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PECADORES
FRACOS E CEGOS
Iraqueza trlunfante
Uma forma como vemos cristãos caindo para um lado ou
Para outro dessa tensão está no encorajamento de alguns,
dizendo que os crentes devem estarperpetuamente"fracos",
PM um lado, e no chamado para a vida crist "triunfante"
ou"vi torio por outro. Ambos levam a um reducionismo
sa",
unilateral de uma vida formada pelo evangelho.
Criståos devem ser fracos? Bem, depende do que isso
quer dizer. Se "fraco" referir-se a abatido, triste, perpetu
amente desanimado, sofrido, abjeto, até mesrno enlutado
"fraco" referir-S
referir-se a estar
por pecados,entäo não. Se contrito,
prostrado diante do Senhor, intensamente consciente da fra-
queza pessoal, despojado de si, ser capaz de rir de si mesrme
ter julgamento sóbrio, ser sensível às profundezas do pecado
dentro de si, então, sim.
Cristãos devem ser triunfantes? Se "triunfante" refe.
rir-se aser por demais autoconfiante, superficial, obtuso a
fraquezas pessoais, incorrigível, autoconfiante, rápido para
diagnosticar fraquezas alheias e pontos fortes próprios, exi
bido, triunfalista, então, não. Se "triunfante" referir-se a ser
confiante nos propósitos invencíveis de Deus no mundo
através de discípulos vacilantes, ser audacioso com ousadia
condizentecom as promessas chocantes da Bíblia, abrir mão
silenciosamente de si mesmo para Deus àluz davitória ir
repreensível de Cristo, ser implacável em relembrar ao ini
migoque Cristoesvaziou o poder das acusações de Satanás,
estar preparado para assumir riscos não para buscar reputa
ção, mas impelido por uma fé firmada em Deus, então, sim.
Fraqueza sem triunfo éuma melancolia deprimida como
ado amigodo Ursinho Puff, Ió, que enfatiza a Queda e ne
gligencia a redenção, enfatiza a crucificação e negligencia a
ressurreição, enfatiza Marcos916 e negligencia Marcos
1-8. E uma escatologia pessoal subrealizada. Triunfo sem
traqueza éumaingenuidade comoa do Buzz Lightyear, qu
enfatiza a redenção e negligenciaa Queda,enfatiza a ressu
reição e negligencia a crucificaço, enfatiza Marcos1-8 e
I00
negligencia Marcos 9-16.! É
uma
errealizada,"Cruz ecoroa,
morte e
cscatologia pessoal bi-
ressurreição, humilha
exaltação estão na mesma linha",
holandês Herman Bavinck.? Nossas duas
escreveu o teóogo
ecm uma coroa, ou nenhumn dos dois; opções são: uma
fraqueza
com triunto supremo, ou nenhum dos dois contrita
não um 0u
utro. Pois, no evangelho, Somos
libertados para passar pela
Oueda epela redenção, pela crucificaço e
nela fraqueza e pelotriunfo, por Marcos pela ressurreição,
9-16. Isso acontece porque a única
18e por Marcos
fante sem fraqueza trocou de
pessoa que jáfoi triun
lugar com quem era somente
fraco e sem triunto, para que agora o
maior triunfo seja li
Vremente nosso, ainda que a fraqueza continue.
Emboraa fraqueza não seja a última palavra para cris
täos (não hánenhuma
fraqueza
los da Bíblia, tampouco nos dois
nos dois primeiros capítu
últimos), qualquer santo
experiente pode atestar que a estranha maneira
nos traz para esse triunfo é
como Deus
através, e não ao redor, da fra
queza presente. Por essa razão,
longo dos quatro encontramos espalhados ao
de Jesus que Evangelhos
numerosos aforismos da boca
incisivamente cristalizam a verdade descon-
certante de que carregar a fraqueza da cruz e o triunfo da
1
oasno
Milne. Buzz melancólico e misantrópico em Ursinbo Puff, de A. A.
otimista noszLightyearéo
filmes Toy Story.explorador espacial ingênuo eexcessivamente
o Herman
inglês porJohnBavinVriend
ck, Reformed dogmatics, org. por John Bolt; trad. para
Volume :k (Grand
usarMaremOs 4,ap.4roa" (Grand Rapids: nãoBaker, 4 volumes, 2003-2008)
23.J.(J.C. RylC.eRyle,escreveu:"Se carregarmos a cruz, jamaS
169. thougbts on the Gospels:
Ryle's expository
Rapids: Zondervan), p. 169.
SURPRINDDO po ||GUS
I06
Poroutro
lado,emborafosse cego fisicamente, estava vendo
espiritualmente.O
O desejo mais profundodele não erarm as
honras glamorosas que Jesus poderia dar no reino vindouro,
Jesus.
mas sim o próprio
Todos os três homens eram cegos. Somente Bartimeu
sabia que era.
A tabelaa seguir esclarece a diferenca.
Sinceramente,
G. K. Chesterton
7
Sobre o tema da cegueira/visão de Ioão 9.39-41, veja Lutero
Luther's Works. Volume 51, p. 37;veja também Andreas J.
Atheology of John's Gospel and Letters: Köstenber
Testament (Grand Biblical theology of t0e
Rapids: Zondervan,what,
2009)butp. 166,
who is224-25.
8
Citado em Marva J. Dawn,"Not the matter with
preaching?" in: Wbat's the matter with preaching today?, org Por Mike
Graves (Louisville: Westminster, John Knox,
2004), p. 75.
I08
CegopotDÓs
Chesterton entendia opoderoso reflexo natural de absol
ver asi mesmo ee indiciar outros. Oevangelho vira isso de
ponta-cabeça, libertando-nos para apontarmos o dedo do
indiciamento para nós mesmos, uma acusação própria que,
paradoxalmente, éa única forma de escaparmos da acusa-
ção que realmente importa. Pois a grande e maravilhosa
surpresa da missão de Jesus éque a única pessoa que jå
mereceu ser absolvida ao fim de sua vida se permitiu ser
indiciada para que vocêeeu pudéssemos ser absolvidos sem
nenhum custo para nós.
Mas será que isso não seria fácil demais? Como seria
justo e correto? Como pecadores amantes de glóriae cegos
como nós recebem avisão tão facilmente, com nada além
de um gritopor misericórdia?
A resposta éa razão principal pela qual Marcos escre
ve esse Evangelho e exatamente a coisa anunciada por Je
sus três vezes emn Marcos 8-10. Orei recebeu a punição
de um criminoso. O leão foi tratado como um cordeiro. Foi
maravilhoso que o Filho de Deus fosse acusado como um
criminoso"., escreveu Edwards. Um Messias agredido e en
sanguentado, tão fora de sincronia com oque judeus espe
1angosos esperavam de seu rei vindouro (e com o que você
eu esperamos de um Salvador) estábem no coração do
Evangelho de Marcos. Não foi exagero oque disse oestudio-
So alemão Martin Kähler, referindo-se a Marcos 8.279.13,
9
IIO
PecOdotos OCOS Cog0S
11
Charles Spurgeon, Faith (New Kensington: Whitaker House,
reimpresso em 1995), p.35.