
de homologação no âmbito penal, pois a arbitragem não é um meio adequado para
julgar crimes.
O Código Penal e a arbitragem, em geral, operam em esferas diferentes do
direito. Enquanto o Código Penal trata da definição e punição de crimes, a arbitragem é
voltada para a resolução de conflitos de natureza civil, especialmente aqueles
relacionados a direitos patrimoniais disponíveis.
A arbitragem e o Código Penal não se sobrepõem diretamente, mas é
importante entender as limitações de cada um e saber quando é apropriado recorrer a um
ou outro, dependendo da natureza da controvérsia.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP) E A ARBITRAGEM
A arbitragem e o Código de Processo Penal (CPP) são áreas do direito que, em
princípio, operam em esferas distintas. Enquanto a arbitragem é um método alternativo
de resolução de conflitos de natureza civil, o CPP regula o processo penal, ou seja, os
procedimentos adotados para a investigação e julgamento dos crimes. Vamos explorar
como esses dois campos se relacionam:
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
O Código de Processo Penal brasileiro (Decreto-Lei nº 3.689/1941) é o
conjunto de normas que estabelece os procedimentos a serem seguidos no âmbito do
processo penal. Ele aborda temas como:
 Inquérito policial
 Ação penal
 Prisão e medidas cautelares
 Procedimentos do júri
 Recursos no processo penal
 Execução penal, entre outros
ARBITRAGEM E CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
1. Natureza incompatível: A arbitragem é geralmente utilizada para resolver
disputas de natureza civil, especialmente aquelas relacionadas a direitos patrimoniais
disponíveis. Por outro lado, o processo penal trata de crimes, que são questões de
natureza pública e envolvem direitos indisponíveis. Portanto, crimes não podem ser
objeto de arbitragem.
2. Crimes de menor potencial ofensivo: No Brasil, os crimes de menor
potencial ofensivo são aqueles com pena máxima de até 2 anos. Para esses casos, existe
a possibilidade de transação penal ou composição civil dos danos, previstas na Lei nº
9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais Criminais). Embora não seja arbitragem, essa
forma de resolução de conflitos possui características semelhantes, pois envolve um
acordo entre as partes para evitar o processo judicial.
3. Medidas cautelares: O CPP prevê a possibilidade de adoção de medidas
cautelares, como a prisão preventiva, para garantir a ordem pública, a instrução criminal
ou a aplicação da lei penal. Na arbitragem, também é possível a concessão de medidas
cautelares pelo árbitro ou pelo tribunal arbitral, mas com finalidades e procedimentos
diferentes dos adotados no processo penal.
4. Homologação de sentenças: O CPP prevê a homologação de sentenças
estrangeiras que reconheçam a existência de uma condenação criminal. No entanto,
sentenças arbitrais não são objeto de homologação no âmbito penal, pois a arbitragem
não é um meio adequado para julgar crimes.
A arbitragem e o Código de Processo Penal operam em esferas distintas do
direito. Enquanto a arbitragem é um mecanismo alternativo para resolver disputas civis,
o CPP regula o processo penal, que envolve a investigação e punição de crimes.
Portanto, é importante distinguir entre esses dois campos e saber quando é apropriado
recorrer a um ou outro, conforme a natureza da controvérsia.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E A ARBITRAGEM


A Constituição Federal de 1988 é a lei fundamental do Brasil, estabelecendo os
princípios e normas que organizam o Estado e garantem os direitos fundamentais dos
cidadãos. Ela é a base do ordenamento jurídico brasileiro e possui um papel central na
regulação de diversas áreas do direito, incluindo a arbitragem. Vamos explorar como a
Constituição Federal se relaciona com a arbitragem:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E ARBITRAGEM
1. Princípios fundamentais: A Constituição Federal consagra princípios
como a dignidade da pessoa humana, a cidadania, os valores sociais do trabalho, a livre
iniciativa e o pluralismo político. Esses princípios podem influenciar indiretamente a
forma como a arbitragem é praticada no Brasil, valorizando a autonomia da vontade das
partes e a liberdade contratual.
2. Direitos e garantias fundamentais: A Constituição assegura direitos
fundamentais como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à ampla
defesa. Embora a arbitragem seja um mecanismo voluntário, é importante que os
direitos das partes sejam respeitados e garantidos durante o procedimento arbitral.
3. Competência para legislar sobre arbitragem: A Constituição estabelece
a competência legislativa para tratar de direito civil, incluindo a arbitragem. Com base
nisso, foi promulgada a Lei nº 9.307/1996, conhecida como Lei de Arbitragem, que
regulamenta a prática da arbitragem no Brasil.
4. Homologação de sentenças arbitrais estrangeiras: A Constituição prevê
a homologação de sentenças estrangeiras pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Isso
inclui a homologação de sentenças arbitrais estrangeiras que reconheçam direitos ou
obrigações decorrentes de relações jurídicas privadas.
5. Princípio da inafastabilidade do poder judiciário: Embora a
Constituição Federal assegure o acesso à justiça e o direito de ação, ela não impede que
as partes optem pela arbitragem como meio de resolução de conflitos. O princípio da
inafastabilidade do Poder Judiciário não é interpretado como uma obrigação de recorrer
ao Judiciário, mas como uma garantia de que o direito de ação não será indevidamente
obstaculizado.
A Constituição Federal de 1988 estabelece os princípios e fundamentos que
orientam a prática da arbitragem no Brasil. Ela assegura a autonomia da vontade das
partes, respeita os direitos fundamentais dos cidadãos e define a competência para
legislar sobre direito civil, incluindo a arbitragem.
Assim, a relação entre a Constituição Federal e a arbitragem é de
compatibilidade e complementaridade. A Constituição cria um ambiente favorável para
o desenvolvimento da arbitragem como um meio eficaz, rápido e especializado de
resolução de disputas, desde que respeitados os princípios e garantias fundamentais
previstos na Carta Magna.

O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC),


E A ARBITRAGEM
O Código de Defesa do Consumidor (CDC), instituído pela Lei nº 8.078/1990,
é uma legislação brasileira que estabelece as normas de proteção e defesa dos direitos
dos consumidores. Ele regula as relações de consumo em geral, estabelecendo direitos e
deveres para consumidores e fornecedores. No contexto da arbitragem, o CDC e a Lei
de Arbitragem (Lei nº 9.307/1996) têm interfaces importantes. Vamos explorar essa
relação:
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC) E ARBITRAGEM
1. Autonomia da vontade: O CDC reconhece a autonomia da vontade das
partes, permitindo que elas estabeleçam livremente os termos de um contrato. Isso
inclui a possibilidade de inserir cláusulas compromissórias de arbitragem nos contratos
de consumo. No entanto, é importante que essa cláusula seja clara, ostensiva e que o
consumidor tenha pleno conhecimento de sua existência e consequências.
2. Direitos básicos do consumidor: O CDC estabelece os direitos básicos do
consumidor, como o direito à informação adequada e clara sobre os produtos e serviços,
o direito à proteção contra práticas abusivas e o direito à reparação de danos. Esses
direitos são fundamentais e devem ser respeitados no contexto da arbitragem,
garantindo que o consumidor não seja prejudicado ou lesado em seus direitos.
3. Acesso à justiça: O CDC assegura o acesso do consumidor ao Poder
Judiciário para a defesa de seus direitos. Contudo, a legislação também reconhece
outros meios de resolução de conflitos, como a mediação e a arbitragem, desde que
sejam voluntários, eficazes e que o consumidor não seja obrigado a utilizá-los.
4. Cláusulas abusivas: O CDC proíbe cláusulas contratuais que sejam
consideradas abusivas ou que coloquem o consumidor em desvantagem excessiva. Se
uma cláusula compromissória de arbitragem for considerada abusiva ou contrária aos
princípios do CDC, ela poderá ser declarada nula pelo Judiciário.
5. Transparência e informação: O CDC estabelece a obrigatoriedade de que
as informações sobre produtos e serviços sejam claras, precisas e ostensivas. Isso
também se aplica à cláusula compromissória de arbitragem, que deve ser apresentada de
forma transparente ao consumidor, sem qualquer tipo de obscuridade ou engano.
O Código de Defesa do Consumidor e a arbitragem podem coexistir e ser
complementares, desde que respeitados os direitos e princípios estabelecidos pelo CDC.
A inclusão de cláusulas compromissórias de arbitragem em contratos de consumo deve
ser feita de forma transparente e voluntária, garantindo que o consumidor tenha pleno
conhecimento de seus direitos e das consequências dessa escolha.
É importante que as empresas e fornecedores estejam atentos às normas do
CDC e às diretrizes para a utilização da arbitragem no contexto consumerista,
promovendo uma relação de consumo equilibrada e respeitosa.

A ARBITRAGEM E MÉTODOS ALTERNATIVOS DE


RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
A arbitragem é apenas um dos diversos Métodos Alternativos de Resolução de
Conflitos (MARC) disponíveis para as partes resolverem disputas fora do sistema
judicial tradicional. Além da arbitragem, existem outros métodos que podem ser
utilizados, como a mediação, conciliação, negociação e os chamados "dispute boards".
Vamos entender como a arbitragem se relaciona com esses outros métodos:
ARBITRAGEM E MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE
CONFLITOS
1. ARBITRAGEM:
o Características: A arbitragem é um método em que as partes envolvidas
escolhem um terceiro imparcial (o árbitro ou tribunal arbitral) para decidir a
controvérsia. A decisão do árbitro tem caráter vinculante e pode ser executada
judicialmente.
o Aplicabilidade: É mais adequada para disputas complexas, técnicas ou que
envolvam direitos patrimoniais disponíveis. É comumente utilizada em contratos
comerciais, contratos internacionais e em áreas específicas do direito.
2. MEDIAÇÃO:
o Características: A mediação é um método em que um terceiro neutro (o
mediador) auxilia as partes a chegarem a um acordo mutuamente aceitável. O mediador
não decide a disputa, mas facilita a comunicação e a negociação entre as partes.
o Aplicabilidade: É útil para conflitos que envolvam relações continuadas,
como relações familiares, contratos de trabalho ou disputas comunitárias. Também pode
ser utilizada em conjunto com a arbitragem, como forma de tentar resolver o conflito
antes de iniciar o procedimento arbitral.
3. CONCILIAÇÃO:
o Características: A conciliação é semelhante à mediação, mas o conciliador
pode sugerir soluções para o conflito. No entanto, as partes têm a liberdade de aceitar ou
rejeitar essas sugestões.
o Aplicabilidade: É indicada para disputas que podem ser resolvidas com a
ajuda de um terceiro neutro, mas que necessitam de uma intervenção mais direta na
busca de soluções.
4. NEGOCIAÇÃO:
o Características: A negociação é o método mais simples de resolução de
conflitos, em que as partes buscam um acordo diretamente, sem a intervenção de
terceiros.
o Aplicabilidade: É aplicável em qualquer tipo de conflito, desde que as partes
estejam dispostas a negociar e chegar a um acordo.
5. DISPUTE BOARDS:
o Características: Os dispute boards são comitês formados por especialistas
técnicos que acompanham a execução de contratos de grande porte e complexidade.
Eles podem atuar de forma preventiva, emitindo recomendações para evitar ou resolver
disputas durante a execução do contrato.
o Aplicabilidade: São utilizados principalmente em contratos de construção,
infraestrutura e projetos de grande envergadura.

A arbitragem é apenas uma das opções disponíveis no universo dos Métodos


Alternativos de Resolução de Conflitos (MARC). A escolha do método mais adequado
dependerá das características do conflito, das necessidades das partes e das
circunstâncias específicas de cada situação. Em muitos casos, a combinação de
diferentes métodos, como a mediação e a arbitragem, pode ser uma estratégia eficaz
para resolver disputas de forma mais rápida, econômica e satisfatória para as partes
envolvidas. O importante é que as partes tenham consciência das suas opções e
busquem o método que melhor atenda aos seus interesses e necessidades.

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