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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DR. JUIZ DE DIREITO DA


________ VARA ________ DA COMARCA DE ________

Processo nº: ________

. ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , ________ ,
________ , vem à presença de Vossa Excelência, por
meio do seu Advogado, infra assinado, propor

RECURSO DE APELAÇÃO

em face da decisão que ________ em ação ________


ajuizada ________ .

Requer, desde já o seu recebimento no efeito suspensivo,


com a imediata intimação do recorrido para, querendo,
oferecer as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos,
com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de ________ para os fins aqui
aduzidos.

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Termos em que pede e aguarda deferimento.

________ , ________ .

________ ,
________

RAZÕES RECURSAIS

Apelante: ________

Apelado: ________

Processo de origem nº ________ , ________ da Comarca de ________

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÂMARA,

EMÉRITOS DESEMBARGADORES.

DA TEMPESTIVIDADE

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Nos termos dos Arts. 219 e 1.003, §5º do CPC, o prazo para
interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluindo o dia do começo e
incluindo o dia do vencimento nos termos do Art. 224 do CPC/15.

Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário


Oficial na data de ________ , tem-se por tempestivo o presente recurso,
devendo ser acolhido.

DO PREPARO

Informa que junta em anexo a devida comprovação do


recolhimento do preparo recursal.

BREVE SÍNTESE E DA DECISÃO RECORRIDA

Conforme narra o Processo Administrativo Disciplinar que junta


em anexo, houve uma denúncia de que o denunciado teria ________ , o que
não foi confirmado por nenhuma prova ou dos depoimentos
colhidos na instrução.

Com a conclusão da Sindicância, houve a instauração do Processo


Administrativo Disciplinar, o qual foi instruído pelas peças da sindicância e com
novos depoimentos que vieram a confirmar a inconteste inocência do
denunciado.

No entanto, não bastasse as provas colhidas, mesmo sem a notificação do


Autor para que pudesse realizar sua defesa prévia, a sanção foi aplicada em
grave afronta aos princípios da Legalidade, Contraditório e da
Ampla Defesa, Proporcionalidade e boa fé.

Após trâmite regular, a ação obteve a seguinte decisão:

________

Ocorre que, tratando-se de decisão definitiva, cabível o recurso de

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apelação.

DO MÉRITO DA AÇÃO

DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Preliminarmente cabe suscitar matéria de ordem pública, que vem


a refletir no imediato arquivamento do presente processo, qual seja, a
prescrição.

A conduta enquadrada como ilegal é datada de ________ . Por


força legal, a eficácia do ato administrativo fica adstrita à publicação do mesmo.

Portanto, diante de sua publicidade e inequívoca ciência do ato,


tem-se configurado o marco inicial da prescrição em ________ , conforme
dispõe o §1º do artigo 142 da Lei 8.112/90.

Ocorre que, a instauração da sindicância aconteceu somente em


________ , conforme se depreende na ________ .

Nesse sentido, oportuno transcrever o que dispõe a Lei 8.112 ao


tratar sobre a prescrição:

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:


I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que
o fato se tornou conhecido.

Assim, considerando que o ato investigado, configuraria, em tese,


uma infração de ________ , com sanção prevista de ________ , nos termos
no artigo 130 da Lei 8.112/90, resta configurada a prescrição pelo decurso de

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prazo por mais de ________ da data que foi dada ampla publicidade.

Ademais, não bastasse a nítida prescrição, configurada antes


mesmo da instauração da sindicância, a instauração do processo interrompe a
contagem do prazo prescricional, conforme redação do artigo 142, §3º.

Todavia, o prazo não fica interrompido ad aeternum, passando a


correr após 140 dias da interrupção, Conforme sumulado pelo STJ:

SÚMULA STJ N. 635: Os prazos


prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990
iniciam-se na data em que a autoridade competente para a
abertura do procedimento administrativo toma
conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato
de instauração válido - sindicância de caráter punitivo ou
processo disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após
decorridos 140 dias desde a interrupção.Primeira Seção,
julgado em 12/06/2019, DJe 17/06/2019.a lei que rege o
processo disciplinar, nº 8.112/90, tratou de estabelecer um
prazo máximo de conclusão do processo, nos seguintes
termos:

Dessa forma, o prazo prescricional reinicia-se após 140 dias de sua


interrupção.

O que, evidentemente, confirma que a pretensão punitiva do


Estado encontra-se prescrita, conforme posicionamento do Superior Tribunal
de Justiça ao confirmar este entendimento:

AGRAVO EM EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO DO PAD


DECISÃO REFORMADA. No tocante à prescrição da falta
grave, coaduno-me ao entendimento pacificado no STJ,
que aponta a inexistência de legislação específica acerca do
prazo prescricional para a conclusão do PAD, que poderá
implicar em sanção disciplinar, devendo, portanto, ser

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adotado o menor prazo previsto no artigo 109 , do CP ,
qual seja, dois anos se anterior à Lei n. 12.234 /2010, ou
três anos quando posterior. PRÁTICA DE NOVO DELITO
DURANTE O CUMPRIMENTO DE PENA. FALTA
GRAVE. NULIDADE POR AUSÊNCIA DE
INSTAURAÇÃO DE PAD DECLARADA DE OFÍCIO.
Considerando os termos da Súmula n. 533 do STJ e a
recente jurisprudência deste e. Tribunal de Justiça,
necessária é a instauração de Procedimento
Administrativo Disciplinar, a fim de apurar a ocorrência
de eventual falta grave praticada pelo apenado. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. (Agravo Nº
70075481135, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba, Julgado
em 22/02/2018).

Esclarecendo o assunto, Fernanda Mrinela dispõe sobre o tema:

O §3º do ar. 142 dispõe que “A abertura de sindicância ou


a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente”. A interpretação literal dessa norma faria
com que a prescrição não ocorresse até o efetivo
julgamento do PAD, independentemente do tempo que
isso durasse, ignorando as medidas necessárias para
atender à celeridade do processo. Na verdade não é
assim que funciona, pois caso não ocorra a
conclusão do processo no prazo determinado pela
lei, ele será extinto, e o Administrador deverá
expedir nova portaria e instaurar um novo
processo. Entretanto, a interrupção do curso do
prazo prescricional, como estatuída no §3º, do art.
142, da Lei 8.112, ocorre só uma vez quanto ao
mesmo fato. (Servidores Públicos. Niterói, RJ. Ed.
Impetus: 2010, p.349).

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Portanto, demonstrada a prescrição punitiva no presente processo,
devendo ser imediatamente arquivado.

DA DESPROPORCIONALIDADE

Ao tratarmos de processo sancionador no âmbito da


Administração Pública, não podemos deixar de lado o que dispõe a Lei n°
9.784/1999:

Art. 2° A Administração Pública obedecerá, dentre outros,


aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência.

(...)
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de: (...)

VI - adequação entre meios e fins, vedada a


imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias
ao atendimento do interesse público.

Ou seja, qualquer penalidade a ser aplicada requer uma


proporcionalidade adequada ao presente caso, com destaque:

a) Nenhum dano ou risco ao interesse público ficou


evidenciado;

b) Não ficou evidenciado qualquer benefício ou lucro que


exorbitasse à legítima expectativa de sua atuação;

c) O histórico do autor é irretocável, sem nenhum


apontamento ao longo de ________ .

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Ademais, não há qualquer evidência de má fé do autor , exigindo
por parte da Administração Pública uma avaliação razoável conforme
doutrina de Maria Silvia Zanella Di Pietro:

“Mesmo quando o ilegal seja praticado, é preciso


verificar se houve culpa ou dolo, se houve um mínimo
de má fé que revele realmente a presença de um
comportamento desonesto.” (in Direito
Administrativo, 12ª ed., p.675)

Desta forma, mesmo que se demonstrasse comprovada alguma


irregularidade, é crucial que seja observada a inexistência de má fé para fins de
adequação da penalidade a ser imposta em observância aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade.

Nesse sentido, para Joel de Menezes Niebuhr, a sanção deve estar


intimamente atrelada às circunstancias do ato, em observância ao principio da
proporcionalidade:

"O princípio da proporcionalidade aplica-se


sobre todo o Direito Administrativo e, com
bastante ênfase, em relação às sanções
administrativas. [...]. Ao fixar a penalidade, a
Administração deve analisar os antecedentes, os
prejuízos causados, a boa ou má-fé, os meios utilizados,
etc. Se a pessoa sujeita à penalidade sempre se
comportou adequadamente, nunca cometeu qualquer
falta, a penalidade já não deve ser a mais grave. A
penalidade mais grave, nesse caso, é sintoma de
violação ao princípio da proporcionalidade."
(Licitação Pública e Contrato Administrativo. Ed. Fórum:
2011, p. 992);

Em sintonia com este entendimento, Eduardo Arruda Alvim


esboça a relevância da conjuntura entre razoabilidade e proporcionalidade dos

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atos administrativos, em especial nos que refletem em penalidades:

“Na fixação da pena (que se dará mediante processo


administrativo, para o qual a Constituição Federal
assegura o contraditório e a ampla defesa, sob pena de
nulidade do processo respectivo – art.5º, LV) de multa,
assim, tomar-se ao por base três verdadeiros conceitos
vagos (gravidade da infração, vantagem auferida, e
condição econômica do fornecedor), que se inter-
relacionam, e devem ser preenchidos diante do caso
concreto, pela autoridade competente, que poderá ser
federal, estadual, do Distrito Federal, ou municipal,
conforme a infração específica e seu âmbito (parágrafo
primeiro do art. 55 deste Código).” (in Código do
Consumidor Comentado, 2ª ed., Biblioteca de Direito do
Consumidor, Editora RT, p. 274:)

Portanto, demonstrada a boa-fé do autor , a ausência de dano, a


atuação imediata para solucionar a irregularidade, bem como, o seu histórico
favorável, não há que se cogitar uma penalidade tão gravosa, devendo existir a
ponderação dos princípios aplicáveis ao processo administrativo, conforme
precedentes sobre o tema:

MULTA GRADUADA EM CONFORMIDADE COM OS


PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. REDUÇÃO. CABIMENTO. "No caso
sub judice, a multa não respeita os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade assegurados
constitucionalmente, na medida em que não
considera a gravidade da infração, tampouco a
vantagem auferida pelo fornecedor faltoso. Na
verdade, a multa se ajusta tão-somente à condição
econômica do fornecedor. Portanto, merece redução para
o patamar de R$ 7.000,00, em atenção às peculiaridades
do caso concreto." (trecho da ementa do Acórdão da

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Apelação Cível Nº 70074061672). RECURSO
ACLARATÓRIO CONHECIDO E ACOLHIDO COM
EFEITO INFRINGENTE. APELO... PROVIDO EM PARTE.
(Embargos de Declaração Nº 70075058479, Vigésima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 23/11/2017).

Razões pelas quais requer a graduação razoável da pena, para fins


de que sejam observados os princípios da proporcionalidade e boa fé.

DOS PEDIDOS

Por estas razões REQUER:

1. O recebimento do presente recurso nos seus efeitos ativo e


suspensivo, nos termos do Art. 1.012 do CPC, com o
deferimento da antecipação da tutela recursal para fins de
________ ;

2. Seja deferido novo pedido de gratuidade de justiça, nos termos


do Art. 98 do CPC/15;

3. A intimação do Recorrido para se manifestar querendo, nos


termos do §1º, art. 1.010 do CPC;

4. A total procedência do recurso para reformar a decisão


recorrida e determinar ________

5. Informa que deixou de efetuar o preparo por ser beneficiário


da justiça gratuita

6. A condenação do recorrido ao pagamento das despesas


processuais e sucumbência.

Nestes termos, pede deferimento.

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________ , ________ .

________ ,
________

Anexos:

1. Custas recursais - se não houver pedido de Justiça Gratuita

2. Procuração - Certificar a existência do instrumento no processo

3. Provas da miserabilidade - se houver pedido de Justiça Gratuita

#3009489 Thu Jun 17 07:45:28 2021

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