EXM.º SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE CÍVEL DA COMARCA DE

ITAGUAÍ - RJ

Distribuição por dependência

Embargos à Execução Fiscal

Autos número: 0000077-97.2021.8.19.0024

ARISMAR LUCIO DA ROCHA, brasileiro , casado, Vendedor, inscrito

no CPF sob nº 053.199.187-39 , CNH nº 119862662, residente e domiciliado na
Rua Elvira Ciuffo Cicarino, 1011 BL 5B AP 305 Vila Margarida – Itaguaí – RJ CEP
, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de sua Advogada, infra assinado,
ajuizar

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

C/C PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

C/C PEDIDO LIMINAR

movida por nome do embargado MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ, pelos fatos e motivos

jurídicos que passa a expor:

DA JUSTIÇA GRATUITA

O EMBARGANTE requer, desde logo, a concessão da justiça gratuita

com base na Lei 1060/50 e Lei 5478/68, eis que o mesmo não tem condições de
arcar com as custas processuais, sem comprometer o rendimento próprio e

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familiar pleiteia os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA, assegurada pela
Constituição, consoante o disposto no artigo 5º, inciso LXXIV e pela Lei 13.105/15,
NCPC, artigo 98 e seguintes.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou

estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da
lei.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado

na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso
de terceiro no processo ou em recurso.

Faz-se mister ressaltar Exa., que o Superior Tribunal de Justiça já

firmou entendimento no sentido de que não sendo necessária à comprovação do
estado de miserabilidade para a concessão da assistência judiciária gratuita é
suficiente a Declaração Pessoal de Pobreza da parte, que inclusive pode ser feita
pelo advogado do postulante, senão vejamos:

RECURSO ESPECIAL – BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA

JUDICIÁRIA GRATUITA – IMPUGNAÇÃO DO PEDIDO
PELA FAZENDA – COMPROVAÇÃO DO ESTADO DE
MISERABILIDADE – DESNECESSIDADE – DECLARAÇÃO
DE POBREZA FEITA PELO ADVOGADO DA PARTE
BENEFICIÁRIA – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES.

O tema não merece maiores digressões, uma vez que já se encontra

assentado neste pretório, no sentido de que não é necessária a comprovação do
estado de miserabilidade da parte para a concessão do benefício da Assistência

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Judiciária Gratuita, sendo suficiente a declaração pessoal de pobreza da parte, a
qual pode ser feita, inclusive, por seu advogado. Precedentes.

Recurso especial provido. (STJ; RESP 611478/RN; Relator Min.

Franciulli Netto; Segunda Turma; Publ: em 08.08.2005, p. 262).

DA COMPETÊNCIA DO FORO

Nos termos do art. 46, §5º do CPC/15, a execução fiscal deverá ser
ajuizada no domicílio do réu, no de sua residência, ou no lugar em que for
encontrado, o cumprimento far-se-á perante o juízo competente. In casu, temos
que a competência para apreciar a presente questão é deste juízo, conforme
dispõe o códex.

DA TEMPESTIVIDADE E GARANTIA DO JUÍZO

O embargante foi citado e intimado da penhora de sua conta bancária

em 14/03/2023, como se v}e dos autos; uma vez que o Art. 16, inciso III, da Lei nº
6830/80 prevê que o executado terá o prazo de 30 (trinta) dias para oposição dos
embargos, a contar da intimação da penhora, os presentes embargos à execução
são tempestivos.

A Lei de Execução Fiscal impõe no art. 16, § 1º, a garantia da execução

como requisito de admissibilidade dos embargos. Demonstrado nos autos que
este r. Juízo determinou a penhora nos termos que dispõe os arts. 7º e 8º da Lei
6830/80, de rigor o acolhimento dos embargos.

DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA

Trata-se de cobrança das Certidões de Dívida Ativa de números:

11/013237/2017, 11/007317/2018, 11/004037/2019, relativa à IPTU.

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SÍNTESE DOS FATOS

O embargante foi surpreendido com a penhora em suas contas

oriunda do processo de execução Fiscal movido pelo Município de Itaguaí,
referente aos débitos de IPTU, acrescido de juros e multas, corrigidos
monetariamente, conforme petição inicial.

Ocorre que o autor foi intimado em 13/03/2023, mas o débito já havia

sido adimplido em 06/03/2023, conforme comprovantes de pagamento anexos e
conforme certificado pela embargada nos autos da execução as fls. 33/34 em
10/03/2023.

Diante dos fatos requer o desbloqueio dos valores bloqueados no

processo de Execução as fls. 28/29 transferidos para o ID 072023000003954386
em favor do executado, ora embargante ARISMAR LUCIO DA ROCHA.

Desta forma, a legitimidade passiva deve observar não apenas o

proprietário do imóvel, mas sim aquele que exerce o seu domínio.

DO EFEITO SUSPENSIVO CABÍVEL AO EMBARGO

Dispõe o Código de Processo Civil, em seu art. 919, §1º que cabe efeito
suspensivo "quando verificados os requisitos para a concessão da tutela
provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou
caução suficientes."

Assim, considerando presentes, os seguintes requisitos:

PROBABILIDADE DO DIREITO: Considerando a cobrança

indevida na execução, pois o IPTU já se encontra adimplido
conforme informado pelo próprio exequente as fls. 33/34,
resta configurada a probabilidade do direito.

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 RISCO DA DEMORA: Por tratar-se de execução que afeta
os bens do Embargante, a continuidade da execução coloca
em risco a subsistência do executado e sua família

DA GARANTIA DO PAGAMENTO: O pagamento dos

valores pleiteado estão garantidos por meio de PENHORA.

Cabível, portanto, a concessão do efeito suspensivo ao presente

Embargo.

DOS PEDIDOS

Ex positis, o Embargante requer a Vossa Excelência a atender aos seguintes

pedidos:

1 – O deferimento dos benef´cios da Assitência Judiciária Gratuita, nos termos do

art. 5º da CRFB/88 c/c a Lei nº 1060/50, art. 1º da Lei nº 7115/83 e termos do art.
98 e seguintes do CPC/15, haja vista a demonstração pelo embargante da
condição de pobreza na forma da lei;

2 – A distribuição dos Embargos à Execução por dependência aos autos da

execução fiscal nº 0000077-97.2021.8.19.0024;

3 – A concessão do pedido de atribuição do efeito suspensivo, para suspender a

execução fiscal, nos termos do art. 919/ § 1º c/c 294 e 300 do CPC/15, eis que
presente os requisitos da garantia, da probabilidade do direito e perigo de dano
irreparável e de difícil reparação;

4 – Seja deferida a determinação mediante liminar para que sejam liberados os

valores ora penhorados, uma vez que o referido débito encontram-se pagos;

5 – Que sejam conhecidos e recebidos os Embargos à Execução, sendo

dispensada a audiência de conciliação e mediação, nos termos do art. 319, VII, do

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CPC/15, por se tratar de direito que não admite autocomposição (art. 334, § 4º, II
do mesmo códex);

6 – A intimação da embargada para apresentar defesa, à luz do art. 17 da Lei

6830/80;

7 – A procedência dos Embargos à Execução e a consequente liberação dos bens

penhorados, extinguindo a execução fiscal, uma vez que insubsistente o título
executivo;

8 – A condenação da embargada ao pagamento de honorários sucumbenciais nos

termos dos arts. 82 e 85 do PC/15;

9 – Seja a patrona, subscrita in fine, devidamente intimada através de publicação

em nome de LUCIANA DA SILVA SQIUEIRA DE ALMEIDA, OAB/RJ 171372, sob
pena de nulidade.

DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito

admitidas, bem como as que fizerem necessárias, na amplitude do art. 16, § 2º da
Lei 6830/80.

Valor da causa: R$ 3.088,34 (três mil e oitenta e oito e trinta e quatro centavos).

Nestes termos, pede deferimento.

Luciana da Silva Siqueira de Almeida

OAB/RJ 171372

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