Você está na página 1de 3

PRINCÍPIOS DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

É de conhecimento geral que as normas jurídicas possuem uma difícil interpretação,


visando essa questão o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional estabeleceu
alguns princípios (fundamentados nos artigos 10 à 13, e 20 à 33 )considerados relevantes
para o bom funcionamento de cada instituição, o que ajuda a determinar o sentido de cada
norma em concreto.
Devido à extensão dos princípios, apenas alguns serão destacados abaixo:

I. Princípio da Responsabilidade Penal Individual: Sobre este


princípio (fundamentado no art. 25) as pessoas físicas respondem individualmente
por seus atos, sem julgamento e prejuízo da responsabilidade do Estado. Ou seja, o
Tribunal Penal Internacional tem competência para julgar a pessoa tanto
individualmente como em conjunto. Vale lembrar que tal prática esta voltada não
apenas para aquele que comete o crime, mas também os que contribuem para que
ocorra o ato ilícito.

II. Princípio da Complementariedade: Talvez este seja o mais


importante, é o princípio que diz respeito ao caráter do TPI, caráter este que deve
ser excepcional e complementar, ou seja, somente será exercida no caso de
manifesta incapacidade ou por falta de disposição de um sistema judiciário nacional
para exercer sua jurisdição primária. Para maior compreensão, podemos resumir
este princípio na ideia de que a Corte somente atua quando o Estado responsável
tiver esgotado todas as suas opções judiciais tais como: não iniciar o processo, ou
acabe agindo de maneira parcial, mitigando a sanção a ser aplicada.

III. Princípio da Universalidade: Através deste princípio, os Estados-


Partes colocam-se integralmente sob a jurisdição da Corte, não podendo subtrair de
sua apreciação determinados casos ou situações, ou seja todos os Estados ficam
submissos da Corte.
IV. Princípio da Imprescritibilidade: Os crimes de competência do
Tribunal Penal Internacional são considerados imprescritíveis, isso quer dizer que,
não importa em que momento ou época foi cometido o crime. A partir do momento
em que este venha a ser manifesto, indivíduo será responsabilizado por suas ações,
pois aqui a ação criminosa jamais terá extinta a punibilidade pelo decurso do tempo.
Embora ninguém possa ser julgado por delitos praticados antes da entrada em vigor
do tratado, talvez seja por esse motivo que o mesmo seja motivo de pontos
conflitantes em vários países.

V. Princípio da Irrelevância da função social: Fundamentado no artigo


27 do Estatuto, esse princípio permite que os Chefes de Estado, Governo, ministros,
parlamentares e outras autoridades sejam responsabilizados por seus atos
criminosos sem qualquer privilégio ou imunidade.

Os demais princípios que norteiam o TPI são comuns no Direito, como principio da
legalidade, anterioridade:

a) Princípio da Legalidade – Apenas as condutas elencadas no Estatuto como


crimes são julgadas pelo Tribunal Penal Internacional.
b) Princípio da Anterioridade: Não há crime sem previsão normativa anterior que
o defina, nem podem ser aplicadas penas não previstas no tratado, é o
chamado: “nullum crime”.

Referências Bibliográficas:
Internet / Site:

https://jus.com.br/artigos/17037/o-tribunal-penal-internacional-e-sua-implementacao

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4388.htm

Você também pode gostar