Você está na página 1de 6

EXELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 1° VARA CÍVIL DA

COMARCA DA CAPITAL DO RIO DE JANEIRO

EXECUÇÃO N°. 0000-0000XXXX

Carla, nacionalidade ________, casa , profissão_______, inscrito com o CPF sob o


n° __________ e portador do RG sob o n° __________, domiciliado e residente no
município do Porto Alegre – RS, através do seu advogado que está a subscrever
esta (procuração em anexo), com endereço profissional em ________ vem,
respeitosamente perante a Vossa Excelência, nos autos dessa Execução de Título
Extrajudicial, com os fundamentos nos Arts. 914 e seguintes do CPC, opor os
presentes

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Em face do Banco Só Descontos S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita com
CNPJ com o n°_______, com sede na rua ________, bairro _____, n°____, na
cidade do Rio de Janeiro – RJ, com endereço eletrônico ______, tendo em vista nas
razões de fato e de direito a seguir exposta:

I- DA TEMPESTIVIDADE

Uma vez que a Embargante fora citada e o mandado cumprido integralizado aos
autos no dia 01/08/2019, seguindo a inteligência promovida pelo artigo 915 do
Diploma Processualista Civil, o prazo para que seja oferecido os embargos à
execução é de 15 (quinze) dias, devidamente contado, a partir da juntada aos autos
do mandado de citação cumprido. Neste sentido:

“Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15


(quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art.
231. (CPC – Lei n°13.105 de 16 de março de 2015).”

Segundo preconiza o Código de Processo Civil de 2015, a forma como deve ser
realizada a contagem de prazos, não havendo disposição em contrário, deverá
acontecer excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, de
acordo com o disposto no artigo 224 do referido diploma legal. in verbis:
“Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento. (CPC – Lei n° 13.105 de março de 2015)”
Ainda de acordo com o diploma processualista civil, em seu artigo 219, na contagem
dos prazos processuais em dias, deverão ser computados apenas os dias úteis.
Neste sentido:
“Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido
por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
(CPC – Lei n° 13,105 de 16 de março de 2015)”

Em face ao exposto, tendo sido o mandado de citação cumprindo e juntado nos


autos na data do dia 01/08/2019, precisamente numa quinta-feira, levando-se em
consideração que para contagem do prazo, exclui-se o dia do início e inclui-se o dia
do vencimento, observando-se também que os embargos à execução deverão ser
opostos no período de 15 dias e que apenas os dias úteis são computados, conclui-
se que, o prazo passou a contar a partir de sexta-feira, dia 02/08/2019, devendo,
portanto, expelir no dia
22/08/2019.
Constata-se, desta maneira, que a presente ação de embargos à execução é
tempestiva, uma vez que fora oferecida dentro do prazo lega.

II- PRELIMINARMENTE

a) DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO
Pois conforme abordado nos autos, o contrato de empréstimo entre as partes é
regido pelo CDC, uma vez que figuram consumidor e fornecedor na relação jurídica,
nos termos dos Arts. 2° e 3° do aludido diploma.
Nessa toada, há incompetência do juízo de execução em face da abusividade da
clausula do foro de eleição inserida em contrato de adesão, haja vista implicar
limitação do direito do consumerista dificultando atuação no processo e
desvantagens excessivos, nos termos do inciso V do art. 917 do CPC com o art. 52
do CDC.
III- DOS FATOS
Carla, domiciliada em Porto Alegre, firmou, em sua cidade, com o Banco Só
Descontos S/A, sediado no Rio de Janeiro, um contrato de empréstimo, de adesão,
subscrito por duas testemunhas, com cláusula de eleição de foro também no Rio de
Janeiro, por meio do qual obteve R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para pagar
seus estudos na faculdade. O vencimento das parcelas do empréstimo ocorreria em
05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018.
Domiciliada em Porto Alegre – RS fora inserida uma cláusula de adesão de eleição
de foro na comarca do Rio de Janeiro – RJ, comarca em que o embargo reside.
No primeiro vencimento, tudo correu conforme o programado, e Carla pagou o valor
devido ao Banco Só Descontos S/A. Não obstante, na segunda data de vencimento,
devido a dificuldades financeiras, Carla não conseguiu realizar o pagamento.
O Banco Só Descontos S/A, então, notificou Carla, em junho de 2018, sobre o
vencimento antecipado da dívida. Indicou, na referida notificação, que, considerando
os encargos remuneratórios e moratórios e outras tarifas, o valor da dívida totalizava
R$ 250.000,00, já descontada a parcela paga por Carla. Esta, assustada com o valor
e sem condições financeiras, não realizou o pagamento da dívida.
Pois em razão do não pagamento, em novembro de 2018, o embargado ajuizou a
presente execução cobrando o valor atualizado em R$ 350.000,00 (trezentos e
cinquenta mil reais), indicando o único imóvel de embargo como penhora, no qual
reside seu esposo.
O juízo deferiu a citação da embargante, promovendo análise futura da penhora e
constrição de bens. Sendo citada a embargante, o mandado comprido fora juntado
aos autos em 01/08/2019.

IV- DO DIREITO
a) DO EXECESSO DE EXECUÇÃO
Pois a segunda parcela do contrato de empréstimo não fora paga pela embargante
em razão de dificuldades financeira, recebendo uma notificação do embargo sobre o
vencimento antecipado, considerando os encargos remuneratório, moratórios e
demais tarifas, gerando o montante de R$ 250.000,00 (Duzentos e cinquenta mil
reais).
O valor supracitado é excessivamente abusivo perante a embargante, configurado
excesso de execução, nos termos do inciso I do § 2° do art. 917 do CPC, tendo em
vista que houveram cobranças indevidas de tarifas não previstas contratualmente,
bem como paramentos inadequados de atualizações tarifárias, caracterizando
clausulas desproporcionais, onerosas e nulas de pleno direito, incompatíveis com os
princípios da boa-fé objetiva nos contratos, dos Arts. 6 IV e V e 51, IV do CPC.
Após uma consulta com especialista, o valor que se presuma correto a ser pago pela
embargante corresponde a R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil reais), conforme
planilha que será comprovada através de delação probatória, nos termos do inciso
III, § 3° do art. 917 do CPC.

b) DA IMPENHORARABILIDADE DO IMÓVEL
Pois o embargado indicou como bem penhorável o único imóvel da embargante, ao
qual reside com seu esposo José. De tal forma, o bem imóvel é impenhorável,
configurado como bem de família, sendo imóvel residencial do casal, não podendo
ser objeto de constrição, nos termos inciso II do Art. 917 do CPC com o 833 do CPC.

c) DO SEGURO DE GARANTIA E EFEITO SUSPENSIVO


Pois a embargada relata que pretende contratar seguro garantia, nos termos dos
Arts. 919, 845 e 849 do CPC. Dessa forma, a penhora poderá ser substituída por
fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao debito constante
da exordial, acrescido de 30%, ao montante de R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil
reais), nos termos do Art. 848 do CPC.
E ademais resta demonstrado o perigo de dano e perigo na demora para atribuição
do efeito suspensivo o presente embargo à execução, nos termos do Art. 919 do
CPC, no que tange a penhora do bem de família, ao qual a embargante reside com
o seu esposo, bem como a negativação.

V- DOS PEDIDOS
Pois em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:
a) Pois a concessão dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que a
embargante não possui meio para arcar com as custas do processo,
juntando-se declaração de hipossuficiência, nos termos dos Arts. 98 e
seguintes do CPC com o Art. 5°, LXXIV da CF;
b) Pois a intimação do embargado, na pessoa do seu advogado para que,
querendo, apresente impugnação no prazo legal, nos termos do inciso I do
Art. 920 do CPC;
c) Pois a concessão do efeito suspensivo ao presente embargos à execução
nos termos do § 1° do Art. 919 do CPC;
d) Pois o reconhecimento da incompetência do juízo e imediata e imediata
remessa dos autos ao juízo de Porto Alegre - RS, nos termos do inciso V do
Art. 917 do CPC e do 54 do CPC;
e) Pois a impenhorabilidade do bem imóvel considerada como bem de família,
nos termos do inciso II do Art. 917 e 833 do CPC com o Art. 1° da lei 8009/90;
f) Pois o reconhecimento do excesso à execução dos cálculos apresenta dos
pelo embargado e prosseguimento do processo ao valor atualizado de R$
1800.000,00 (Cento e oitenta mil reais), conforme planilha de cálculo
acostada;
g) Pois em eventual não acolhimento, a concessão de seguro garantia ao
montante de 30% de R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil reais)
h) Pois a condenação do embargado ao pagamento de custa e honorários
advocatícios, conforme o Art. 85 do CPC/2015.

Pois o protesto provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente mediante prova documental e testemunhal.

VI- VALOR
Dá-se à causa o valor de R$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil reais)

Nestes termos,

Pede deferimento.

Porto Alegre/RS, 22/08/2019

Advogado _________
OAB n° _________

Você também pode gostar