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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - SP

Joana, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº..., e inscrita no CPF sob o nº...,
com endereço eletrônico..., residente e domiciliada no endereço..., cidade..., estado..., CEP...,
por intermédio de seu procurador conforme procuração anexa, vem perante Vossa Excelência,
com fundamento nos artigos 318 e 319 e seguintes, combinados com o artigo 966, inciso II,
todos do Codigo de Processo Civil, propor a presente:

AÇÃO RESCISÓRIA

Em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito privado, registrada no CNPJ nº, com sede
no endereço..., cidade..., estado..., CEP..., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos

I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


A Requerente não tem como suportar os ônus do processo sem prejuízo do próprio sustento
familiar, conforme declaração inclusa (doc. 01), razão pela qual requer que se digne Vossa
Excelência a deferir os benefícios da Justiça Gratuita, em conformidade com o artigo 1º e
3º da Lei nº 7.115 de 28 de Agosto de 1983, bem como nos termos da Lei nº 1.060 de 05 de
Fevereiro de 1950.

II. DA TEMPESTIVIDADE
A presente demanda está sendo ajuizada de forma tempestiva, antes de 19 de
fevereiro de 2021, com respaldo no prazo decadencial de 2 anos contados a partir do
trânsito em julgado da sentença atacada que ocorreu em 19 de fevereiro de 2019, a luz do
caput do art. 975 do CPC.

III. DOS FATOS


A Requerente adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em
uma das concessionárias da sociedade empresária Carros S.A, mediante pagamento
parcelado, e a respectiva sociedade empresária começou a debitar mensalmente o triplo
do valor pactuado para cada parcela, devidamente comprovado na simples análise dos
contratos e extratos bancários. A Requerente tentou resolver a questão diretamente com a
sociedade empresária, mas somente fora informada por um funcionário que poderia ter
ocorrido um erro no sistema, não fornecendo nenhuma justificativa plausível, e afirmou
que não havia o que fazer para corrigir a cobrança.

Dessa forma, a mesma ajuizou ação em face da sociedade empresária Carros


S.A com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar
cobranças em excesso, e que devolvesse em dobro os valores cobrados em excesso, com
atualização monetária e juros legais, bem como indenização por danos morais pelos danos
causados a Requerente.

A ação fora distribuída e houve contestação pela sociedade, apenas informando


que havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente, não havendo nenhum
recurso. Posteriormente ao trânsito em julgado, a Requerente tomou conhecimento de que
o juiz que prolatou a sentença era casado com a advogada que assinou a contestação no
referido processo. Portanto, requer-se novamente discutir a questão em juízo, na reanálise
dos mesmos pedidos formulados e julgados improcedentes.

IV. DO CABIMENTO

Joana tomou conhecimento, após o trânsito em julgado da aludida sentença, que o


magistrado era casado com a advogada que assinou a contestação em nome da Requirida sendo,
inclusive, a única patrona do processo em discussão.

Dessa forma, resta evidente o cabimento da Ação de Rescisória nos termos do inciso
II do artigo 996, do CPC, em razão do impedimento do magistrado, como prescreve inciso III
do art. 144 do mesmo Diploma. Outrossim, o magistrado jamais deveria ter incidido no
processo, tendo em vista sua relação com a patrona, no qual se exige, portanto, a rescisão
daquela sentença.

V. DO DIREITO
É plenamente possível caracterizar a Requerente como consumidora, nos termos do
art. 2º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor. Dessa forma, o valor que continua
sendo cobrado pela Requerida é excessivo e incongruente da previsão contratual pactuado
entre as partes, conforme prova documental acostada. Nesse liame, pela simples análise do
contrato e dos extratos bancários da Requerente, confirma-se que existem débitos excessivos
e indevidos de sua conta corrente.

Em razão da patente cobrança indevida e da prática abusiva, exige-se a revisão da


sentença transitada em julgado, na determinação que a cobrança indevida seja cessada, bem
como a condenação da Requerida na devolução em dobro das parcelas cobradas em excesso,
nos termos do parágrafo único do art. 42 do CDC.

Outrossim, é cabível a indenização por danos morais no presente caso em face do


transtorno causado desde o início do contrato em cobrança excessiva, violando o direito da
Requerente como consumidora, privando-lhe de recursos financeiros para o seu cotidiano e
gerando consequente sofrimento. Assim sendo, justifica-se a indenização nos termos do
art. 927 do CC e 6º, inciso VI, do CDC.

VI. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) A rescisão da sentença transitada em julgado, considerando a tempestividade da presente


demanda e o cabimento do pedido rescisório nos termos do inciso III, art. 966 e inciso III,
art. 144, ambos do CPC;

b) A prolação de novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos da Requerente,


sendo:

b-1) A condenação da Requerida em obrigação de não fazer em deixar de efetuar as cobranças


excessivas;
b-2) A condenação da Requerida em devolver em dobro os valores excessivos cobrados, com
acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do parágrafo único do art. 42 do CDC;

b-3) A condenação da Requerida em pagar indenização a título de danos morais com valor da
escrito e requerido na petição inicial do processo de origem;

b-4) A condenação da Requerida no pagamento de verbas sucumbenciais, incluindo custas,


despesas e honorários advocatícios;

Protesta provar o alegado sob todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
mediante prova documental, prova testemunhal e inspeção judicial.

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$............................................;

Nestes termos.

Pede deferimento.

Local e data.

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Advogada/OAB nº

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