Você está na página 1de 34

ARBITRAGEM

1
Sumário

NOSSA HISTÓRIA ....................................................................................

INTRODUÇÃO..........................................................................................3

CONCEITOS.............................................................................................4

MEDIAÇÃO.............................................................................................10

LEGISLAÇÃO MEDIAÇÃO X ARBITRAGEM.........................................14

VANTAGENS DA ARBITRAGEM...........................................................22

VEDAÇÕES............................................................................................23

COMO FUNCIONA A ARBITRAGEM.....................................................24

ARBITRAGEM E COMPETÊNCIA.........................................................26

REFERÊNCIAS......................................................................................31

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
INTRODUÇÃO

Apresentar aos participantes, as formas alternativas não estatais, para a


solução de conflitos, através da Mediação, Conciliação e Arbitragem. Que visa
dentre outras coisas, capacitar o participante do curso a distinguir corretamente
estes institutos, identificando a forma correta de sua utilização, para a promoção
da pacificação social, de acordo com os fundamentos legais vigentes,
apresentando naturalmente os métodos extrajudiciais de resolução de conflitos,
como é o caso da Lei Federal n° 9.307 de 23 de setembro de 1996 alterada pela
Lei 13.129 de 26 de maio de 2015.

Também será apresentado no curso, a prática, do conhecimento técnico


indispensável a aplicação ética, da mediação extra judicial e da arbitragem, com
as diversas finalidades, dentre elas a de ampliar o acesso à justiça, sobretudo
favorecendo a classe empresarial.

O próprio Conselho Nacional de Justiça, vem incentivando o poder


judiciário no país, com a Campanha Nacional pela Conciliação, que hoje é
adotada por todos os magistrados.

O código de processo civil, prevê em seu Art. 334, que ao admitir a


petição inicial, o juiz terá que designar uma audiência de mediação ou
conciliação, no prazo de 30 dias. Tudo com o objetivo de desafogar o acúmulo
de processos, através das formas alternativas, pois a sentença judicial, não é
mais o único meio de resolver um conflito.

3
4
CONCEITOS

NORMATIVA DO NOVO CPC LEI FEDERAL 13.105/2015

Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmeras privadas de


conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de
tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de
profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.

§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso


realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo
Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o
conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua
inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal
regional federal.

§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público,


o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária
onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu
nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição
alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área
de atuação profissional.

§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e


mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como
o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade,
a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o
tribunal julgar relevantes.

§ 4o Os dados colhidos na forma do

§ 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os


publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins
estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas
de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores.

5
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do
caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em
que desempenhem suas funções.

§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de


conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e
títulos, observadas as disposições deste Capítulo.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o


mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.

§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não


estar cadastrado no tribunal.

§ 2o Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador,


haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada
a respectiva formação.

§ 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um


mediador ou conciliador.

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Quando surge um conflito, as pessoas envolvidas poderão resolvê-lo


pelos seguintes meios:

1) Jurisdição estatal: resolução do conflito mediante uma ação que será


julgada pelo Poder Judiciário.

2) Arbitragem (“jurisdição privada”): é uma técnica de solução de


conflitos por meio da qual os conflitantes aceitam que a solução de seu litígio
seja decidida por uma terceira pessoa, de sua confiança. Há intensa discussão
na doutrina se a arbitragem pode ser considerada como jurisdição ou se seria
apenas um equivalente jurisdicional. Fredie Didier afirma que a arbitragem é

6
jurisdição; Luiz Guilherme Marinoni sustenta o contrário. A arbitragem é regulada
pela Lei n.º 9.307/96, recentemente reformada pela Lei 13.129/2015, sendo cada
vez mais valorizada.

3) Autotutela: é a solução imposta, por meio da força (física, moral,


econômica, política etc.), por um dos litigantes contra o outro. Na linguagem
popular, significa “fazer justiça com as próprias mãos”. Em regra, a autotutela é
proibida, podendo até mesmo ser considerada crime, a depender da situação.
No entanto, existem algumas exceções em que a autotutela é permitida. Exs:
desforço incontinenti do possuidor turbado ou esbulhado (art. 1.210, § 1º do CC),
legítima defesa, direito de retenção etc.

4) Conciliação: ocorre quando um terceiro (conciliador) atua como


intermediário entre as partes tentando facilitar o diálogo a fim de que os litigantes
cheguem a um acordo (autocomposição). A conciliação é regulada pelos arts.
165 a 175 do CPC 2015.

5) Mediação: também ocorre quando um terceiro (mediador) se coloca


entre os litigantes e tenta conduzi-los a um acordo (autocomposição).

PONTO DE DESTAQUE

Qual é, então, a diferença entre a conciliação e a mediação? São


institutos muito semelhantes. A diferença está apenas na técnica que é
empregada. O CPC 2015, em seu art. 165, §§ 2º e 3º prevê as sutis diferenças
entre eles:

7
CONCILIADOR:

• Tem uma participação mais ativa no processo de negociação.

• Atua preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior


entre as partes.

• Pode sugerir soluções para o litígio.

MEDIADOR:

• Auxilia as partes a compreender as questões e os interesses em


conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

• Atua preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre


as partes

• Não propõe soluções para os litigantes.

8
9
MEDIAÇÃO

A Lei n.° 13.140/2015 forneceu um conceito para mediação:

Art. 1º (...) Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica


exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito
pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia.

Objeto da mediação

É correto afirmar que a mediação só se aplica para direitos disponíveis?


NÃO. Pode ser objeto de mediação os conflitos que versem sobre:

• direitos disponíveis; ou

• direitos indisponíveis que admitam transação. Vale ressaltar, no


entanto, que o consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas
transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público
(§ 2º do art. 3º da Lei).

Em outras palavras, se envolver direitos indisponíveis, o acordo


celebrado entre as partes deve ser homologado em juízo, com parecer do MP.

É possível que haja mais de um mediador para atuar em um caso? SIM.

Poderá ser admitido mais de um mediador para funcionar no mesmo


procedimento, quando isso for recomendável em razão da natureza e da
complexidade do conflito e desde que as partes concordem (art. 15 da Lei).

10
Câmaras privadas de mediação e conciliação

Nos países em que a conciliação e a mediação são mais frequentes,


existem “empresas” que se dedicam unicamente para desempenhar tais
atividades em caráter privado, oferecendo isso como um serviço à população.

É o caso, por exemplo, dos EUA. No Brasil tal atividade está no início,
mas já é possível identificá-las em alguns lugares. Assim, tais “empresas”
possuem em seu corpo conciliadores e mediadores profissionais, ou seja,
pessoas que fizeram cursos e dominam as técnicas adequadas para ter êxito em
uma conciliação ou mediação.

O CPC 2015 previu a existência dessa atividade e denominou tais


“empresas” de “câmaras privadas de mediação e conciliação”.

Câmaras de mediação dentro de órgãos e entidades públicas

Os órgãos e entidades da administração pública poderão criar câmaras


para a resolução de conflitos entre particulares, que versem sobre atividades por
eles reguladas ou supervisionadas (art. 43).

É o caso, por exemplo, do PROCON que pode criar uma câmara de


mediação para intermediar a solução dos conflitos entre consumidores e
fornecedores.

Mediação pela internet

A mediação poderá ser feita pela internet ou por outro meio de


comunicação que permita a transação à distância, desde que as partes estejam
de acordo (art. 46 da Lei).

É facultado à parte domiciliada no exterior submeter-se à mediação


segundo as regras estabelecidas na Lei n 13.140/2015.

11
PRINCÍPIOS A mediação será orientada pelos seguintes princípios:

1) independência do mediador;

2) imparcialidade do mediador;

3) isonomia entre as partes;

4) oralidade;

5) informalidade;

6) autonomia da vontade das partes;

7) busca do consenso;

8) confidencialidade;

9) boa-fé;

10) decisão informada.

Autonomia da vontade

Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação (§


2º do art. 2º da Lei).

A mediação, para funcionar, deve ser algo querido, desejado pelas


partes. Não se esqueça que a mediação é baseada nos princípios da autonomia
da vontade e na busca do consenso. No entanto, se no contrato firmado entre
as partes houver uma cláusula prevendo a mediação como solução das
controvérsias (cláusula de mediação), as partes deverão comparecer pelo
menos à primeira reunião de mediação (§ 1º do art. 2º da Lei).

12
Liberdade na definição do procedimento

A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia


dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras
procedimentais (§ 4º do art. 166 do CPC 2015). Técnicas negociais admite-se a
aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente
favorável à auto composição (§ 3º do art. 166 do CPC 2015).

Confidencialidade

Regra: toda e qualquer informação relativa ao procedimento de


mediação será confidencial em relação a terceiros, não podendo ser revelada
nem sequer em processo arbitral ou judicial.

A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no


curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso
daquele previsto por expressa deliberação das partes (§ 1º do art. 166 do CPC
2015). Exemplos de informações da mediação que não podem ser reveladas:

- Declarações, opiniões, propostas formuladas por uma parte à outra;

- Reconhecimento ou confissão de algum fato por qualquer das partes;

- Documento preparado unicamente para os fins do procedimento de


mediação.

Exceções:

As informações relacionadas com a mediação poderão ser reveladas se:

1) as partes expressamente concordarem;

2) a lei exigir sua divulgação;

13
3) a sua divulgação for necessária para cumprimento de acordo obtido
pela mediação;

4) for uma informação relacionada com a ocorrência de um crime de


ação pública. Obs.: mesmo havendo a regra da confidencialidade as partes têm
o dever de comunicar à administração tributária (Fisco) as informações
necessárias ao pagamento de tributos. Ex: se em uma mediação a parte “A”
concordou em pagar a “B” R$ 100 mil a título de danos materiais, esse
rendimento deverá ser informado à Receita Federal, não estando abrangido pelo
dever de confidencialidade.

A quem se aplica o dever de confidencialidade:

O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus


prepostos, advogados, assessores técnicos e a outras pessoas de sua confiança
que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento de mediação.
Em suma, aplica-se a todos os que participaram, de algum modo, da mediação.

Sessão privada

Algumas reuniões ocorrerão com o mediador e as duas partes e, em


outras oportunidades, o mediador se reunirá apenas com uma das partes. Estas
últimas são chamadas de “sessões privadas”. A Lei determina que é confidencial
a informação prestada por uma parte em sessão privada, não podendo o
mediador revelá-la à outra parte, exceto se expressamente autorizado (art. 31).

Prova inadmissível

Se algum documento ou informação da mediação for apresentado em


processo arbitral ou judicial fora das exceções legais em que era permitida a sua
exibição, o árbitro ou juiz não deverá aceitá-lo, determinando o seu
desentranhamento do processo.

14
Proibição de testemunhar

Em razão do dever de sigilo, o conciliador e o mediador, assim como os


membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor sobre fatos ou
elementos relacionados com a conciliação ou a mediação (§ 2º do art. 166 do
CPC 2015).

15
LEGISLAÇÃO MEDIAÇÃO X ARBITRAGEM

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de


controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito
da administração pública. Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade
técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou
aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia.

CAPÍTULO I DA MEDIAÇÃO SEÇÃO

I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2o A mediação será orientada pelos seguintes princípios:

I – Imparcialidade do mediador;

II – Isonomia entre as partes;

III – oralidade;

IV – Informalidade;

V – Autonomia da vontade das partes;

VI – Busca do consenso;

VII – confidencialidade;

VIII – boa-fé.

§ 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação,


as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação.

§ 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de


mediação.

16
Art. 3o Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos
disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação.

§ 1o A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.

§ 2o O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas


transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério
Público.

A arbitragem é regulada pela Lei 9.307/96 e depende de convenção das


partes, em cláusula específica e expressa, para ser aplicada.

Quando as partes optam pela arbitragem, elas afastam a via judicial e


permitem que um ou mais terceiros, os árbitros, que geralmente detém vasto
conhecimento da matéria em questão, decidam o conflito.

Os árbitros atuam como juízes privados e suas decisões têm eficácia de


sentença judicial e não pode ser objeto de recurso.

Veja o que diz a lei:

Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.

Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual


de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.

§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo


respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.

§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não


houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,
sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação
para que as partes conciliem.

17
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que
houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam,
pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.

LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015.

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de


controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito
da administração pública.

Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida


por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes,
as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a
controvérsia.

Art. 2o A mediação será orientada pelos seguintes princípios:

I - Imparcialidade do mediador;

II - Isonomia entre as partes;

III - oralidade;

IV - Informalidade;

V - Autonomia da vontade das partes;

VI - Busca do consenso;

VII - confidencialidade;

VIII - boa-fé.

18
§ 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação,
as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação.

§ 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de


mediação.

Art. 3o Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos
disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação.

§ 1o A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.

§ 2o O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas


transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério
Público.

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.

Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios


ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula
compromissória e o compromisso arbitral.

Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as


partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que
possam vir a surgir, relativamente a tal contrato.

§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo


estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira.

§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia


se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar,
expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa
cláusula.

Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança
das partes.

19
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar,
podendo nomear, também, os respectivos suplentes.

§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão


autorizados, desde logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo,
requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário a que tocaria, originariamente,
o julgamento da causa a nomeação do árbitro, aplicável, no que couber, o
procedimento previsto no art. 7º desta Lei.

§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de


escolha dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou
entidade especializada.

§ 4º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o


presidente do tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado
presidente o mais idoso.

§ 4o As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de


dispositivo do regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade
especializada que limite a escolha do árbitro único, coárbitro ou presidente do
tribunal à respectiva lista de árbitros, autorizado o controle da escolha pelos
órgãos competentes da instituição, sendo que, nos casos de impasse e
arbitragem multiparte, deverá ser observado o que dispuser o regulamento
aplicável. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de
2015) (Vigência)

§ 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar


conveniente, um secretário, que poderá ser um dos árbitros.

§ 6º No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com


imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição.

§ 7º Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o


adiantamento de verbas para despesas e diligências que julgar necessárias.

20
Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que
tenham, com as partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das
relações que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes,
aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsabilidades,
conforme previsto no Código de Processo Civil.

§ 1º As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de


revelar, antes da aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida
justificada quanto à sua imparcialidade e independência.

§ 2º O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após


sua nomeação. Poderá, entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua
nomeação, quando:

a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou

b) o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua


nomeação.

Art. 15. A parte interessada em argüir a recusa do árbitro apresentará,


nos termos do art. 20, a respectiva exceção, diretamente ao árbitro ou ao
presidente do tribunal arbitral, deduzindo suas razões e apresentando as provas
pertinentes.

Parágrafo único. Acolhida a exceção, será afastado o árbitro suspeito ou


impedido, que será substituído, na forma do art. 16 desta Lei.

Art. 16. Se o árbitro se escusar antes da aceitação da nomeação, ou,


após a aceitação, vier a falecer, tornar-se impossibilitado para o exercício da
função, ou for recusado, assumirá seu lugar o substituto indicado no
compromisso, se houver.

§ 1º Não havendo substituto indicado para o árbitro, aplicar-se-ão as


regras do órgão arbitral institucional ou entidade especializada, se as partes as
tiverem invocado na convenção de arbitragem.

21
§ 2º Nada dispondo a convenção de arbitragem e não chegando as
partes a um acordo sobre a nomeação do árbitro a ser substituído, procederá a
parte interessada da forma prevista no art. 7º desta Lei, a menos que as partes
tenham declarado, expressamente, na convenção de arbitragem, não aceitar
substituto.

Art. 17. Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão


delas, ficam equiparados aos funcionários públicos, para os efeitos da legislação
penal.

Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não
fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.

22
VANTAGENS DA ARBITRAGEM

São muitas. As mais importantes são: As partes escolhem o árbitro e o


procedimento a ser adotado, bem como determinam o prazo para a conclusão
da arbitragem. O processo é sigiloso; só as partes podem quebrar o sigilo.

MAS, SE A ARBITRAGEM TEM TANTAS VIRTUDES, QUAL O MOTIVO DE SER

PRATICAMENTE DESCONHECIDA ENTRE NÓS?

Principalmente por deficiência legislativa. No regime legal anterior,


quando os contratantes previam a arbitragem em seus contratos, esta cláusula
não tinha força obrigatória, ou seja, entendia-se não haver obrigação de resolver
as questões surgidas pelo meio dela, o que estimulava a parte inadimplente a
recusar a arbitragem e ir para a justiça comum, muito mais demorada.

E ERA SÓ ESTE O MOTIVO DE NÃO TER SIDO A ARBITRAGEM ADOTADA ENTRE NÓS
COMO PRÁTICA CORRENTE?

Não. Toda a legislação anterior à atual previa que o laudo arbitral (a


decisão do árbitro) deveria ser validado por um juiz de direito, através de um
procedimento judicial de homologação que, na quase totalidade dos casos
demandava muito tempo, permitindo recursos da parte vencida, o que retirava
todos os atrativos da arbitragem.

ESTE QUADRO MUDOU?

 Sim. Com a edição da Lei 9.307/96, a cláusula de arbitragem inserida


nos contratos tem força obrigatória entre as partes e a sentença arbitral (nova
denominação do laudo arbitral) tem a mesma eficácia da sentença judicial,
prescindindo de homologação de qualquer natureza.

O QUE ACONTECE EM OUTROS PAÍSES?

23
 Na Europa, na América do Norte e mesmo na América do Sul, a
arbitragem é utilizada rotineiramente. Em certas atividades, a cláusula de
arbitragem é prevista em todos os contratos, havendo empresas que só
contratam com outras se for ajustada a cláusula de arbitragem. A American
Arbitration Association, entidade criada há mais de 50 anos, afirma que, só em
2002, administrou mais de 200.000 casos em 41 países do mundo sendo mais
de 3.000 casos de natureza comercial com valor superior a US$ 250,000.00 1.

COMO É POSSÍVEL IMPEDIR A INTERVENÇÃO DE UM JUIZ DE DIREITO, NA

OCORRÊNCIA DE UM LITÍGIO, SE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL ESTABELECE QUE A LEI NÃO


EXCLUIRÁ DA APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO?

Este dispositivo se dirige ao legislador. Assim, nenhuma lei poderá ser


editada prevendo hipóteses em que alguém que se sinta prejudicado ou
ameaçado fique impedido de recorrer ao Poder Judiciário. Entretanto, nada
impede que pessoas (ou empresas) decidam afastar a atuação estatal por
vontade própria, delegando esta função a pessoa de sua confiança.

VEDAÇÕES

Vale também destacar as situações que não podem ser resolvidas por
meio da Lei da Arbitragem.

Como regra, somente as questões que envolvam direitos patrimoniais


disponíveis poderão ser submetidas à arbitragem. Além disso, as partes
interessadas devem ser capazes.

Assim, presente um direito indisponível, a questão necessariamente


deverá ser apreciada pelo Poder Judiciário. Portanto, não poderão ser
solucionados por arbitragem os conflitos de Direito Tributário, Direito Penal ou
Direito de Família e Sucessões.

O processo de divórcio de um casal ou disputa pela guarda de filhos


menores de idade, por exemplo, não podem ser resolvidos por meio dela.

24
Por fim, embora a arbitragem possa ser utilizada nas situações que
envolvam direito do consumidor, ela não poderá ser fixada de forma compulsória.
Conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor, nesses casos a cláusula
de arbitragem é considerada abusiva.

COMO FUNCIONA A ARBITRAGEM

A Lei da Arbitragem prevê que dois instrumentos sejam utilizados ao


escolher a arbitragem para resolver uma pendência. Esses instrumentos são a
cláusula compromissória e o compromisso arbitral. Explicaremos brevemente o
conceito de cada um deles a seguir.

Cláusula compromissória

Trata-se de uma cláusula inserida em um contrato antes que o conflito


surja. Dessa maneira, em um contrato de prestação de serviços, por exemplo, já
pode estar explícito que, se houver alguma questão jurídica, será resolvida por
meio da arbitragem.

Conforme previsão legal, havendo cláusula compromissória no contrato,


as partes não poderão se recusar a participar da arbitragem. Se uma das partes
apresentar resistência, a outra poderá acionar o Poder Judiciário, a fim de
submeter a questão ao juízo arbitral.

Cláusula arbitral

A cláusula arbitral, por sua vez, é redigida depois da ocorrência de uma


situação que precisa ser resolvida. Assim, as partes optam pela arbitragem para
solucionar esse problema.

25
Vale destacar que ambos os documentos têm a mesma validade e que
ninguém é obrigado a assinar qualquer um deles. Ou seja, a arbitragem só se
efetiva quando as duas partes estiverem de acordo.

Após mais de 20 anos da Lei n. 9.307, não restam dúvidas acerca da


eficácia da arbitragem como meio alternativo para a resolução de conflitos.

Sua eficácia se deve principalmente à rapidez e informalidade da


técnica, que apresenta um excelente custo-benefício quando comparada ao
processo em seus moldes tradicionais.

Além disso, a arbitragem é uma excelente opção para


solucionar questões ligadas ao comércio internacional, que tem grande
relevância para a economia em um mundo globalizado.

Entender sobre a arbitragem é importante para os advogados, que


podem atuar desenvolvendo e revisando as cláusulas compromissórias e as
cláusulas arbitrais.

Além disso, os advogados devem conhecer a Lei da Arbitragem


para atuar como árbitros, podendo assim ampliar suas atividades profissionais
e alavancar sua carreira na área jurídica. Por isso, informe-se sobre essa
maneira de solucionar conflitos da forma mais simples e direta.

ARBITRAGEM E COMPETÊNCIA

Conforme já destacado, o novo Código Processual conferiu um


tratamento mais adequado à arbitragem, reconhecendo definitivamente a sua
natureza jurisdicional alinhando-a com a justiça tradicional.

O artigo 42 do novo Código de Processo Civil reconhece que o juízo


arbitral não está sujeito às regras de competência do CPC, in verbis:

“Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos
limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei”.

26
Ainda, no art. 337, § 5º, o novo CPC determina que a existência de
convenção arbitral deve ser suscitada pela parte como preliminar e não pode ser
reconhecida de ofício pelo juiz.

“Art. 337. (…)

§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa,


o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.”

O art. art. 337, § 6º, do novo CPC determina que a ausência de alegação
da existência de convenção de arbitragem, implica aceitação da jurisdição
estatal e renúncia ao juízo arbitral.

Destarte, a competência do árbitro ou do tribunal arbitral está associada


à sua especialização. O árbitro será escolhido a partir de acordo de vontades
validamente firmado e conforme critérios voltados para a disputa em particular,
garantindo que ele possua maior capacidade e a experiência necessária para
compreender a praxe e as particularidades da questão que lhe controversa
(Paumgartten, 2015, p. 323).

A NACIONALIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL

Antes de se abordar a discussão acerca de estar ou não a arbitragem


sujeita ou não às regras delimitadoras da competência, principalmente a
competência internacional, faz se necessário analisar os critérios que
determinam a nacionalidade da sentença arbitral.

A lei nº 9.307/96 não distingue entre arbitragens domésticas e


estrangeiras, com fins de estabelecer regras distintas. A lei restringe-se a
diferenciar a nacionalidade da sentença arbitral, que poderá ser doméstica ou
estrangeira, dependendo do local de prolação.

De acordo com Muniz, grosso modo, sentença doméstica é aquela


proferida no Brasil e estrangeira a proferida no exterior (MUNIZ, 2015, p.247).

27
Ainda segundo o referido autor, a nacionalidade da sentença arbitral tem
consequências práticas relevantes. Dentre elas se destaca o fato de que a
execução de sentenças arbitrais estrangeiras está condicionada ao seu prévio
reconhecimento pelo Superior Tribunal de Justiça. Já as sentenças domésticas
podem ser executadas, diretamente, perante o Poder Judiciário de primeira
instância (MUNIZ, 2015, p.248).

Como regra geral, a decisão proferida em uma jurisdição não produz,


automaticamente, todos os seus efeitos nas demais jurisdições. Daí a
necessidade de reconhecimento da sentença es-trangeira no país em que se
pretende executá-la. Por exemplo, a sentença estrangeira não produz efeitos
nem é exequível no Brasil antes de ser objeto de reconhecimento pelo Superior
Tribunal de Justiça, procedimento esse conhecido como “homologação” (MUNIZ,
2015, p.249).

Assim, mesmo que a sentença arbitral observe a lei brasileira no que


tange ao procedimento ou ao mérito do julgamento, as partes estejam
domiciliadas no Brasil, mas a arbitragem tenha se realizado em outro país, por
acordo entre as partes, a decisão ficará sujeita a homologação do Superior
Tribunal de Justiça por ser considerada estrangeira (Paumgartten, 2015, p. 333).

A isso se soma outros efeitos igualmente relevantes, como a


identificação da lei que regula os procedimentos arbitrais (lex arbitri) e a
identificação do Poder Judiciário nacional competente para conhecer e decidir
sobre questões incidentais conexas à arbitragem e à anulabilidade da sentença
arbitral (MUNIZ, 2015, p.248).

SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA

Destaca Calluf Filho (2009, p. 18-19) que, para as soluções de conflitos


internacionais, as partes de uma arbitragem têm também como vantagem
escolher a legislação aplicável ao litígio, além de poder escolher o local da
arbitragem.

28
Conforme já destacado anteriormente, a lei nº 9.307/96 adota o critério
geográfico para determinação da nacionalidade da sentença arbitral, conforme
adotado pela Convenção de Nova Iorque. Dispõe o art. 34 da Lei nº 9.307/96:

“Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executa


dano Brasil de conformidade com os tratados internacionais com eficácia no
ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente de acordo com os termos
desta Lei.

Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha


sido proferida fora do território nacional”.

Ainda, dispõe o art. 34 da Lei nº 9.307/96:

“Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral


estrangeira está sujeita, unicamente, à homologação do Superior Tribunal de
Justiça.”

O artigo 960 do novo Código de Processo Civil, como no código anterior,


estabelece que a sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil senão depois
de homologada pelo Superior Tribunal de Justiça:

“Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por


ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em
sentido contrário prevista em tratado.”

O novo Código de Processo Civil prevê ainda no parágrafo 3º do art. 960


que além do disposto em tratado e na lei arbitral, as disposições do capítulo VI,
“Da homologação de decisão estrangeira e da concessão do exequatur à carta
rogatória” serão aplicadas à ação de homologação de modo subsidiário.

“Art. 960 (…)

§ 3. A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao


disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições
deste Capítulo.”

29
O reconhecimento que se busca através da homologação deverá ser
obtido unicamente através de processo proposto perante o Superior Tribunal de
Justiça.

Ademais, O novo Código de Processo Civil esclarece que a natureza do


processo de homologação não é de jurisdição voluntária quando prevê no art.
960 que: “a homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de
homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido
contrário prevista em tratado”.

É, portanto, verdadeira ação, com partes, causa de pedir e pedido,


garantindo-se o contraditório (Paumgartten, 2015, p. 413).

A decisão arbitral estrangeira somente terá eficácia no Brasil depois de


transitada em julgado a sentença de homologação que pode ser deferida total
ou parcialmente (art. 961, § 2º do CPC)

O requerimento de homologação da sentença arbitral estrangeira deve


apresentar os mesmos requisitos da petição inicial, em conformidade com o art.
319 do CPC, além de, obrigatoriamente ser instruído com o original da sentença
arbitral ou uma cópia devidamente certificada, autenticada pelo consulado
brasileiro e acompanhada de tradução oficial e o original da convenção de
arbitragem ou cópia devidamente certificada, acompanhada de tradução oficial.

Ausentes os requisitos essenciais a sua propositura não ensejará a


extinção imediata do feito, e assim como ocorre nas demais ações judiciais, o
ministro determinará a emenda da inicial. Caberá, inclusive, pedido de
concessão de tutela de urgência nas ações de homologação de sentença
estrangeira (Paumgartten, 2015, p. 413).

A sentença será constitutiva, pois criará situação jurídica a partir da


eficácia que a sentença estrangeira passará a produzir no Brasil.

Importante destacar que a análise da sentença estrangeira pelo STJ se


restringe à verificação do cumprimento dos requisitos formais exigidos, sem
análise do mérito da decisão proferida, apesar de deter a prerrogativa para
analisar se a mesma ofende os bons costumes, a soberania nacional, a

30
dignidade da pessoa humana e se o objeto é arbitrável segundo a lei nacional.
Nestes casos, o pedido de homologação será necessariamente indeferido
(Paumgartten, 2015, p. 414).

31
REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Álvaro Villaça. Arbitragem. Revista CEJ, Brasília, n. 24, p.


67-74, jan./mar. 2004.

Bochenek, Antônio César e Dalazoana, Vinicius. Competência Cível da


Justiça Federal e dos Juizados Especiais Federais. 3. ed, rev. e atual de acordo
com a Lei 13.105/15 – Novo Código de Processo Civil. Curitiba: Juruá, 2016.

CALLUF FILHO, Emir. Arbitragem Internacional: O local da arbitragem.


Curitiba: Juruá, 2009.

Castro, João Marcos Adede y. Novo Código de Processo Civil


Comentado para concursos – Volume I – Parte Geral – Arts. 1º ao 317 – De
acordo com a Lei 13.256/2016. Curitiba: Juruá, 2016.

CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini,


DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo:
Malheiros, 2012.

MARCATO, Antônio Carlos. Breves considerações sobre jurisdição e


competência. Revista de Processo, n. 66, abr./jun. 1992.

MUNIZ, Joaquim de Paiva. Curso Básico de Direito Arbitral – Teoria


e prática. 3. ed., rev. e atual. Curitiba: Juruá, 2015.

Paumgartten, Michele Pedrosa. Novo Processo Civil Brasileiro – Métodos


adequados de resolução de conflitos – Função judicial – Negociação –
Conciliação – Mediação – Arbitragem – Conforme o Novo Código de Processo
Civil – Lei 13.105 de 16.03.2015. Curitiba: Juruá, 2015.

ROCHA, José de Albuquerque. Teoria Geral do Processo. São Paulo:


Atlas, 2009.

32
SILVEIRA, Artur Barbosa da. Inovações no Processo Civil Brasileiro –
Comentários tópicos ao Novo Código de Processo Civil. 2. ed., rev. e atual. de
acordo com a Lei 13.256/2016. Curitiba: Juruá, 2016.

TEIXEIRA, Guilherme Freire de Barros. Competência. In: TEIXEIRA,


Guilherme Freire de Barros; MOREIRA PINTO, Junior Alexandre. Direito
Processual Civil – Institutos fundamentais – Edição Revista e Atualizada de
Acordo com o Novo Código de Processo Civil. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2016.

33

Você também pode gostar