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PROPOSTA APELACÃO

Em janeiro de 2011, Antonio da Silva Júnior, 7 anos, voltava da escola para casa,
caminhando por uma estrada de terra da região rural onde morava, quando foi atingindo
pelo coice de um cavalo que estava em um terreno à margem da estrada. O golpe causa
sérios danos à saúde do menino, cujo tratamento se revela longo e custoso. Em ação de
reparação por danos patrimoniais e morais, movida em janeiro de 2015 contra o
proprietário do cavalo, o juiz profere sentença julgando improcedente a demanda, ao
argumento de que Walter Costa, proprietário do animal, "empregou o cuidado devido, pois
mantinha o cavalo amarrado a uma árvore no terreno, evidenciando-se a ausência de culpa,
especialmente em uma zona rural onde é comum a existência de cavalos". Além disso, o
juiz argumenta que já teria ocorrido a prescrição trienal da ação de reparação, quer no que
tange aos danos morais, quer no que tange aos danos patrimoniais, já que a lesão ocorreu
em 2011 e a ação somente foi proposta em 2015. Como advogado contratado pela mãe da
vítima, Isabel da Silva, elabore a peça processual cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .. . VARA CÍVEL
DA COMARCA DE ...
PROCESSO N...
ANTÔMO DA SILVA JÚNIOR, já devidamente qualificado nos autos do processo em
epígrafe, neste ato representado por sua genitora Isabel da Silva, também já devidamente
qualificada nos autos, por seu advogado regularmente constituído, vem, tempestivamente à
presença de Vossa Excelência, Interpor
APELAÇÃO
nos autos da Ação de reparação de danos morais e materiais que move em face de WALTER
COSTA, também já qualificado nos autos, com fulcro nos arts. 1.009 e seguintes, do CPC,
conforme razões anexas.
Requer o recebimento do recurso em seu efeito devolutivo e suspensivo (art.
1.012 e art. 1.013, CPC), a juntada do comprovante de preparo (art. 1.007, §3 0, CPC),
inclusive porte de remessa e retorno, a Intimação do recorrido para contrarrazões em 15 dias
(art. 1.010, §1 0, CPC) e a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal... , independentemente de
juízo de admissibilidade (art. I .OIO, §3 0, CPC) para processamento e julgamento do
recurso.

Nesses termos,

pede deferimento.
Local e data.

Advogado.

OAB..

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

PROCESSO N...
APELANTE: ANTÔMO DA SILVA JÚNIOR
APELADO: WALTER COSTA
ORIGEM: . .. VARA CÍVEL DA COMARCA DE..

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA.
1. DOS FATOS

Em janeiro de 2011, o apelante, de 07 anos de idade, voltava da escola para casa,


caminhando por uma estrada de terra da região rural onde morava, quando foi atingindo
pelo coice de um cavalo que estava em um terreno à margem da estrada.
O golpe causa sérios danos à saúde do recorrente, cujo tratamento se revela longo e
custoso. Moveu, em janeiro de 2015, ação de reparação de danos materiais e morais contra
o proprietário do cavalo, ação esta que foi julgada improcedente ao argumento de que o
apelado, proprietário do animal, "empregou o cuidado devido, pois mantinha o cavalo
amarrado a uma árvore no terreno, evidenciando-se a ausência de culpa, especialmente em
uma zona rural onde é comum a existência de cavalos".
Além disso, argumentou o juiz que já teria ocorrido a prescrição trienal da ação de
reparação, quer no que tange aos danos morais, quer no que tange aos danos patrimoniais,
já que a lesão ocorreu em 2011 e a ação somente foi proposta em 2015.

2.DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO

Antes de expor as razões meritórias do presente recurso, demonstra o apelante que estão
presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, tendo em vista que o recurso de
apelação é o cabível à sentença recorrida (art. 1.009, CPC), o recorrente é parte legítima
(art.996, CPC), uma vez ter sido parte vencida na ação e há interesse recursal (art.17, CPC)
em virtude da sucumbência do apelante, ou seja, pretende o recorrente, por meio da
apelação, situação jurídica de maior vantagem. O recurso é tempestivo, uma vez que
interposto dentro do prazo de 15 dias que a lei faculta para a interposição dessa
modalidade de recurso (art.1.003, CPC), formalmente regular (art.188, CPC) e o apelante
anexa a guia de preparo, devidamente recolhida, no ato da interposição (art.1.007, CPC), o
que justifica o conhecimento do recurso.
3. DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO

Como já destacado, o juízo a quo julgou totalmente improcedente a pretensão do apelante,


ocorre que tal decisão não pode ser mantida.

3.1 Da responsabilidade civil

Um dos argumentos utilizados pelo juiz de instância singela para justificar a improcedência
do pedido do apelante foi de que não havia dever de indenizar, já que não fora
demonstrada culpa do dono do animal, ora apelado.
Ocorre que, em conformidade com o art.936, do CC, o dono ou detentor do animal
ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Verificase, pois, que o legislador cuidou dessa espécie de responsabilidade como sendo
objetiva, sendo, portanto, completamente desnecessária a prova de culpa, bastando a
demonstração do dano, nexo causal e de que o dano não foi provocado por força maior ou
por culpa exclusiva da vítima, o que não ocorreu no caso dos autos.
Requer-se, portanto, a reforma da sentença para que sejam julgadas procedentes a
pretensões do autor, ora apelante, quanto à indenização por dano moral e material.

3.2 Da prescrição trienal

Outro argumento que não prospera e que fora utilizado na motivação da vergastada
sentença é o de que a pretensão do apelante estava prescrita em razão da prescrição de
três anos aplicada ao caso.
Ocorre que o recorrente tem 07 anos de idade e em razão disso, ou seja, em razão de ser
menor absolutamente incapaz o prazo prescricional não corre em desfavor dele, isso
segundo expressa dicção do art.198, l, do CC.
Verifica-se, assim, que a decisão merece reforma também sob esse aspecto, em virtude de
não ter ainda se iniciado o prazo prescricional para exercício da pretensão do apelante,
menor impúbere.

3.3 Dos danos materiais e morais

Conforme demonstrado, o apelante sofreu graves danos à sua saúde sendo obrigado a
passar por tratamento longo e difícil o que é dispendioso, além de causar,
independentemente de outras demonstrações, significativo dano moral ao apelante.
Em conformidade com o art.186, do CC, aqueles que por ação ou omissão causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Por força do art.927, do
mesmo Código, aquele que por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a reparáIo.
Sendo assim, e uma vez demonstrado o dano, a conduta do apelado e o nexo causal, fica
este obrigado a indenizar o apelante nos danos materiais e morais. Requer-se, portanto, a
reforma da sentença para que sejam julgadas procedentes as pretensões do autor, ora
apelante, quanto à indenização por dano moral e material.

4. Dos requerimentos

Ante o exposto, requer:

4.1 Que o presente recurso seja conhecido, uma vez se encontrarem presentes os pressupostos
extrínsecos e intrínsecos de admissibilidade;
4.2 E, no mérito, totalmente provido para: reformar a sentença recorrida, no sentido de dar
procedência ao pleito do autor, ora apelante, condenando o apelado à reparação dos danos
morais e materiais sofridos pelo apelante;

3.3 Que seja o apelado condenado ao pagamento das custas e honorário advocatícios,
invertendo-se o ânus da sucumbência.

Nesses termos,
pede deferimento.

Local e data
Advogado...
OAB n...

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