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pelo rito comum, contra a _______________, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na
Rua ________________, endereço eletrônico, inscrita no CPNJ sob o nº ____________, pelos
fundamentos de fato e de direitos a seguir aduzidos:
DA DECLARAÇÃO DE POBREZA
A autora declara, por intermédio de seu advogado, nos termos do art. 14,
parágrafo 1° da Lei 5.584/1970, das Leis 1.060/1950 e 7.115/1983, para os devidos fins
e sob as penas da lei, ser pobre, não tendo como arcar com o pagamento das custas e
demais despesas processuais sem prejuízo de seu sustento, pelo que requer os benefícios
da justiça gratuita.
A autora é titular da conta corrente de n° _________, agência ____, do banco
demandado. Ocorre que, apesar da titularidade, a demandante não movimenta a
referenciada conta desde meados do ano de ____.
Desnorteada, a autora procurou o banco réu e lhe foi dito que existia, de fato, um
débito em seu nome, decorrente de um saldo negativo na supramencionada conta
corrente. Por mais detalhes, a demandante solicitou o extrato da conta e observou que
inúmeros descontos foram realizados na mesma, sob a denominação de “cesta básica de
serviços” e/ou “ENC LIM CRÉDITO”.
A autora até tentou, sem sucesso, argumentar junto ao demandado que havia
vários anos que não movimentava a conta, e que entendia ser completamente ilegal a
cobrança e desconto de tal tarifa. Apesar disso, o banco réu continuou a realizar
inúmeras cobranças em virtude da suposta dívida, o que culminou na inscrição do nome
da demandante nos órgãos de proteção ao crédito, no valor de R$____________,
conforme se pode observar dos documentos colacionados.
Diante da total falta de respeito por parte do réu, bem como pela flagrante
ilegalidade da cobrança da tarifa bancária, não resta alternativa à autora senão a
propositura da presente demanda, com intuito de ver minimizados os prejuízos
relatados.
DO DIREITO
Nos casos de abertura de conta corrente o conflito surge quando a mesma não é
movimentada, ou seja, quando é considerada inativa. As instituições bancárias, apesar
dos avanços tecnológicos ainda pecam ao continuar tarifando tais contas inativas, sem
providenciar o devido encerramento e assim, evitar o aumento indiscriminado do saldo
devedor do cliente.
Pelos extratos mensais da conta corrente em questão, pode-se observar que, se
não há nenhuma movimentação por parte do cliente durante longo tempo, a tarifação é
indevida.
E esse é justamente o caso dos autos.
O réu, apesar de a autora não movimentar a conta corrente por vários anos,
continuou a realizar o desconto das tarifas supramencionadas, o que culminou na
existência de saldo devedor e, posteriormente, na inclusão do nome da demandante em
cadastros de restrição ao crédito, em atitude totalmente ilegal!
De acordo com o artigo 186, do Código Civil, comete ato ilícito aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem.
Sob essa ótica, verifica-se que o evento danoso tem origem na indevida inclusão
do nome da autora no órgão de restrição ao crédito, por dívida a que não deu causa, fato
este que lhe causa transtorno.
E é óbvio que o cadastramento, quando tal não poderia ocorrer ou mesmo sem a
observância das mínimas cautelas de segurança, tem como consequência o dano a quem
sofre a restrição, suscetível de indenizar. Constitui, fora de dúvida, ato ilícito, alheio ao
nosso sistema.
Por tais razões é incontroverso que a atitude lesiva do Banco ao cobrar de forma
indevida as tarifas de manutenção de conta inativa, dá causa direta à inscrição do nome
do titular da conta em órgão de proteção de crédito e gera nesse momento o dever de
indenizar.
O dano moral, como sabido, deriva de uma dor íntima, uma comoção interna,
um constrangimento gerado naquele que o sofreu e repercutiria de igual forma em outra
pessoa nas mesmas circunstâncias.
Esse é o caso em tela, onde a autora viu-se submetida a uma situação de estresse
constante, indignação e dano, visto que foi lhe foi cobrada uma tarifa indevidamente, e,
pelo seu não pagamento, o réu achou por bem inscrever o nome da demandante em
cadastros de restrição!
Como se sabe, para que se caracterize o dano moral, é imprescindível que haja:
a) ato ilícito, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência; b) ocorrência de um dano seja ele de ordem patrimonial ou moral; c) nexo
de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
Além da indenização por dano moral que deve ser concedida, a empresa
demandada deve ser condenada a arcar com indenização pelo dano material causado,
consoante determina o artigo 927, do Código Civil:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Diante do exposto acima e na conformidade do art. 300 do NCPC, REQUER a
V. Exª., a antecipação de tutela, a fim de determinar ao Banco Demandado, que efetue a
imediata exclusão do nome da autora junto aos órgãos de proteção ao crédito (SERASA
e SCPC), no que diz respeito às cobranças realizadas, eis que, seu nome está negativado
por ato ilícito do réu, sem que tivesse concorrido para tal situação.
DOS PEDIDOS
Cidade, data.