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202723-6/004
RECURSO ESPECIAL Nº 1.0024.13.202723-6/004
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Nº 1.0024.13.202723-6/004
- Incabível a tese de redimensionamento da reprimenda aplicada
quando se constata ter sido esta fixada de forma justificada e
proporcional ao delito praticado.
- Recurso não provido. (TJMG - Apelação Criminal
1.0024.13.202723-6/002, Relator(a): Des.(a) Corrêa Camargo, 4ª
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/03/2023, publicação da
súmula em 08/03/2023).
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à audiência, tendo sido necessária a nomeação de defensor ad hoc
para a consecução do ato processual (f. 172).
Posteriormente, abriu-se vista ao defensor constituído que
prosseguiu com o patrocínio da causa, o qual, inclusive, fez-se
presente na audiência em continuação (f. 185), sem qualquer
insurgência de nulidade, tendo sido encerrada a instrução, com o
prosseguimento de vista às partes para apresentação de alegações
finais, sendo que, novamente, não se aventou qualquer ilegalidade.
Como se não bastasse, até mesmo após o ingresso da Defensoria
Pública nos autos, responsável pela interposição de Recurso em
Sentido Estrito (ff. 204-206v), não se levantou qualquer irresignação
a respeito, fazendo, claramente, com que a matéria em debate se
tornasse preclusa, na medida em que ocorrera o incontroverso
trânsito em julgado da decisão de pronúncia, sem que o suposto
vício verificado fosse suscitado a qualquer momento, nos termos do
art. 571, inciso I, do Código de Processo Penal, impedindo, por
certo, a apresentação do pleito, agora, em sede de Apelação
Criminal.
Ora, não pode a defesa, neste momento, valer-se de seu próprio
equívoco para aventar o vício apontado, intentando, assim, a
devolução do feito ao Juízo Sumariante, para a realização de nova
audiência de instrução, sobretudo se já procedido o julgamento
popular.
(...)
Também não discrepa a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça:
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
PROCESSO PENAL. RÉU PRONUNCIADO. DESLOCAMENTO
POSTERIOR DE COMPETÊNCIA. DEPUTADO FEDERAL. STF.
MUDANÇA DE RITO. REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS. ART. 10,
DA LEI 8.038/1990. PREVISÃO EQUIVALENTE NO SUMÁRIO DA
CULPA. INEXISTÊNCIA. CORRESPONDÊNCIA AOS ARTS. 422,
PARTE FINAL, E 423, I, DO CPP. 2ª ETAPA DO PROCEDIMENTO
DO JÚRI. NULIDADE DA PRONÚNCIA. NÃO OCORRÊNCIA.
PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. EXAME
APROFUNDADO DOS FATOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO
DESPROVIDO.
1. A diplomação do réu, acusado da prática de cinco homicídios com
dolo eventual, com a subida dos autos ao Supremo Tribunal
Federal, conduz a uma alteração do rito processual, que passa a
prever uma fase de diligências anterior às alegações escritas, na
forma do art. 10, da Lei n. 8.038/1990, sem que isso acarrete a
nulidade dos atos anteriormente praticados pelo juízo então
competente.
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2. A determinação pela Corte Suprema da reinquirição de
testemunhas de defesa, na fase de diligências da ação penal
originária, consoante o art. 10, da Lei n. 8.038/1990, não implica na
implícita declaração de nulidade da pronúncia, proferida quando não
havia prerrogativa de foro, apenas havendo uma diferença de rito,
sem a previsão legal da mesma etapa no chamado sumário da
culpa, primeira fase do rito dos crimes dolosos contra a vida.
3. No procedimento dos crimes dolosos contra a vida, a fase de
diligências está prevista na parte final do art. 422, do CPP, bem
como no seu art. 423, I, para sanar qualquer nulidade ou esclarecer
fato que interesse no julgamento da causa, o que acontece após a
preclusão da decisão de pronúncia, antes apenas da inclusão dos
autos em pauta de reunião do Tribunal do Júri.
4. Não é admissível o exame aprofundado de provas em sede de
habeas corpus ou do subsequente recurso ordinário, uma vez que
esses meios de impugnação da decisão judicial partem do
pressuposto da existência de flagrante ilegalidade ou abuso de
poder, o que só pode ser visto a partir dos fatos registrados nas
instâncias ordinárias.
5. As nulidades no processo penal observam o princípio pas de
nullité sans grief, previsto no art. 563, do CPP, não devendo ser
declarada sem a efetiva comprovação do prejuízo concreto, o qual
não pode ser presumido pela parte, muito menos a partir da sua
própria afirmação sobre os fatos provados nos autos, sem que eles
tenham sido reconhecidos nas instâncias ordinárias.
6. O artigo 571, I, do CPP, estabelece que as nulidades ocorridas na
fase da instrução, nos processos de competência do Tribunal do
Júri, devem ser suscitadas até as alegações finais, antes do fim da
1ª etapa do procedimento, havendo preclusão quando a arguição
acontece apenas após a chamada preclusão pro judicato, ou seja,
depois da solução definitiva sobre a pronúncia.
7. Recurso ordinário desprovido. (RHC 133694/RS. Quinta Turma.
Ministro Ribeiro Dantas. DJe 20/09/2021). (Destacou-se).
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Assim, conforme orientação da corte de destino, a pretensão de absolvição
esbarra no óbice contido na súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça, por
demandar o reexame das provas dos autos.
Neste sentido:
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