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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Arbitragem, você conhece?


Á arbitragem pode ser definida, assim, como o meio privado, jurisdicional e alternativo
de solução de conflitos decorrentes de direitos patrimoniais e
disponíveis por sentença arbitral, definida como título executivo judicial e prolatada
pelo árbitro, juiz de fato e de direito, normalmente especialista na matéria
controvertida.

Meio heterocompositivo!! Exigência de um terceiro impositivo. Lei 9307/1996.


A arbitragem é uma técnica que visa a dar a solução de uma questão, que interessa
às relações entre duas pessoas, por uma ou mais pessoas – o árbitro ou árbitros –
que detêm os seus poderes de uma convenção privada e julgam com base nessa
convenção, sem serem investidos dessa missão pelo estado
Já o mestre Carlos Alberto Carmona enxerga a arbitragem como um meio
heterocompositivo de solução de litígios que se distancia da mediação e da
conciliação na medida em que as últimas se referem a meios autocompositivos de
soluções de litígios. O nobre conhecedor da matéria da arbitragem, a rigor a define
como: “um mecanismo privado de solução de litígios, através do qual um terceiro,
escolhido pelos litigantes, impõe a sua decisão, que deverá ser cumprida pelas partes
Arbitragem! surgimento histórico. A arbitragem é um dos mais antigos meios de
composição de conflitos pela heterocomposição, ou seja, a solução do conflito por um
terceiro imparcial.
Antiguidade, presente no pentateuco - entre Jacó e Labão; Roma Antiga- sempre
aceita;
CC 2016-Meios indiretos de pagamento- “‘Compromisso”- (Art.1037 a 1048);
CPC 1973- exigia a homologação do então denominado “laudo arbitral” (hoje
equivalente à sentença arbitral), por sentença judicial com todos os recursos
inerentes.
Lei de Arbitragem e suas atualizações(9307/1996).
Marcos no Brasil 1996 2015 Década de 1990 Lei. 9307/1996 - Lei de arbitragem
Década de 2010 Lei 13.129/2015. A administração pública direta e indireta poderá
utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.
Natureza Jurídica. Não é pacífica a essência da arbitragem, formando-se a esse
respeito três correntes, muito bem descritas por J. E. Carreira Alvim: (a) uma privatista
(ou contratualista), sendo Chiovenda o precursor; outra, publicista (ou processualista),
com Mortara à frente; e a intermediária (ou conciliadora), tendo como expoente
Carnelutti.
Primeira corrente. A primeira corrente relega o procedimento arbitral, por inteiro, à
esfera contratual, e os árbitros só podem dispor sobre o “material lógico” da sentença,
que restaria na esfera privada, e que o juiz, através do decreto de executoriedade,
transforma numa sentença, consistente no somatório de um juízo lógico e de um
comando.
Segunda corrente. A segunda corrente vê na convenção arbitral – que é um negócio
jurídico privado – a fonte dos poderes dos árbitros, ou, antes, da vontade das partes,
mas é a vontade da lei que lhes permite celebrá-la. Em outros termos, sobrelevam o
aspecto processual do contrato de compromisso, cujo principal efeito seria a
derrogação das regras de competência estatais.
Terceira corrente. A terceira corrente sustenta, de um lado, que a decisão do árbitro
não é uma sentença, porquanto precisa do decreto de executoriedade (não só para
ser executiva, mas também, para ser obrigatória), de outro lado, o árbitro e o juiz
concorrem para a formação da decisão da controvérsia, o que evidencia que a
sentença (e também o juízo) é constituída tanto pelo laudo como pelo decreto do
magistrado.
Ao final, o eminente Desembargador de Minas Gerais Carreira Alvim conclui que a
arbitragem brasileira, depois do advento da Lei n. 9.307/96, tem a natureza da
instituição tem caráter jurisdicional, salvo no que concerne à sua origem e sua
essência, por resultar de vontade entre as partes.
VANTAGENS!!!
a) Especialização: na arbitragem, é possível nomear um árbitro especialista na
matéria controvertida ou no objeto do contrato entre as partes. A solução judicial de
questões técnicas impõe a necessária perícia que, além do tempo que demanda,
muitas vezes não conta com especialista de confiança das partes do ponto de vista
técnico.
b) Rapidez: na arbitragem, o procedimento adotado pelas partes é abissalmente mais
célere que o procedimento judicial. c) Irrecorribilidade: a sentença arbitral vale o
mesmo que uma sentença judicial transitada em julgado e não é passível de recurso.
c) Informalidade: o procedimento arbitral não é formal como o procedimento judicial e
pode ser, nos limites da Lei 9.307/1996, estabelecido pelas partes no que se refere à
escolha dos árbitros e do direito material e processual que serão utilizados na solução
do conflito.
d) Confidencialidade: a arbitragem pode ser sigilosa e nesse particular diverge da
publicidade que emana, em regra, dos processos judiciais a teor do art. 189 do CPC.
Requisitos.
Capacidade e Direito Patrimonial disponível. O Tribunal de Mediação e Arbitragem do
Estado do Rio Grande do Sul faz a seguinte definição: são aqueles referentes a
patrimônio em que as partes podem usar, gozar e dispor, que podem transacionar
livremente, de acordo
com a vontade, pactuando entre si situações em conformidade com seus
anseios.
CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
A arbitragem pode ser classificada em:
Ad Hoc É aquela em que as regras do processo são determinadas pelos participantes,
é claro, em consonância direta com as Leis da Arbitragem.
Direito:
É aquela em que o ÁRBITRO toma a decisão baseando-se nas normas de direito
positivo. São empregados apenas argumentos objetivos.
Equidade:
É aquela em que o ÁRBITRO pode tomar a decisão baseando-se no seu
sentimento de justiça, considerando as circunstâncias particulares do caso que está
sendo arbitrado.
§3º A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e
respeitará o princípio da publicidade.

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS.

MEDIADOR E MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL – LEI 13.140/2015.


• Nesse sentido, o art. 3º e parágrafos do novo CPC consagra o princípio constitucional
da inafastabilidade do controle jurisdicional e ressalta a importância da arbitragem, da
conciliação e da mediação como formas alternativas e preferíveis para a solução das
controvérsias, ao prescrever que, “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça
ou lesão a direito”.
CPC/2015.
• “é permitida a arbitragem, na forma da lei”;
• “o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos” e
• “a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial”.
MEDIADOR JUDICIAL X EXTRAJUDICIAL
Mediador.

O mediador é uma pessoa selecionada para exercer a função pública de auxiliar as


partes a compor a disputa. No exercício dessa importante função, ele deve agir com
imparcialidade e ressaltar às partes que ele não defenderá nenhuma delas em
detrimento da outra– pois não está ali para julgá-las e sim para auxiliá-las a melhor
entender suas perspectivas, interesses e necessidades. O mediador, uma vez
adotada a confidencialidade, deve enfatizar que tudo que for dito a ele não será
compartilhado com mais ninguém, excetuado o supervisor do programa de mediação
para elucidações de eventuais questões de procedimento.
Observa-se que uma vez adotada a confidencialidade, o mediador deve deixar claro
que não comentará o conteúdo das discussões nem mesmo com o juiz. Isso porque
o mediador deve ser uma pessoa com quem as partes possam falar abertamente sem
se preocuparem com eventuais prejuízos futuros decorrentes de uma participação de
boa féna mediação.
FONTE: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. - CNJ
LEI 13.140/2015 • Art. 4º O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas
partes.
• § 1º O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes,
buscando o entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito.
• § 2º Aos necessitados será assegurada a gratuidade da mediação.
Auxiliar da Justiça.
• Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e
suspeição do juiz.
• Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de
revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que
possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o
conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas.

Impedimento.
• Art. 6º O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última
audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das
partes.
• Art. 7º O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha
em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como
mediador.
Equiparação a servidor público.
• Art. 8º O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de mediação,
quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor
público, para os efeitos da legislação penal.
Dos Mediadores Extrajudiciais
• Dos Mediadores Extrajudiciais
• Art. 9º Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que
tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação,
independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou
associação, ou nele inscrever-se.
• Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos.
• Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou
defensor público, o mediador suspenderá o procedimento, até que todas estejam
devidamente assistidas.
Dos Mediadores Judiciais Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa
capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição
reconhecida pelo
Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de
formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os
requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com
o Ministério da Justiça.
• Art. 12. Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores
habilitados e autorizados a atuar em mediação judicial.
• § 1º A inscrição no cadastro de mediadores judiciais será requerida pelo interessado
ao tribunal com jurisdição na área em que pretenda exercer a mediação.
• § 2º Os tribunais regulamentarão o processo de inscrição e desligamento de seus
mediadores.
• Art. 13. A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais
e custeada pelas partes, observado o disposto no § 2ºdo art. 4º desta Lei.
• A mediação extrajudicial deve ser buscada espontaneamente pelas partes que estão
envolvidas no problema e que não conseguem resolvê-lo.
• Nesses casos, o mediador será escolhido pelas partes. Sobre ele recaem as
mesmas hipóteses legais de impedimento ou suspeição que incidem sobre os
magistrados, previstas no art. 145, do novo CPC.
• Além disso, de acordo com as regras previstas contratualmente pelas partes, existem
prazos, mínimos e máximos, local para a realização da primeira reunião de mediação,
contado a partir da data do recebimento do convite, e penalidade no caso de não
comparecimento da parte convidada.
• Caso não tenham previsão contratual completa entre as partes, é necessário
observar alguns critérios para poder realizar a primeira reunião de mediação como:
um prazo mínimo de dez dias úteis, e máximo de três meses, contados a partir do
recebimento do convite para manifestação; terá um local adequado para uma reunião
que possa envolver informações confidenciais; será elaborada uma lista com cinco
nomes de mediadores capacitados - assim, a parte convidada poderá escolher e, caso
não se manifeste, será considerado o primeiro nome da lista.
• Caso a parte convidada à primeira reunião de mediação não compareça, e
posteriormente ela entre com um procedimento arbitral ou judicial que envolva o
mesmo assunto da mediação para a qual foi convidada, ela acarretará a aceitação de
pagar cinquenta por cento das custas e honorários sucumbência - que é quando a
parte perdedora no processo é obrigada a arcar com honorários do advogado da parte
vencedora.
Da Mediação Extrajudicial
• Da Mediação Extrajudicial
• Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de mediação extrajudicial poderá ser
feito por qualquer meio de comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a
negociação, a data e o local da primeira reunião.
• Parágrafo único. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado
se não for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento.
• Art. 22. A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:
• I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação,
contado a partir da data de recebimento do convite;
• II - local da primeira reunião de mediação;
• III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
• IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira
reunião de mediação.
• § 1º A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima
enumerados pela indicação de regulamento, publicado por instituição idônea
prestadora de serviços de mediação, no qual constem critérios claros para a escolha
do mediador e realização da primeira reunião de mediação.
• § 2º Não havendo previsão contratual completa, deverão ser observados os
seguintes critérios para a realização da primeira reunião de mediação:
• I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados a partir
do recebimento do convite;
• II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais;
• III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de
mediadores capacitados; a parte convidada poderá escolher, expressamente,
qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada não se manifeste,
considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista;
• § 3º Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não
contenham cláusula de mediação, o mediador extrajudicial somente cobrará por seus
serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de mediação e permanecer,
voluntariamente, no procedimento de mediação.
• Art. 23. Se, em previsão contratual de cláusula de mediação, as partes se
comprometerem a não iniciar procedimento arbitral ou processo judicial durante
certo prazo ou até o implemento de determinada condição, o árbitro ou o juiz
suspenderá o curso da arbitragem ou da ação pelo prazo previamente acordado ou
até o implemento dessa condição.
• Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência em que
o acesso ao Poder Judiciário seja necessário para evitar o perecimento de direito.
• Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso, as partes poderão
submeter-se à mediação, hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro a suspensão
do processo por prazo suficiente para a solução consensual do litígio.

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