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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
conta bancária, tem-se que sua conduta, ainda que parcialmente, concorreu
à consecução do estelionato. Por essa razão, não pode ser imposto ao
terceiro de boa-fé, que foi suficientemente cauteloso no ato da celebração do
negócio, o sacrifício de arcar com a perda do bem, devendo ser consolidada
a posse e propriedade do veículo em seu favor.
ACÓRDÃO
RELATORA
VOTO
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Defende que tomou as devidas precauções, uma vez que não transferiu o
veículo ao interessado e manteve o recibo sem assinatura, até que, ao
perceber que havia sido vítima de golpe, registrou a ocorrência e recorreu ao
Poder Judiciário para solucionar o imbróglio, ajuizando ação de busca de
apreensão. No decorrer do referido processo, o apelado, por sua vez,
apresentou-se, afirmando ter adquirido o bem, oportunidade em que juntou
comprovante de transferência com a assinatura do apelante, cuja
autenticidade havia sido reconhecida em Cartório localizado no Município de
Senador Canedo (GO).
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É o relato do necessário.
PRELIMINAR
(...)
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JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
MÉRITO
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Existem duas formas de aplicar essa 'armadilha virtual' que são mais
comuns. Uma das fraudes mais comuns atualmente é o golpe do falso
pagamento. Em resumo, o comprador é, na verdade, um fraudador que finge
ter realizado o pagamento e retira o produto sem realmente ter pago por ele.
Para evitar esse tipo de dor de cabeça, explicamos melhor como ocorre a
aplicação do golpe na OLX e separamos algumas dicas de como identificar e
evitar ser enganado durante o fechamento de um negócio.
(...)
Essa fraude também pode acontecer quando uma pessoa, que se passa por
compradora, demonstra interesse no anúncio e decide fechar negócio na
plataforma que está sendo utilizada mesmo e, assim como no caso anterior,
o fraudador utiliza comprovantes de
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Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a
propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou
estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao
adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
"A grande novidade do art. 1.268 está em sua segunda parte, que traça
exceção à regra geral. Diz o preceito que a aquisição a non domino transfere
a propriedade em casos excepcionais, quando a coisa é oferecida ao público
em leilão ou estabelecimento comercial, em circunstâncias tais que, ao
adquirente de boa-fé como a qualquer pessoa o alienante se afigurar dono, A
regra, inteiramente afinada com o direito contemporâneo, tutela a teoria da
aparência e a segurança das relações negociais. Prestigia a confiança que
de terminadas condutas despertam no público em geral e, por consequência,
desloca o risco da perda da coisa, que era do adquirente, para o proprietário,
que não mais terá direito à reivindicação, mas apenas a reaver o equivalente
em dinheiro mais perdas e danos do alienante". (In: PELUSO, Cezar
(Coord.). Código Civil Comentado: doutrina e jurisprudência. 13ª ed. Barueri:
Manole, 2019, p. 1.232).
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- Se o autor do furto vende a coisa furtada para uma pessoa de boa-fé e esta
o revende para terceiro, também de boa-fé, não é desarrazoado entender
que a segunda venda, não obstante a non domino, é ou ao menos pode ser
válida - o que não quer dizer que seja eficaz -, à luz do disposto no artigo
1.268 do Código Civil.
- Ainda que se repute válida a venda a non domino, a tradição efetuada com
base nela não produz o efeito de transferir a propriedade para o comprador,
salvo quando satisfeitas cumulativamente as seguintes condições, listadas
na parte final do artigo 1.268 do Código Civil: a) oferecimento da coisa ao
público em geral ou pelo menos a determinado segmento de interessados,
em leilão ou estabelecimento comercial; b) boa-fé do adquirente qualificada
não apenas pelo desconhecimento do vício (ilegitimidade do proprietário
aparente para vender a coisa), mas pela impossibilidade de conhecê-lo
mediante as cautelas que são razoáveis tomar para certificar-se da
inexistência do vício.
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2. Evidenciando-se das provas dos autos que o autor sofreu golpe ao vender
veículo a estelionatário, realizando a regular transferência do bem, o
inadimplemento do negócio jurídico não é oponível ao réu, terceiro
adquirente de boa-fé na compra e venda posterior, que deve ter seus direitos
assegurados.
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DISPOSITIVO
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