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Direito Processual Civil I (4º semestre)

 Conceito: se trata da relação das pessoas que participam do processo, bem como
da relação processual entre elas. Ocorre por meio do processo e procedimento e
envolvem a participação de um magistrado no processo (juiz, ônus da prova e
partes).

 As fontes da norma processual se subdividem em: formais: lei, analogia, doutrina,


sumulas vinculantes e decisões proferidas pelas decisões definitivas de mérito.
Informais: doutrina e jurisprudência.

 Lei processual civil no tempo: tem eficácia e validade de caráter exclusivo em


todo o território brasileiro, vide art. 16 do CPC, sempre, ressalvando as
disposições específicas previstas em tratado, convenções ou acordos
internacionais

 Em regra, as normas processuais indicarão o prazo de vacatio legis, mas caso não
indique, respeitarão o disposto no art. 1 da LINDB (45 dias para vigorar dentro
do Brasil, possuindo vigência até que lei posterior a revogue). Obs: prazo de 90
dias para lei e tratados internacionais entrarem em vigor no país.

 A lei nova deve sempre respeitar os atos processuais já realizados e consumados,


só atingindo aqueles que ainda virão.

 Princípios do direito processual civil: são feitos por meio de rol exemplificativo.

a) Art. 1 do CPC: O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado


conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
b) Princípio do devido processo legal (formal e substancial): ninguém será
privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, art. 5,
LIV da CF.
c) Princípio da motivação da decisão: por determinação constitucional,
todas as decisões será fundamentadas, sob pena de nulidade.
d) Princípio do contraditório: art. 5 LV, aos litigantes e acusados, são
assegurados os direitos de contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela referentes. Formal: sentido de ser informado +
possibilidade de reagir. Substancial: possibilidade efetiva de influir na
decisão. Nesse caso, importa a boa-fé objetiva. Contraditório inútil:
quando a parte apresenta pedido que contrarie matéria já analisada pelo
STF e STJ nos casos que não necessitem de fase instrutória, o juiz julgará
independente de citação do réu.
e) Duração razoável do processo: com a finalidade de que todos os
processos tenham o final almejado no menor tempo possível e que o juiz
conduza o processo com toda a presteza.
f) Isonomia: exige que o judiciário trate com igualdade todas as partes.
g) Publicidade dos atos processuais: todos os processos são públicos, sendo
necessário assegurar a transparência. Exceção dos casos de sigilo, quando
a defesa da intimidade ou o interesse público ou social o exigirem. Tal
regulamentação, vide art. 189 do CPC.
 Jurisdição e competência: Jurisdição no sentido da parcela do poder que o Estado
designa aos órgãos judiciais para legislar, adequar e solucionar as lides.
Contenciosa: quando as partes não entram em um consenso para solucionar o
conflito, dar-se-á ao judiciário, o poder para realizar coisa julgada material.
Voluntária: nos casos em que a administração atípica do Estado para solucionar
a lide nos procedimentos especiais, chamam-se interessados (ao invés de partes).
 Competência: determinará a parcela de exercício de jurisdição atribuída a
determinado órgão, em relação às pessoas, à matéria ou ao território.
 Condições da ação: legitimidade ad causam: conforme art. 18 CPC em regra, as
pessoas só podem ir a juízo, na condição de partes para postular e defender direitos
que alegam ser próprios, e não alheios, exceto nos casos raros e incomuns, ex:
Ministério Público, nas ações coletivas em que figura como autor. Interesse de
agir: conforme art. 17 do CPC, para ajuizar ação, é necessário que o interesse de
agir seja feito de forma adequada e legítima.
 Elementos da ação: servem para identificar a ação, são eles: as partes (autor e réu,
mesmo que seja incapaz e representado), pedido: pode ser imediato se postulando
em juízo para que o juiz defira ou não tal pedido, como é o caso de condenação
do réu, que constitua ou desconstitua uma relação jurídica; que declare a sua
existência. Já o pedido mediato, por sua vez, é o bem da vida pretendido. P.Ex.:
numa ação de cobrança, o pedido mediato (bem da vida) é a quantia em dinheiro
que o demandante pretende receber, além disso, o pedido deve ser certo (objeto)
e determinado (pedido), com base nos artigos 322 e 324 do CPC. Causa de pedir:
indica os fatos e os fundamentos jurídicos, conforme o art. 319 do CPC para
Petição Inicial, ou seja, o direito que o autor quer que seja aplicado ao caso e o
que o direito diz sobre tal assunto, sempre levando em consideração os
fundamentos jurídicos e a norma geral & abstrata. Já os fatos são aqueles
acontecimentos concretos e específicos que ocorreram na vida do autor e que o
levaram a buscar o Poder Judiciário, para postular o provimento jurisdicional.

 Dos sujeitos do processo: em regra, é um triangulo entre autor. Estado e réu,


sendo o Estado demandante ou demandado.

 Partes: para ser parte, exige-se capacidade processual nos termos da legislação
civil, o incapaz será assistido ou representado por seus pais, tutor ou curador,
também de acordo com a legislação civil

 Em casos de audiência de representação, por ausência ou revelia de réu preso, o


juiz nomeará curadoria especial para a defensoria pública representar. Capacidade
postulatória é a capacidade de postular perante o Poder Judiciário (em regra,
advogados, promotores e defensores). Não se admite que o adv. postule ação sem
procuração, salvo preclusão, decadência, prescrição ou outra urgência.

 Direitos e deveres das partes: art. 77 CPC: expor a verdade – não formular defesa
quando não houver fundamentação para tal – não praticar atos inúteis ou
desnecessários - cumprir as decisões com exatidão – declarar corretamente o
endereço – não praticar inovação ilegal ou direito litigioso.

 Despesas e multas: em regra, autor antecipa as custas processuais, arcando


inicialmente com o valor (ex: perícia), autor também arca com atos de ofício ou a
requerimento do MP.

 A gratuidade da justiça é fornecida a todos aqueles que alegarem situação de


pobreza na acepção jurídica do termo, que não podem prover as custas sem
prejuízo de suas condições básicas. Terão gratuidade de todas taxas e custas
judiciais, selos postais, despesas com publicação na imprensa, indenização a
testemunhas, despesas com exames, honorários de advogado e perito, custos de
elaboração de memória de cálculo, depósitos para interposição de recursos, e
emolumentos devidos a notários ou registradores, contudo, o juiz pode deferir
alguns ou todos aos atos processuais. Isso não afasta a parte de pagar no final as
medidas determinadas pelo magistrado. PJs também podem requerer justiça
gratuita.

 Advogados: Ao final da ação, todas as despesas e custas serão arcadas pela parte
vencida, bem como os honorários advocatícios e sucumbenciais da parte
vencedora, fixados pelo juiz na porcentagem de 10 a 20% do valor da causa.
Alguns critérios: zelo do profissional, natureza da causa, tempo pelo serviço e o
lugar. Obs: porcentagem para fixação de honorários envolvendo a fazenda pública
é diferente e leva em consideração o critério quantitativo do valor da causa.

 Sucessão das partes e procuradores: ocorre de duas maneiras previstas pelo CPC.
A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular,
onde não se altera a legitimidade, exceto se o concessionário permitir, como
exemplo: venda de veículo e transferência de titularidade. Ocorre também pela
morte de uma das partes, ou seja, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos
seus sucessores. Existe uma diferença entre sucessão, substituição (quando o
terceiro age em nome próprio com interesse de defender direito alheio, ex:
sindicato) e representação (representante age em nome do representado, ex:
curador). Na sucessão dos procuradores, o advogado precisa nomear o novo adv
e deve atuar no processo durante 10 dias até o novo dar início.

 Pluralidades da partes: quando há mais de duas partes tanto como autor quanto ao
réu.

 Litisconsórcios: é a existência de pluralidade de partes em um dos pólos do mesmo


processo e conexão entre os pedidos. Seja mais de um réu (passivo), mais de um
autor (ativo) ou mais de um réu e autor simultaneamente (misto). Litisconsórcio
inicial ou originário: quando se inicia desde a petição inicial e Litisconsórcio
inicial ou originário, quando ocorre depois do início do processo.

 Litisconsórcio necessário ocorre por determinação oficial ou quando o objeto da


lide exige, não pode ser dispensado pelas partes e obrigatório. Facultativo: aquele
eu se estabelece por vontade das partes, sendo recusável ou irrecusável. O
Litisconsórcio multitudinário, plúrimo ou múltiplo: aquele em que há grande
número de litisconsortes ativos facultativos em um processo. Permite-se que o juiz
desmembre tal litisconsórcio de ofício ou a pedido da parte ré (ART 113, §1º).
 Litisconsórcio simples se dá quando a matéria das decisões pode ser dada de forma
diferente. O unitário se dá quando a demanda deve ser decidida de forma idêntica
para os litisconsortes.

 Litisconsortes com procuradores diferentes: É possível que constituam o mesmo


procurador, ou procuradores diferentes. No segundo caso, terão todos os prazos
processuais para se manifestar nos autos em dobro, vide art. 229 do CPC, desde
que não sejam do mesmo escritório e que o processo não seja eletrônico, pois
nesses casos o prazo será simples, cada um terá o direito de promover o andamento
do processo, sendo necessária a intimação de todos os procuradores, a respeito
dos atos processuais (CPC, art. 118). Tal critério vale para litisconsórcio simples
ou unitário, mesmo no unitário, os litisconsortes podem ter advogados diferentes,
e todos deverão ser intimados. Esse critério não vale para processo eletrônico,
natureza de juizado e quando apenas um litisconsorte entra com recurso.

 Suspensão do processo = suspensão do prazo.

 Intervenção de terceiros: quando alguém ingressa como parte ou coadjuvante no


processo pendente ou em outras por interesse próprio, sempre de forma voluntária.
Intervenção de força espontânea ou Intervenção provocada: situação em que
uma das partes do processo, chama um terceiro para integrar a demanda. CPC (art.
15).

 Assistência: um terceiro alheio solicita ingresso para auxiliar uma das partes,
desde que haja interesse jurídico, vide art. 119 do CPC. O assistente pode requerer
em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, contudo, receberá o
processo no estado em que se encontra, as partes tem o prazo de 15 dias para
impugnar o pedido. Cabe agravo de instrumento sobre a decisão do pedido de
assistência, conforme art. 1015, IX, CPC. Pode ser simples: para quando
interessado deseja auxiliar uma das parte com sentença favorável, quando a parte
não recorrer, o interessado também não poderá fazê-lo. Litisconsorcial ou
qualificada: possui direito integral da demanda, o interessado é considerado
agente diverso e pode praticar atos sem subordinar-se aos atos praticados pelo
assistido
 Denunciação a lide: quando o autor ou réu formulam demanda contra o
terceiro, ou seja, o traz para o processo (ação incidente). No caso da denunciação
feita pelo autor, já disposta na petição inicial, o denunciado poderá assumir a
posição de litisconsorte e aditar a inicial, entretanto, a denunciação feita pelo réu
(a mais comum) é realizada na contestação. Ao final, a sentença julgará sobre o
pedido e a denunciação ao mesmo tempo

 Chamamento ao processo: é direito assegurado ao réu (apenas a ele) para


integrar no pólo passivo aos correspondentes daquela obrigação, ou seja, a
condenação é solidária, essa ação visa economia processual, como por exemplo,
em caso de um fiador chamar outro fiador.

 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: procedimento usado


para desconsidera a personalidade de uma empresa jurídica em casos de fraude,
desvio de função usado tanto na desconsideração da personalidade da pessoa
jurídica, para se chegar aos bens do sócio, como também na desconsideração da
personalidade do sócio, para se chegar nos bens da pessoa jurídica. Ela é cabível
em todas as partes do processo de conhecimento, decidida por decisão
interlocutória e pode caber agravo de instrumento. A instauração do incidente
suspenderá o processo, e o sócio ou PJ tem o prazo de 15 dias para se manifestar.

 Amicus curiae: ou amigo da corte, é assegurado para que o terceiro possa por
meio de uma intervenção institucional (sem interesse jurídico), pleitear
argumentos e informações proveitosas à apreciação da demanda, como moral,
político, acadêmico, intelectual ou outro. O magistrado pode analisar qualquer
uma das partes a quem pleiteei direito de ação, para solicitar ou admitir a
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 dias de sua intimação, vide art. 138
CPC.

 Juiz: são assegurados direitos e deveres relacionados ao magistrado, elencados no


art. 139 do CPC. Ex: I- dever de assegurar igualdade entre as partes II – duração
razoável III - prevenir ou prevenir ato atentatório à dignidade da justiça e indeferir
postulações meramente protelatórias IV - determinar todas as medidas indutivas,
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias V – promover auto-
composição - exercer poder de polícia quando necessário - quando reparar várias
proposições repetitivas, nomear MP ou defensoria pública para ingressar ação
coletiva.

 Suspeição e impedimento do juiz: o impedimento veda o juiz de atuar na causa


por conta de algum aspecto aferível de maneira objetiva que coloque em dúvida
sua imparcialidade e aos princípios fundamentais, são eles: quando de alguma
forma participou do processo (perito, testemunha, membro do MP), quando já
proferiu decisão em outro grau, quando seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive, estiver postulando como adv, MP ou defensor ou quando um desses for
parte. Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das
partes. A suspeição acontece nas situações em que o motivo que coloca em dúvida
a imparcialidade do juiz é de ordem subjetiva, isto é, nas situações em que o juiz:
é amigo ou inimigo de uma das partes ou do advogado; receber presente de
pessoas que tiveram interesse antes ou depois da propositura ou aconselhar as
partes sobre qualquer coisa sobre objeto da causa; quando qualquer das partes for
sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes,
em linha reta até o terceiro grau, inclusive; ou quando se interessar em favor de
qualquer uma das partes.

 Sujeitos especiais: MP, advocacia pública, defensoria pública

 Dos atos processuais: são os atos jurídicos que envolvem ao decorrer do processo,
em regra, são públicos, exceto nos casos de segredo de justiça.

 Negócio jurídico é a nova adaptação trazida pelo CPC sobre adaptações dentro do
processo. Ou seja, pode-se estipular por consenso mudanças nos atos legalmente
previstos, adaptando seus ônus, poderes, faculdades e deveres à realidade
específica do caso em concreto, bem como o prazo dos respectivos atos. O juiz se
pronuncia por meio de sentenças (fim do processo); despacho (outros provimentos
praticados); decisões interlocutórias (que põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum ou execução); atos ordinatórios (praticados pelos demais
servidores públicos, vista, juntada).

 Ato processual no tempo e no espaço: são contados em dias úteis (lei 9.099) - para
lei omissa e sem tempo determinado, a regra é de 05 dias – prazo começa a ser
contado no dia útil seguinte ao da publicação (dia posterior ao publicado no diário
eletrônico) – atos praticados antes do termo inicial são considerados tempestivos
– parte pode renunciar seu prazo se fizer de maneira expressa – os prazos são
contados excluindo o dia do começo e excluindo o último – mais indivíduos =
prazos individuais – suspensão do prazo entre 20 de dezembro a 20 de janeiro,
conforme recesso forense. Mais prazos no art. 231 do CPC. MP, defensoria
pública, NPJs das faculdades, entidades que prestem serviço para defensoria
pública e fazenda pública (União, Estados, Municípios, Distrito Federal,
autarquias e fundações públicas) detém prazo em dobro.

 Comunicação: feita por intimação ou citação. A citação é feita para convocar


alguém no polo passivo da ação, inaugurando-se a relação processual (triangular)
e, consequentemente, dando origem ao processo, somente dois casos podem
desconsiderar o uso da citação, são eles: indeferimento da petição inicial ou de
improcedência liminar do pedido. A citação deve ser feita pessoalmente, ou na
pessoa do representante legal ou procurador do réu, não pode ser feita enquanto
alguém participa de culto religioso, durante 07 dias da morte do réu, dos noivos
nos 03 primeiros dias, do doente em estado gravo ou do mentalmente incapaz.
Ordem da citação: Local desconhecido, incerto, inacessível > edital > curador
especial Se oculta > hora certa > revelia > curado especial. A intimação é a
comunicação sobre todos os demais atos processuais

 Atos da comunicação processual e atos fora da circunstancia territorial do juízo:


carta rogatória (para estrangeiro); carta precatória (de uma comarca para outra);
carta de ordem (de um juízo superior a um inferior).

 Nulidade: podem ser relativas ou absolutas. As relativas são parciais e podem ser
sanadas, atingem somente uma das partes e são declaradas após reconhecimento
da parte prejudicada. Nas absolutas o prejuízo é presumido, atingem um propósito
de interesse público, de extrema importância para o processo, e são alegadas pelas
partes e reconhecidas de ofício pelo juízo. A nulidade não pode ser alegada por
quem foi privilegiado (a ninguém é dado valer-se da sua própria torpeza). Além
disso, a nulidade relativa deve ser alegada na primeira oportunidade em que
couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão (art. 278), salvo se se tratar
das nulidades que o juiz deva declarar de ofício (par. único), as absolutas são
precluem, exceto depois de transcorrido in albis o prazo de ação rescisória. O ato
anulado ocasiona também a anulação dos atos que dele decorreram.

 Ineficácia: é a inobservância de forma essencial, estrutural, que constitua


pressuposto processual de eficácia. Pode ser alegada a qualquer tempo e não
preclui, após observância, o juiz determinará a renovação dos atos e se processo
estiver concluído, poderá ser alegado em ação declaratória de ineficácia,
impugnação ao cumprimento de sentença ou em embargos à execução.

 Formação, suspensão e extinção do processo:

1. Formação se concretiza com a citação da parte ré, porém, nada impede


que seus efeitos possam retroagir até a petição inicial, ao réu, os efeitos
apenas serão produzidos após sua devida integração na relação processual,
isto é, quando de sua citação.
2. Suspensão se dá nas hipóteses elencados no art. 313 do CPC, são alguns
exemplos: I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de
qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; II -
pela convenção das partes (máximo de 06 meses) III - pela arguição de
impedimento ou de suspeição; IV- pela admissão de incidente de resolução
de demandas repetitivas; VI - por motivo de força maior. Obs: no caso da
ação civil depender do conhecimento de fato delituoso, o juiz poderá
suspender a ação pelo prazo máximo de 1 ano. Tal suspensão, por sua vez,
depende de que a ação penal seja promovida em até 3 meses.
3. Extinção: A extinção do processo ocorre por pronunciamento de sentença,
com ou sem resolução de mérito. Antes de extinguir a ação sem resolução
de mérito, o juiz deve conceder à parte oportunidade para corrigir o vício,
caso seja possível.

 Processo de conhecimento: Tem por objetivo solucionar os conflitos


trazidos pelas partes, art. 318 a 538 CPC.

 Cumprimento de sentença

 Procedimento comum e fases: é o procedimento padrão regido pelo CPC e


aplicado sempre que não preveja procedimento especial, contudo, ainda é
subsidiário para o especial e processo de execução em casos de lacuna. Ou seja,
um procedimento é comum quando a lei não especifica se ele é especial. Se divide
em 04 fases, são elas: postulatória na qual o autor formula sua pretensão por meio
da petição inicial (art. 319) e o réu apresenta a sua resposta; a ordinatória (ou
saneadora), em que o juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas
formulados pelas partes; a instrutória, em que são produzidas as provas
necessárias ao convencimento do juiz (marca data de audiência); e a decisória
(fim do processo).

 Petição inicial > contestação ou reconvenção.

 A revelia é a omissão do réu, que não se contrapõe ao pedido formulado na inicial,


a presunção de veracidade decorrente do efeito material da revelia· é meramente
relativa, podendo ser afastada dentro do princípio do livre convencimento
motivado do magistrado, o juiz pode observar que há ou não, fatos suficientes
apresentados pelo autor para presumir veracidade. A contumácia é a inércia de
qualquer das partes, que deixa de praticar um ato processual que era ônus seu. Só
o réu pode ser revel; jamais o autor, mas a contumácia pode ser qualquer das
partes.

 Coisa julgada: é denominado como coisa julgada material a autoridade que torna
imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso, conforme
art. 502. A coisa julgada formal diz respeito ao conteúdo processual e a material
torna imutável outros efeitos. Ela tem duas funções: subjetiva (onde somente as
partes são afetadas) e objetiva: sobre os limites estabelecidos

 O NCPC entende algumas possibilidades do juiz ao analisar os fatos apresentados


na PI, decida por julgamento antecipado do mérito com ou sem resolução do
mérito, sem necessidade da haver audiência, nos casos de: sem necessidade de
mais provas além daquelas apresentadas ou quando o réu for revel, ocorrer o efeito
material da revelia e não houver requerimento de prova. Pode ser feita também
por julgamento antecipado parcial do mérito.

 Meios de prova: 1 - a confissão; 2 - a ata notarial; 3 - o depoimento pessoal das


partes; 4 - a prova testemunhal; 5 - a prova documental; 6 - a prova pericial; 7 - a
inspeção judicial. Esse rol não pode ser considerado taxativo, diante do caráter
genérico do art. 369, e qualquer outro meio probatório será admitido, desde que
não viole a lei ou a moral.
 Tipos de audiência: audiência de conciliação ou de mediação, onde se tenta
encontrar uma solução de comum acordo pelas partes, sem julgamento da causa.
Audiência de instrução e julgamento, voltada ao colhimento das provas orais e
julgamento da causa.

Direito Processual Civil II (5º semestre)


 Teoria geral dos recursos: permissão para que a parte vencida ingresse contra as
decisões judiciais para que sejam reapreciadas por outros tribunais em outras
instancias diversas daquela que proferiu primeiramente, exceto em casos
específicos, como os embargos de declaração.
 Previsto nos artigos 994 ao 1.043 do CPC.
 Outro conceito: recursos são espécies do gênero ―meios de impugnação de
decisões judiciais, previstos exclusivamente em lei, de que se podem valer as
pessoas previstas no artigo 996 (partes, Ministério Público e terceiro prejudicado)
com o objetivo de reformar, cassar, complementar ou esclarecer uma decisão
judicial.
 Não tem característica nova e nem formam novo processo, apenas complementam
o já existente.
 Rol taxativo de recursos que são cabíveis (existem mais):
a) I - apelação;
b) II - agravo de instrumento;
c) III - agravo interno;
d) IV - embargos de declaração;
e) V - recurso ordinário;
f) VI - recurso especial;
g) VII - recurso extraordinário;
h) VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
i) IX - embargos de divergência
 Alguns efeitos: efeitos obstativo > impedem a preclusão temporal e formação da
coisa julgada. Efeitos devolutivos > devolvem toda a matéria que foi objeto de
recurso conforme princípio da adstringência, onde o julgador analisa toda ou
parcialmente a matéria que fora julgada mesmo que já tenham sido solucionadas,
vide § 2º do artigo 1.013 CPC. Efeitos translativos > onde a aptidão do recurso
ultrapassa matéria objetiva ou subjetiva, como por exemplo, falta ou nulidade de
citação que afeta questões de ordem pública. Efeitos regressivos > o órgão que
proferiu sentença pode se retratar antes da interposição de recurso na modalidade
de agravo e apelação (na hipótese de apelação interposta do indeferimento da
petição inicial e improcedência liminar do pedido, prazo de 05 dias para juiz se
retratar). Efeitos expansivos > O recurso interposto por um dos litisconsortes a
todos aproveita, exceto se forem distintos ou opostos os interesses dos
litisconsortes. Efeitos substitutivo > órgão superior substitui matéria impugnada
sobre determinada decisão.
 Quem recorre: parte vencida – MP – terceiro interessado que comprove o prejuízo
ao que se afirma ser titular ou que se possa ser substituto processual.
 Parte que aceita sentença expressa ou tácita não pode recorrer, vide art. 1000 CPC.
 Recurso cabe em: sentenças ou decisões interlocutórias. Obs: despacho não tem
natureza decisória (em regra).
 Prazo recursal: 15 dias, exceto para embargos de declaração (05 dias). Qualquer
agravo: 15 dias.
 Se a decisão for proferida na audiência, a intimação dá-se ali e começa a contar o
prazo naquela data.
 O recorrente que não fizer parte de justiça gratuita deve comprovar o pagamento
das custas recursais sob pena de deserção. Dispensados do preparo recursal: a) o
Ministério Público; b) a União, Estados, D.F, Município e suas respectivas
autarquias.
 Apelação: é o recurso cabível contra sentença (procedimento comum). Obs:
decisões interlocutórias que não desafiam agravo são recorríveis em preliminares
de apelação ou contrarrazões de apelação.
 Após as contrarrazões (ou sem elas), o juízo de primeiro grau remeterá os autos
para o tribunal competente, independente de juízo de admissibilidade. Logo, a
apelação será distribuída a um relator, que pode já decidir monocraticamente (pela
teoria da causa madura) ou proferir voto e pedir data de novo julgamento.
 Em regra, as apelações tem efeito suspensivo, salvo em casos que: I - homologa a
divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem
resolução de mérito ou julga improcedentes embargos do executado; IV - julga
procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga
tutela provisória; VI - decreta a interdição. Se o apelante demostrar risco de dano
grave ou de difícil reparação, poderá o relator conceder suspenção (art. 1.012, § 3º
e 4º CPC)
 Quando a parte não apelar de algum fato, só terá chance de pedir julgamento do
fato quando justificar não fazê-lo por forca maior, conforme art. 1014.
 Agravo de instrumento: é o recurso cabível contra decisão interlocutória (não se
enquadra no conceito de sentença) nos casos de: a. tutelas provisórias; b. mérito do
processo; c. rejeição da alegação de convenção de arbitragem; d. incidente de
desconsideração da personalidade jurídica; e. rejeição do pedido de gratuidade da
justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; f. exibição ou posse de
documento ou coisa; g. exclusão de litisconsorte; h. rejeição do pedido de limitação
do litisconsórcio; i. admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; j.
concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução; k. redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o ; l. outros
casos expressamente referidos em lei.
 Único recurso que pode ser interposto diretamente em instância superior (não
possui efeito suspensivo). O relator poderá conceder antecipação da tutela recursal
e conceder efeito suspensivo havendo probabilidade recursal. Agravo interno é
aquele que cabe decisões monocráticas do relator. Deverá ser interposto no prazo
de 15 dias e o recorrido terá o mesmo prazo para se manifestar.
 Embargos de declaração: cabem em todos os tipos de decisões judiciais e dizem
respeito à conclusão, ou aos fundamentos da decisão judicial, ligados ao quesitos
de obscuridade (falta de clareza do ato), contradição, omissão ou erro material. O
NCPC permite que o juiz reformule sentença sem necessidade de haver embargos
de declaração, vide art. 93, IX CF.
 Prazo: 05 dias a contar da data da intimação e não há recolhimento. A interposição
interrompe e não suspende os demais recursos e outros litigantes. São interpostos
no tribunal que prolatou a decisão e devem fundamentar o vício de que a decisão
padece e o julgador fará juízo de admissibilidade.
 Ao dar provimento aos embargos de declaração, o juiz deve afastar os vícios de
que a decisão padece: se há contradição ou obscuridade, prestará os
esclarecimentos necessários; se há omissão, deve saná-la, examinando o que não
fora apreciado antes; se há erro material, deve corrigi-lo. O acolhimento dos
embargos de declaração pode implicar a modificação daquilo que ficou decidido.
Mas eles não podem ser utilizados para que o juiz modifique a sua convicção ou
reexamine a prova.
 Processo de execução: no NCPC, o processo de execução deixa de ser considerado
um novo processo e passa a fazer parte de uma nova fase processual dentro daquele
que já teve fase de conhecimento e sentença e busca a execução de determinado
título executivo judicial.
 O objeto central do cumprimento de sentença é a efetivação de determinado título
executivo judicial
 Competência: em regra, é do juízo que proferiu a causa, contudo, pode o exequente
optar pelo local do domicilio que se encontrem o objeto de execução, como os bens
a serem pagos, ou seja, no domicílio do executado.
 Tipos de cumprimento: provisório – obrigação de pagar quantia certa. Os
procedimentos de cumprimento provisório se aplicam nos casos de obrigação de
fazer, de não fazer ou de dar coisa. Definitivo: obrigação de pagar quantia certa,
se inicial quando o exequente pede, o executado tem 15 dias para realizar o
pagamento. Não pagou = multa de 10% ou penhora de bens e avaliação dos demais
bens.
 O executado possui 15 dias para apresentar impugnação do cumprimento de
sentença, alegando os fatos contrários a decisão, como falta ou nulidade da citação,
penhora incorreta, cumulação indevida ou excesso dela, qualquer causa
modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,
transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
 Em regra, impugnação não possui efeito, somente em casos de dano grave ou
difícil reparação e não impede os demais atos executórios.
 Definitivo: obrigação de prestar alimentos: em regra, executado possui 03 dias
para quitar a débito, provar que fez ou provar a impossibilidade de fazer. O NCPC
também adotou a possibilidade do devedor colocar em debito automático na sua
folha de pagamento a prestação alimentícia, a empresa ou empregador deverá ser
noticiado judicialmente. Outra forma: prisão por dever prestação alimentícia
(mínimo 03 meses), de 01 a 03 meses de prisão.
 Definitivo: obrigação de pagar quantia certa a Fazenda Pública: não conta
multa de 10% e a Fazenda Pública tem 30 dias para apresentar impugnação, caso
não, será expedido precatório em favor do exequente. Nos casos de requisição de
pequeno valor (RPV), será expedido por ordem do juiz, o pagamento dentro de 02
meses.
 Cumprimento definitivo – obrigação de fazer ou de não fazer: oficializa a
obrigação de executar a tutela especifica. O juiz pode de oficio ou a requerimento,
determinar medidas necessárias para a efetivação e cumprimento da obrigação,
como: imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso
necessário, requisitar o auxílio de força policial justamente como forma de coagir
o executado podendo ser fixada em sentença, em fase de execução, ou em tutela
provisória.
 Cumprimento definitivo – obrigação de entregar coisa: possibilidade de
expedir mandado de busca e apreensão ou imissão da posse da coisa imóvel em
favor do devedor, são aplicados os mesmos procedimentos da obrigação de fazer
ou não fazer.
 Execução de título extrajudicial: onde o Estado por meio do processo, usa
outros meios de resolução sem a necessidade de haver coercibilidade trazida por
uma decisão judicial mas que possua previsão legal e força executiva. Os
princípios da efetividade e onerosidade de menor valor ao devedor são usados
nesses casos.
 Partes: no polo ativo são o credor do título, MP, o espólio, os herdeiros ou
sucessores do credor, o cessionário, ou mesmo o sub-rogado. Polo passivo:
devedor, fiador, responsável do título daquele bem, ou o responsável tributário.
 Bens do credor que estão sujeitos à execução: incluindo os bens do sucessor a título
singular; do sócio (limites); do devedor em poder de terceiros; do cônjuge ou
companheiros nos casos em que seus bens próprios ou de meação respondem pela
dívida; dos alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução, ou de
fraude a credores; bem como do responsável nos casos de desconsideração da
personalidade jurídica.
 Espécies de execução: são diversas, mas em regra: o credor propõe a execução
instruindo a petição com o título executivo extrajudicial, além do débito atualizado.
 Execuções nulas: quando o devedor não for devidamente citado, quando o título
extrajudicial não for certo, líquido e exigível ou se for expedida antes de ocorrer o
termo.
 São semelhantes as espécies de execução, sendo elas: execução para entrega de
coisa, execução das obrigações de fazer ou não fazer, por quantia certa
(expropriação de bens por alienação, adjudicação, frutos e rendimentos) da
Fazenda Pública e alimentos.
 Embargos: Independentemente de penhora, depósito, ou caução, o executado tem
o prazo de 15 dias contados da juntada do mandado de citação aos autos. Não
possuem efeito suspensivo exceto quando o comprovado dano irreparável ou ao
próprio título.
 Recebidos os embargos (art. 920 CPC), o exequente será ouvido no prazo de 15
dias e o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará audiência. Encerrada a
instrução, o juiz proferirá sentença.

 Direito Processual Civil III (6º semestre)

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