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EXMO. SR.

DESEMBARGADOR PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL


DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO

GRERJ nº 43633800118-43

FAZENI TRANSPORTE E TURISMO LTDA, pessoa jurídica, devidamente


constituída, inscrita no CNPJ sob o n° 31.367.907/0001-17, estabelecida na Rua
Vereador Marinho Hemetério de Oliveira, nº 1.500- Queimados/RJ, vem, por seus
advogados abaixo assinados, interpor, com fundamento no art. 1.015, parágrafo
único, do Código de Processo Civil, agravo de instrumento, com requerimento de
concessão de efeito suspensivo contra as r. decisões de fls. 903, proferida pelo
MM. Juízo da 2ª Vara Cível de Queimados, nos autos da ação nº 0008266-
47.2012.8.19.0067, em fase de execução, na qual é exequente ELY GONÇALVES
LIÃO, brasileiro, casado, aposentado, portadora da Carteira de Identidade
21.847.433-6, expedida, pelo DETRAN/RJ, inscrita no CPF sob o no
052.418711796, residente nesta cidade, na Rua Taciano Lopes, n° 123, Casa -
Vila São Francisco -Queimados, Rio de Janeiro - RJ - CEP: 26.386-920, pelas
inclusas razões, cuja juntada requer:

A agravante é representada pelos advogados Erika Regina da Silva Costa e


Alexandre Victorino de Oliveira, inscritos na OAB/RJ, respectivamente, sob o nºs
177.888 e 098.176, todos com escritório no Rio de Janeiro, na Rua Jacatirão, 17,
salas 1,2 e 3, Vilar dos Teles, São João de Meriti, RJ, CEP: 25.561-411, e
requerem que todas as intimações sejam realizadas em nome de Alexandre
Victorino de Oliveira, sob pena de nulidade, nos termos do art. art. 272, §2°, do
Código de Processo Civil.

Ely Gonçalves Lião, exequente nos autos principais, é representado por


Marcelo Lourenço do Nerval Costa, inscrito na OAB/RJ sob o nº 117.508, com
escritório Avenida Treze de Maio, n° 13, grupo 1902 - Centro - Rio de Janeiro,
conforme procuração de fl. 46.
Este agravo deve ser processado por instrumento, nos termos do art.
1.015, parágrafo único, do Código de Processo Civil, pois ataca decisão proferida
em fase de execução, mais especificamente a que determinou a penhora das
contas da ora agravante.

É necessária a imediata concessão do efeito suspensivo, para sustar os


efeitos da r. decisão agravada. Isso porque, foi determinada penhora nas contas
da Fazeni, em razão do não pagamento do crédito, todavia a executada
apresentou nos autos a informação de crédito em dinheiro a receber nos autos da
ação 0004699-18.2006.8.19.0067, em trâmite junto a _____________, haja vista
não possuir saldo disponível nos caixas da empresa para realizar o pagamento do
valor devido.

É preciso, assim, que seja de imediato concedido o efeito suspensivo a este


recurso, para sustar os efeitos da r. decisão agravada e permitir o desbloqueio dos
recursos da agravante Fazeni.

Requer a agravante, por fim, a juntada da anexa guia comprobatória do


recolhimento das custas judiciais devidas e, após cumpridas as formalidades
legais, com a livre distribuição do feito, oportunidade em que espera a concessão
do efeito suspensivo aqui postulado, nos termos dos arts. 1.019, I, do Código de
Processo Civil, e, no mérito, seja provido o recurso e reformada a r. decisão
agravada.

Nestes termos,

P. deferimento.

Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 2019

Erika Regina da Silva Costa

OAB/RJ 177.888
RAZÕES DA AGRAVANTE, FAZENI:

Egrégia Câmara,

TEMPESTIVIDADE

A agravante, Fazeni, inobstante não tenha sido intimada da decisão


proferida nas fls. 903, mas após tomar ciência da penhora ilegalmente realizadas
nas contas bancárias sob sua titularidade, requer seja o presente agravo recebido
na forma do §4º do artigo 218 do CPC

É, pois, manifesta a tempestividade deste recurso.

BREVE RESUMO DA EXECUÇÃO EM CURSO:

PENHORA ILEGAL NAS CONTAS DA AGRAVANTE

Trata-se, na origem, de ação indenizatória movida por Nilma Rodrigues Pereira


contra a Auto Diesel Ltda., por meio do qual a parte autora, ora agravada,
pretendia a condenação da ré, também agravada, ao pagamento de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais) a título de danos morais e estéticos, em razão de acidente
ocorrido no interior do ônibus da linha 381 (Anchieta x Fundão), operada pela
agravada Auto Diesel.

5. Contestado o feito, o MM. Juízo a quo proferiu a r. sentença de fls. 81/82, por
meio do qual julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial, sob a
justificativa de que “a autora não se desincumbiu do ônus de comprovar que a ré
praticou conduta que tenha lhe causado dano moral ou estético” (cf. fl. 75 dos
autos físicos – 82 dos autos eletrônicos).

6. Inconformada com o resultado do julgamento, a agravada Nilma interpôs


recurso de apelação (cf. fl. 83/89 dos autos eletrônicos), pleiteando a reforma da
r. sentença de improcedência.
O recurso foi distribuído à Vigésima Quarta Câmara Cível deste e. Tribunal
de Justiça, sob relatoria da eminente Desembargadora Andréa Fortura, tendo sido
proferido acórdão para dar provimento ao recurso, nos seguintes termos:

“Assim merece razão à Autora/Apelante e o quantum


indenizatório deverá ser arbitrado em R$15.000 (quinze
mil reais), de acordo com os princípios da razoabilidade
e proporcionalidade e os elementos acima. Ante ao
exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao
recurso para julgar procedente o pedido

autoral e condenar a Ré ao pagamento de R$15.000


(quinze mil reais) pelos danos

morais, com juros de mora desde a citação e correção


monetária a partir deste

julgado, e ao pagamento das despesas processuais e


honorários advocatícios

fixados em 20% sobre o valor da condenação” (cf. fl.


110).

7. Com o trânsito em julgado do acórdão que proveu a apelação da agravada


Nilma (cf. fl. 141), foi apresentada a petição de fls. 143/145, por meio do qual
deu-se início ao cumprimento de sentença. Na ocasião, a então exequente
formulou o pedido de intimação da Auto Diesel para o pagamento da dívida, que
perfazia o montante de R$ 26.150,27 (vinte e seis mil, cento e cinquenta reais e
vinte e sete centavos).

8. Decorrido o prazo legal sem o efetivo pagamento da dívida, a agravada Nilma


apresentou a manifestação de fl. 167, por meio do qual requereu “a PENHORA
ON-LINE do valor de R$ 31.493,88 (trinta e um mil quatrocentos e noventa e três
reais e oitenta e oito centavos)”.

Realizadas as buscas nas contas bancárias da Auto Diesel, o resultado foi negativo
(cf. fls. 177/180),
motivo pelo qual a exequente Nilma formulou o pedido de penhora portas a dentro
de fls. 185/186.

9. O pedido de penhora portas a dentro, todavia, foi indeferido sob a justificativa


de que

“a execução deve ser realizada da forma menos onerosa ao devedor”. E, assim,


sem qualquer

requerimento da exequente neste sentido, o MM. Juízo a quo determinou “a


penhora de crédito

da devedora relativo aos valores auferidos com subsídio pago pelo Estado pela
utilização gratuita

de bilhete único/sistema de bilhetagem eletrônica, diante do estabelecido no art.


8º, §1º e §2º da

Lei estadual nº 5.628/09 e Lei 4.291/2004, no percentual de 10% ao mês até


atingir R$ 31.493,88”

(cf. fl. 190).

10. Com a determinação de penhora, foi expedido mandado de intimação à


Secretaria de

Estado de Transporte (“Setrans”) (cf. fl. 202), cuja finalidade era intimar a
“Secretaria de

Transportes para início da arrecadação, conforme Decisão supra, no percentual de


10% ao mês

dos valores auferidos com subsídio pago pelo Estado pela utilização gratuita de
bilhete

único/sistema de bilhetagem eletrônica a empresa ré VIAÇÃO INTERNORTE-


AUTODIESEL, até
alcançar o total da condenação nesses autos, no valor de no valor de R$
31.493,88 (trinta e hum

mil, quatrocentos e noventa e três reais e oitenta e oito centavos) e realizar


depósito a favor deste

Juízo”.

11. A Setrans, em resposta, apresentou o ofício de fls. 208/213, por meio do qual,
em

síntese, afirmou que “não tem autonomia, nem gerência sobre controle desses
pagamentos”, razão

pela qual sugeriu “que a empresa Fazeni seja intimada para realização da penhora

determinada, pois não compete a esta Secretaria o repasse desses pagamentos”.


É a partir de então

que o processo executório passou a ter contornos de ilegalidade.

12. Vale, aqui, abrir parêntese para esclarecer que o Bilhete Único Intermunicipal
é um

benefício tarifário, atrelado ao CPF do passageiro, que possibilita a utilização de


até 02 (dois)

transportes intermunicipais (ônibus, trem, metrô, barcas, VLT, BRT e vans


legalizadas), de forma

integrada, no período de 03 horas, sendo garantidas 02 (duas) integrações por


dia, com intervalo de

01 hora entre elas, pelo valor máximo de R$ 8,55 (oito reais e cinquenta e cinco
centavos), tudo de

acordo com o que prevê a Lei Estadual nº 5.628/2009 e Decreto Estadual nº


42.262/2010. Ou seja,

o passageiro arca com o valor máximo de R$ 8,55 (oito reais e cinquenta e cinco
centavos) e o
Estado subsidia o que exceder, sendo este excesso o valor depositado pela
Secretaria de Transporte

a título de subsídio na conta corrente da Fazeni em razão do Convênio nº 01/2013


(doc. 9).

13. Com este convênio, a agravante Fazeni processa todas as informações das

viagens diárias dos passageiros habilitados no programa do Bilhete Único


Intermunicipal e, por

meio de um sistema informatizado e auditado, calcula exatamente o valor da


tarifa a ser paga pelo

cidadão diretamente com seu cartão de transporte no ato da viagem (até R$ 8,55)
e a parte restante

que será ressarcida pelo Governo ao operador de transporte que o passageiro


escolheu em seus

deslocamentos.

14. Essas informações começam a ser consideradas no momento em que o


passageiro

aproxima o seu cartão — devidamente habilitado com o Bilhete Único — do


validador do transporte

selecionado. Em seguida, os operadores de transporte recebem, no dia seguinte,


os valores integrais

das tarifas de transporte pagos com recursos do cartão eletrônico de passagem


(Riocard Mais),

gestão realizada pela FETRANSPOR, e o valor complementado, que é pago pelo


Governo, cujos

recursos são creditados previamente na conta corrente da Fazeni atrelada ao


Convênio,
conforme as regras do Bilhete Único Intermunicipal e direcionada às
transportadoras que participam

do programa tarifário.

15. Considerando essas premissas, deve-se destacar, desde já, que a Secretaria
de

Transportes deixou de informar ao MM. Juízo a quo que, na verdade, desde


novembro de 2010 a

Auto Diesel não mais estava em atividade (doc. 10), pelo que não há valores a
serem repassados em

seu favor em razão do sistema de Bilhete Único. Por não transportar passageiros,
desde 2010, a Auto

Diesel não percebe qualquer receita de passagens e, consequentemente, também


não recebe por

integrações realizadas com o Bilhete Único.

16. A situação é de extrema clareza e simplicidade: a empresa executada na


origem

não tem qualquer valor a receber da ora agravante, na medida em que não mais
opera, desde

2010, no sistema público de transporte de passageiros do Estado do Rio de


Janeiro. Assim, a

penhora realizada nas contas da agravante nada mais é do que um ato de


constrição praticado

contra terceiro, absolutamente estranho à lide de origem, ilegal e injustificado.

17. Isso porque, diante da manifestação da Secretaria de Transportes, e sem


conseguir

localizar outros bens da devedora, a parte exequente requereu a intimação da


empresa Fazeni
e, ainda, que fosse efetuado o bloqueio dos valores mantidos no Banco Bradesco
que fossem

destinados à executada, Auto Diesel (fls. 218/219 dos autos originais; doc. 11).

18. Assim, o MM. Juízo a quo, sem considerar que não existem créditos a serem

repassados à devedora, em razão do encerramento de suas atividades, proferiu


decisão que

determinou a penhora das contas da Fazeni, na conta no Banco Bradesco que a


Secretaria de

Transportes havia indicado como sendo a que recebia os repasses dos subsídios
do Bilhete Único

de Intermunicipal (doc. 4):

“Fls. 215/216 e 218/219 - Ante o informado pela Secretaria de Estado de

Transportes, às fls. 208/213, determino a indisponibilidade dos ativos

financeiros da Empresa FAZENI junto ao Banco Bradesco, agência

00448, conta corrente 01882003-6, conforme indicado no documento de fl.

213, considerando que não se trata de quantia elevada, que poderia

comprometer a atividade empresarial, caso em que seria indicado a penhora

de rendimentos limitada a 10% por mês. Decorridos 48 horas, voltem

conclusos para verificação”. (fl. 221 dos autos principais; doc. 4; destacou-

se).

19. E pior: apesar do requerimento formulado pela exequente, o MM. Juízo a quo,
de

forma alheia ao que foi requerido, determinou, diretamente, a realização de


penhora online nas
contas da Fazeni, sem qualquer intimação prévia para que esta se manifestasse
sobre o pedido,

conforme determina o art. 10 do Código de Processo Civil1. A constrição, por sua


vez, recaiu, ainda,

sobre valores depositados em diversas contas da agravante, que não guardam


qualquer vínculo com

a sistemática do Bilhete Único Intermunicipal (doc. 12).

20. Nesse contexto, a Fazeni, que não é parte do processo de origem, nem é

responsável solidária pelas dívidas da Auto Diesel, compareceu espontaneamente


nos autos para

esclarecer que foi surpreendida com o bloqueio realizado em suas contas, razão
pela qual requereu

o imediato desbloqueio de suas contas (fls. 227/242 dos autos principais; doc.
13).

21. Foi, então, proferida a r. decisão que manteve o bloqueio, por considerá-lo
válido,

sob a fundamentação de que não foi comprovado o alegado prejuízo à atividade


empresarial da ora

agravante e que os diversos documentos acostados nos autos não constituiriam


“prova apta a

demonstrar audência de atividade da executada nem inexistência de crédito a ser


repassado

recorrente de bilhetagem eletrônica” (fl. 305 dos autos principais; doc. 4):

“1- Fls. 227/242 - Mantenho a penhora de R$ 31.493,88 nas contas de RIOCARD

TI, eis que não comprovado o alegado prejuízo à atividade empresarial da

requerente. Ademais, o documento de fls. 292/303, extraído de sistema interno


da
requerente, não constitui prova apta a demonstrar ausência de atividade da
executada

nem inexistência de crédito a ser repassado decorrente de bilhetagem eletrônica.

2- Segue protocolo de desbloqueio do excedente (R$ 31.616,35). Ao cartório para

juntada.

3- Defiro o prazo de 15 dias para juntada de procuração pela FAZENI.

4- Diga a exequente sobre o alegado, em 5 dias”.

22. Frise-se, mais uma vez, que a Fazeni esclareceu ainda outro ponto de extrema

relevância: a devedora, Auto Diesel, desde novembro de 2010 não apresenta


créditos eletrônicos de

passagem a serem ressarcidos, tendo encerrado suas atividades na mesma época


(doc. 10). Dessa

forma, é possível concluir que, desde então, não foram mais apurados quaisquer
créditos em favor

1 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se

tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de


matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

10

da devedora referentes às passagens pagas com o cartão Riocard Mais, não


existindo também, por

consequência, créditos relativos ao benefício do Bilhete Único que as


complementassem.

23. O bloqueio realizado mostra-se de todo descabido, evidentemente ilegal, uma


vez
que atingiu patrimônio de terceiro, estranho à lide de origem, e tendo em vista
que não há crédito a

ser repassado em favor da empresa executada.

24. Como será demonstrado, a penhora das contas da Fazeni não pode ser
mantida,

pelo que deverá ser reformada a r. decisão agravada. O valor bloqueado, ainda
que tenha como

destinação o repasse das empresas de ônibus, não seria destinado à Auto Diesel,
visto que, desde

novembro de 2010, encerrou suas atividades com BUI, não havendo que se falar,
portanto, em

ressarcimento de passagens ou de seu complemento por meio do referido


subsídio, por não ter mais

transportado passageiros. Não é possível, assim, que seja mantida a penhora


realizada sobre contas

da Fazeni, impondo-se a reforma das decisões de fls. 221 e 305 dos autos
principais.

CONTAS BLOQUEADAS DE FORMA INDEVIDA:

CONSTRIÇÃO PATRIMONIAL CONTRA TERCEIRO ESTRANHO À LIDE, SEM


VÍNCULO

DE SOLIDARIEDADE COM A EXECUTADA

24. Conforme brevemente relatado no capítulo anterior, o MM. Juízo a quo


determinou,

ex officio, a “penhora de crédito da devedora relativo aos valores auferidos com


subsídio pago pelo

Estado pela utilização gratuita de bilhete único/sistema de bilhetagem eletrônica”,


razão pela qual
foi expedido mandado de intimação à Setrans, que, por sua vez, apresentou ofício
de resposta,

informando que a responsável pela transferência dos subsídios estatais à


executada seria a RioCard

TI, ora agravate. Confiram-se, abaixo, trechos do ofício de fls. 208/213:

“(...) Então, a CGBU informou que o subsídio do Bilhete Único Intermunicipal

para pagamento das concessionárias de transporte público é depositado na conta

corrente da Fazeni que faz o repasse respectivo a cada empresa.

Conforme consta no documento anexo de manifestação da citada Coordenadoria

(CGBU), que foi extraído do citado PA (E-10/001/267/2019), a empresa Riocard

Tecnologia da Informação S/A é responsável pelo repasse às concessionárias,

conforme estabelecido nos termos do Convênio nº 01/13. A coordenadoria

acrescente que não tem gerência no controle desses pagamentos ao destinatário

final.

11

A ASJUR reforça que o Estado do Rio de Janeiro não é parte nos processos, bem

como realça que o valor penhorado faz parte de subsídio estadual com a finalidade

específica de ressarcimento à empresa Fazeni pela utilização de cidadãos do

bilhete único estadual e que sua penhora não afastará a responsabilidade


posterior

do Estado do Rio de Janeiro em efetuar o pagamento do valor penhorado.

Dessa forma, sugerimos ao douto Juízo que a empresa Fazeni seja intimada

para a realização da penhora determinada, pois não compete a esta Secretaria o

repasse desses pagamentos diretamente à empresa Viação Rubanil LTDA”


(grifou-se).

25. Diante das informações contidas no Ofício da Secretaria de Estado de


Transporte, a

parte exequente, ora agravada, apresentou a petição de fls. 215/216,


oportunidade em que requereu

a intimação da ora agravante para “a realização da penhora determinada, diante


do estabelecido

no art. 8º, §1º e § 2º da Lei estadual nº 5.628/09 e Lei 4.291/2004, no


percentual de 10% ao mês

até atingir R$ 31.493,88 e realizar depósito a favor deste Juízo na forma do art.
855, I do CPC”.

26. Ocorre que, de forma alheia ao que foi requerido pela exequente, o MM. Juízo
a quo

procedeu com a imediata penhora on-line do valor em execução em todas as


contas de titularidade

da agravante. E, assim, de forma totalmente ilegal, a Fazeni teve o valor total de


R$ 63.110,23

(sessenta e três mil, cento e dez reais e vinte e três centavos) bloqueados em
suas contas bancárias,

para satisfação de débito de terceiro, com o qual não mantém qualquer relação.

27. Como se observa, o bloqueio dos ativos bancários da agravante extrapolou – e


muito

– o valor executado nesta demanda, já que o exequente, às fls. 215/216, apontou


como devido o

valor de R$ 31.493,88, ao passo que foi bloqueado o valor de R$ 63.110,23 nas


contas da ora
agravante (doc. 12). Contudo, após a manifestação da agravante na origem, o
valor bloqueado em

excesso, em R$ 31.616,35 (trinta e um mil, seiscentos e dezesseis reais e trinta e


cinco centavos),

foi desbloqueado, permanecendo a indevida penhora no valor de R$ 31.493,88


(cf. fl. 305).

28. Com efeito, a penhora realizada nas contas da agravante, para satisfação do
crédito

objeto desta lide, é manifestamente ilegal. Primeiramente porque a Fazeni não


guarda qualquer

relação jurídica com a executada nestes autos, sendo certo, ainda, que jamais
integrou a lide, razão

pela qual jamais poderia sofrer qualquer constrição patrimonial. E ainda que assim
não fosse,

nenhum dos valores penhorados nas contas de titularidade de agravante seriam


destinados à Auto

12

Diesel, ora agravada, à título de subsídio tarifário do Bilhete Único Intermunicipal


– BUI, pois não

há qualquer crédito a ser repassado à executada.

a) Decisão extra petita:

29. Inicialmente, a r. decisão agravada, que determinou a realização de penhora


on-line

nas contas da Fazeni, é manifestamente ilegal porque extrapolou os limites do


próprio pedido

formulado pela exequente, não cabendo, data maxima venia, ao MM. Juízo a quo
determinar, de
ofício, a realização de ato de constrição mais gravoso do que aquele
especificamente requerido pela

parte interessada.

30. O art. 513, §1º do Código de Processo Civil prevê expressamente que o

“cumprimento de sentença que reconhece o dever de pagar quantia certa,


provisório ou definitivo,

far-se-á a requerimento do exequente”. Este dispositivo deixa claro que medidas


que visem dar

efetividade ao cumprimento de sentença devem ser realizadas, obrigatoriamente,


à requerimento do

exequente e nunca de ofício pelo magistrado.

31. Ocorre que, como se observa pela petição de fls. 218/219 dos autos de
origem, a parte

exequente, também agravada neste recurso, expressamente requereu a intimação


da Fazeni para

“a realização da penhora determinada, diante do estabelecido no art. 8º, §1º e §


2º da Lei estadual

nº 5.628/09 e Lei 4.291/2004, no percentual de 10% ao mês até atingir R$


31.493,88 e realizar

depósito a favor deste Juízo na forma do art. 855, I do CPC”. Em outras palavras,
requereu-se a

intimação da agravante para proceder com retenção mensal, de 10% do eventual


crédito existente,

até a integralidade do valor da execução.

32. De maneira totalmente extravagante ao que restou requerido pela parte


agravada, o
MM. Juízo a quo determinou a realização de penhora, via sistema BacenJud, em
todas as contas da

Fazeni. A realização de atos de constrição em valor superior ao executado nestes


autos é

incontroversa, uma vez que as provas que acompanham a presente manifestação


demonstram, de

forma inequívoca, a efetiva realização das penhoras (doc. 12).

33. Portanto, resta evidente que a r. decisão agravada, que determinou a


realização de

penhora on-line nas contras da Fazeni, é ilegal, e por isso nula, pois extrapolou os
limites do

13

pedido formulado pela exequente, ora agravada, a quem cabia o requerimento das
medidas

executórias necessárias, razão pela qual a decisão e o ato de penhora


demonstram-se extra petita.

34. Dessa forma, resta evidente a nulidade de r. decisão agravada, razão pela
qual confia

a agravante no provimento deste recurso, para que seja desfeita a penhora nas
contas da agravante,

no valor total de R$ 31.493,88, uma vez que a r. decisão agrava extrapolou, e


muito, o pedido

formulado na origem.

b) Penhora ilegal realizada sem direito ao contraditório, em contas de terceiro


estranho à lide

35. Não fosse suficiente o demonstrado no item anterior, importante destacar que
a
penhora realizada pelo MM. Juízo a quo, com o devido acatamento, também se
mostra ilegal em

razão de ter se voltado contra o patrimônio de terceiro, que não faz parte da lide e
que não teve

sequer a oportunidade de se manifestar previamente à prática do gravoso ato.

36. A esse respeito, relembre-se que a Constituição da República, no capítulo


destinado

aos direitos e deveres individuais e coletivos, inserido dentro do título sobre as


garantias

fundamentais, mais precisamente no art. 5º, inciso LIV, prevê expressamente que
“ninguém será

privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. No inciso


subsequente (art. 5º,

LV), a Constituição da República prevê que “aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo,

e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os


meios de recursos

a ele inerentes”.

37. Em que pese a taxatividade e a clareza do texto constitucional, a medida


tomada nos

autos originários feriu de morte os mais importantes princípios e garantias


constitucionais,

notadamente o devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Isso


porque a ordem

emanada pelo MM. Juízo a quo foi exatamente ao revés do que determina a
Constituição da
República: a agravante foi privada dos seus bens sem o devido processo legal, da
mesma forma

que não lhe foi garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório prévio.

38. Apesar de nunca ter sido parte neste processo e de não ter qualquer relação,
mínima

que seja, com o título judicial constituído nestes autos, a empresa agravante foi
surpreendentemente

atacada em seu patrimônio, sem que sequer tenha sido intimada para se
manifestar nestes autos. Em

14

situação análoga, este e. Tribunal de Justiça assentou que, tendo em vista que o
credor “não intimou,

previamente, o possuidor do bem sobre a penhora e hasta pública, faz-se


imperioso o

reconhecimento do vício insanável que enseja a nulidade da constrição judicial


perquerida”.

Senão, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. AUSÊNCIA DE

INTIMAÇÃO PRÉVIA DO POSSUIDOR SOBRE A PENHORA E PRAÇA.

NULIDADE. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA. 1. O artigo 1.046 do

Código de Processo Civil de 1973 estabelece as situações que legitimam a

propositura da ação de embargos de terceiro: deve o indivíduo não ser parte do

feito onde seus bens foram constritos e deve ostentar a qualidade de proprietário,

compromissário ou possuidor do bem gravado. Como se pode perceber, aquele


que
tiver sido privado da posse de seus bens por ato de constrição judicial pode se
valer

dos embargos de terceiro. 2. Nesse diapasão, tendo em vista que o responsável


legal

do credor e da sociedade arrematante não intimou, previamente, o possuidor do

bem sobre a penhora e a hasta pública, faz-se imperioso o reconhecimento do


vício

insanável que enseja a nulidade da constrição judicial perquirida. 3. Destarte,

demonstrada a posse justa e de boa-fé, aliada à ausência da prévia intimação do

possuidor e/ou representante legal do proprietário do bem, conclui-se que a

procedência dos embargos é medida que se impõe, razão pela qual a R. Sentença

deve ser mantida nos termos lançados. 4. Recursos aos quais se nega provimento.

(TJRJ – APL: 04593843020148190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 8 VARA

CÍVEL, Relator: Gilberto Clóvis Farias Matos, Data da Julgamento: 22/11/2016,

DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 25/11/2016)

39. Destaque-se que a penhora determinada na origem visava imobilizar valores


que

seriam transferidos para a devedora, dinheiro que ela eventualmente teria direito
em razão do

montante arrecadado nas catracas pela utilização do Bilhete Único Intermunicipal.


A exequente

buscava, assim, créditos que a Auto Diesel teria a receber, para satisfazer a
execução, e não bens

próprios da Fazeni.

40. Aqui há relevante ponto a ser considerado: como já esclarecido nos autos
principais,
na verdade, a Auto Diesel sequer possui valores a receber da Fazeni. Como ela
encerrou suas

atividades em novembro de 2010, desde então não possui créditos a receber


provenientes do Sistema

de Bilhetagem Eletrônica. A decisão agravada, que determinou o bloqueio, assim,


precisa ser

revista.

41. Insista-se que a Secretaria de Transportes informou a existência da conta da


empresa

agravante, Fazeni, no Banco Bradesco, pois era lá depositado o subsídio tarifário


que seria,

depois, transferido para as operadoras de transporte de passageiros de acordo


com o que cada uma

15

transportou de fato. A Fazeni nada deve à exequente, já que não é devedora.


Logo, a medida

correta seria intimar a agravante para informar se, de fato, há créditos a serem
repassados à

Auto Diesel.

42. Portanto, feitas essas considerações, importante destacar que o art. 10 do


Código de

Processo Civil expressamente prevê que o “juiz não pode decidir, em grau algum
de jurisdição,

com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes


oportunidade de se

manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”.

43. Contudo, nenhum dos preceitos constitucionais e legais foram observados no


presente caso. Não foi permitida, nestes autos, a manifestação prévia da
agravante para informar,

antes da efetivação de qualquer medida de constrição patrimonial, se a empresa


executada teria

algum crédito a receber à título de subsídio estatal. Ademais, caso existisse um


crédito em seu favor,

a medida correta seria a intimação da ora agravante para reter este eventual
crédito, assim como foi

feito com a Secretaria de Estado de Transportes, e não a penhora imediata dos


bens de terceiro.

Aliás, foi exatamente isso o que requereu a agravada Nilma.

44. Diante de todo o exposto, resta evidente a nulidade da penhora realizada nos
autos

originários, uma vez que a agravante é pessoa estranha à lide, sem qualquer
vinculação jurídica com

a executada, de nenhuma natureza, e foi violada em sua esfera patrimonial, como


bloqueio de R$

31.493,88, sem que lhe tenha sido concedida oportunidade de prévia


manifestação, em violação ao

devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, devendo, portanto, ser


provido este recurso.

INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO A SER REPASSADO À AUTO DIESEL LTDA.:

CONSTRIÇÃO QUE PREJUDICA A ATIVIDADE EMPRESARIAL

45. Como visto acima, a r. decisão agravada reconheceu que a executada nos
autos de

origem seria credora do Estado, no que tange aos subsídios relativos ao sistema
de bilhetagem
eletrônica nos serviços públicos de transporte coletivo de passageiros por ônibus,
nos termos do art.

9º, §§ 1º e 2º da Lei nº 5.628/092 e da Lei nº 4.291/04. Veja-se:

2 Art. 9º O valor do subsídio será depositado pelo Estado do Rio de Janeiro com
recursos do Fundo Estadual de

Transportes, na conta vinculada e específica a ser aberta para essa finalidade. §1º
A Secretaria de Estado de Transportes

definirá o valor dos depósitos mensais a partir dos estudos técnicos, tendo como
base a real demanda de transporte

intermunicipal. §2º O depósito do valor do subsídio será realizado mensalmente


no último dia útil do mês anterior ao mês

de prestação do serviço.

16

“Defiro, no entanto, a penhora de crédito da devedora relativo aos valores

auferidos com o subsídio pago pelo Estado pela utilização gratuita de bilhete

único/sistema de bilhetagem eletrônica, diante do estabelecido no art. 8º, §1º e §


da Lei estadual nº 5.628/09 e Lei 4.291/2004, no percentual de 10% ao mês até

atingir R$ 31.493,88.”

46. No entanto, após uma resposta evasiva da Secretaria de Estado de


Transporte, em

que ela afirmou que o subsídio é depositado na conta da Fazeni, procedeu-se a


penhora on-line

nas contas dessa última, sem qualquer razão jurídica para tanto e, como
demonstrado, sem que

sequer houvesse pedido da exequente neste sentido.


47. Diante dessa postura, indaga-se: se houve reconhecimento expresso – eis que
oriundo

de lei – de que o Estado seria credor da Auto Diesel, ora agravada, por qual
motivo foi determinada

a penhora das contas da Fazeni? Qual é a relação jurídica existente entre a


agravada e a

agravante que autorizaria o prosseguimento da execução em face de terceiro


estranho à lide? Qual

é a disposição legal que permite a penhora dos bens da Fazeni para o pagamento
de débitos de

terceiro?

48. De fato, conforme informado pela Secretaria de Transportes, “o subsídio do


Bilhete

Único Intermunicipal para pagamento das concessionárias de transporte público é


destinado na

conta corrente de Fazeni que faz o repasse respectivo a cada empresa”. Essa
obrigação de

fazer, consistente no repasse dos subsídios às empresas de ônibus, tem previsão


expressa no

Convênio nº 01/2013 (doc. 9), em que o Estado do Rio de Janeiro e a RioCard


Tecnologia da

Informação assim pactuaram:

“I. Compete ao CONCEDENTE:

a) Repassar à BENEFICIÁRIA semanalmente e previamente à

ocorrência das despesas, os recursos financeiros provenientes do Fundo

Estadual de Transportes destinados à execução do objeto deste Convênio,


obedecendo ao Cronograma de Desembolso constante do Plano de Trabalho,

às Leis Orçamentárias, e demais aditivos a serem firmados;

(...)

II. Compete à BENEFICIÁRIA

a) Executar o pactuado na CLÁUSULA PRIMEIRA, de acordo com o

Plano de Trabalho apresentado e aprovado, e aplicar os recursos financeiros

exclusivamente no cumprimento do seu objeto;

(...)

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c) Realizar, diariamente, o repasse do subsídio proveniente do Fundo

Estadual de Transportes às Concessionárias e Permissionárias do Serviço

Público de Transportes afetas ao Sistema do Bilhete Único, observados os

seguintes procedimentos: (...)”

49. Portanto, com base no disposto no Convênio, é necessário esclarecer como


funciona

toda essa sistemática. O Bilhete Único Intermunicipal (“BUI”) nada mais é do que
um benefício

social aplicado nas tarifas de transporte público e concedido pelo Estado do Rio de
Janeiro aos

cidadãos com idade de 5 (cinco) a 64 (sessenta e quatro) anos, com renda mensal
inferior a R$

5.839,45 (cinco mil, oitocentos e trina e nove reais e quarenta e cinco centavos).

50. O passageiro com CPF cadastro no programa do Bilhete Único Intermunicipal


poderá
utilizar até dois meios de transportes, no período de 3 (três) horas, e pagará o
valor máximo de R$

8,55 (oito reais e cinquenta e cinco centavos). A diferença entre o valor máximo
pago pelo

passageiro (R$ 8,55) e o custo real das passagens com o transporte público
escolhido pelo usuário,

será complementado pelo Estado.

51. Como se sabe, o pagamento dessas passagens é feito mediante a utilização do


cartão

eletrônico Riocard Mais. Nesse sentido, a partir do momento em que o usuário


aproxima o cartão

no validador do ônibus (ou metrô, trem e etc), e é realizado o pagamento da


passagem, as

informações passam a ser transmitidas para a realização do pagamento das


empresas de ônibus, que

recebem o pagamento da tarifa em apenas 24 (vinte e quatro horas). Toda a


sistemática sobre o

pagamento e o repasse de valores está minuciosamente explicada no site da


Fetranspor3. Confira-

se:

“A tecnologia é a maior aliada ao cartão Riocard Mais. Do exato momento em que

o cidadão encosta o próprio cartão no validador do meio de transporte até o

recebimento da tarifa pelo transportador, são transcorridas apenas 24 horas. O

processo é iniciado imediatamente, e as transações são consolidadas durante a

madrugada, para que, no dia seguinte, cada empresa (seja de ônibus, trem,
metrô,
VLT, BRT, barca ou um permissionário de van intermunicipal legalizada) receba

2 (dois) créditos relacionados à tarifa. O primeiro contém a soma de todos os

valores pagos diretamente pelo passageiro que utilizou o serviço; e o segundo, o

complemento da tarifa, que é pago pelo Governo, com recursos creditados

previamente na conta corrente do convênio, conforme as regras do Bilhete Único

Intermunicipal. As informações das transações dos validadores são

transmitidas pelos modais, para processamento da RioCard, diariamente até

as 04:00. Em caso de envio posterior, a transação será processada juntamente


com

3 https://www.fetranspor.com.br/transparencia/bilhete-unico-intermunicipal/

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as transações do dia do recebimento. Para apresentação diária, é considerado o

quantitativo de usuários no intervalo de 00:00 a 23:59.” (grifou-se).

52. Como esclarecido no site da Fetranspor, todas as “informações das transações


dos

validadores são transmitidas pelos modais, para processamento da RioCard,


diariamente até às

4:00”. Em outras palavras, isso significa que a cada vez que um usuário do BUI
realiza o pagamento

da passagem numa respectiva linha de ônibus, por exemplo, essa informação é


diretamente

repassada para a Fazeni que, com base nos dados de cada validador, ao final do
horário

estipulado no convênio, faz o repasse dos valores devidos às transportadoras que


participam do
programa tarifário.

53. Ou seja, os valores depositados pelo Estado a título de subsídio do Bilhete


Único

Intermunicipal são repassados de acordo com as integrações registradas nos


validadores das linhas

de ônibus, o que pressupõe, por óbvio, que para a realização de repasse pela
agravante é necessário

que a empresa de ônibus esteja efetivamente operando, para que tenha direito ao
repasse de valores

relacionados com os passageiros subsidiados pelo Estado que circularam em seus


veículos. Caso a

empresa de ônibus não esteja mais com linhas operantes, nenhum usuário
subsidiado utilizará dos

serviços por ela prestados, razão pela qual não será devido qualquer repasse à
empresa.

54. Exatamente esse é o caso da Auto Diesel Ltda., uma vez que a empresa
executada

nesta demanda não detém qualquer crédito oriundo de subsídio Estatal do


programa do Bilhete

Único Intermunicipal a ser recebido, uma vez que a referida empresa de ônibus
não mais

opera no serviço público de transporte de passageiros por ônibus desde de


novembro de 2010!

55. Isto é o que demonstram os últimos arquivos enviados, por meio do sistema
de

Bilhetagem Eletrônica, pela AUTO DIESEL (doc. 10), que apontam que foram
encaminhados para
ressarcimento, pela última vez em NOVEMBRO de 2010, tendo os respectivos
valores sido

depositados diretamente em conta corrente de titularidade da executada junto ao


Banco ITAU.

56. Noutras palavras, o que se diz é que, como demonstra a tabela abaixo, o
último

repasse feito à Auto Diesel, no valor de R$ 427,67 (quatrocentos e vinte e sete


reais e sessenta a sete

centavos), foi realizado em 14/11/2010. Confira-se:

19

57. A conclusão que se chega, portanto, é que a abusiva e ilegal penhora realizada
nas

contas da agravante, a fim de bloquear eventuais créditos da Auto Diesel, em


decorrência de repasse

de subsídio pela utilização do BUI, atingiu o patrimônio de terceiro, já que a


agravada Auto Diesel

não faz jus ao repasse do subsídio desde 2010. Ou seja, é fato inquestionável que,
aqui, a executada

na origem não possui nenhum crédito a ser recebido da Fazeni, à título de repasse
de subsídio,

o que faz com que a penhora de bens desta última seja manifestamente ilegal e
injustificada.

58. Após tomar conhecimento da penhora, a agravante peticionou nos autos de


origem

esclarecendo o equívoco na penhora, diante da ausência de crédito a ser


repassado à devedora. Na
oportunidade, a agravante apresentou o extrato supra, de repasse dos subsídios
oriundos do

programa Bilhete Único Intermunicipal, além do repasse dos últimos 6 (seis)


meses que

demonstravam a inexistência de repasse desde então.

59. Contudo, a r. decisão agravada, de forma padronizada e sem analisar a


documentação

apresentada nos autos, limitou-se a afirmar que “o documento de fls. 292/303,


extraído do sistema

interno da requerente, não constitui prova apta a demonstrar a ausência de


atividade da executada,

nem inexistência de crédito a ser repassado decorrente de bilhetagem eletrônica”.

20

60. Ora, Excelências, se nos termos do Convênio nº 01/2013, a Fazeni foi eleita

a responsável para efetivar os repasses às empresas de ônibus, por qual razão os


documentos

do seu sistema próprio não seriam aceitos?

61. Além disso, a decisão agravada inverte a lógica processual estampada no art.
513,

§1º, do CPC4, uma vez que transfere à terceiro estranho à lide o ônus de
comprovar a inexistência

de relação de crédito entre o exequente e o executado, ora agravados. Se a Lei


prevê, expressamente

no art. 524, VII, do CPC, que o cumprimento far-se-á a requerimento do credor e


que a este incumbe

a indicação dos bens passíveis de penhora, não poderia o magistrado ter dado
solução contrária na
demanda originária.

62. Com efeito, o exequente jamais havia indicado a existência de crédito em


favor da

Auto Diesel sob custódia da agravante. Relembre-se que a intenção de se


penhorar eventuais

créditos da Auto Diesel, oriundos do programa do Bilhete Único Intermunicipal,


partiu da própria

magistrada, sem qualquer requerimento da parte interessada. O que se nota,


portanto, é que a parte

jamais comprovou a existência de crédito em favor da Auto Diesel sob custódia da


Fazeni.

Mas, ainda assim, a r. decisão agravada imputou à agravante, terceira estranha à


lide originária, o

ônus de comprovar, de forma inequívoca, a inexistência de um crédito que jamais


foi provado na

origem.

63. Ainda que se considere razoável a justificativa do MM. Juízo a quo, fato é que
em

2010, ano de encerramento das atividades da Auto Diesel, foi realizada licitação
para reorganizar

as linhas de ônibus em circulação nesta cidade. Na oportunidade, a concessão do


transporte de

passageiros por ônibus ficou definido numa divisão da cidade em quatro áreas,
sendo certo que cada

área é operada por um consórcio formado por empresas de ônibus.

64. Segundo as informações públicas contidas no site da Rio Ônibus, a agravada


Auto
Diesel ficou impedida de participar da licitação e não integrou nenhum dos
consórcios que atuam

nas áreas de atuação desta cidade (doc. 14), razão pela qual restou impedida de
continuar operando.

4 Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título,
observando-se, no que couber e

conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste


Código.

§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia,


provisório ou definitivo, far-se-á a

requerimento do exequente.

21

Confira-se, nesse sentido, relação das empresas que integram os consórcios5


concessionários de

transporte público de passageiros por ônibus:

- Internorte: Auto Viação Três Amigos; Caprichosa Auto Ônibus Ltda; Gire

Transportes Ltda; Premium Auto Ônibus; Rodoviária A. Matias S/A; TEL -

Transportes Estrela S/A; Transportes America Ltda; Transportes Estrela Azul S/A;

Transportes Paranapuan S/A; Viação Acari S/A; Viação Ideal S/A; Viação

Madureira Candelária; Viação N. S. de Lourdes; Viação Novacap S/A; Viação

Pavunense S/A; Viação Penha Rio Ltda; Viação Rubanil Ltda; Viação Verdun S/A;

Viação VG Eireli; Viação Vila Real S/A

- Intersul: Auto Viação Alpha S/A; Auto Viação Tijuca S/A; Empresa Braso

Lisboa Ltda.; Gire Transportes Ltda; Premium Auto Ônibus; Real Auto Ônibus

Ltda.; Transp. Vila Isabel S/A; Transp. Estrela Azul S/A; Transurb S/A; e Viação
N. S. das Graças

- Transcarioca: Auto Viação Tijuca S/A; Auto Viação Três Amigos; Caprichosa

Auto Ônibus Ltda.; Expresso Recreio; Premium Auto Ônibus; Real Auto Ônibus

Ltda.; TEL - Transportes Estrela S/A; Transportes Barra Ltda.; Transportes Futuro

Ltda.; Transurb S/A; Viação Acari S/A; Viação Normandy do Triângulo Ltda.;

Viação Novacap S/A; e Viação Redentor

- Santa Cruz: Auto Viação Jabour Ltda.; Auto Viação Palmares; Expresso Pégaso

Ltda.; Expresso Recreio; Transp. Campo Grande Ltda.; e Transportes Barra Ltda.

65. Dessa forma, verifica-se que a determinação de constrição, via BanceJud, nas
contas

de titularidade da Fazeni não se prestaram à finalidade pretendida por este MM.


Juízo, uma vez

que a executada nestes autos não detém, desde 2010, nenhum direito ao repasse
do subsídio estatal.

66. A bem da verdade, os bloqueios nas contas de depósito e repasse do subsídio


do

Bilhete Único Intermunicipal prejudicam a manutenção do benefício para a


população do Estado,

na medida em que os valores a serem repassados às outras empresas, que


efetivamente transportaram

usuários que possuem o referido benefício, estariam bloqueados. Em razão do


bloqueio, ou o repasse

será feito a menor, ou sequer será feito, comprometendo a obrigação firmada pela
Fazeni no

Convênio nº 01/2013.
67. Aqui, evidentemente, há interferência irregular do Poder Judiciário na
atividade

empresarial de diversas empresas de ônibus, que não guardam qualquer relação


com Auto Diesel,

empresa devedora nestes autos.

5 http://www.rioonibus.com/o-rio-onibus/consorcios-e-empresas/

22

68. Ademais, os bloqueios também interferem diretamente na atividade


empresarial da

Fazeni, uma vez que diversas contas necessárias à atividade empresarial,


utilizadas para a

prestação de serviços em contratos firmados com outras empresas, tal como a


VLT, sofreram

constrição patrimonial sem que existisse qualquer nexo causal entre a atividade
empresarial da

agravante e o bloqueio propriamente dito.

69. A penhora determinada visava imobilizar valores que seriam transferidos para
a

devedora, dinheiro que ela eventualmente teria direito em razão do montante


arrecadado nas catracas

pela utilização do RioCard. A exequente buscava, assim, créditos que a Auto


Diesel teria a receber,

para satisfazer a execução, e não bens próprios da Fazeni ou das demais


empresas de ônibus,

integrantes do sistema de bilhetagem eletrônica.

70. Não se trata, aqui, de solidariedade de devedores, que pudesse justificar o


fundamento de que a existência de um grupo econômico tornaria possível a
penhora em nome de

qualquer empresa. Trata-se de tentativa de bloqueio de créditos a serem


recebidos pela Auto Diesel,

o que é diferente. Não se poderia bloquear nenhum centavo da Fazeni, ou das


demais empresas

de ônibus, pois a agravante não tem consigo valor a ser transferido para a
devedora.

71. A solidariedade prevista nos arts. 264 e seguintes do Código Civil não se
aplica ao

caso. Afinal, “a solidariedade não se presume; resulta de lei ou da vontade das


partes” (CC, art.

266), e a Fazeni não pode ser penalizada com o pagamento de dívida da Auto
Diesel, ou de

valores que supostamente essa empresa teria a receber de repasses em razão de


subsídio Estatal.

72. Ao se penhorar bens próprios da Fazeni, o MM. Juízo a quo acabou por

confirmar verdadeiro excesso da penhora. Deveriam ser bloqueados eventual


crédito existente em

favor da Auto Diesel, a serem repassados pela Fazeni, e não valores próprios das
empresas, que

não são devedoras e contra as quais a exequente não possui direito de crédito. E
o bloqueio deveria

ter sido precedido pela informação da confirmação da existência de crédito em


favor da Auto Diesel,

que, como dito, não tem valores a receber.

73. As contas bloqueadas não podem servir para pagar dívidas da Auto Diesel. O
patrimônio da Fazeni não deve ser utilizado para satisfazer a exequente, que não
possui crédito

23

contra agravante. Por certo ela poderia penhorar créditos em favor da devedora,
mas nunca bens

próprios de outras empresas, sejam elas ou não do mesmo grupo econômico.

74. Ao fim, a r. decisão agravada acabou por confirmar verdadeira “penhora


incorreta”,

tal como previsto no art. 525, IV, do Código de Processo Civil. O bloqueio deveria
ser restrito a

crédito a ser recebido pela Auto Diesel e não bem próprio da Fazeni, que nada tem
a pagar em

favor da devedora da ação principal.

75. Diante de todo o exposto, confia a Fazeni que esse recurso será provido para

determinar o imediato desbloqueio de todas as contas bancárias de sua


titularidade, uma vez que,

conforme demonstrado, a medida é ilegal e abusiva, pois não há qualquer valor, à


título de subsídio

estatal em razão do programa do Bilhete Único Intermunicipal, a ser repassado à


empresa agravada,

que não faz jus ao repasse desde 2010, por não mais participar do programa
tarifário. Ademais,

como demonstrado, a medida impacta diretamente no patrimônio alheio, com


interferência direta na

atividade empresarial da agravante e de centenas de empresa de ônibus.

ADMISSIBILIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO:


NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO

76. Este agravo deve ser processado por instrumento, com fundamento no art.
1.015,

parágrafo único, do Código de Processo Civil, pois ataca decisão proferida em fase
de execução de

sentença, que bloqueou indevidamente as contas da Fazeni, ora agravante. Não


existe amparo

legal para se bloquear contas da Rio Card TI, já que agravada, Sra. Nilma, não
possui crédito contra

ela, tampouco existe solidariedade com a devedora, e nem existem valores que
pudessem ser

repassados em favor da Auto Diesel, real devedora nos autos da ação principal.

77. Os valores bloqueados são destinados às empresas de ônibus que integram o


sistema

do BUI, bem como o próprio patrimônio da agravante, que deles necessita para
dar prosseguimento

no dia a dia de suas atividades. O congelamento das contas traz enorme prejuízo
e paralisa não só o

andamento das atividades da Fazeni, como das empresas de ônibus que fazem jus
ao subsídio

estatal do BUI, nos termos do Convênio nº 01/2013.

78. E pior: caso os valores sejam transferidos ao Juízo, e levantados pela


exequente, a

Fazeni dificilmente conseguirá reaver o dinheiro. E ela nunca teve a obrigação de


arcar com a

24
dívida da Auto Diesel. Como leciona o saudoso professor José Carlos Barbosa
Moreira, em

determinadas circunstâncias, “dar cumprimento à decisão importa, na prática,


tornar inútil o

eventual provimento do agravo, pois já se terá produzido, para o agravante, dano


de difícil ou

impossível reparação”.6

79. Como demonstrado, não se justifica o bloqueio requerido e deferido contra a


RioCard

TI, já que a empresa devedora na origem (Auto Diesel), desde 2010 não recebe
nenhum valor à

título de subsídio do programa Bilhete Único Intermunicipal, diante de sua


inatividade. Logo, os

valores bloqueados seriam destinados à remuneração das demais empresas de


ônibus pelos

serviços prestados à sociedade.

80. O perigo na demora, aqui, é claro: A agravante, responsável pelo repasse dos
valores

nos termos do Convênio nº 01/2013 (doc. 9), firmado com o Estado do Rio de
Janeiro, se viu

impedido a realizar os devidos repasses aos credores do Estado. Logo, deve ser
observado que os

valores indevidamente penhorados não serão repassados às empresas de ônibus,


o que gera

um grave déficit de caixa das empresas que fariam jus aos repasses.

81. É importante ressaltar que no sistema atual de transporte de passageiros por


ônibus,
existem diversas empresas, com diversificadas características diferentes entre si.
Logo, o valor

penhorado, de mais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), pode gerar grave prejuízo
à atividade

empresarial dessas empresas, com menor poder econômico, impactando


diretamente no interesse

público. Isso porque, eventual quebra de uma dessas empresas de ônibus, por
certo, acarreta em

grave prejuízo aos cidadãos que necessitam de determinada linha de ônibus para
se locomover.

82. No caso específico da Fazeni, a situação poderia ser ainda mais gravosa,
diante

da possibilidade de responsabilização patrimonial por eventual quebra de uma das


empresas de

ônibus de menor poder econômico, em razão de não ter realizado o devido


repasse, conforme

pactuado no Convênio nº 01/2013. Tal hipótese geraria, sem dúvidas, um grande


prejuízo à

agravante e diversos impactos na operação do sistema de transporte público de


passageiro por

ônibus.

83. Ademais, a manutenção da penhora e, consequentemente, a impossibilidade


de

6 Comentários ao Código de Processo Civil, 7ª ed. Ed. Forense, vol. V, n.º 363, p.
643, apud Athos Gusmão Carneiro,

O novo recurso de agravo e outros estudos, 4ª ed., Ed. Forense, p. 81.

25
repasse do valor bloqueado às empresas de ônibus, implica no descumprimento
do Convênio

nº 01/2013, firmado com o Estado do Rio de Janeiro. E nos termos da cláusula


décima segunda,

parágrafo primeiro, o descumprimento de qualquer das cláusulas do referido


Convênio,

constitui motivo para rescisão do pacto firmado entre o ente público e a


agravante, gerando

um prejuízo insanável à agravante e à toda sistemática de remuneração do


programa Bilhete

Único Intermunicipal. Confira-se:

“CLÁUSULA DÉCIMA-SEGUNDA – DA RESCISÃO E DA DENÚNCIA

Os participantes poderão renunciar, por escrito, a qualquer tempo e rescindir de

pleno direito o presente Convênio, devendo ser imputadas as responsabilidades


das

obrigações decorrentes do prazo em que tenha vigido e creditados os benefícios

adquiridos no mesmo período.

PARÁGRAFO PRIMEIRO: Constitui motivo para a rescisão deste Convênio,

independentemente do instrumento de sua formalização, o descumprimento de

quaisquer de suas cláusulas ou das normas estabelecidas na legislação vigente,


pela

superveniência de norma legal ou de fato que o torne material ou formalmente

inexequível e, exemplificativamente, quando constatadas as seguintes situações

(...)”

84. Conforme preceitua o art. 1.019, I do Código de Processo Civil, poderá o


relator, a
requerimento do agravante, nos casos em que possa resultar lesão grave e de
difícil reparação, sendo

relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão agravada,


concedendo efeito

suspensivo ativo ao agravo de instrumento. E é essa a hipótese dos autos, na qual


a agravante jamais

poderia ter sofrido a penhora direcionada originalmente para outra empresa.

85. Por essas relevantes razões, as agravantes requerem, com fundamento no art.
1.019,

I do Código de Processo Civil, seja determinada a suspensão da decisão ora


impugnada, com a

liberação das contas da Fazeni indevidamente bloqueadas.

CONCLUSÃO

86. Diante do exposto, a agravante confia em que V.Exa. atribuirá efeito


suspensivo a

este recurso, para suspender a eficácia da r. decisão agravada, impedindo a


transferência dos valores

para conta à disposição do MM. Juízo a quo, e, ainda, determinar a liberação das
contas bloqueadas,

com fundamento no art. 1.019, I do Código de Processo Civil.

26

87. No mérito, confia a agravante em que este recurso será conhecido e provido,
para

que restem reformadas as r. decisões de fls. 221 e 305 dos autos principais, a fim
seja integralmente

revertida a penhora realizada, eis que a agravante não guarda qualquer relação
jurídica de
solidariedade com a Auto Diesel, empresa devedora na origem.

88. Requer, por fim, que todas as intimações sejam realizadas em nome de Dra.
Ana

Tereza Basilio, inscrita na OAB/RJ sob o nº 74.802, sob pena de nulidade, nos
termos do art. art.

272, §2°, do Código de Processo Civil.

Nestes termos,

P. deferimento.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2019

Ana Tereza Basilio

OAB/RJ nº 74.802

José Roberto Albuquerque Sampaio

OAB/RJ nº 69.747

Bruno Di Marino

OAB/RJ nº 93.384

Rogerio Marinho

OAB/RJ nº 166.973

Amanda Chaves Rodrigues

OAB/RJ nº 186.254

Matheus Medeiros

OAB/RJ nº 224.885

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