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Pacheco Palmeira &

ADVOCACIA
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.

Proc. nº: 2014.0480.3941


Paciente: LUCAS MANOEL ALVES

JOSÉ PACHECO DA SILVA JÚNIOR, brasileiro, casado,


advogado, inscrito na OAB/GO sob o nº 27.741, com endereço profissional no rodapé
desta, onde receberá as notificações e intimações futuras, vem respeitosamente à presença
de Vossa Excelência à presença de Vossa Excelência, impetrar a presente ordem de

HABEAS CORPUS LIBERTATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR

em favor do paciente LUCAS MANOEL ALVES, brasileiro, solteiro, empresário,


portador do RG 5839552 e do CPF 056.092.781-98, natural de Goiânia/GO, residente e
domiciliado na Rua Juan Lugones, Quadra 23, Lote 16, S/N, Parque Los Angeles,
Goianira/GO, o qual encontra-se preso na Unidade Prisional de Goianira-GO, com
fundamento no art. 5.º, LXVIII da Constituição Federal, em combinação com o art. 647 e
648, II do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o Juiz de Direito
da 2ª Vara Criminal da Comarca de Goianira-GO, Dr. Fernando César Rodrigues Salgado,
por razões de fato e de direito a seguir expostas:

I. DOS FATOS

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Conforme se verifica na cópia integral do Pedido de Revogação de
Prisão Preventiva em anexo, o Paciente encontra-se preso na Unidade Prisional de
Goianira-GO, desde o dia 21/11/2014, tendo em vista prisão temporária decretada, com
posterior conversão em prisão preventiva, pela prática, em tese, da conduta tipificada no
art. 121, § 2º, incisos II e IV do Código Penal, e art. 244.B do ECA, sendo assim
denunciado.

É o breve relato.

II. DO EXCESSO DE PRAZO PROCESSUAL

Somente no dia 09/04/15, ou seja, quase 05 meses após a prisão,


deu-se início à Audiência de Instrução e Julgamento, todavia, não encerrando-se
naquele momento, a fim de que os sujeitos processuais apresentassem as alegações finais
por meio de memoriais, o que fora devidamente cumprido, especificamente no dia
08/06/15 por parte da defesa.

Em 10/08/15, após 60 dias da apresentação dos memoriais finais, o


Paciente requereu ao juiz “a quo” a revogação da prisão preventiva (Proc. nº:
2015.0287.5297 - cópia em anexo), em face do constrangimento ilegal causado pelo
excesso de prazo.

Após mais uma longa espera, no dia 23/09/15 foi publicado a r.


decisão que indeferiu o citado pedido, sob argumento de que já teria encerrado a
instrução processual.

Todavia, data vênia, tal fundamento não merece prosperar, sendo


que a sentença de pronúncia, qual daria fim à instrução processual, somente foi
publicada no dia 23/09/15, ou seja, 44 dias após o requerimento de Revogação da Prisão
Preventiva. Portanto, ainda não havia encerrado a instrução processual quando da busca
pela liberdade.

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Ademais, inconformado com a r. sentença, interpôs no dia
28/09/15, Recurso em Sentido Estrito.

ASSIM, ATÉ O MOMENTO COMPLETA-SE 11 MESES,


ESPECIFICAMENTE 311 DIAS QUE O PACIENTE ESTÁ ENCARCERADO
PREVENTIVAMENTE, À DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA, AGUARDANDO AINDA
JULGAMENTO DE RECURSO.

Cumpre ratificar que, o Paciente não foi preso em flagrante,


sendo encarcerado temporariamente com posterior conversão em preventiva. No momento
de sua prisão encontrava em sua residência, sendo que jamais fugiu do distrito da culpa ou
causou embaraços à instrução processual.

O lapso temporal entre sua prisão até o momento extrapola a


duração máxima da prisão cautelar admitida pela Lei, o que configura EXCESSO DE
PRAZO PROCESSUAL.

Denota-se ainda, que o Paciente não deu causa ao retardamento do


fluxo processual, tendo inclusive levado mais de 03 meses entre a apresentação das
alegações finais e a publicação da sentença.

Sobre o procedimento relativo aos processos da competência do


Tribunal do Júri, prevê o Estatuto Processual Penal:

Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90


(noventa) dias.

Assim também tem posicionado o Egrégio Tribunal de Justiça de


Goiás:

HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO TENTADO. AUSÊNCIA DE


FUNDAMENTAÇÃO. MAL INSTRUÍDO. EXCESSO DE
PRAZO. ILEGALIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1- Em sede de
writ a prova deve ser pré-constituída, cabendo ao impetrante instruí-
lo com os documentos necessários ao alegado. 2- Procedimento
relativo a processos do Tribunal do Júri será concluído no prazo
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máximo de 90 dias (CPP, art. 412), extrapolados, transcorridos
mais de 150 dias da segregação, configura ilegalidade, impondo-se
soltura do agente, vinculado. Ordem concedida. (TJGO, HABEAS-
CORPUS 477378-53.2014.8.09.0000, Rel. DES. IVO FAVARO, 1A
CAMARA CRIMINAL, julgado em 29/01/2015, DJe 1734 de
25/02/2015)

Espera o reconhecimento desta Corte, de que extrapolou-se o


limite temporal para o encerramento da primeira fase instrutória do procedimento
escalonado dos crimes de competência do Tribunal do Júri, qual poderia até chegar a
178 dias, conforme orientação da CORREGEDORIA NACIONAL DE JUSTIÇA (Ofício
Circular nº 08/DMF/2010) e da CORREGEDORIA-GERAL DE JUSTIÇA (Ofício
Circular n. 042/2011/ASSJ).

Portanto, manter o Paciente preso, afronta veementemente a


ordem constitucional vigente, aos princípios da proporcionalidade, razoabilidade,
duração razoável do processo, presunção de inocência e dignidade da pessoa humana,
gerando enorme arbitrariedade e coação ilegal, sendo o deferimento da liberdade medida
ecoante.

Ainda, prevê o art. 648, II do Código de Processo Penal, que a


coação considerar-se-á ilegal quando alguém estiver preso por mais tempo do que
determina a lei.

III. DOS PREDICADOS PESSOAIS FAVORÁVEIS

É de se ressaltar que o Paciente é primário, não registra


antecedentes criminais, tem endereço fixo, trabalho lícito, responde preso por apenas
este crime, não havendo mais motivos para ser mantido ilegalmente na prisão (doc. anexo).

Não há evidência alguma de que pretenda fugir à aplicação da lei


penal ou de que possa perturbar o correto trâmite da ação penal.
Por todo exposto, colocar o Paciente em liberdade é a medida mais
justa e correta!
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IV. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se seja concedida a presente ORDEM DE


HABEAS CORPUS em favor do PACIENTE “LUCAS MANOEL ALVES”, em
caráter LIMINAR, independentemente das informações da autoridade coatora,
expedindo-se o competente ALVARÁ DE SOLTURA para a Unidade Prisional de
Goianira-GO.

O causídico que esta subscreve, declara nos termos da Lei que


todas as cópias ora anexadas, são autenticas às originais.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Goianira-GO, 28 de setembro de 2015.

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JOSÉ PACHECO DA S. JÚNIOR
OAB/GO 27.741

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