Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SEMANA SANTA
Segunda-Feira
IV Pai-nosso...
“Meu Deus, meu Deus, porque me Deus santo, Deus forte, Deus imortal,
abandonaste?” (Mt 27,46) Tende piedade de nós! (2x).
(Silêncio)
V
O grito de Jesus na Cruz condensa o grito
“Tenho sede...” (Jo 19,28)
da humanidade sofredora; é o próprio Deus
(Silêncio)
que grita seu abandono. Esse grito de Jesus
revela uma Presença no próprio abandono, Jesus sempre foi um homem “sedento”:
embora, de imediato não se sinta esta fazer a vontade do Pai, realizar o Reino,
presença. Grito que não fica no vazio, mas compromisso com a vida, presença solidária
aponta para a Vida. Todos perguntamos: junto aos sofredores, fazer conhecido a
“Onde está Deus no sofrimento, na Deus... Agora grita sua derradeira sede: um
violência, na morte...?” E Deus responde, mundo sem dor, sem exclusão, sem
perguntando: “Onde está você no meu violência. Grita o homem com a garganta
sofrimento, na violência que sofro, na ressequida: sede na garganta e sede no
morte... de meus filhos/as?” O sofrimento coração. Sede expansiva, sede que
da humanidade é o sofrimento de Deus; descentra.
Deus não é insensível e distante da dor dos T: O grito de Jesus na Cruz recolhe todos
seus filhos. Quem não passa por momentos esses brados da humanidade quebrada. E
de noite escura, de insegurança, de absoluta não há explicação; não há sentido; não há
incerteza...? Quem não viveu experiências justiça. Só um grito a mais. A sede de Jesus
de abandono, de falta de sentido na vida, de desperta em nós outras “sedes”: de quê
solidão, de rejeição...? tenho sede? Sede de sonhos, de mundo
T: No entanto, nos atrevemos a seguir novo... Sede mobilizadora que ativa as
adiante, com nossos projetos, melhores energias dentro de nós, que
compromissos e esforços em seu nome. O desperta nossa criatividade... “Quem tem
desafio está em não ceder, em não crer que sede venha a mim e beba”. Quem não tem
tudo tem sido uma mentira. O desafio é não sede não busca, não cria.
Pai-nosso... Só quem viveu intensamente uma vida
expansiva pode acolher a própria morte com
Deus santo, Deus forte, Deus imortal, paz, confiança, serenidade e abandono nos
Tende piedade de nós! (2x). braços do Pai. Jesus morre como tinha
vivido: ancorado na confiança do Pai. Jesus,
VI que sempre prolongou as mãos do Pai,
“Tudo está consumado” (Jo 19,30) agora entrega-se confiadamente nos braços
(Silêncio) do mesmo Pai. Jesus sempre viveu em
profunda sintonia com o Pai; agora Ele dá
Parece contradição alguém dependurado na um “salto vital” nos braços do Pai. A morte
Cruz afirmar que tudo está consumado; nos inspira medo; mas na morte, somos
tem-se a impressão de fracasso total. Mas na todos iguais, sozinho diante de Deus. A
Cruz Jesus leva até às últimas morte é a última ponte que nos conduz ao
consequências sua Encarnação: mergulha e Pai. Seremos abraçados do outro lado da
se faz solidário com todos os crucificados ponte. Nosso destino é o coração de Deus.
da história. “Desce” até às profundezas do
T: Não só na hora da morte, mas a cada dia
sofrimento humano e ali revela a presença
somos chamados a “entregar o espírito”;
do Deus compassivo. No alto da Cruz, Jesus
num mundo em que todos buscam
tem consciência que não viveu em vão; sua
seguranças, que em tudo querem ter “salva-
presença fez a diferença; viveu para os
vidas”, num mundo que nos convida a ter as
outros. Jesus morre com as mãos cheias de
costas cobertas... queremos arriscar, apostar
vida; gastou a vida a serviço da vida; deixou
pelo Reino; queremos nos sentir confiados,
pegadas nos corações de quem encontrou
atravessar tormentas ou espaços serenos,
pela vida. “Jesus morreu de tanto viver”.
sentindo-nos protegidos pelas mãos do Pai.
Morreu de bondade, de compaixão, de
Mãos que curam, acariciam, sustentam...
justiça.
Pai-nosso...
T: Uma vida consumada faz fecunda a
morte. Uma história consumada de Amor. Deus santo, Deus forte, Deus imortal,
Vida consumada quando se consome no Tende piedade de nós! (2x).
serviço aos outros. Jesus desencadeou um
movimento de vida.
Pai-nosso... P.: Após termos contemplado a figura de
Jesus que do alto da Cruz, revela-se, se faz
Deus santo, Deus forte, Deus imortal, conhecer, queremos também nos conhecer e
Tende piedade de nós! (2x).
buscar nos configurar a Ele.
O que vemos ao contemplar a Cruz?
VII
“Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” A Cruz é expressão da máxima compaixão
(Lc 23,46) e comunhão, com Jesus e com os
sofredores. Ela aponta para Aquele que foi
(Silêncio) fiel ao Pai e ao Reino. Por isso, a Cruz não
é um “peso morto”. A partir da Cruz de Deus pai, vos ofertamos o corpo e o sangue
Jesus, iluminamos e damos sentido às de Cristo / sua alma e sua divindade em
nossas cruzes. expiação dos nossos pecados.