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"HABEAS CORPUS"
I. BREVE HISTÓRICO
No dia 04/02/2020 transitou em julgado acordão prolatado pela 4ª Câmara do
TJMG, que manteve a condenação do então apelante a pena de 12 anos e 04 meses de
reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do delito previstos no art. 121, §2º, II, III e
VI, c/c art. 14, II, ambos do CP. A decisão coatora manteve a reprimenda da sentença que
havia sido aplicada de forma incorreta.
II. DO CABIMENTO DE HABEAS CORPUS PARA DESCONSTITUIÇÃO DE
FLAGRANTE ILEGALIDADE – AUSÊNCIA DE COTEJAMENTO
PROBATÓRIO – REMANEJAMETO DA REPRIMENDA CORPORAL –
DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO
O presente Habeas Corpus tem como finalidade a revisão da pena imposta ao
Paciente, já transitada em julgado, que, em resumo, promoveu a dosimetria da pena de forma
incorreta conforme será demonstrado.
O pedido pode ser analisado tão somente a partir do mencionado acórdão, da
sentença de primeiro grau e da certidão de antecedentes criminais. Não há dilação probatória
e análise de mérito. Tão somente matéria de direito, com teses já pacificadas por esta Corte.
1) Sobre o cabimento de Habeas Corpus substitutivo de recurso próprio, este
STJ já decidiu antes sobre a fungibilidade de habeas corpus com revisão criminal. Isso
porque, diante de matéria exclusiva de direito e com flagrante ilegalidade a substituição dos
meios de impugnação é possível.
A este respeito:
2) No que diz respeito o manejo de habeas corpus para análise da dosimetria da pena
e alteração de regime inicial, como é o caso vertente, esta Corte também já entendeu cabível
desde que não demanda análise de prova e esteja presente flagrante ilegalidade. Neste sentido:
Diante de tal situação, nesta primeira fase da dosimetria, o primeiro ponto a ser
reavaliado por Vossas Excelências é o flagrante bis in idem com a consequente supressão de
uma das circunstâncias negativas por estes fundamentos.
O segundo ponto que merece reforma neste acórdão reside no fato de a
Sentença e, posteriormente, o acórdão terem considerado o Paciente como portador de maus
antecedentes. Ao analisar detidamente a certidão de antecedentes criminais, é evidente que
quando da prolação da decisão em 10/05/2019 não havia maus antecedentes, tão somente a
reincidência caracterizada em dois delitos.
O que havia, naquele momento, além das duas reincidências, era uma
condenação criminal, de nº 0023271-70.2012.8.13.0231, não transitada em julgado, que
aguardava recurso.
Segue imagem processo na certidão de antecedentes, a qual está juntada nos
autos.
Para aclarar ainda mais, observa-se que ele veio a transitar apenas em
27/08/2020. Segue registro do TJMG:
V. DO PEDIDO
Diante de todo exposto, pede-se que seja conhecido este habeas corpus e dado
provimento para reformar a decisão coatora, concedendo-se a ordem a fim de que seja
reconhecido o excesso da dosimetria da pena e restabelecido nos patamares legítimos.
Pede deferimento.