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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CURITIBA – PR

DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA

AUTOS Nº º 1000-1000XXXX

TÍCIA, brasileira, casada, portadora do RG nº XXX, CPF nº XXX, endereço eletrônico


XXX, domiciliada (endereço completo), vem respeitosamente a Vossa Excelência por seu
advogado, com base no artigo 914 e seguintes do CPC, opor:

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Movida por o BANCO BOM CRÉDITO S/A, instituição de direito privado, CNPJ nº XXX,
com sede na (endereço completo), Rio de Janeiro, também qualificada nos autos do processo,
pelas razões a seguir expostas.

I – DA TEMPESTIVIDADE

O mandado de citação cumprido da embargante fora juntado em 16/09/2021 aos autos


do processo, data em que se inicia a contagem de prazo. Considerando que na contagem,
dos prazos se exclui o dia do começo e consideram-se dias uteis, nos termos dos arts. 219 e
224 do CPC, verifica-se que o prazo se encerraria em 07/10/2021, correspondendo aos 15
dias previstos no art. 915 do CPC. Dessa forma, a presente peça processual é tempestiva.

II – PRELIMINARMENTE

A) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Declara a embargante que, tendo em vista o valor da causa, bem como a sua condição
financeira, requer a concessão da gratuidade da justiça, por ser economicamente
hipossuficiente, nos termos do art. 95 e seguintes do CPC e art. 5°, LXXIV da CF.

B) DA INCOMETÊNCIA DO JUÍZO

Conforme mencionado nos autos, no contrato do empréstimo consta-se como clausula de foro
de eleição a comarca de Curitiba, tratando-se de incompetência do juízo a execução, em
razão da abusividade de cláusula de eleição de foro em contrato de adesão, deixando a
embargante em plena desvantagem, dificultando sua defesa em seu juízo, conforme arts. 917,
inciso V do CPC c/c o art. 54 do CDC.

III – DOS FATOS

A embargante, domiciliada em Nova Iguaçu, firmou, em sua cidade, com o Banco Bom Crédito
S/A, sediado em Curitiba, um contrato de empréstimo, de adesão, subscrito por duas
testemunhas, com cláusula de eleição de foro também em Curitiba, por meio do qual obteve
R$ 220.000,00 para pagar seus estudos na faculdade.

O vencimento das parcelas do empréstimo ocorreria em 20/02/2020, 20/06/2020 e


20/10/2020. Na primeira data de vencimento, a embargante pagou o valor devido, mas na
segunda data de vencimento, devido a dificuldades financeiras, não conseguiu pagar. O
embargado a notificou, em julho de 2020, o vencimento antecipado da dívida e indicou, na
referida notificação, que, considerando os encargos remuneratórios e moratórios e outras
tarifas, o valor da dívida totalizava R$ 280.000,00, já descontada a parcela da embargante.

Por falta de condições financeiras da recorrente, a dívida não foi quitada. Em novembro de
2018, o embargado ajuizou ação de execução cobrando R$ 400.000,00 e indicou à penhora
o único imóvel da embargada, no qual reside com seu marido.

No entanto, as alegações do embargado não devem prosseguir por serem inválidas, conforme
se verificará a seguir.

III - DO DIREITO

A) DO EXCESSO DE EXECUÇÃO

A segunda parcela do contrato de empréstimo não fora paga pela embargante em razão de
dificuldades financeiras, recendo uma notificação do embargado sobre o vencimento
antecipado, considerando os encargos remuneratórios, moratórios e demais tarifas, gerando
o montante de R$ 280.000,00.

O valor supracitado é excessivamente abusivo perante a embargante, configurando excesso


de execução, nos termos do inciso I do §2 do art. 917 do CPC, tendo em vista que houve
cobranças indevidas de tarifas não previstas contratualmente, bem como, parâmetros
inadequados de atualizações tarifarias, caracterizando clausulas desproporcionais, onerosas
e nulas de pleno direito, incompatível com os princípios da boa-fé objetiva nos contratos, a luz
dos arts. 6, IV e V e 51, IV do CDC.

Após uma consulta com especialista, o valor que se presuma correto a ser pago pela
embargante corresponde a R$ 200.000,00, conforme planilha que será comprovada através
de delação probatória nos termos do inciso III, §3, do art. 917 do CPC.

B) DA IMPENHORABILIDADE DO IMÓVEL

O embargado indicou como bem penhorável o único imóvel da embargante, ao qual reside
com sue esposo. De tal forma, o bem imóvel é impenhorável, configurado como o bem de
família, sendo imóvel residencial do casal, não podendo ser objeto de constrição, nos termos
do inciso II, do art. 917 do CPC c/c 833 do CPC.

C) DO SEGURO DE GARANTIA E EFEITO SUSPENSIVO

A embargante relata que pretende contratar o seguro garantia com previsão legal nos art. 919
c/c o at. 845 e art. 848, todos do CPC.
A penhora poder ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor
não inferior ao débito constante da inicial, acrescido de 30%.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) A CONCESSÃO dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que a embargante não
possui meios para arcar com as custas do processo, juntando-se declarao de
hipossuficiência, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC c/c com o art. 5º, LXXIV,
da CF.

b) A INTIMAÇÃO do embargado, na pessoa do seu advogado para que, querendo,


apresente impugnação no prazo legal, nos termos do inciso I do art. 20 do CPC;

c) A CONCESSÃO do efeito suspensivo ao presente embargo à execução, nos termos


do §1° do art. 919 do CPC;

d) O RECONHECIMENTO da incompetência do juízo e imediata remessa dos autos ao


juízo de Nova Iguaçu, nos termos do inciso V do art. 917 do CPC e 54 do CDC;

e) A IMPENHORABILIDADE do bem imóvel, considerada como bem de família, nos


termos do inciso II do art. 917 e 833 do CPC;

f) O RECONHECIMENTO do excesso à execução dos cálculos apresentados pelo


embargado e prosseguimento do processo ao valor atualizado de R$ 200.000,00,
conforme planilha de cálculos acostada;

g) Em eventual não acolhimento, a concessão de seguro garantia ao montande de 30%


de R$ 200.000,00;

h) A CONDENAÇÃO do embargo ao pagamento de custas e honorários advocaricios,


conforme o art. 85 do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Dar se a causa o valor de R$ 200.000,00.

Nestes termos, pede deferimento.

Nova Iguaçu, 07/10/2021.

ADVOGADO

OAB/UF

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