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ACÓRDÃO
Documento: 684598 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 14/05/2007 Página 1 de 8
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 58.102 - MG (2006/0088277-9)
RELATÓRIO
É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 58.102 - MG (2006/0088277-9)
EMENTA
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
Como se vê, portanto, a própria defesa dispensou o refazimento do ato
processual, diante do reconhecimento da ausência de qualquer prejuízo advindo à defesa do
Paciente, não havendo, pois, qualquer ilegalidade a ser reparada na espécie.
Já, quanto ao segundo argumento (deficiência na defesa técnica), o acórdão
também afastou tal alegação, por ter sido o Paciente devidamente assistido por defensor
nomeado pelo Juízo, nas audiências de inquirição de testemunhas em que o seu defensor
constituído, ressalte-se, embora intimado, deixou de comparecer (cf. fl. 122).
A decisão da Corte a quo, portanto, deve ser prestigiada, uma vez que a
deficiência de defesa, para acarretar a anulação do processo, precisa, também, nos mesmos
termos já acima ressaltados, evidenciar os prejuízos sofridos pelo réu, o que não se deu na
presente hipótese. A mera alegação, sem provas objetivas dos danos, não autoriza a
declaração de nulidade (Súmula 523 do STF).
No mesmo sentido é o parecer ministerial:
"[...]
Ressalte-se que, no que se refere ao tema nulidades, é princípio
fundamental no processo penal, a assertiva de que não se declara nulidade de
ato se dele não resultar prejuízo comprovado pelo réu, nos termos do art. 583
do CPP e Súmula 523 do STF.
Dessa forma, a ausência ou ineficiência de defesa técnica do
acusado, deve ser concretamente demonstrada, com a indicação objetiva do
prejuízo causado ao ora Paciente. Não é o caso dos autos
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Em se tratando de nulidades no processo penal, é imprescindível,
para o seu reconhecimento, que se faça a indicação do prejuízo concreto
causado ao réu, o qual não restou evidenciado no presente caso.
Realizada a perícia antes do oferecimento da denúncia, a defesa
argüiu nulidade apenas em sede de alegações finais, operando-se, por
conseguinte, a preclusão.
Recurso desprovido." (RHC 17715/DF, 5ª Turma, rel. Ministro
GILSON DIPP, DJ de 19/12/2005.)
Cumpre ressaltar, ainda, que o ora Paciente, "no momento oportuno, não
reclamou de qualquer irregularidade, no referido laudo " (fl. 123), de modo a demonstrar a
ocorrência do efetivo prejuízo. Assim, não tendo a defesa questionado a suposta nulidade nas
alegações finais, tornou-se preclusa a questão ora suscitada, nos termos do art. 571, inciso II,
do Código de Processo Penal.
Por oportuno, reproduzo novamente o parecer ministerial que, arrimado em
precedente desta Corte, corrobora esse entendimento, in verbis :
"[...]
Insubsistente também a argumentação relativa à nulidade do
processo em virtude do laudo pericial ter sido elaborado por um só perito. Tal
fato, por si só, não é hábil a ensejar a anulação do processo criminal. Os
autos evidenciam a existência de outras provas consideradas pelo Magistrado
singular hábeis à embasar a condenação imposta. Ademais, a alegação de
imprestabilidade do laudo pericial já se encontra preclusa.
A propósito:
'PROCESSUAL PENAL - HOMICÍDIO - EXAME PERICIAL
- ALEGAÇÃO DE NULIDADE - LAUDO ASSINADO POR APENAS
UM PERITO - ATESTADO DE ÓBITO - NULIDADE RELATIVA -
PRECLUSÃO.
- É inviável, por precluso, a alegação de nulidade da perícia
feita por um único perito e não integrante da instituição oficial de
criminalística se, ciente de sua designação, a defesa, sem protesto,
discutiu as conclusões do laudo. De outro lado, ressaltou o acórdão
guerreado que a materialidade delitiva restou comprovada com o
atestado de óbito.
- Precedente.
- Ordem denegada.'
(HC 26.603/PE, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ
18.08.2003)" (fls. 138/139)
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MINISTRA LAURITA VAZ
Relatora
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
Relatora
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. HELENITA AMÉLIA G. CAIADO DE ACIOLI
Secretário
Bel. LAURO ROCHA REIS
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : FERNANDO JOSÉ RODRIGUES
IMPETRADO : TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DE MINAS GERAIS
PACIENTE : JOÃO BARBOSA FRANCISCO (PRESO)
ASSUNTO: Penal - Crimes contra os Costumes (art.213 a 234) - Crimes contra a Liberdade Sexual - Atentado
Violento ao Pudor ( art. 214 )
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, denegou a ordem."
Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima e Felix Fischer votaram com a Sra. Ministra
Relatora.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.
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