Você está na página 1de 15

AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOÃO

DE MERITI- RJ.

HELVIO MAURÍCIO DA SILVA COSTA, brasileiro, solteiro,


Operador de Logística, endereço eletrônico: helviocorp@gmail.com,
portador da Carteira de Identidade nº. 130501992, inscrito no CPF sob o
nº. 094.557.987-00, domiciliado e residente na Rua Joana Kalil, 1.252, casa
2 fundos - Coelho da Rocha - São João de Meriti - CEP: 25.555-100, vem à
presença de Vossa Excelência, mui respeitosamente, por sua advogada in
fine assinado, propor a presente

AÇÃO INDENIZATÓRIA DE DANOS MATERIAIS E MORAIS FALHA NA


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS – EMPRÉSTIMOS

em desfavor de CARTAO BRB S.A., pessoa jurídica de direito privado, na


pessoa do seu representante legal, inscrita no CNPJ sob o n°.
01.984.199/0001-00, com sede na SAUN, quadra 05, bloco C, Torre III,
salas 701 e 801, bairro: Asa Norte, Cidade: Brasília – DF, CEP: 70. 040-
250, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
I – DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com


fundamento no art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil c/c art. 5º,
LXXIV, da Constituição Federal, tendo em vista não possuir condições
financeiras para arcar com despesas processuais e honorários advocatícios,
sem prejuízo próprio ou da família.

II. DAS FUTURAS PUBLICAÇÕES

Requer a parte Autora que as futuras publicações recaiam sob o


nome e matrícula de sua patrona, a Dra. ERIKA REGINA DA SILVA
COSTA, OAB/RJ 177.888, sob pena de nulidade do ato. Oportunamente,
informa telefone e e-mail para fins de audiências virtuais: 21 96404-1001 e
advdraerikacosta@gmail.com.

III. DOS FATOS


O Autor na data de 09 de janeiro de 2024, por meio do aplicativo do
FGTS solicitou antecipação de saldo disponível de seu FGTS:

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
O Autor entendeu que a resposta viria de imediato, acerca da
disponibilização de valores, mas passados alguns dias o Autor, inobstante
tenha ficado com os valores vinculados junto ao banco Réu, nada recebeu
em sua conta.

No decorrer do dia, verificou que a solicitação do empréstimo


requerido junto a Ré, havia sido negada:

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
Inobstante a isso, não houve o estorno dos valores para a conta do
Autor, que aguardou por uma semana e na data do dia 15/01/2024, tanto
realizou contato via e-mail:

Como fez contato diretamente com o SAC, conforme áudio abaixo:

https://drive.google.com/file/d/1518hYEe969M7MBu6yb-
x9N3cjGfiCZbZ/view?usp=sharing

O Autor precisava muito do valor para fazer o pagamento da parcela


do seu carro que estava em atraso, portanto, os valores tinham que
retornar a sua conta como disponíveis para que pudesse tentar com outros
bancos.

Infelizmente não aconteceu, vez que o banco após a reclamações


formuladas pelo Autor disponibilizou de volta a conta, apenas o valor de R$
446,56 (quatrocentos e quarenta e seis reais e cinquenta e seis centavos),
o que foi utilizado como empréstimo imediatamente junto ao banco
Nubank, estando os valores R$ 328,06 (trezentos e vinte e oito reais e seis
centavos) e R$ 313,73 (trezentos e treze reais e setenta e três centavos),
pendentes de devolução até a presente data.

Cansado de aguardar a devolução dos valores retidos indevidamente,


o Requerente não viu alternativa senão a de ajuizar a presente ação de
forma a ter os danos suportados devidamente indenizados pelo Requerido.

IV. DO MÉRITO

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
IV.I DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
E DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Conforme narrado, o Requerente contratou junto ao banco Requerido


empréstimo, tendo sido seu FGTS alienado, contudo, o valor não foi
debitado em sua conta.

Nessa toada, convém destacar que emerge entre as partes uma


inegável relação de consumo, aplicando-se à presente demanda o Código
de Defesa do Consumidor.

Isto porque, o Requerente se enquadra perfeitamente no conceito de


consumidor e, de igual forma, o Requerido se amolda ao conceito de
fornecedor, ambos descritos nos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do
Consumidor.

Inclusive, este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o


qual encontra-se consolidado na Súmula n.º 297:

Súmula 297 - O Código de Defesa do


Consumidor é aplicável às instituições
financeiras.

De igual modo, o Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e


dos Territórios decidiu, em demandas análogas, pela aplicabilidade do
Código de Defesa do Consumidor:

CONSUMIDOR. CONTRATO DE CARTÃO DE


CRÉDITO E CONTRATO DE EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO EM FOLHA DE
PAGAMENTO.INCIDÊNCIA DO CDC. REVISÃO DE
CLÁUSULAS. INEXISTÊNCIA DE ABUSIVIDADE.
JUROS REMUNERATÓRIOS. INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. NÃO LIMITAÇÃO À LEI DE USURA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
HONORÁRIOS MAJORADOS. 1. O contrato

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
entabulado entre as partes agrega características
oriundas de contrato de cartão de crédito com o
de empréstimo consignado em folha de
pagamento e, por conseguinte, submete-se às
normas do Código de Defesa do Consumidor,
conforme orienta a Súmula n. 297 do c. STJ. 2. As
cláusulas do termo de adesão não se revelam
abusivas e foram redigidas de forma clara,
regularmente destacada a "autorização de
descontos", conforme determina o Código de
Defesa do Consumidor. Não ficou comprovada a
existência de contrato de empréstimo consignado,
puro e simples, mas, ao revés, a efetiva utilização
do cartão de crédito com desconto consignado em
folha de pagamento de salário da parcela mínima
da fatura. Evidente, portanto, que o montante da
dívida corresponde aos juros apurados no período
mais amortização proporcional, operação que
ocorrerá até a completa quitação. 3. Registre-se,
a respeito, a Súmula n. 283 do col. Superior
Tribunal de Justiça, segundo a qual as empresas
administradoras de cartão de crédito são
instituições financeiras e, por isso, os juros
remuneratórios por elas cobrados não sofrem as
limitações da Lei de Usura". 4. A consumidora,
ciente de que firmara contrato de natureza mista,
teve disponibilizado determinado limite de crédito
pelo Banco, utilizando-o livremente. A natureza do
contrato é clara e explicita a forma de pagamento
do crédito utilizado. Portanto, revela-se irretocável
a r. sentença atacada. 5. Apelação conhecida e

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
desprovida. Honorários majorados. (TJ-DF:
0705050-84.2020.8.07.0004, Relatora
Desembargadora SANDRA REVES, Data da
Publicação: 26/05/2021) (grifos nossos)
APELAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE CONTRATO E DE DÉBITO.
CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
BANCO. FRAUDE. PROVAS. SERVIÇO
CONTRATADO. DEFEITO. INEXISTÊNCIA. 1. As
instituições bancárias submetem-se aos ditames
do Código de Defesa do Consumidor (STJ, Súmula
nº 297). 2. Diante da natureza das atividades
desenvolvidas e nos termos do art. 14 do Código
de Defesa do Consumidor, a responsabilidade civil
do banco é objetiva, podendo ser afastada por
inexistência do defeito (falha no serviço) e/ou por
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. 3.
Demonstrado o refinanciamento do empréstimo, é
evidente a ausência de defeito no serviço prestado
pelo banco, o que afasta a sua responsabilidade (
CDC, art. 14, § 3º). 4. Recurso conhecido e não
provido. (TJ-DF 07120946020208070003 DF
0712094-60.2020.8.07.0003, Relator: DIAULAS
COSTA RIBEIRO, Data de Julgamento:
22/04/2021, 8ª Turma Cível) (grifos nossos)

Logo, é de rigor a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor


à demanda em tela.

Superada a aplicabilidade de tal códex à presente demanda, cumpre


salientar ainda a necessidade de inversão do ônus da prova, nos termos do
artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

[...] VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,


inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz,
for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências; (grifos nossos)

Do referido artigo, depreende-se possível a inversão do ônus de


prova, ainda mais porque o Requerente é parte hipossuficiente da relação
de consumo, sendo incabível lhe ser exigido a produção de provas
negativas das quais possui acesso.

Por oportuno, salienta-se que a necessidade da inversão do ônus


probandi também encontra amparo na distribuição dinâmica do ônus da
prova, disposta no artigo 373, § 1º, do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 373. O ônus da prova incumbe: [...] § 1º Nos


casos previstos em lei ou diante de peculiaridades
da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos
termos do caput ou à maior facilidade de obtenção
da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça
por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.

Logo, tendo em vista a hipossuficiência probatória da Requerente, a


inversão do ônus da prova traduz-se na aplicação do Princípio da Isonomia,
segundo o qual todos devem ser tratados de forma igual perante a lei,
observados os limites de sua desigualdade.

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência do
Requerente, vez que disputa a lide com uma instituição financeira de
grande porte, bem como em razão da verossimilhança das alegações, é de
rigor a observância das normas do Código de Defesa do Consumidor,
sobretudo a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6°, inciso
VIII, do Código de Defesa do Consumidor.

IV.II. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO REQUERIDO

Conforme já demonstrado no tópico anterior, a presente demanda


deve ser analisada sob o prisma da legislação consumerista. Nesse passo, o
artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor estabelece a obrigatoriedade
de o fornecedor reparar os danos causados ao consumidor,
independentemente da existência de culpa, veja-se:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

No mesmo sentido, tem-se o artigo 927, parágrafo único, do Código


Civil:

Art. 927. (...) Parágrafo único. Haverá obrigação


de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem. (Grifos nossos).

Doutro bordo, cumpre destacar que o Requerido aufere vultuosas


quantias com suas atividades.

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
Assim, tem por obrigação suportar os riscos inerentes à sua
atividade, sendo que os vícios de seus serviços são de sua
responsabilidade.

Diante disso, tem-se por evidente que o caso em tela se trata de


inequívoca responsabilidade objetiva do Requerido e, portanto, cabe a esta
arcar com os danos sofridos pela Requerente, independentemente da
demonstração de culpa lato sensu.

IV.III. DOS DANOS MATERIAIS E REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM


DOBRO

Como cediço, amplamente assegurado na Constituição Federal o


direito relativo à reparação pelos danos materiais, nos termos do artigo 5º,
incisos V e X da Constituição Federal.

Consabido que "nos danos materiais, em geral, a


solução consiste na recomposição da coisa", sendo
que "a avaliação visa chegar a apurar a soma de
dinheiro a título de danos ou prejuízos. Ela
determina a indenização calculada em função do
valor do dano"

Tais fatos geram o dever de indenizar, conforme preconiza o Código


Civil, em seus artigos 186, 927 e 944, in verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou 1 RIZZARDO, Arnaldo.
Responsabilidade civil. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2007. p. 59-60 imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do
dano.

Assim, o dever de reparação ao lesado tem como objetivo viabilizar o


retorno ao status quo ante à lesão, como pacificamente doutrinado:

“A rigor, a reparação do dano deveria consistir na


reconstituição específica do bem jurídico lesado,
ou seja, na recomposição in integram, para que a
vítima venha a encontrar-se numa situação tal
como se o fato danoso não tivesse acontecido.”
(PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de
Direito Civil. Vol II - Contratos. 21ª ed. Editora
Forense, 2017. Versão ebook, cap. 283).

Assim sendo, verifica-se que a restituição do valor mencionado deve


ocorrer em dobro, não apenas no valor indevidamente retido, uma vez ter
havido à tradição de valores, nos termos do artigo 42, parágrafo único, do
Código de Defesa do Consumidor, que dispõe:

Art. 42, Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida


tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou
em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
de engano justificável.

Portanto, na hipótese, merece o consumidor receber dobrado o


numerário, que foi indevidamente descontado e não lhe foi devolvido até o
momento.

Assim, o valor foi indevidamente retido pelo banco, uma vez que
reteve o valor de FGTS e não liberou o empréstimo em favor dO
Requerente.

Pelo exposto, requer-se a condenação do Requerido ao pagamento


da importância de R$ 955,52 (novecentos e cinquenta e cinco reais e

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
cinquenta e dois centavos) já em dobro, nos termos do artigo 42, parágrafo
único, do Código de Defesa do Consumidor.

IV.IV. DOS DANOS MORAIS

Conforme exposto anteriormente, o Requerente contratou


empréstimo, o qual geraria desconto em seu FGTS.

Entretanto somente recebeu de volta parte dos valores, e pior, e


razão da falha na prestação do serviço do banco.

Dessa forma, o Requerente se viu frustrado, sendo obrigado a pegar


o valor emprestado, para honrar o compromisso de pagar a parcela de seu
financiamento.

Para Serpa Lopes, responsabilidade "significa a obrigação de reparar


um prejuízo, seja por decorrer de uma culpa ou de uma circunstância legal
que a justifique, como a culpa presumida, ou por uma circunstância
meramente objetiva"

Ainda, Sílvio de Salvo Venosa ensina, em sua obra sobre


responsabilidade civil, que:

“Os danos projetados nos consumidores,


decorrentes da atividade do fornecedor de
produtos e serviços, devem ser cabalmente
indenizados. No nosso sistema foi adotada a
responsabilidade objetiva no campo do
consumidor, sem que haja limites para a
indenização.” (Sílvio Salvo Venosa, Direito Civil.
Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas,
2004, p. 206).

Não restam dúvidas de que o Requerente foi atingido na esfera


moral.

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
Ademais, tratando-se de relação consumerista, basta o fato do
serviço e o nexo de causalidade entre ele e o dano sofrido, a fim de que o
fornecedor seja responsabilizado.

In casu, ficou demonstrada portanto grave falha na prestação do


serviço do Requerido, cujos transtornos vivenciados suplantam os meros
aborrecimentos cotidianos, já que causaram frustração, angústia e
constrangimento.

É cristalino, diante do que se demonstra na exordial que a


Requerente não pode realizar cirurgia marcada em função da má prestação
de serviços financeiros.

Ainda, o Requerente tentou resolver a situação amigavelmente para


evitar a presente ação, todavia sempre foi tratada com descaso.

Sendo assim, a situação não pode ser tratada como mero dissabor do
cotidiano. Tal situação causaram ao Requerente grande transtorno e
aborrecimentos, tornando o que deveria ser um momento de realização em
diversos problemas.

Em casos como este, tem-se que o dano moral é in re ipsa, ou seja,


não carece de comprovação e dispensa a comprovação da extensão dos
danos. Isso porque, os efeitos dos danos, por sua gravidade, exorbitam o
mero aborrecimento diário, atingindo a dignidade da Requerente, sendo
cabível, portanto, a postulação da condenação à indenização por dano
moral.

Nesse sentido, a melhor doutrina leciona:

“[...] na concepção moderna da teoria da


reparação dos danos morais prevalece, de início, a
orientação de que a responsabilização do agente
se opera por força do simples fato da violação [...]
o dano existe no próprio fato violador, impondo a
necessidade de resposta, que na reparação se

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
efetiva. Surge ex facto ao atingir a esfera do
lesado, provocando-lhe as reações negativas já
apontadas. Nesse sentido é que se fala em
damnum in re ipsa. Ora, trata-se de presunção
absoluta ou iure et de iure, como a qualifica a
doutrina. Dispensa, portanto, prova em contrário.
Com efeito corolário da orientação traçada é o
entendimento de que não há que se cogitar de
prova de dano moral.” (BITTAR, Carlos Alberto,
Reparação Civil por Danos Morais”, Editora Revista
dos Tribunais, 2ª Ed., pp. 202/204).

Portanto, considerando que o valor pleiteado está em consonância


com o método bifásico de fixação do dano moral, o Requerido deve ser
condenado a indenizar a Requerente no importe não inferior a R$ 10.000,00
(dez mil reais), a título de indenização por danos morais.

V. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

A) A concessão da gratuidade de justiça;

B) Que seja citado o Requerido para se manifestar na presente demanda no


prazo legal, sob pena de revelia e confissão;

C) A observância das normas do Código de Defesa do Consumidor,


sobretudo a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6°, inciso
VIII, do Código de Defesa do Consumidor;

D) Que, ao final, sejam JULGADOS TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos


para:

d.1) Condenar o Requerido ao pagamento de indenização por danos


materiais no valor de R$ 955,52 (novecentos e cinquenta e cinco reais e

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100
cinquenta e dois centavos), já em dobro, nos termos do artigo 42,
parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor, devendo o valor ser
devidamente atualizado desde a data do desconto e com incidência de
juros, na forma da lei;

e.2) Condenar o Requerido ao pagamento de indenização por danos morais


em valor não inferior a R$ 10.000 (dez mil reais);

F) A procedência de todos os pedidos.

VI. DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidas e cabíveis à espécie, especialmente pelos documentos acostados,
nos termos do artigo 369 e seguintes do Código de Processo Civil, sem
olvidar que é o caso de inversão do ônus da prova.

VII. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente causa o valor de R$ 10.955,52 (dez mil novecentos


e cinquenta e cinco reais e cinquenta e dois centavos).

Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2024.

ERIKA REGINA DA SILVA COSTA

OAB/RJ 177.888

Rua Joana Kalil, 1252, fundos - Jardim Meriti – São João de Meriti – CEP: 25.555-100

Você também pode gostar