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Em face de 1- VIVA VIDA, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob nº, endereço
eletrônico, situado no endereço, cidade/UF; 2- SALE ADMINISTRADORA DE
BENEFÍCIOS, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob nº, endereço eletrônico, situado no
endereço, cidade/UF; e 3- SERASA EXPERIAM, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o
nº, com sede localizada no endereço, cidade/UF, pelos fatos e fundamento expostos a seguir.
I. DOS FATOS
II. DO MÉRITO
A) DA RELAÇÃO DE CONSUMO
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
B) DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
Ao nos deparamos com o narrado, é inegável que os atos praticados pelas requeridas
após o devido cancelamento violaram preceitos fundamentais da relação de consumo, como
o princípio da boa-fé objetiva, que estabelece na relação jurídica o dever de lealdade e
cooperação, evitando condutas lesivas, impondo ao fornecedor o dever de garantir termos
adequados da relação contratual.
Deste modo, fica clara a responsabilidade das requeridas VIVA VIDA, SALE
administradora de benéficos e SERASA EXPERIAN. Acima de tudo, possuem a obrigação
de fazer, respectivamente, enviando o valor devido referente aos dias que o plano estava
ativo, cancelando as cobranças excessivas, retirando a negativação do Órgão de Proteção ao
Crédito, e não menos importante, restabelecendo o score do consumidor.
Portanto, cabível a inversão do ônus da prova, razão pela qual deve ser mantida.
E) DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Conforme previsto nos art. 7º, parágrafo único, art. 25, §1º, e art. 34ºdo Código de
Defesa do Consumidor, em caso de danos, responde solidariamente as requeridas citadas,
que ficam obrigadas a repará-lo.
Art. 7°, Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere
ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão
solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos
atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
F) DO DANO MORAL
Com base nos fatos, é nítida a má prestação no serviço, bem como a lesão ao
consumidor, de forma repetida, demonstrando total desrespeito, causando diversos
transtornos à parte requerente, ultrapassando os limites da normalidade, que assim, motivam
a reparação por danos morais.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
Ademais, os danos morais são também aplicados como forma coercitiva, de modo
a conter a conduta praticada pela parte ré. Na aplicação do dano moral, devem ser levadas
em consideração as condições pessoais do ofendido, as condições econômicas do ofensor, o
grau de culpa e gravidade dos efeitos do evento danoso, a fim de que o resultado não seja
insignificante, a ponto de estimular a prática de atos ilícitos, nem represente enriquecimento
indevido da vítima.
Sem dúvidas os atos praticados pelas requeridas enquadram-se dentro das violações
previstas pela Constituição Federal e o Código Civil, tendo em vista que, mesmo diante das
provas apresentadas pelo requerente, não demonstram interesse em resolver, não atendendo
a solicitação do consumidor, bem como continuaram com as cobranças indevidas, causando
inúmeros transtornos que ultrapassam o mero aborrecimento.
Além disso, o Código Civil expressamente atribui o dever de indenizar quando por
ato ilícito, causar dano a outrem.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
A cobrança indevida se configura como dano moral indenizável, uma vez que as
adversidades por ela geradas transcendem o âmbito do mero aborrecimento. O art. 42 do
Código de Defesa do Consumidor estabelece que o fornecedor, no seu direito de efetuar
cobranças daqueles que se encontram inadimplente, não poderá os expor ao ridículo ou
constrangimento, neste sentido, ao ser realizada a cobrança em valor superior ao devido e
não atender as diversas solicitações de abatimento do valor, o consumidor claramente foi
exposto ao ridículo e passou por constrangimentos.
Uma vez que é inexistente o débito atribuído ao requerente, é indiscutível que não
poderia haver a inscrição de seus dados no Órgão de Proteção ao Crédito, causando oscilação
no seu crédito no mercado, que é de saber de todos que a inscrição em cadastro de
inadimplente impossibilita de o consumidor aderir a formas de concessão de crédito no
mercado, conforme o Art. 54-D, II, do Código do Consumidor.
Posto isso, é visível que o prejuízo ocorrido pela restrição de crédito no cadastro do
SERASA EXPIRIAN, propiciaram danos ao requerente de ordem econômico-financeira,
pois tais registros negativos dificultam o acesso ao crédito, visto que lhes imputaram um
histórico de mal pagador, ficando evidente o dever de indenizar da requerida supracitada em
danos morais.
Outrossim, o art. 71º do mesmo código também considera que toda cobrança
excessiva, que viole o direito do consumidor de trabalho, de lazer e descanso, além de o
expor ao ridículo com constrangimento moral e até mesmo afirmações falsas, é considerada
inflação penal.
G) DO “QUANTUM” INDENIZATÓRIO
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
Diante dos argumentos expostos podemos vinculá-los aos requisitos do Fumus Boni
Iuris e Periculum in mora, além da prova evidente de verossimilhança.
Vale frisar que toda negativação reproduz lesão com árduo reparo, impactando a
importância do crédito que havia o requerente, de modo a diminuir o score. É importante
acentuar a boa-fé do requerente, ao usufruir desde o ano de 2013 o plano de saúde, pagando
suas faturas mensalmente, bom o perfil de comprometimento e responsabilidade, ratificando
assim a urgência em tirar seu nome do cadastro de inadimplentes.
Pelos presentes requisitos, requer a este douto juízo, nos termos do art.300 do CPC
e art. 84 § 3° do Código de defesa do consumidor, a remoção instantânea do requerente do
Cadastro de Proteção ao Crédito- Serasa, com forma de mitigar os efeitos causados que até
o exato momento aflige-se com as duras decorrências dos atos ilegais e precipitados
praticados pelas requeridas.
Diante de todo o exposto, REQUER que este douto juízo se digne a receber a
presente Ação, apreciando:
a) Que seja acolhida o pedido de antecipação da tutela, visando a retirada imediata
dos dados do requerente do Órgão de Proteção ao Crédito com o
restabelecimento do score e a cessação imediata das ligações de cobranças, sob
pena de incorrer em multa diária a ser arbitrada por este juízo;
b) A citação das requeridas, para que, querendo, venham contestar os fatos
narrados (art. 336 do novo CPC), sob pena de arcar com os efeitos da revelia.
c) A inversão do ônus da prova, conforme o disposto no artigo 6º, inciso VIII,
do CDC (Lei 8.078/1990), caso seja necessário, naquilo que ao requerente for
de difícil comprovação em virtude da hipossuficiência, especialmente por se
tratar de informações que se encontra em posse das requeridas;
d) Seja declarado o reconhecimento da inexistência da dívida que originou a
inscrição no órgão de proteção ao crédito;
e) A condenação das empresas fornecedoras de serviços Viva Vida e Sale
Administradora de benefícios, que respondem solidariamente, ao pagamento de
indenização no valor de R$ 15.000,00 (dez mil reais) em razão do dano moral
ocasionado pela negativação indevida;
f) A condenação das empresas fornecedoras de serviços Viva Vida e Sale
Administradora de benefícios, que respondem solidariamente, ao pagamento de
indenização no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em razão do dano moral
decorrente das ligações excessivas de cobrança abusiva;
g) A condenação da requerida SERASA EXPERIAN no valor não inferior a R$
10.000,00 (dez mil reais), a serem arbitrados por Vossa excelência,
considerando os danos causados ao requerente em razão da falta de aviso prévio
e redução do score, de forma a coibir a prática dos mesmos atos.
h) Por derradeiro, requer a condenação das requeridas no pagamento das custas
processuais e honorários de sucumbência fixados por este douto juízo, nos
moldes do Art. 85, parágrafo 2º, do novo CPC.
Advogado
OAB/UF