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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 38.261 - CE (2013/0173994-7)

RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI


RECORRENTE : FERNANDO RIBEIRO HERMIDA
RECORRENTE : ALVARINO ERVEN DE ABREU
ADVOGADO : LEONARDO QUEIROZ XAVIER E OUTRO(S)
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
EMENTA

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. GESTÃO


TEMERÁRIA (ARTIGO 4º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI
7.492/1986). ALEGAÇÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO PENAL
OBJETIVA. PEÇA INAUGURAL QUE ATENDE AOS
REQUISITOS LEGAIS EXIGIDOS E DESCREVE CRIME EM
TESE. AMPLA DEFESA GARANTIDA. INÉPCIA NÃO
EVIDENCIADA.
1. A hipótese cuida de denúncia que narra supostos delitos
praticados por intermédio de pessoa jurídica, a qual, por se tratar
de sujeito de direitos e obrigações, e por não deter vontade
própria, atua sempre por representação de uma ou mais pessoas
naturais.
2. Não pode ser acoimada de inepta a denúncia formulada em
obediência aos requisitos traçados no artigo 41 do Código de
Processo Penal, descrevendo perfeitamente as condutas típicas,
cuja autoria é atribuída aos recorrentes devidamente qualificados,
circunstâncias que permitem o exercício da ampla defesa no seio
da persecução penal, na qual se observará o devido processo
legal.
3. Nos chamados crimes societários, embora a vestibular
acusatória não possa ser de todo genérica, é válida quando,
apesar de não descrever minuciosamente as atuações individuais
dos acusados, demonstra um liame entre o seu agir e a suposta
prática delituosa, estabelecendo a plausibilidade da imputação e
possibilitando o exercício da ampla defesa, caso em que se
consideram preenchidos os requisitos do artigo 41 do Código de
Processo Penal.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA.
AUSÊNCIA DE PROVAS E DO DOLO. ACÓRDÃO
OBJURGADO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA
DESTE SODALÍCIO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA..
1. Em sede de habeas corpus somente deve ser obstada a ação
penal se restar demonstrada, de forma indubitável, a ocorrência
de circunstância extintiva da punibilidade, a ausência de indícios
de autoria ou de prova da materialidade do delito, e ainda, a
atipicidade da conduta.
2. Estando a decisão impugnada em total consonância com o
entendimento jurisprudencial firmado por este Sodalício, não há o
que se falar em trancamento da ação penal, pois, de uma
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superficial análise dos elementos probatórios contidos no
presente mandamus, não se vislumbra estarem presentes
quaisquer das hipóteses que autorizam a interrupção prematura
da persecução criminal por esta via, já que seria necessário o
profundo estudo das provas, as quais deverão ser oportunamente
valoradas pelo juízo competente.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
PUNITIVA. CÁLCULO BASEADO NA PENA A SER
HIPOTETICAMENTE FIXADA. INADMISSIBILIDADE. INCIDÊNCIA
DO ENUNCIADO N. 438 DA SÚMULA DO STJ.
DESPROVIMENTO DO RECURSO.
1. Nos termos da Súmula 438 desta Corte Superior de Justiça, "é
inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,
independentemente da existência ou sorte do processo penal".
2. No caso dos autos, a ação penal encontra-se na fase
instrutória, sem que tenha havido prolação de sentença de mérito,
motivo pelo qual a prescrição somente poderia ser decretada
após decorrido o prazo disposto no artigo 109 do Código Penal, o
que ainda não ocorreu.
3. Recurso improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da


Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Os Srs. Ministros
Marco Aurélio Bellizze, Moura Ribeiro, Regina Helena Costa e Laurita Vaz votaram com
o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 22 de outubro de 2013(Data do Julgamento)

MINISTRO JORGE MUSSI


Relator

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RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 38.261 - CE (2013/0173994-7)

RECORRENTE : FERNANDO RIBEIRO HERMIDA


RECORRENTE : ALVARINO ERVEN DE ABREU
ADVOGADO : LEONARDO QUEIROZ XAVIER E OUTRO(S)
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO JORGE MUSSI (Relator): Trata-se de


recurso ordinário em habeas corpus interposto por FERNANDO RIBEIRO HERMIDA e
ALVARINO ERVEN DE ABREU contra acórdão proferido pela Quarta Turma do Tribunal
Regional Federal da 5ª Região, que denegou a ordem pleiteada no HC n.
0002534-81.2013.4.05.0000.

Noticiam os autos que os recorrentes foram denunciados pela suposta


prática do delito previsto no artigo 4º, parágrafo único, da Lei 7.492/1986.

Sustentam os patronos dos recorrentes que estes seriam alvo de


constrangimento ilegal pois a denúncia ofertada importaria em responsabilização penal
objetiva.

Afirmam que a inclusão dos recorrentes no pólo passivo da ação penal


teria decorrido dos cargos que ocupavam no Banco do Ceará.

Esclarecem que o Ministério Público teria requerido o arquivamento do


feito ante a inexistência de conduta penalmente relevante, o que não foi acatado pelo
Juízo a quo, que remeteu os autos à Procuradoria-Geral da República, que determinou
o oferecimento de denúncia contra os acusados.

Aduzem que no processo criminal deflagrado contra Luciano Medeiros


Bertini por manipulação de mercado estaria clara a ausência de responsabilidade penal
dos recorrentes.

Alegam que não estaria evidenciado o dolo dos acusados, não tendo a
inicial demonstrado qual teria sido a conduta abusiva ou audaciosa na gestão da
instituição bancária, motivo pelo qual deveriam ter sido sumariamente absolvidos ante a
ausência de justa causa para a persecução penal.

Entendem que deveria ter sido reconhecida a prescrição da pretensão

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punitiva estatal em perspectiva, já que entre a data dos fatos e o recebimento da
denúncia já teriam transcorrido mais de 10 (dez) anos, sendo que, em caso de
condenação, a pena cominada aos recorrentes não poderia superar o mínimo legal.

Requerem o provimento do reclamo para que seja trancada a ação penal.

O Ministério Público Federal, em parecer de fls. 216/222, manifestou-se


pelo desprovimento do inconformismo.

É o relatório.

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RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 38.261 - CE (2013/0173994-7)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO JORGE MUSSI (Relator): Conforme relatado,


com este recurso ordinário constitucional pretende-se, em síntese, o trancamento da
ação penal instaurada contra os recorrentes.

Noticiam os autos que os recorrentes foram acusados de praticar o delito


previsto no artigo 4º, parágrafo único, da Lei 7.492/1986 pois, na qualidade de gestores
do Banco do Ceará, teriam realizado operações de compra e venda de títulos públicos
federais que causaram prejuízo de mais de 8 (oito) milhões de reais para a instituição
financeira, "cuja origem consiste na diferença de valor que a instituição teria deixado de
gastar para adquirir os mesmos títulos, nas mesmas quantidades, se negociados a
preço de mercado" (e-STJ fl. 17).

De acordo com o órgão ministerial, a indicação dos recorrentes no pólo


passivo da ação penal decorreria não só do cargo que ocupavam, mas das
responsabilidades legais e estatutárias a eles inerentes, bem como do período de
gestão e da ocorrência das irregularidades (e-STJ fl. 22).

Assim, seriam responsáveis, em tese, o Diretor Presidente por sua


atribuição estatutária de dirigir todos os negócios da Instituição (artigo 16, inciso I, do
Estatuto Social), e o Diretor titular da Diretoria de Finanças e Controle, pois as
irregularidades teriam ocorrido em sua área de atuação (e-STJ fl. 22).

As conclusões do Banco Central do Brasil, bem como os depoimentos


colhidos pela Polícia Federal, demonstrariam que os recorrentes sabiam das
irregularidades praticadas (e-STJ fls. 22/24).

A inicial foi recebida (e-STJ fls. 25/26), tendo-se afastado a possibilidade


de absolvição sumária dos acusados (e-STJ fls. 43 /44).

Inconformada, a defesa impetrou habeas corpus na origem, tendo a


ordem sido denegada em aresto que restou assim ementado:

"CONSTITUCIONAL. PENAL. HABEAS CORPUS.


GESTÃO TEMERÁRIA. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA.
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TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. DILAÇÃO
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. DENEGAÇÃO
1. Historia a denúncia que os pacientes, gestores á época
do Banco do Estado do Ceará, na qualidade de Presidente e
Diretor de Finanças e Controle da Instituição, teriam
praticado o delito previsto no art. 4o, parágrafo único, da Lei
n° 7.492/86.
2. O trancamento da ação penal por meio de habeas
corpus- constitui medida excepcional e "somente deve ser
adotada quando houver evidente ausência de justa causa, o
que não ocorre quaado a denúncia descreve conduta que
configura crime em tese". (HC 87.324/SP, Pnmeira Turma,
Rela. Mina. Cármen Lúcia. DJU de 18/05/2007), hipótese
inocorrente na espécie.
3. A alegação de ausência de dolo não pode ser apreciada
em sede de habeas corpus, tendo em vista a
impossibilidade de dilação probatória.
4. Ordem denegada. " (e-STJ fl. 143).

Acerca da alegada inépcia da denúncia, é cediço que o devido processo


legal constitucionalmente garantido deve ser iniciado com a formulação de uma
acusação que permita ao denunciado o exercício do seu direito de defesa, para que
eventual cerceamento não macule a prestação jurisdicional reclamada.

É dever do órgão acusatório, portanto, narrar de forma satisfatória a


conduta delituosa atribuída ao agente, descrevendo todas as suas circunstâncias,
conforme a norma disposta no artigo 41 do Código de Processo Penal, para que seja
viável o contraditório a ser instituído em juízo.

A doutrina e jurisprudência pátrias são pacíficas ao apontar os requisitos


mínimos de uma peça acusatória, podendo-se citar, por todos, as lições de Ada
Pellegrini Grinover, Antonio Scarance Fernandes e Antonio Magalhães Gomes Filho:

"A instauração válida do processo pressupõe o


oferecimento de denúncia ou queixa com exposição clara e
precisa de um fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias (art. 41 do CPP), isto é, 'não só a ação
transitiva, como a pessoa que a praticou (quis), os meios
que empregou (quibus auxiliis), o malefício que produziu
(quid), os motivos que a determinaram a isso (cur), a
maneira por que a praticou (quomodo), o lugar onde a
praticou (ubi), o tempo (quando)' (João Mendes Jr.). (As
nulidades no processo penal. 11. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2009. p. 90-91.)
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A hipótese em apreço cuida de denúncia que narra supostos delitos


praticados por intermédio de pessoa jurídica, a qual, por se tratar de sujeito de direitos e
obrigações, e por não deter vontade própria, atua sempre por representação de uma ou
mais pessoas naturais.

Embora num primeiro momento o elemento volitivo necessário para a


configuração de uma conduta delituosa tenha sido considerado o óbice à
responsabilização criminal da pessoa jurídica, é certo que nos dias atuais esta é
expressamente admitida, conforme preceitua, por exemplo, o artigo 225, § 3º, da
Constituição Federal.

E ainda que tal responsabilização seja possível apenas nas hipóteses


legais, é certo que a personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de
artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas naturais
responsáveis pela sua condução.

Com base nestas considerações é que se sedimentou o entendimento no


sentido de que nos crimes societários, embora a denúncia não possa ser de todo
genérica, é válida quando, apesar de não descrever minuciosamente as atuações
individuais dos acusados, demonstra um liame entre o seu agir e a suposta prática
delituosa, caracterizado pela condição de sócios ou administradores da pessoa jurídica,
estabelecendo a plausibilidade da imputação e possibilitando o exercício da ampla
defesa, caso em que se consideram preenchidos os requisitos do artigo 41 do Código
de Processo Penal.

Eugênio Pacelli de Oliveira, ao comentar a acusação nos crimes


societários, bem assevera que:

"Com efeito, quando se diz que todos os sócios da


determinada sociedade, no exercício da sua gerência e
administração, com poderes de mando e decisão, em data
certa, teriam deixado de recolher, 'no prazo legal,
contribuição ou outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros [...]' (atual art. 168-A, CP), está
perfeitamente delimitado o objeto da questão penal, bem
como a respectiva autoria. Não há, em tais situações,
qualquer dificuldade para o exercício da defesa ou para a
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correta capitulação do fato imputado aos agentes.
A hipótese não seria de acusação genérica, mas geral.
Acaso seja provado que um ou outro jamais teriam exercido
qualquer função de gerência ou administração na
sociedade, ou que cumpririam função sem qualquer poder
decisório, a solução será de absolvição, mas nunca de
inépcia" (OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo
Penal. 13.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 190 e
191).

Por conseguinte, a ausência de individualização pormenorizada das


condutas nos casos de crimes societários, não é, por si só, motivo de inépcia da
denúncia, conforme, aliás, tem decidido este Superior Tribunal de Justiça:

HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FRAUDE À


LICITAÇÃO E PECULATO. INÉPCIA DA DENÚNCIA.
SÓCIO-ADMINISTRADOR DA EMPRESA CONTRATADA.
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CPP.
DESCRIÇÃO MÍNIMA DAS CONDUTAS PERPETRADAS.
VINCULAÇÃO COM OS PODERES DE GESTÃO.
1. É entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça que o
trancamento da ação penal, pela via de habeas corpus, é medida
de exceção, só admissível se emerge dos autos, de forma
inequívoca, a inocência do acusado, a atipicidade da conduta ou a
extinção da punibilidade, o que não é o caso dos autos.
2. Expõe a peça vestibular que o denunciado, sócio-administrador,
teria recebido pagamentos indevidos em nome da própria empresa,
além de não executar integralmente os serviços contratados,
cabendo-lhe, em tese, os poderes de gerência. No caso, portanto,
a denúncia estabeleceu um vínculo mínimo entre os fatos tidos
como delituosos e a autoria.
3. Diferentemente do que alegam os impetrantes, estão presentes
na denúncia os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal.
Segundo jurisprudência desta Corte Superior de Justiça, nos
crimes societários não se exige a descrição minuciosa da conduta
do acusado.
4. Ordem de habeas corpus denegada.
(HC 264.237/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA,
julgado em 04/06/2013, DJe 28/06/2013)

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.


DESCABIMENTO. COMPETÊNCIA DAS CORTES SUPERIORES.
MATÉRIA DE DIREITO ESTRITO. MODIFICAÇÃO DE
ENTENDIMENTO DESTE TRIBUNAL, EM CONSONÂNCIA COM A
SUPREMA CORTE. ESTELIONATO, LAVAGEM DE DINHEIRO E
FORMAÇÃO DE QUADRILHA. INÉPCIA DA DENÚNCIA.
INEXISTÊNCIA. CRIME DE AUTORIA COLETIVA.
DESNECESSIDADE DE INDIVIDUALIZAÇÃO MINUCIOSA DAS
CONDUTAS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE FLAGRANTE QUE,
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Superior Tribunal de Justiça
EVENTUALMENTE, PUDESSE ENSEJAR A CONCESSÃO DA
ORDEM DE OFÍCIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
(...)
4. Como já decidiu o Supremo Tribunal Federal: "Não se exige
descrição pormenorizada de condutas em crimes societários,
quando presentes, na inicial acusatória, elementos indicativos de
materialidade e autoria do crime, suficientes para deflagração da
ação penal. Precedentes." (HC 98.840/SP, 2.ª Turma, Rel. Min.
JOAQUIM BARBOSA, DJE de 25/09/2009.) 5. Ausência de
ilegalidade flagrante que, eventualmente, ensejasse a concessão
da ordem de ofício.
6. Habeas corpus não conhecido.
(HC 205.369/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,
julgado em 16/04/2013, DJe 23/04/2013)

Com igual orientação, merecem menção os julgados do Supremo


Tribunal Federal:

EMENTA Habeas corpus. Processual Penal. Apropriação indébita


previdenciária. Denúncia. Inépcia. Não ocorrência. Gestão
compartilhada. Ausência de dolo. Inadequação da via eleita. Ordem
denegada. 1. Tratando-se de crimes societários, não é inepta a
denúncia em razão da mera ausência de indicação individualizada
da conduta de cada indiciado. 2. Configura condição de
admissibilidade da denúncia em crimes societários a indicação de
que os acusados sejam de algum modo responsáveis pela
condução da sociedade comercial sob a qual foram supostamente
praticados os delitos. Precedentes. 3. O debate acerca da ausência
de dolo, em sede de habeas corpus, é inadequado, pois demanda
incursão no seio da prova, análise vedada na via estreita do writ. 4.
Habeas corpus denegado.
(HC 101286, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma,
julgado em 14/06/2011, DJe-163 DIVULG 24-08-2011 PUBLIC
25-08-2011 EMENT VOL-02573-01 PP-00123)

EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AÇÃO


PENAL. DENÚNCIA. INÉPCIA E FALTA DE JUSTA CAUSA.
TRANCAMENTO. INADMISSIBILIDADE. CRIME SOCIETÁRIO.
PRESENÇA DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE AUTORIA PARA A
PROPOSITURA E RECEBIMENTO DA AÇÃO PENAL. ARTS. 41 E
395 DO CPP. DESNECESSIDADE DE DESCRIÇÃO
PORMENORIZADA E DE INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS.
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. A análise da suficiência ou
não de provas para a propositura da ação penal, por depender de
exame minucioso do contexto fático, não pode, como regra, ser
levada a efeito pela via do habeas corpus. Precedentes. Não se
exige descrição pormenorizada de condutas em crimes societários,
quando presentes, na inicial acusatória, elementos indicativos de
materialidade e autoria do crime, suficientes para deflagração da
ação penal. Precedentes. A conduta do paciente foi

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suficientemente individualizada, ao menos para o fim de se concluir
no sentido do juízo positivo de admissibilidade da imputação feita
na denúncia. Ordem denegada.
(HC 98840, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 30/06/2009, DJe-181 DIVULG 24-09-2009 PUBLIC
25-09-2009 EMENT VOL-02375-03 PP-00991)

No caso dos autos não se constata qualquer defeito na denúncia capaz


de impedir ou reduzir o direito de defesa garantido aos acusados, pois a peça preenche
os requisitos legais previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal.

Com efeito, de acordo com o Parquet Federal, os recorrentes, na


qualidade de Diretores da Diretoria de Finanças e Controle, de forma preordenada,
teriam negociado títulos pertencentes ao Banco do Ceará por valores discrepantes
daqueles praticados no mercado, o que causou à instituição financeira um prejuízo
superior a 8 (oito) milhões de reais.

Constata-se, portanto, que a descrição dos fatos exposta pelo Ministério


Público Federal na peça acusatória atende de forma satisfatória os requisitos legais
exigidos para que se garanta aos acusados o exercício da ampla defesa e do
contraditório, não havendo que se falar em responsabilidade penal objetiva.

Melhor sorte não socorre os patronos dos recorrentes quanto à alegada


ausência de dolo nas suas condutas, eis que o órgão ministerial não teria demonstrado
a gestão abusiva ou audaciosa da instituição bancária.

Como se sabe, sedimentou-se na doutrina e jurisprudência pátria o


entendimento de que para se acolher o pleito de trancamento da ação penal na via do
habeas corpus é necessário que exsurja, à primeira vista, sem exigência de dilação de
provas, a ausência de justa causa para a sua deflagração e/ou continuidade, consoante,
aliás, assevera Vicente Greco Filho:

"No habeas corpus, não se deve fazer o exame da


prova de processo em tela, o que é cabível através dos
meios de defesa de que dispõe o réu no curso da ação.
Todavia, aliando-se o inc. VI do art. 648 com o inc. I, que
considera ilegal a coação sem justa causa, a jurisprudência
e a doutrina têm trancado a ação penal quando não houver
base para a acusação, fazendo, assim, análise das provas.
O exame, contudo, não é o mesmo que seria feito pelo juiz
ao proferir sentença condenatória ou absolutória. Trata-se
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de um exame de que deve resultar, inequivocadamente, a
ausência, em tese, de possibilidade da acusação, de forma
que a absoluta inviabilidade de processo signifique
constrangimento indevido. Seria o caso, por exemplo, de
ação penal por fato atípico ou em que alguém é acusado
sem nenhuma prova que sustente a imputação que lhe é
feita" (Manual de processo penal. 3ª ed. São Paulo: Saraiva,
p. 394).

Por oportuno, conveniente registrar que toda denúncia é uma proposta de


demonstração da ocorrência de fatos típicos e antijurídicos atribuídos a determinado
acusado, sujeita, evidentemente, à comprovação e contrariedade, e, como orienta a
doutrina e a jurisprudência, somente deve ser repelida quando não houver prova da
existência de crime ou de indícios de sua participação no evento criminoso noticiado,
ou, ainda, quando se estiver diante de flagrante causa de exclusão da ilicitude ou da
tipicidade, ou se encontrar extinta a punibilidade.

E como o remédio constitucional não é o instrumento adequado à


discussão aprofundada a respeito de provas e fatos, não há como se valorar os
elementos probatórios até então colacionados, como pretendem os causídicos
responsáveis pela defesa dos recorrentes, para perquirir se teriam ou não agido com
dolo, porquanto, para debate dessa natureza, reserva-se aos acusados o processo
criminal, ocasião em que as partes podem produzir aquelas provas que melhor
entenderem alicerçar seus respectivos interesses, além daquela que pode ser feita pelo
Juiz da causa, e não nesta oportunidade e instância, no âmbito estreito do writ.

Portanto, qualquer conclusão diversa, na via eleita, consoante vem


decidindo esta colenda Turma, inevitavelmente levaria à vedada análise de provas em
sede de habeas corpus. A propósito:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A


ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 2.º, INCISO II, DA LEI N.º 8.137/90.
PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ALEGADA
ATIPICIDADE DA CONDUTA POR AUSÊNCIA DE DOLO
ESPECÍFICO. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE.
RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO.
1. A jurisprudência pacífica desta Corte é no sentido de que o
trancamento de ação penal pela via de habeas corpus é medida de
exceção, só admissível quando emerge dos autos, sem a
necessidade de exame valorativo do conjunto fático ou probatório, a

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atipicidade do fato, a ausência de indícios a fundamentaram a
acusação ou, ainda, a extinção da punibilidade, circunstâncias
essas, no caso, não evidenciadas de plano. Precedentes.
2. O crime contra a ordem tributária previsto no art. 2.º, inciso II, da
Lei n.º 8.137/90 prescinde de dolo específico, sendo suficiente,
para a sua caracterização, a presença do dolo genérico,
consistente na omissão voluntária do recolhimento, no prazo legal,
do valor devido aos cofres públicos. Precedentes desta Corte e do
Supremo Tribunal Federal.
3. A alegação de inexistência de dolo esbarra na impossibilidade de
revolvimento do conjunto fático probatório na via estreita do writ,
motivo pelo qual é vedada, por intermédio do remédio constitucional
eleito, a análise pretendida. Precedentes.
4. Recurso ordinário desprovido.
(RHC 29.662/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,
julgado em 18/06/2013, DJe 01/07/2013)

Na mesma direção colhe-se:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. SONEGAÇÃO DE


PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO. ATIPICIDADE.
AUSÊNCIA DE DOLO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.
IMPOSSIBILIDADE. REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. RECURSO IMPROVIDO.
- Somente pode ser obstada a persecução penal quando há
flagrante constrangimento ilegal, evidenciado-se, sem a
necessidade de exame valorativo do conjunto fático-probatório, a
atipicidade da conduta, a inexistência de elementos indiciários
demonstrativos da autoria e da materialidade do delito ou, ainda, a
presença de alguma excludente de punibilidade, o que, contudo,
não se vislumbra no caso em apreço.
- Para se aferir a presença ou não do elemento subjetivo do tipo,
qual seja, o dolo, necessário se faz uma profunda análise do
contexto fático-probatório, o que é inviável na via eleita.
Precedentes.
Recurso improvido.
(RHC 35.639/SP, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), QUINTA TURMA,
julgado em 14/05/2013, DJe 20/05/2013)

Dessa forma, estando a decisão impugnada em total consonância com o


entendimento jurisprudencial firmado por este Sodalício, não há que se falar em
trancamento da ação penal, pois, de uma superficial análise dos elementos probatórios
contidos no presente mandamus, não se vislumbra estarem presentes quaisquer das
hipóteses que autorizam o trancamento excepcional por esta via, já que tal conclusão
dependeria, repita-se, de profundo estudo das provas, as quais deverão ser
oportunamente valoradas pelo juízo competente.
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Finalmente, inviável o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva
estatal com base em eventual pena a ser aplicada aos recorrentes.

Isso porque a prescrição da pretensão punitiva, utilizando como base de


cálculo suposta pena a ser concretizada numa possível e futura sentença condenatória,
também conhecida por virtual, antecipada ou hipotética, não encontra amparo em nosso
ordenamento jurídico, o qual prevê apenas que a referida causa extintiva é regulada pelo
máximo da pena abstratamente cominada ou, ainda, pela sanção concretamente
aplicada.

A propósito, veja-se a lição de José Frederico Marques:

"A prescrição pode ocorrer 'antes de transitar em


julgado a sentença final' (CP, art. 109), ou 'depois de
transitar em julgado a sentença final condenatória' (CP, art.
110). No primeiro caso, prescreve o direito de punir no que
diz respeito à pretensão de aplicar o preceito sancionador
ainda em abstrato; no segundo caso, prescreve o direito de
aplicar a sanção constante, in concreto, do título penal
executório." (Curso de direito penal. v. 3. São Paulo:
Saraiva, p. 412).

Julio Fabbrini Mirabete teceu as seguintes considerações sobre o tema:

"(...) duas são as espécies da prescrição: 1. prescrição


da pretensão punitiva, que ocorre antes do trânsito em
julgado da sentença e cujo prazo tem por base de cálculo o
máximo da pena cominada ao crime; 2. prescrição da
pretensão executória, que ocorre após o trânsito em julgado
da sentença condenatória para a acusação e cujo prazo tem
por base de cálculo a pena aplicada. Aplicada porém a pena
e não havendo recurso da acusação, a sanção privativa de
liberdade não pode ser elevada, devendo por isso ser ela a
base para o cálculo da prescrição ainda antes do julgado da
decisão para a defesa" (Manual de direito penal. 8ª ed. v. 1.
São Paulo: Atlas, p. 393).

O saudoso jurista, mais adiante, assinala que "no Código Penal, em


decorrência da reforma penal, a prescrição da pretensão punitiva está prevista no artigo
109 e no artigo 110, pars. 1º e 2º (prescrição intercorrente e retroativa) e a prescrição
da pretensão executória é objeto do artigo 110, caput" (Op. cit., p. 382).

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Ainda quanto ao assunto, entende, com razão, o doutrinador Antônio
Rodrigues Porto, que "em qualquer fase do processo, quer em 1ª quer em 2ª
instâncias, pode ser alegada a prescrição, pelo réu ou pelo órgão da acusação. O juiz,
ainda, deverá reconhecê-la de ofício quando a encontre provada, e independentemente
da vontade do réu, pois a este não é facultado renunciar ao benefício, que é de ordem
pública" (Da prescrição penal. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 64).

No entanto, consoante se infere da irresignação, pretende-se que se


utilize de um tipo de prescrição inexistente na legislação pátria, calculando o prazo
prescricional com base na pena mínima ou acima da prevista para o tipo legal em
questão, porém não máxima - aquela que supostamente seria aplicada para o delito no
qual o paciente está incurso -, quando o Código Penal, em seu artigo 109, determina
que a causa extintiva deve regular-se pelo máximo da sanção privativa de liberdade
cominada ao ilícito (prescrição in abstrato).

Ora, segundo a doutrina, é inviável o reconhecimento desse tipo de


prescrição, conforme se pode extrair da passagem abaixo reproduzida, da lavra de Julio
Fabbrini Mirabete:

"(...) em tese não é possível falar-se na prescrição da


pretensão punitiva com base na pena em concreto sem que
haja a sentença condenatória, ou seja, não é admissível o
seu reconhecimento tendo como fundamento um previsível
ou provável apenamento. Na verdade, somente com a
instrução criminal completada, é que o juiz, na sentença,
pode aferir todos os elementos probatórios referentes às
circunstâncias que influem na fixação da pena, que, em
tese, pode sempre atingir o máximo cominado
abstratamente" (Op. cit., p. 394).

A mesma opinião é emitida pelo mestre Damásio Evangelista de Jesus,


para quem "a declaração da extinção da punibilidade pela prescrição retroativa
pressupõe a existência de uma sentença condenatória. Em face disso, não pode ser
reconhecida antes da condenação" (Prescrição penal. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, p.
145).

Na jurisprudência dos Tribunais Superiores, a questão também se


encontra pacificada, conforme se pode depreender dos julgados do Supremo Tribunal

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Federal abaixo colacionados:

EMENTA Habeas corpus. Penal e processual penal. Furto


qualificado. Rompimento de obstáculo. (...) Prescrição em
perspectiva. Inadmissibilidade. (...) 2. O Plenário desta Suprema
Corte, na Repercussão Geral por Questão de Ordem no RE nº
602.527/RS, de Relatoria do Ministro Cezar Peluso (DJe de
18/12/09), reafirmou a jurisprudência no sentido da impossibilidade
de aplicação da chamada prescrição antecipada ou em perspectiva
por ausência de previsão legal. (...) 3. Habeas corpus parcialmente
conhecido e denegado.
(HC 99035, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/
Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em
05/10/2010, DJe-243 DIVULG 13-12-2010 PUBLIC 14-12-2010
EMENT VOL-02450-01 PP-00061)

EMENTA: HABEAS CORPUS. PRESCRIÇÃO ANTECIPADA OU EM


PERSPECTIVA. ORDEM DENEGADA. A jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou-se contrariamente à tese da chamada
prescrição antecipada ou em perspectiva. Precedentes: RHC
94.757, rel. min. Cármen Lúcia, DJe-206 de 31.10.2008; Inq 1.070,
rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1º.7.2005; HC 83.458, rel. min.
Joaquim Barbosa, DJ de 6.2.2004; e HC 82.155, rel. min. Ellen
Gracie, DJ de 7.3.2003. Ordem denegada.
(HC 96653, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda
Turma, julgado em 29/09/2009, DJe-200 DIVULG 22-10-2009
PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL-02379-05 PP-01023 LEXSTF v.
31, n. 371, 2009, p. 368-371)

Nesta Corte Superior de Justiça, a matéria já se encontra inclusive


sumulada, valendo transcrever, por oportuno, o teor do enunciado 438, verbis:

"É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição


da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,
independentemente da existência ou sorte do processo
penal."

No caso dos autos, a ação penal encontra-se na fase instrutória, sem que
tenha havido prolação de sentença de mérito, motivo pelo qual a prescrição somente
poderia ser decretada após decorrido o prazo disposto no artigo 109 do Código Penal, o
que ainda não ocorreu, tendo em vista a inexistência de sanção aplicada necessária ao
deslinde da presente questão.

E, considerando-se a pena máxima cominada ao delito pelo qual os


recorrentes estão sendo processados - 8 (oito) anos -, constata-se que não transcorreu

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o prazo de 12 (doze) anos previsto no artigo 109, inciso III, do Código Penal entre a data
em que os fatos teriam ocorrido e a do recebimento da denúncia.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.

É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

Número Registro: 2013/0173994-7 RHC 38.261 / CE


MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 00025348120134050000 00061228020124058100

EM MESA JULGADO: 22/10/2013

Relator
Exmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. FRANCISCO XAVIER PINHEIRO FILHO
Secretário
Bel. LAURO ROCHA REIS

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FERNANDO RIBEIRO HERMIDA
RECORRENTE : ALVARINO ERVEN DE ABREU
ADVOGADO : LEONARDO QUEIROZ XAVIER E OUTRO(S)
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso."
Os Srs. Ministros Marco Aurélio Bellizze, Moura Ribeiro, Regina Helena Costa e Laurita
Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

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