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EMENTA
ACÓRDÃO
Documento: 1403692 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/05/2015 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 292.119 - AM (2014/0078544-4)
RELATÓRIO
"Ao que se obtém dos autos, o paciente fora condenado à pena de 21 anos
de reclusão, pela prática dos crimes previstos no artigo 244-A, do ECA (exploração
sexual), e no artigo 217-A, do CP (estupro de vulnerável), em concurso material, nos
termos da sentença de fls. 19/26.
Interposta apelação pela defesa, veio ela a ter seu provimento negado pela
Corte amazonense, nos termos do acórdão de fls. 72/78, que espelha a seguinte ementa:
APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL.
AUSÊNCIA DE AUTORIA E MATERIALIDADE, PRETENSÃO DE
ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. DECISÃO MANTIDA
POR SEUS JURÍDICOS FUNDAMENTOS.
1. Não há que se falar em ausência de provas para a
condenação, quando do conjunto probatório constante nos autos, ficou
demonstrada a materialidade e autoria do crime de estupro de vulnerável.
2. Ação delitiva do réu suficientemente demonstrada pela
prova dos autos.
3. Provas colhidas harmônicas entre si e condizentes com o
resultado do processo.
4. Na hipótese, a majoração da pena-base restou
devidamente fundamentada pelas circunstâncias judiciais previstas no art.
59, do CPB.
Recurso conhecido e improvido, em consonância com
parecer do Ministério Público. (fl. 72)
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Superior Tribunal de Justiça
As informações foram prestadas às fls. 67-95.
A d. Procuradoria-Geral da República, em parecer de fls. 99-104,
manifestou-se pelo não conhecimento do writ ou, caso conhecido, pela sua denegação.
É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 292.119 - AM (2014/0078544-4)
EMENTA
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
devidamente comprovado que os atos libidinosos contra a vitima praticados, foram
ocorridos por diversas vezes, antes mesmo da vítima ter completado 14 (quatorze) anos,
sendo cessado apenas com a descoberta pela polícia e prisão do acusado, no dia do
flagrante" (fl. 75), de forma que não há como ser afastada, no restrito espectro de cognição
do mandamus, a tipicidade da conduta.
Passo, então, a analisar a possibilidade de absorção do delito de
exploração sexual, pelo delito de estupro de vulnerável, capitulado no art. 217-A do
Código Penal.
Assim o fazendo, verifico que melhor sorte não socorre o impetrante.
Sobre o tema, transcrevo importante lição de Guilherme de Souza Nucci, in
Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado, Ed. Forense, pg. 728, acerca do tipo
penal em comento, in verbis:
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Superior Tribunal de Justiça
Pois bem, da leitura da r. sentença condenatória, no que tange à dosimetria da
pena, verifica-se que o d. Juízo de primeira instância explicita a ausência de trânsito em julgado
da ação penal considerada para elevação da pena-base do paciente.
No entanto, dispõe a Súmula 444/STJ, que "É vedada a utilização de
inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base."
Sob tal contexto, tenho que a ordem merece ser concedida de ofício, para
reduzir as penas impostas ao paciente, para 7 anos, pelo delito de exploração sexual, e 10
anos, pelo delito de estupro de vulnerável, totalizando 17 anos de reclusão, mantidos os
demais termos da condenação.
Ante o exposto, não conheço do habeas corpus.
Concedo a ordem de ofício, todavia, para redimensionar as penas do
paciente, para 7 (sete) anos, pelo delito de exploração sexual, e 10 (dez) anos, pelo delito de
estupro de vulnerável, totalizando 17 anos de reclusão, mantidos os demais termos da
condenação.
É o voto.
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : JOSÉ RIBAMAR COSTA SOARES
ADVOGADO : JOSÉ RIBAMAR COSTA SOARES
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS
PACIENTE : A F P (PRESO)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, não conheceu do pedido e concedeu "Habeas Corpus" de
ofício, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Gurgel de Faria, Newton Trisotto (Desembargador
Convocado do TJ/SC) e Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do TJ/PE)
votaram com o Sr. Ministro Relator.
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