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TEORIA GERAL DO PROCESSO

DA AÇÃO

Trinômio: ação, jurisdição e processo.

Ação – provoca a jurisdição;

Jurisdição – Poder e dever do Estado de resolver conflitos;

Processo – Complexo de atos no sentido de resolver os conflitos.

CONCEITO DE AÇÃO:

É o direito de pedir ao Estado a prestação de sua atividade jurisdicional num caso


concreto, o ESTADO reservou para si a função jurisdicional, (vedada a autodefesa, ou
seja, “não fazer justiça com as próprias mãos”) cabe ao estado solucionar os conflitos
surgidos na sociedade.

OBS.: A autodefesa existe em casos previstos em lei.

TEORIAS DE AÇÃO:

- Teoria emanetista: é aquela em que o autor exercia seu direito de ação, mesmo que com
processo extinto sem resolução do mérito, nesta teoria se confundi o direito processual
com o direito material.

-Teoria concretista: é aquela em que o autor só exerce o seu direito de ação quando a
ação fosse julgada procedente, ou seja, enquanto não houvesse a procedência da ação o
autor poderia repropor quantas vezes for necessária.

-Teoria eclética: esta teoria é adotada pelo nosso ordenamento jurídico, significa dizer que
o autor somente pode exercer o direito de ação quando preencher as condições de ação
necessárias: parte legitima, interesse de agir, possibilidade jurídica do pedido. Se não
houver as pré-condições da ação, o autor não exerce o seu direito de ação, podendo
repropor.

EXTINÇÃO DO PROCESSO

-Sem resolução do mérito art 267 CPC – não houve a sentença, o processo foi extinto sem
“entrar no mérito”.

-Com resolução do métiro art 269 CPC – salvo engano, é quando há sentença julgando
“improcedência do pedido”.
DEVERES GERAIS DAS PARTES

As partes tem por força de lei deveres a serem cumpridos os quais estão previstos no art
14 CPC, devem agir com urbanidade, não podem empregar expressões injuriosas
conforme art 15 CPC. Aquele que descumprir seus deveres será tido como litigante de má-
fé, devendo pagar uma multa de 1% e ainda eventualmente perdas e danos art 18 CPC.

SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES

A lei veda substituição das partes no curso do processo, exceto se houver a autorização
expressa ou nos casos previstos em lei, conforme art 42 CPC.

a) ALIENAÇÃO DA COISA: (não substitui) ainda que haja alienação da coisa não
haverá a substituição das partes, a ação prosseguirá regularmente em relação ao
réu alienante. Havendo julgamento procedente da ação, os efeitos da sentença
alcançará a coisa em poder de quem quer que esteja o bem do comprador,
conforme art 45 parágrafo 3º CPC.
b) MORTE DAS PARTES: na hipótese de morte de qualquer uma das partes, dar-se-á
substituição pelo seu espolio, nos termos do art 43 CPC.

LITISCONSÓRCIO

- Definição: quando houver mais de um autor ou mais de um réu, ocorre o instituto do


litisconsórcio, pautado no princípio da economia processual. Quando houver no polo ativo
(autor) dois ou mais autores, é denominado litisconsórcio ativo. Quando houver no polo
passivo (réu) dois ou mais réus, é denominado litisconsórcio passivo. Sendo nos dois polos
é denominado litisconsórcio misto. O juiz poderá limitar o numero de litisconsortes,
conforme art 46 CPC.

- FORMAÇÃO: quando o litisconsórcio se formar no inicio da ação é chamado de INICIAL,


no curso do processo é chamado de ULTERIOR.

- ESPÉCIES:

a) FACULTATIVO: é aquele em que a lei autoriza a formação, fica a critério das partes.

b) NECESSÁRIO: é aquele em que por disposição de lei ou pela natureza da relação


jurídica, a lei obriga à formação de litisconsórcio, ex.: bens imóveis (marido e mulher),
ação de anulação de casamento (marido e mulher), ação de usucapião (citar os
vizinhos) etc.
POSIÇÃO PROCESSUAL NO LITISCONSÓRCIO (RESULTADO)

a) SIMPLES: os litisconsortes serão tratados como partes distintas, o destino de cada


um é independente do destino dos demais.
b) UNITÁRIO/UNIFORME: a situação jurídica devera receber disciplina uniforme, ou
seja, a decisão da lide não poderá uma para uma parte e outras para as outras
partes. (a decisão será igual para todos)

DA ASSISTÊNCIA

- Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico
em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assisti-la.

Regras para a assistência:


1. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus
da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra.
2. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do assistente será
deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse
jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz:
I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da
impugnação, a fim de serem autuadas em apenso;
II - autorizará a produção de provas;
III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente.
3. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
4. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios.
5. A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido,
desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o
processo, cessa a intervenção do assistente.
6. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentença
houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
7. Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar
que:
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido,
fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou
culpa, não se valeu.

ELEMENTOS DE AÇÃO

- Partes, objeto e causa de pedir.


CPC, 282, II, III e IV.

CONDIÇOES DA AÇÃO

- Legitimidade: segundo o artigo 6º do CPC, o autor deve ser o titular da situação jurídica
afirmada em juízo e a outra parte legítima no processo, o réu, é preciso que haja relação
de sujeição à pretensão do autor, art. 3º do CPC, "para propor ou contestar uma ação é
necessário ter interesse e legitimidade". Assim, somente os titulares da relação jurídica de
direito material deduzida em juízo é que podem demandar.

- Interesse: O CPC brasileiro determina, em seu art. 3° que "para propor ou contestar ação
é necessário ter interesse e legitimidade".

- Possibilidade Jurídica: Há possibilidade jurídica do pedido quando o ordenamento jurídico


admite, em tese, a pretensão deduzida pelo autor, a possibilidade jurídica estará
preenchida se o direito material não veda o exame da matéria pelo poder judiciário, por
exemplo, "A" propõe em face de "B" uma ação de cobrança, cujo pedido é a condenação
do réu no pagamento de certo valor monetário oriundo de dívida de jogo, não basta que o
pedido seja juridicamente possível, mas também tenha seu fundamento.

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇOES:

- Ação de Conhecimento: é aquela em que o autor através de um conjunto de provas, vai à


busca de reconhecimento do seu direito, sendo especificado em sentença.

* União estável, Investigação de Paternidade etc.

- Ação Executiva: é aquela em que o autor munido de um titulo executivo extra-judicial, vai
em busca da satisfação do seu direito, sob pena do juiz adotar medidas coercitivas para a
obtenção do resultado prático.

* Ação de execução por quantia certa, ação de execução de dar, ação de execução de
fazer e não fazer etc.

- Ação cautelar: é aquela que visa assegurar a eficácia de um direito, que por força do
tempo ocorre-se o risco de perecer, entretanto, o autor deve demonstrar dois requisitos “
fumus iuris civilis” (fumaça do bom direito), “periculum in mora” (perigo da demora).

* Arresto, sequestro, busca e apreensão etc.

- Ação Mandamental: é aquela em que à ordem expedida, tem caráter eminentemente


mandamental, trata-se de um comando judicial.
* Mandado de segurança, ação de obrigação de fazer e não fazer etc.

- Ação Executiva “latu sensu”: é aquela oriunda (origem) de um processo de conhecimento,


onde se executará à sentença, de modo rápido, célere, ou seja, sem maiores
desdobramento na fase executiva.

* Ação de despejo, reintegração de posse etc.

AÇÃO DE CONHECIMENTO TEM TRÊS FASES:

a) CONDENATÓRIA: é aquela em que o réu é condenado a pagar certa soma em


dinheiro, entregar algo, em uma obrigação de fazer e não fazer.

b) DECLARATÓRIA: é aquela em que sentença reconhece um direito pré-existente.

c) CONSTITUTIVA: é aquela em que a sentença, cria, modifica ou extingue um direito,


ex.: ação de divórcio, falência, rescisão contratual.

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