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TEORIA GERAL

DO PROCESSO
Prof.ª Carine Cruz
Acesso à justiça e modos adequados de
composição de conflitos.

O direito de acesso à justiça estabelecido no art. 5º da Constituição


Federal – CF/88, além do acesso formal aos órgãos judiciários, significa,
sobretudo, o acesso à ordem jurídica justa.

Desse modo, o Poder Judiciário tem o dever de estabelecer meios que


proporcionem o tratamento adequado dos conflitos sociais através do
processo contencioso célere e efetivo, e também através de outros
métodos adequados de solução de conflitos – MASCs.
Arbitragem: o que é e quando pode ser usada no Direito.

A arbitragem é, em resumo, uma forma de solucionar conflitos fora


do Poder Judiciário. No entanto, as decisões emitidas por um ou mais
árbitros possuem força de sentença judicial.

Arbitragem é o julgamento de um litígio feito por um terceiro imparcial


e escolhido pelas partes: o árbitro. É uma espécie de heterocomposição
de conflitos, desenvolvida em trâmites mais simplificados e informais
do que em um processo jurisdicional.
Características da Arbitragem
A saber, para escolher esse procedimento os envolvidos precisam ser
MAIORES DE IDADE E CAPAZES. Sua utilização fica a critério das partes,
ou seja, NÃO É COMPULSÓRIA. Além disso, diferente de um
processo judicial tradicional, o processo arbitral é SIGILOSO.

Este é um método privado, em outras palavras, há custos envolvidos,


de acordo com o tipo de conflito e com a câmara escolhida. As partes
envolvidas no conflito ficam responsáveis por eleger um ou mais
árbitros, IMPARCIAIS e experientes na área da disputa, para analisar o
caso.
Procedimento de arbitragem
O procedimento arbitral exige os seguintes princípios:

• Do contraditório;
• Da igualdade das partes
• Da imparcialidade do árbitro;
• De seu livre convencimento.
Importanteeee!!!
As partes podem postular por intermédio de advogados, e ficam livres
para definir quem as represente ou assista no procedimento. O árbitro
ou tribunal arbitral, por outro lado, deve, no início do procedimento,
tentar a conciliação das partes.

Também lhes cabe a possibilidade de tomar depoimento das partes,


ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias. Caso haja a
necessidade de medidas coercitivas ou cautelares, os árbitros podem
solicitá-las ao órgão do Poder Judiciário que originalmente julgaria a
causa.
Lei de Arbitragem: Lei nº 9.307/96

Responsável por regular a arbitragem no Brasil. Logo no artigo 1º,


determina que aqueles que têm condições de contratar esse tipo de
serviço podem utilizá-lo para resolver litígios relacionados a direitos
patrimoniais.
Onde a arbitragem pode ser realizada?

A arbitragem pode ser realizada nas câmaras de arbitragem, empresas


consideradas como centros de justiça privada, sem caráter estatal. A
operação desses locais tem como base a Lei de Arbitragem, e as partes
devem conhecer seu regulamento.

As câmaras de arbitragem têm competência para resolver diversas


questões que envolvam direitos disponíveis. Isso inclui questões
societárias, contratos trabalhistas, disputas imobiliárias e outras que
são passíveis de resolução com valores monetários.
Profª. quais as Vantagens e desvantagens da arbitragem ?

Vantagens:

• Rapidez
• Não são cabíveis recursos diante de uma sentença arbitral.
• Sigilo ( o que pode evitar o constrangimento de uma exposição
pública)
• Em alguns casos os custos da arbitragem sejam inferiores àqueles
gastos em ações judiciais.
Desvantagens:
• Os custos com a arbitragem podem acabar saindo mais caros do que
o esperado. Por isso, o procedimento é indicado apenas para
contratos com valores mais elevados;

• Os honorários que devem ser pagos aos árbitros são definidos pelas
câmaras arbitrais com base em tabelas atreladas ao valor da disputa;

• A impossibilidade de recurso da decisão arbitral.


Exemplos de Arbitragem

A arbitragem se restringe às possibilidades de contratação dos


interessados e aos direitos patrimoniais disponíveis. Dessa forma,
estão excluídos os direitos disponíveis como Filiação, Estado das
pessoas, Casamento, Poder familiar e Questões de direito penal.

Contudo, os reflexos patrimoniais relacionados a essas questões podem


ser resolvidos pela arbitragem. Exemplos disso são a partilha do
patrimônio em uma separação e os danos decorrentes de fato típico.
Direito Processual x Direito Material e
Normas processuais no tempo e no
espaço
Distinção entre as normas de Direito Material e as normas de Direito
Processual.

O direito material dá o conteúdo do direito: diz respeito aos fatos


jurídicos, ou aos bens da vida, os bens jurídicos. O processo, que é um
instrumento, nos apresenta uma forma de proteção destes direitos. O
direito processual regulamenta o processo.
O QUE É DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL?

“O direito material é o conjunto de normas que atribuem direitos aos


indivíduos, trata das relações entre as partes, é o interesse primário, a
própria relação subjetiva, por exemplo o direito à vida, o direito ao
nome, o direito à privacidade, etc. Quando esses direitos são violados,
entra em cena odireito processual, que é o conjunto de regras que
organizam oinstrumento pelo qual se buscará o reparo à violação do
direito material, é um interesse secundário, e que se trata de uma
relação triangular, pois o juiz passa a intermediar o conflito entre as
partes.”
Interpretação da Lei Processual. Normas
processuais no tempo e no espaço. Eficácia
temporal. Tutela jurisdicional.

Interpretar a lei é uma atitude necessária para sua aplicação. Diante


de um dispositivo normativo (Constituição, CPC, Ato Normativo etc.),
é necessário mensurar o conteúdo, o sentido e o alcance desse
dispositivo. Essa mensuração é o que devemos chamar de
interpretação.
Estudar Métodos de Interpretação da Lei Processual.
Lei Processual Civil no Tempo e no Espaço
Quanto à aplicação da lei processual no espaço, você precisa saber de
que as leis processuais civis têm validade e eficácia em todo o território
nacional, de acordo com o art. 16 do CPC.

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em


TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, conforme as disposições deste
Código.
Logo, a jurisdição (ato de dizer o direito) ocorre em todo o território
nacional. Como a jurisdição (forma de dizer o direito) é regulamentada
pelo Direito Processual Civil, conclui-se, logicamente, que as normas
processuais civis se aplicam em todo o território nacional.
Já quanto à aplicação da lei processual civil no tempo, é necessário
considerarmos dois aspectos: a vigência da norma e sua forma de
aplicação intertemporal.

Vigência: A lei processual civil obedece à regra de vigência estabelecida


na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), que, em
seus arts. 1º e 2º, dispõe: (ler artigo)
ATENÇÃO!!!
O intervalo temporal existente entre a publicação da lei e o início de
seu vigor chama-se vacatio legis. O CPC, conforme o art. 1.045,
submeteu-se à vacatio legis específica de um ano. Logo, as normas do
CPC passaram a vigorar depois de um ano da data de sua publicação.

A exemplo das outras normas jurídicas, o vigor da norma processual


civil existirá até que uma lei posteriormente publicada a modifique ou
revogue, ou até que uma nova lei disponha sobre temas de forma
incompatível com as normas da lei anterior
Observação:
As normas do CPC são consideradas normas especiais. Portanto, se
uma norma geral, que não de destine a regular especificamente algum
aspecto processual, dispuser sobre um tema de forma incompatível
com o CPC, prevalecerá a regra do CPC, por ser norma especial, ainda
que mais antiga que a lei nova.
Tutela jurisdicional
Ela é um amparo gerado por um juiz para a parte que tem razão no
processo. O seu objetivo é melhorar a situação de uma pessoa ou de
um grupo de pessoas, em relação ao bem pretendido ou à situação
desejada e solicitada na ação. De maneira simplificada, a tutela
jurisdicional é concedida para o autor ou para o réu. Ela é conferida a
pessoas, e a ideia é garantir os seus direitos.
Tipos de tutela jurisdicional
De conhecimento: garante a certeza do direito requerido.
Meramente declaratória: tem como função colocar fim à incerteza da existência ou
inexistência de uma relação jurídica pré-existente.
Constitutiva: caracterizada pela criação, modificação ou extinção de uma relação jurídica.
Condenatória: definida pelo reconhecimento de uma relação jurídica. Em seguida ela
atribui uma obrigação, seja de fazer, não fazer ou de dar alguma coisa.
Mandamental: o juiz ordena que a decisão seja cumprida, a partir de medidas coercitivas.
Executiva: obriga o devedor a cumprir com obrigação, seja pagar algum valor, entregar
alguma coisa, fazer ou deixar de fazer.
Cautelar ou inibitória: promove o provimento jurisdicional para o autor, evitando que o
direito não seja respeitado.
Diferenciada: tutela adequada ao direito material.
Antecipada: procura adiantar uma parte ou os efeitos da decisão final do processo.
Para que serve a tutela jurisdicional?

A tutela jurisdicional visa garantir a tutela de direitos ou de situação


pelo processo. É um olhar do direito processual, que destaca o
resultado do processo como garantia de um direito material. Assim, ela
serve para assegurar o direito das partes envolvidas, uma vez que o
Estado tem como função, nesse sentido, a resolução de conflitos.
Como funciona a tutela jurisdicional?

• A tutela jurisdicional ocorre a partir da ação judicial. Durante o


processo, o juiz decidirá quem está com a razão, e, então, tomará
uma decisão a seu favor. Ela permitirá que este direito seja
respeitado.
Quem tem direito à tutela jurisdicional?

O direito é garantido para a parte considerada correta


no processo, conforme o julgamento do juiz que está
lidando com o caso.
https://imainstituto.com.br/arbitragem-o-que-e-e-quando-pode-ser-us
ada-no-direito/#:~:text=Arbitragem%20%C3%A9%20o%20julgamento%
20de,que%20em%20um%20processo%20jurisdicional
.

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/tutela-jurisdicional/446307828

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