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AO JUÍZO DA 4ª VARA DA COMARCA DE Patrocínio/MG

URGÊNCIA

Processo nº 0143670-86.2020.8.13.0481

João Marques de Souza, devidamente qualificado nos autos do processo em epigrafe, vem,
com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que
abaixo assina – instrumento procuratório acostado--, para, com supedâneo no art. 813 e
segs. da Legislação Adjetiva Civil, ajuizar a presente

Tutela Provisória Incidental de Natureza Cautelar

Em face de Coffe Comércio, Exportação e Importação de Café Ltda, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob nº 05.321.683/0001-00, com sede à Rua do Bicame, nº. 146,
Bairro Bicame, município de Diamantina/MG, CEP 39.100-000, com base nos fatos e
fundamentos a seguir aduzidos:

I – DA SITUAÇÃO FÁTICA

O Autor vendeu ao Réu, entre os meses dezembro de 2018 e setembro de 2019, pelo importe
de R$ 587.293,00 (Quinhentos e oitenta e sete mil duzentos e noventa e três reais), 1.500
sacas de café. O réu descumpriu parcialmente a obrigação de pagar, estando inadimplente
com quantia de R$ 312.043,07(trezentos e doze mil e quarenta e três reais e sete centavos),
motivo da presente ação. O referido juízo recebeu ação, determinou a citação e intimação do
réu, para comparecimento à audiência de conciliação, designada para o dia 11/12/2020, sexta-
feira, às 14 horas e 30 minutos.

Como promessa do pagamento do acerto em espécie, o Promovido emitiu o cheque nº.


334455, sacado contra o Banco Xista S/A, com data de pagamento para 22/11/3333, o qual ora
acostamos. Entrementes, ao apresentar-se a cártula para pagamento, a mesma fora devolvida
por insuficiência de fundos. Ato seguinte, o Autor providenciou o protesto do título.

Surgiram rumores que o Réu tentava vender todo seu patrimônio, pois intencionava morar
com seus pais, na Cidade de São Paulo. O Autor, diante deste quadro, passou a verificar o
patrimônio do Réu.

De outro compasso, o Promovente presenciou que o Réu encontra-se pretendeu alienar os


dois aludidos imóveis, ou seja, todo seu patrimônio conhecido, o que comprova-se pelos
anúncios de jornais aqui acostados. Ademais, nestes mesmos imóveis encontram-se placas de
imobiliárias disponibilizando-os à venda, o que constata-se pelas fotografias aqui anexadas.

Neste diapasão, ficou cabalmente demonstrado que o Réu pratica, ilegalmente, atos de
dilapidação de todo patrimônio, procurando, destarte, lesar seus credores.

DO ATENDIMENTO AOS PRESSUPOSTOS PARA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR DE


ARRESTO
É de se perceber, pelos documentos anexos, que o Réu encontra-se atualmente afundado em
dívidas, o que se observa inclusive pelas anotações nos órgãos de proteção ao crédito e
correspondências originárias de empresas de cobranças.

E, nestas circunstâncias, justamente para preservar os interesses dos credores, a lei


resguardou ao magistrado a hipótese de restringir esta possível dilapidação, concedendo-lhe
regras processuais para o fito de fazer um arresto do patrimônio do devedor.

CPC 2015:

Art. 301 ....

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I – DA SITUAÇÃO FÁTICA

II – DO DIREITO

III - DA DECLARAÇÃO INCIDENTE - MEDIDA DE CAUTELA

O art. 792 do CPC, em especial o inciso IV, é claro ao dispor que:

"Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:

I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;

II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na


forma do art. 828;

III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;

IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de


reduzi-lo à insolvência;

V - nos demais casos expressos em lei.

§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.

§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de
provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões
pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.

§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a


partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.

§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se
quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias."

Assim, para a configuração da fraude à execução, exigem-se dois pressupostos:

➢ Pendência de ação que dá origem à constrição judicial; e


➢ Frustração dos meios executório em virtude de alienação de bens pelo devedor, levando-o,
assim, à insolvência.

Neste sentido, a jurisprudência enuncia:

"A Alienação ou oneração de bens após ajuizamento do pedido, mesmo antes de realizada a
citação, configura hipótese de alienação realizada em fraude à execução". (TJGO, 1ª Câmara,
RT 185/426).

"FRAUDE À EXECUÇÃO - CARACTERIZAÇÃO. No caso de ação de execução ou de ação de


conhecimento, é lícito aplicar o art. 593, II, do CPC, que considera em fraude de execução a
alienação de bens se esta acontece quando já corria contra o devedor demanda capaz de
reduzi-lo à insolvência". (TJ-SP - Ac. unân. da 11ª Câm. Cív. julg. em 4-3-93 - Agr. 211.609-2/0-
Santo André - Rel. Des. Gildo dos Santos - Pietro Evangelista vs. Mário Pacilio e outro).

"EMBARGOS DE TERCEIRO - FRAUDE À EXECUÇÃO. - Ineficazes as alienações operadas após o


ajuizamento da ação executiva por afronta ao contido no artigo 593, inciso III, do CPC,
bastando para tanto que esteja em curso demanda capaz de reduzir o devedor à insolvência,
seja através de processo de conhecimento ou execução; o reconhecimento da fraude à
execução dispensa ação específica e pode dar-se, nos próprios autos da execução, até de
ofício" (TAMG - Apelação nº 338.628-5 - Primeira Câmara Cível - rel. Juiz Alvim Soares -
07/08/2001).

Destarte, a fraude à execução constitui verdadeiro atentado contra o eficaz desenvolvimento


da função jurisdicional já em curso, porque lhe subtrai o objeto sobre o qual a execução
deveria recair.

Face ao exposto, requer a este Douto Juízo, nos termos do Art. 297 do CPC que digne, por
meio de ofício ou RENAJUD, determinar o bloqueio da transferência do veículo M.BENZ/O 400
RSD PL, Placa GMX-7421.

A finalidade de tal medida é assegurar/acautelar a efetividade da presente demanda.

IV – DOS PEDIDOS

Em consonância a todo o apresentado, requerer a condenação solidária dos Réus, com


fundamento no instituto da sub-rogação, ao pagamento do valor despendido pela Autora com
a reparação do veículo de sua associada, JOANA D'ARC DA SILVA, em face da conduta ilícita,
revestida de imprudência, praticada pelo 2º Réu na condução do veículo de propriedade da 1ª
Ré, que culminou no acidente aqui narrado.

Ante o exposto, REQUER a V. Exa.:

A) Conceder a medida cautelar, com o fim de determinar o bloqueio, junto ao DETRAN -


Departamento Nacional de Trânsito, da transferência do veículo M.BENZ/O 400 RSD PL, Placa
GMX-7421;

B) as citações postais dos Réus, com fulcro no art. 246, inciso I, do Código de Processo Civil,
para apresentar defesa, sob pena de revelia e de confissão quanto à matéria de fato;

C) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015.

D) seja julgada procedente a presente demanda, condenando os Requeridos a pagarem


quantia R$1.243,60 (hum mil, duzentos e quarenta e três reais e sessenta centavos).
E) requer a condenação dos Réus ao pagamento de custas e despesas processuais, bem como
ao pagamento de honorários de sucumbência no importe de 20% sobre o valor atualizado da
condenação.

Pretende provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, mormente
documental e testemunhal.

Dá-se a causa o valor de R$1.243,60 (hum mil, duzentos e quarenta e três reais e sessenta
centavos).

Pede deferimento. Belo Horizonte, 22 de junho de 2020.

I – DA SITUAÇÃO FÁTICA: história

Do Direito: -explicar o que é o pedido de tutela

-art. 300

- explicar o que é fumus boni iuris e assimilar com o caso hipotético

-explicar o que é periculum in mora e assimilar com o caso hipotético

Do arresto: -Explicar o que é e colocar o Art. 301

Dos pedidos: -citação do réu para a possibilidade do contraditório.

-E que seja atendido o pedido da tutela.

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