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PEDRO NETHO DOS SANTOS AMORIM, brasileiro, união estavel, Advogado, inscrito na
OAB/MA, sob o número 26.819, domiciliado nesta cidade, vem, respeitosamente,
perante V. Exa., com fulcro no art. 5º, XXXIV “a” e LXVII da Constituição da Republica e
647 do CPP, apresentar a presente ação.
O Autor foi preso no dia 24/10/2023, e no dia 25/10/2023 foi concedido a liberdade
provisória deste, pois o juízo de 1° grau entendeu não esta presentes os requisitos da
prisão preventiva, concedendo sua liberdade provisória em decisão no processo
Processo nº 0808230-67.2023.8.10.0024, gerando por este processo o Alvara de
soltura n° 0808230-67.2023.8.10.0024.05.0001-21, como não tinha nenhum mandado
de prisão em aberto, a partir desta data o paciente legalmente deveria está solto.
Entretanto o autor se encontra mantido encarcerado pelos mandados de prisão em
aberto, referente aos HABEAS CORPUS de n° 0004078-28.2016.8.10.0000 e 0004969-
49.2016.8.10.0000, estes que se encontram devidamente arquivados e não possuem
qualquer sustentação juridica para que esteja aberto qualquer ergastulo preventivo,
vez que o paciente possui uma vasta lista de processos, porem todos devidamente
sentenciados com seus respectivos alvaras de soltura e baixa definitiva, conforme
consta na certidão de Antecedentes, em anexo, e conforme informações prestadas pelo
juízo de 1° grau (anexo), onde corrobora que não há nenhum “Mandamos Ergastular”
contra o autor.
É imperioso mencionar que esta ação ataca as iregularidades que ensejam o ergastulo
preventivo de forma ilegal, suprimindo o direito de ir e vir do autor, e mais inclito
julgador, todos os processos em comento dos antecedentes acima mencionados
encontram-se todos regulares, não emergindo qualquer mandado de prisão em aberto,
quanto a qualquer HC impetrado no TJMA, também não é passivo de ter qualquer
mandado de prisão em aberto haja vista que todos os processos nesta instancia foram
devidamente arquivados.
DO DIREITO
- DO ERRO MATERIAL
A abordagem feita no referido caso, sobre o erro material, que mantem os mandados de
prisão em habeas corpus em aberto, entende-se que o erro material se caracteriza
quando é aquele evidente, decorrente de simples erro aritmético ou fruto de inexatidão
material, e não erro relativo a critérios ou elementos de julgamento.
Pois bem excelencia, o caso em concreto, traz flagrante e iminete erro em sustentar uma
prisão sem motivos juridicos legais, pois o processo de 1° grau
0002636.86.2015.8.10.0024 deu origem ao HC 0004969-49.2016.8.10.0000 e o
processo de 1° grau 130972.2016.8.10.0024 deu origem ao HC 0004078-
28.2016.8.10.0000, os supramencionados processos de 1° grau, foram baixados
definitivamente ha mais de 5 anos, importando dizer que, Com o trânsito em julgado há
a baixa definitiva, fase em que os processos são encerrados e arquivados, depredendo-
se deste raciocinio, entende-se que não nenhum evento juridico legal para gerar efeito,
tendo finalizado a sua tramitação. Desta feita, é conveniente ressaltar que o remedio
constitucional que defende o Direito de ir e vir, tem sua motivação por ordem judicial
que determina o cerceamento da Liberdade.
Portanto Inclito Julgador, o erro material se configura a partir do momento que os
processos de 1° grau que ensejaram os Habeas Corpus a época são devidamente
baixados definitivamente, e a comunicação da referida baixa não acontece em sede de
2° grau, pois a partir do momento que os motivos que sustentavam os referidos
mandados de prisão a época sumiram, não existe mais condão legal para manter-se em
aberto mandados de prisão nos Habeas Corpus, se tornando cruel e sem fundamento
legal a prisão do autor desde do dia 25/10/2023.
Por fim, o referido erro tem fixação pela lei, doutrina e jurisprudencia de ser corrigido
a qualquer tempo, de oficio ou a requerimento da parte, senão vejamos alguns julgados
acerca do tema;
Data máxima vênia”, tendo em vista que a r. Decisão não vislumbrou a determinação de
(Saneamento do vício Processual - Providência/Omissão), para que evitar a
continuidade da referida nulidade e em observância da formalidade (intrínseca ou
extrínseca), requer a apreciação de Vossa Excelência para sanear os erros listados,
determinando a exclusão dos mandados de prisão em aberto existente nos habeas
corpus de n° 0004969-49.2016.8.10.0000 e 0004078-28.2016.8.10.0000.
Neste sentido, o ato merece ser revisto em favor da devida ordem processual
legalmente prevista.
Conforme já abordado no presente expediente, para que uma prisão seja válida, esta
deve ser ou por sentença penal condenatória ou por decreto preventivo/temporário.
A regra do ordenamento jurídico brasileiro é a liberdade, sendo a segregação utilizada
apenas quando as medidas cautelares não forem suficientes.
Em que pese a prisão ter ocorrido de modo ilegal, o decreto preventivo deve ser
combatido por seu pedido de revogação, visto que existe erro grotesco perante a
decisão que o sustenta, diante disto seguem os motivos para tanto.
Conforme dispõe o Código de Processo Penal em seu artigo 312, para que seja possível
a aplicação de prisão preventiva deve o acusado apresentar risco a ordem pública
(continuar a cometer crimes), risco da aplicação da lei penal (fugir), ou risco de
prejudicar a instrução criminal (tentar destruir provas, e intimidar testemunhas).
Portanto, tal segregação não pode ser sustentada juridicamente após falta de
comunicação entre as Instância, sem da baixa nos mandados de prisão em aberto.
DA LIMINAR
A concessão de liminar no presente caso se justifica pela flagrante coação ilegal a que
está sendo submetida o paciente, diante da deficiência de fundamentação adequada na
decisão atacada, a fim de justificar a imposição de medida tão gravosa, bem como pela
flagrante afronta ao princípio constitucional e basilar do processo penal,
consubstanciado na presunção de inocência e princípio da razoabilidade, a qual é
rechaçada apenas com o trânsito em julgado de decreto condenatório.
In casu, encontram-se presentes os requisitos para a concessão da medida liminar,
quais sejam, periculum in mora, consubstanciado no fato de estar com mandados em
prisão em aberto e preso ilegalmente desde do dia 25/10/2023, se fazendo necessário
sustar evento causador da referida prisão ilegal. Além disso, imensuráveis são o
constrangimento e o desgaste físico emocional vivenciado pelo paciente e sua família,
visto que nunca passaram por uma situação tão vexatória, onde por um flagrante e
desarrazoado errôneo da Coordenadorias das Câmaras Criminais Isoladas.
Diante disso, requer seja concedida ordem liminar para revogar a prisão do paciente,
em caráter de urgência, sendo expedido alvará de soltura ou, então, sendo
perfeitamente aplicável diante da ausência de demonstração de periculum libertatis do
paciente diante de todos os fundamentos de direito e documentos acostados restando
demonstrada a coação ilegal e o excesso de prazo que mantem a prisão ilegítima.
DOS PEDIDOS
Pede Deferimento.
SÃO LUIS, 09/11/2023
ADVOGADO
OAB Nº 26819