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RELATÓRIO
Ademais, aduziu que diante do negócio jurídico existente entre as partes, não
há que se falar em restituição dos descontos, e que por não haver falha na prestação do
serviço, prática de ato ilícito, e tampouco prova de que o apelante estaria agindo de má-
fé, a instituição apelante não deve pagar danos morais, ante sua inexistência.
Subsidiariamente, pugnou pela sua redução.
Contrarrazões da parte apelada nas fls. 359/363, em que pugnou pelo não
provimento do presente recurso de apelação.
É, em síntese, o relatório.
VOTO
testilha é a objetiva, por ser a regra estabelecida pelo art. 14 da Lei n.º 8.078/1990, que,
como visto, é a norma de regência a ser aplicada no presente feito, in verbis: "O
fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos".
Dito isso, no caso em espeque, é fato incontroverso que a parte autora celebrou
termo de adesão a cartão de crédito consignado e autorização para desconto em folha de
pagamento junto ao banco apelante. Contudo, de um lado, a demandada alega que não
reconhece esse tipo de contratação, e, de outro lado, a instituição financeira ré sustenta
que a apelada tinha ciência dos termos do negócio jurídico realizado, acostando faturas
e comprovante de saque para corroborar com suas alegações.
pois os valores apontados nos boletos que, muitas vezes, sequer chegam às residências
dos consumidores, acabam refletindo nas faturas posteriores, acrescidos de encargos
moratórios, prolongando-se ao longo dos anos, vez que a avença não tem termo certo de
duração. Dessa maneira, essa espécie contratual revela uma modalidade
costumeiramente denominada "venda casada", prática reprimida pelo art. 39, inciso I do
CDC1.
134.
3 MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor 5ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p.
135.
causa, os quais ficam com a exigibilidade suspensa por ser a parte autora
beneficiária da gratuidade da justiça, a teor do art. 98, § 3º, do CPC.
É como voto.