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AO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA _____

Autos nº XXXXXX

CARLOS HENRIQUE JÚNIOR, menor impúbere, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do RG nº…, inscrito no CPF nº …, neste ato representado por sua genitora MARCIA DA
SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº…, inscrita no CPF nº …, com
endereço eletrônico: …, ambos residentes e domiciliados a …, na cidade …, vêm, mui,
respeitosamente a presença deste Juízo, nos autos em epígrafe, inconformado com a r. sentença que
julgou improcedente a demanda, com fundamento no artigo 1.009, CPC, interpor o presente recurso
de

APELAÇÃO

Contra JULIANO FARIA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº…,


inscrito no CPF nº …, com endereço eletrônico: …, residente e domiciliado a …, na cidade …,
conforme fatos e fundamentos que seguem em anexo, requerendo o recebimento, processamento e
envio dos autos ao Tribunal de Justiça para reexame da matéria.

Requer, ainda, a juntada das inclusas guias de preparo do recurso.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Local/Data
Advogado
OAB
Egrégia Corte

Razões pelo:
Apelante: Carlos Henrique Júnior
Apelado: Juliano Faria
Autos nº XXXXXX

I. FATOS

Em janeiro de 2015, o Apelante, de 07 anos de idade, estava voltando da escola para casa,
caminhando por uma estrada de terra da região rural onde morava, quando foi atingindo pelo coice
de um cavalo que estava em um terreno à margem da estrada.

Acontece que, o golpe causou sérios danos à saúde do Apelante, cujo tratamento se revela
longo e custoso. Diante disso, moveu, em janeiro de 2019, ação de reparação de danos patrimoniais
e morais contra o Apelado, proprietário do cavalo, ação esta que foi julgada improcedente ao
argumento de que o Apelado, “empregou o cuidado devido, pois mantinha o cavalo amarrado a uma
árvore no terreno, evidenciando-se a ausência de culpa, especialmente em uma zona rural onde é
comum a existência de cavalos”.

Ademais, argumentou o Juiz que já teria ocorrido a prescrição trienal da ação de reparação,
tanto para os danos morais, bem como para os danos patrimoniais, sendo que, a lesão ocorreu em
2015 e a ação somente foi proposta em 2019.

II. DO DIREITO

II.I DA RESPONSABILIDADE (ART. 936, CC)

Conforme observado, no caso em questão um dos argumentos utilizado pelo Juiz para a ação
de reparação do Apelante ter sido julgada improcedente foi que não há demonstração de culpa do
dono do animal, ou seja, o Apelado, logo não tendo o dever de indenizar.

Acontece que, adota-se a responsabilidade civil objetiva do dono do animal quanto aos atos
cometidos por ele, ainda que não haja culpa. Entende-se que, a responsabilidade civil objetiva é
totalmente desnecessária a prova de culpa, bastando a demonstração do dano, nexo causal e de que
o dano não foi provocado por força maior ou por culpa exclusiva da vítima, o que não é o caso em
tela, logo, o dono ou detentor do animal responderá pelos danos causados por este a terceiros,
conforme dispõe o art. 936 do Código Civil.
Sendo assim, pede-se a esta Egrégia Corte b a reforma da sentença condenando o Apelado
ao pagamento de indenização por danos morais e materiais sofridos pelo Apelante.

II.II DA PRESCRIÇÃO (ART. 206, § 3º, V, CC; ART. 198, CC E ART. 3, CC)

Como mencionado, o outro argumento utilizado pelo Juiz foi que já teria ocorrido a
prescrição trienal da ação de reparação, tanto para os danos morais, bem como para os danos
patrimoniais, sendo que, a lesão ocorreu em 2015 e a ação somente foi proposta em 2019.

Sabe-se que, a prescrição trienal prescreve em três anos a pretensão da reparação civil,
conforme art. 206, § 3º, V, do Código Civil, acontece que, no caso em questão não corre o referido
prazo prescricional, pois o Apelante tem 7 anos de idade, em virtude disso sendo absolutamente
incapaz, conforme art. 3º, da CC, assim, sensível a essa situação, a Legislação processual prevê que
em razão de ser menor absolutamente incapaz o prazo prescricional não corre em desfavor dele,
conforme dispõe no art. 198, I, do Código Civil.

Sendo assim, pede-se a esta Egrégia Corte a reforma da sentença afastando a prescrição, em
virtude de não ter ainda iniciado o prazo prescricional do Apelante, uma vez que o mesmo é
absolutamente incapaz.

III. DO PEDIDO

Ante ao exposto, pede-se a esta Egrégia Corte que julgue procedentes as razões de apelação
interpostas para o fim de reformar a sentença proferida pelo juízo “a quo” condenando o Apelado ao
pagamento de indenização por danos morais e materiais sofridos pelo Apelante, reconhecendo a
culpa do dano do animal, afastando a prescrição, bem como condenando-o ao pagamento das
custas, despesas processuais e honorários advocatícios.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Local/Data

Advogado
OAB

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